Fanfic: Volúpia (TERMINADA)

- Droga.
Corra - ordenou Poncho, puxando-a. Minha barriga está roncando. E ela nunca
está errada.

- Mas...

- Céus,
será que você não consegue confiar em mim?

- Não! Você
está baseando tudo em sua intuição. Isso não basta.

- Esqueça -
reagiu Poncho, puxando-a por um caminho que só ele conhecia.

Annie ainda
não conseguia organizar os fatos em sua cabeça.

- Droga -
disse ele. - Se você pudesse entender que fomos atacados.

- Se você
pudesse entender que está me seqüestrando!

- Eu estou protegendo você!

- Então me
solte.

Annie
ofegava como se tivesse corrido quilômetros, e não 400 metros. Precisava se
livrar daquela algema. Já.

- Você não
precisa de mim - disse. - Solte-me e vá fazer o que você tem que fazer.

- Você tem
que ficar comigo, ou...

- Ou o quê?
Ou eu estarei segura?

- Droga, eu
lhe disse. Eu estou mantendo você em segurança.

- Deixe-me
ir - ela sentia o pânico em sua própria voz. - Eu lhe imploro, Poncho.

-Annie, se
algo acontecer a você, eu não conseguirei viver.

- Não vai
acontecer nada...

- Certo,
porque eu não vou deixar. Além disso, se eu deixar você ir, você vai
correndo...

- Não.

Ele não a
conhecia. Não sabia que ela estava a ponto de desmoronar. Nem que mal conseguia
respirar por causa disso.

Nem que não
entendia nada, nem por que ela quebrara o protocolo e saíra da van quando achou
que ele estava em perigo, nem por que deixou que a beijasse por longo tempo
antes de lhe dar um chute.

E agora
estava algemada a ele, o homem por quem secretamente se sentia atraída. Que bom
gosto ela tinha! Devia haver algo errado com ela.

- Então
você quer que eu acredite que você está fazendo isso para me proteger?

- Sim.

- Que
estupidez! Eu posso me proteger. Sou uma agente treinada também.

- Não, você
não o viu esta noite - disse Poncho, enquanto examinava a área. - Você não viu
os olhos dele. Ele estava completamente fora de si.

Annie
tentava ver o que ele estava olhando, mas não via nada. Não tinha idéia de como
ele escolhera aquele caminho. De repente, eles estavam de novo andando na mata,
enquanto ela olhava para os bolsos dele, imaginando onde estaria a chave das
algemas.

Porque
estava decidida a se soltar.

Continuava
a ventar e a fumaça ainda era espessa. Quando Annie começou a tossir, Poncho
parou para ela recuperar a respiração. Um captor atencioso. Mas ela ainda
queria matá-lo.

Poncho não
olhava para Annie. Estava preocupado em olhar em volta, pronto para enfrentar
mais problemas. Mas então se voltou para ela e seu olhar ficou mais suave.
Tirou alguns detritos do cabelo de Annie. Tocou o rosto dela.

Ela recuou,
com aquela sensação desconfortável e infelizmente familiar de claustrofobia que
tinha quando alguém estava perto demais.

- Não me
toque.