Fanfic: Volúpia (TERMINADA)

Mas
ela não queria ser atraída.

- Quem é
Serena? Uma namorada?

- Uma velha
amiga.

- Ela não
tocou você como uma amiga.

- Está com
ciúme?

- Ah -
disse ela, sem qualquer tom de rancor. Justamente quando achava que o conhecia
melhor, ele revelara um outro lado.

Quem afinal
era ele?

Poncho
apanhou o celular e tentou novamente falar com Ucker, ligando para o hospital.
Estava preocupado.

- Preciso
falar com ele - disse a alguém ao telefone. - Sei que ele está gravemente
ferido, mas...

Ele
insistiu, mas acabou desligando. Discou outro número. O celular de Ucker. E
alguém atendeu.

- Alô -
disse Poncho, surpreso. - Quem é? A enfermeira de Ucker? Perfeito. Aqui é Alfonso
Herrera, seu parceiro, e...

Ele fez uma
pausa.

- Ah, ele
lhe falou de mim? Como ele está? Minutos depois, Poncho parecia mais relaxado.

- É ótimo
saber que ele vai se recuperar, Dulce. Sim, eu entendo que os ferimentos são
sérios, mas posso falar com ele? É urgente.

Poncho
ouvia atentamente.

- Diga-lhe
que ele está em perigo. Nova pausa.

- Certo.
Nenhuma visita. Isso é sério.

- Poncho,
uma enfermeira não vai impedir James - disse Annie.

- Dulce -
prosseguiu Poncho - ele tem de ser transferido. É possível?

Ele andava
para um lado e para o outro na sala.

- Sim, é
questão de vida ou morte. Mude o nome dele. Disfarce-o, se houver como fazer
isso... Ponha-o num lugar inusitado. Sim, isso vai funcionar.

- Onde? -
perguntou Annie?

-
Maternidade - sussurrou Poncho.

Minutos
depois ele desligou o telefone. Ficou parado durante um tempo.

- Poncho?

- Ele está
mal.

Annie teve
vontade de abraçá-lo, mas abraçou a si mesma.

- Eu sei,
sinto muito.

- Mas
consegui enviar uma mensagem para ele.

- Mensagem?

-Alguém
telefonou e disse que era o chefe de Ucker. Perguntou como ele estava.

- Tibbs.

- Não, não
tinha sotaque do sul. E depois Tibbs ligou, rara dizer que haviam encontrado um
corpo no celeiro. Não identificável, porque estava queimado. Estão presumindo
que é James. Você quer tomar banho primeiro?

- Não,
precisamos de meu laptop, Poncho. Temos que ir agora.

Aquilo
daria a Annie pelo menos uma resposta, e ela precisava dessa resposta.

- Nós vamos
lá.

Poncho
começou a retirar objetos do bolso. O celular dela, as algemas. Tirou a
camiseta, ficando apenas com o jeans de cintura baixa. E logo tirou as meias
também.

- O... que
você está fazendo?

- Tirando a
roupa - disse ele, como se fosse a coisa mais natural do mundo.

- Sim,
mas...

Cada
respiração dele parecia ameaçar o limite da decência em sua calça. Havia um
pequeno vazio entre o jeans e os músculos abdominais mais incríveis que Annie
já tinha visto. Numa outra situação, ela jamais resistiria à vontade de enfiar
sua mão ali em busca de um tesouro.

Exceto por
um detalhe.

Ela nunca
fora ousada a esse ponto em toda a sua vida.

Poncho pôs
a mão nos botões de sua Levi`s.

- Vou tomar
um banho. Diga-me que não preciso me preocupar enquanto estiver lá.

Ele abriu o
primeiro botão do jeans.

Abriu o
segundo.

Oh, meu
Deus, ele mostrou um pouco de pele mais branca do que a pele da barriga.

Com o olhar
sério, mas intenso, ele parou de abrir os botões. Misericórdia.

- Só quero
tomar um banho e pregar um pouco os olhos. Posso dormir no chão, você pode
ficar com a cama, não me importo. Só preciso de algumas horas para me
recuperar, diga-me que você não vai roubar o caminhão, Any.

- O
caminhão que você roubou primeiro. Poncho concordou, mexendo a cabeça.

- Só
preciso saber que você e o caminhão vão estar aqui quando eu sair do banho.

- Porque
você precisa de meu computador.

- Porque
não quero sair e me ver cercado de policiais. Mais um botão.

Ela não
conseguia resistir. A coragem a abandonava, e ela cobriu os olhos.

- Annie?