Fanfic: Volúpia (TERMINADA)

Ele tinha
que continuar prendendo-a. Seu instinto lhe dizia que a estava salvando. A
melhor coisa a fazer agora era levá-la até Tibbs. Tibbs poderia garantir a
segurança dela.

Mas a idéia
de se afastar dela o deixava arrasado, embora não soubesse por quê.

Está bem,
ele sabia exatamente por quê. Eram os olhos dela, espelhos de sua própria alma.
Era a maneira como ela revelava algo dele, sua melhor parte.

E ter o
corpo dela tão perto do seu...

- Você vai
correr e gritar no momento em que eu lhe soltar.

Ela
continuava em silêncio.

- Olhe, eu
trouxe você comigo para o seu próprio bem.

Ela soltou
um resmungo, que mostrou exatamente como estava errada.

-Annie, eu
posso ser um monte de coisas. Teimoso. Duro. Até um idiota. Mas o que quer que
você pense de mim, não sou um mentiroso.

Ela lançou
sobre ele um olhar sinistro.

- Está bem,
diga uma mentira que eu já disse - desafiou Poncho.

Incapaz de
se lembrar, Annie virou o rosto.

- Está bem.
Não fale comigo. Apenas prometa que não vai gritar por ajuda e eu solto você -
disse Poncho, abrindo o zíper de um pequeno bolso em sua calça e retirando uma
chave.

- Então
agora você quer que eu minta para você? Ele guardou a chave de volta.

- Está bem.
Vamos fazer da maneira difícil. Por que não? É o que estamos fazendo o tempo
todo.

Ela voltou
a ficar em silêncio e ele voltou a falar sozinho.

- Vou sair.
Você vai se sentar no banco do motorista e ficar quietinha enquanto eu ponho
gasolina.

Ela não
respondeu, é claro. Mas fez o que ele disse e esticou o braço para permitir que
ele saísse.

Foi quando
ele se lembrou que não tinha dinheiro.

- Você tem
algum dinheiro? - perguntou.

- Não
carrego dinheiro quando estou sendo seqüestrada - respondeu Annie.

Ele sentiu
uma vontade inexplicável de beijá-la, mas disse:

- Preciso
de seu celular.

- Não.

Ele
deslizou os dedos pelo abdômen dela, tentando achar o bolso.

- Não me
toque - reagiu Annie.

- Relaxe -
disse ele, sentindo a pele macia de Annie.

- Eu só
quero...

Ela bateu
com o cotovelo no nariz dele, que ficou tonto.

- O que é
isso, mulher? - perguntou, caindo de encontro à porta aberta.

Ela lançou
um olhar furioso sobre ele.

- Eu lhe
disse para não me tocar.

- Está bem.
Me dê o telefone.

- Está
quase sem bateria.

Isso não
importava, ambos sabiam. Ela atirou o telefone sobre ele e, graças a Deus, ele
viu o cartão de crédito que já havia visto preso ao aparelho.

- Não
acredito que você esperava que sua vítima pagasse pela gasolina - disse Annie.

- Não, eu
só espero acordar desse pesadelo a qualquer momento.

Ele pôs o
cartão na bomba de gasolina e quase caiu de joelhos em agradecimento quando a
bomba começou a funcionar.

O celular
começou a vibrar em sua mão. Entrava uma mensagem. Seu olhar encontrou o dela,
e então ele olhou o número que aparecia na tela.

- Você
conhece esse número? - perguntou. Ela olhou e piscou os olhos.

- Annie?

- É uma
linha estabelecida entre mim e James. Ele fez isso depois... é apenas para nos
comunicarmos.

Poncho leu:
Onde está você?

- É
interessante que ele não esteja preocupado em fazer você achar que está morto.
Interessante e bastante sugestivo.

- Certo.
Como eu estou na lista de dele, não importa que eu saiba que ele está vivo,
porque não estarei viva por muito tempo.

Poncho
fechou o telefone e respirou fundo.

Ela não
disse mais nada, e momentos depois ele percebeu que Annie já não estava sendo
obstinada como antes, e sim que tentava controlar suas emoções. Ele se inclinou
para olhar para o seu rosto.

- Fale
comigo.

Annie
apenas balançou a cabeça.

-Annie...

- Por favor
- sussurrou ela. - Apenas me deixe pensar.