Fanfic: Volúpia (TERMINADA)

capitulos dedicado as minhas primeiras leitoras.

Mais tarde
naquele dia à 40 quilômetros de Bullet City, Wyoming

Annie entrou
na van de comunicações e os homens pararam de falar. Era típico. Os homens
reclamavam que as mulheres eram difíceis, mas ela achava que eles eram muito
mais difíceis, além de mais problemáticos.

Não que ela
se importasse, porque já havia desistido de ter relacionamentos pessoais. Isso
tornava sua vida muito mais simples.

Ao fechar a
porta, ela tremeu de frio. O fim do outono nas montanhas Bighorn significava um
ar cortante atravessando seu corpo. Enquanto esfregava suas mãos geladas uma na
outra, ela olhou inadvertidamente para Poncho, que estava com uma camisa preta
de mangas compridas aberta e a camiseta por baixo arregaçada, para a instalação
do aparelho de escuta.

Ali estava
ele, l,88m de mau-humor combinado com um sorriso safado, e coberto por um olhar
sensual, cor de chocolate, que poderia derreter ou congelar alguma coisa em
instantes. Por baixo da camiseta arregaçada via-se a ponta de uma tatuagem em
seu bíceps. Ela sabia que era um falcão, significado de seu nome.

As mulheres
do escritório praticamente entravam em êxtase cada vez que viam aquela
tatuagem.

Mas não Annie.
Não ela, que era uma mulher firme. Havia uma cicatriz de dez centímetros,
antiga e quase apagada, entre duas costelas de Poncho, e uma outra sobre o
peito esquerdo. A primeira era de um ferimento a faca e a segunda, de um buraco
de bala. Ela também olhava sua pele lisa, firme, e o vigor de seus músculos.

Vau. Havia sentido frio em algum momento?
Porque de repente ela começava a suar. E se repreendeu por sua visão aguda.

Talvez ela não
fosse assim tão firme... Mas independentemente disso, não queria saber de
homens. E ao notar que gostara tanto de observá-lo, Annie respirou fundo e se
acomodou em sua estação de comunicações.

Era a
primeira vez que hesitava. Aquilo a irritou. Um ano antes, ela quase havia
morrido em campo. Não morreu. E não morreria também desta vez. Annie se
recompôs e percebeu o olhar demorado e intenso de Poncho sobre ela enquanto ele
vestia o colete à prova de balas. Ele era esperto, ela sabia. Certamente
percebera sua hesitação, mas dane-se que tivesse notado que ela suava. Annie
elevou o queixo e se sentou.

Mas se Annie
era uma boa atriz, Poncho era um grande ator, porque ela não tinha a menor
noção do que ele estava pensando por trás daquele olhar cínico.

E não se
importava. Estava ali para trabalhar. Ficaria na van, cuidando das
comunicações, enquanto uma equipe seguiria para a casa da fazenda, e em seguida
para o celeiro, 800 metros adiante, onde fariam a operação.

- Pronto -
disse Christian para Poncho enquanto terminava de ligá-lo aos fios.

Poncho
ajeitou a camisa.

- Você
consertou o problema daquele outro dia? - perguntou.

Os olhos de
Annie se voltaram novamente para o corpo de Poncho, mas seus ouvidos é que
estavam atentos.

- Problema?
- perguntou.

- Conexão ruim.
Isso acontece - disse Christian.

- Não
deveria acontecer - disse ela. - Não deixe que aconteça.

Christian
fez um sinal afirmativo com a cabeça.

Poncho
puxou de volta a manga da camiseta, escondendo os fios enquanto seu olhar
encontrava o dela. Uma de suas sobrancelhas se elevou, numa pergunta
silenciosa: Você estava me observando? Não. Não, ela não estava. Para
provar isso, Annie se voltou para seu equipamento, tentando não se lembrar da
última vez que se conectara àqueles fios, antes de uma operação. Derrick James,
o chefe, havia ligado os fios.

É claro que
ele tivera um interesse pessoal. Eles tinham uma amizade, pelo menos da parte
dela. Da parte dele, havia claramente um interesse maior nela. De qualquer
modo, ele não poderia saber que aquilo acabaria tão mal...

E havia
acabado muito mal. Num determinado momento, ela estava ouvindo a voz
autoritária de James em seu ouvido, dizendo que ela estava indo bem e que
mantivesse a posição enquanto a equipe agia. Num instante seguinte, atiraram e
ela foi tomada como refém.