Fanfic: Volúpia (TERMINADA)

Surpreendentemente,
ela deixou que ele a puxasse. Ele o fez bem lentamente, temendo assustá-la, mas
precisando senti-la mais perto. Ela se sentou ao seu lado, mas não ficou quieta
quando ele a abraçou.

- Não -
disse Annie.

- Shhh.
Você está segura. Você está bem.

Em vez de
lhe dar um chute, Annie o surpreendeu pondo a cabeça sobre seu ombro e virando
o rosto para seu pescoço.

Poncho
manteve o corpo totalmente parado, temendo que qualquer movimento a afastasse.
Ficou chocado ao notar o quanto queria que ela ficasse ali, apenas como estava,
enrascada nele... pelo resto da vida.

Droga, o
que estava pensando! A necessidade que tinha dela o surpreendeu, mas não mais
do que a reação de Annie. Ela o queria, admitindo também ou não.

Ela
confiava nele. Poncho sentiu uma ternura tão grande que quase berrou como um
bebê. Sem resistir, delicadamente pressionou sua boca contra a testa de Annie,
roçando seus lábios suavemente na pele dela, mais para confortá-la do que com
desejo sexual, embora também sentisse desejo.

- Você está
bem? - sussurrou.

- Acho que
sim. É a primeira vez que faço isso que sinto essa proximidade física, desde
que...

Ele fechou
os olhos e conteve-se para não apertá-la com força.

- Eu não
vou machucar você, Annie. Nunca.

- Eu
machuquei você - disse ela. Annie ficou quieta por alguns instantes.

- Machuquei
você e você não reagiu me machucando.

- É. A
verdade é que você conseguiu me atacar e eu sou incapaz de fazer o mesmo com
você. Mas não você. Você é capaz.

- Eu não
fui capaz da outra vez.

Ele
respirou com cuidado para continuar relaxado, como se uma onda de violência o
atravessasse de repente.

- Sinto
muito. Sinto muito mesmo.

- Eles me
algemaram.

Céus, ele
desejava nunca ter sido obrigado a algemá-la. Queria também voltar o tempo e
estar lá para ajudá-la.

- Me
prenderam a uma parede. Tiraram minha roupa e trouxeram aqueles cabos que usam
para tirar informações das pessoas.

Poncho
tinha vontade de bater em alguma coisa.

- Mas James
me resgatou a tempo - completou Annie.

- Antes
de...

- Sim -
sussurrou ela. - Eu estava bem,

- Sim, você
está.

- Não, quer
dizer, eu não odeio homens ou algo assim... Ela soltou um pequeno riso e disse:

- Apesar do
modo como eu tratei você.

- Estou
muito feliz por saber que você não odeia homens, uma vez que eu sou homem.
Mas...

- Você quer
saber por que eu sempre tratei você mal se não odeio homens? - perguntou Annie.

- Sim.

-
Aparentemente, não odiar homens e deixar que eles se aproximem são coisas
completamente diferentes. Antes de me mudar para Cheyenne, era fácil manter
distância de homens. Depois eu conheci você.

Ele parou
de respirar.

- E...?

- E então
eu não conseguia manter distância. Então eu fingi.

- Está bem,
vou ter que fazer isso...

Ele mudou
de posição, puxando-a para um abraço e enternecendo-se um pouco quando ela
deixou que o fizesse. Meio trêmula, Annie disse:

- Apesar de
estarmos assim, pretendo manter distância... Poncho roçou o queixo no
rosto dela, apreciando aquela suavidade.

- Por quê?

- Por quê?
- ela riu. - Bem, não sei por que exatamente.

- Você não
precisa ter medo de mim.

- Eu não
tenho.

- E quanto
à coisa física, podemos ir devagar.

- É, sim,
eu duvido.

Bem, ela
tinha seu ponto de vista. Relutantes ou não, havia uma química entre eles, e
ele imaginou que se ela não estivesse inibida já teriam usado pelo menos uma
das camisinhas que estavam num cesto na bancada do banheiro.

- Para mim,
faz muito tempo, Poncho. Um ano. Se eu deixar que... a gente durma junto, não
vou conseguir encarar isso de maneira superficial. E o contrário de superficial
não é algo para o qual eu esteja preparada, e duvido que você também esteja.

- Ah, Annie
- ele passou uma das mãos pela coluna dela. - Sinto muito que você tenha sido
levada a essa situação.

- Eu me
levei.

Ele estava
perfeitamente consciente de que ela não correspondera ao abraço. Annie mantinha
uma das mãos em sua própria cintura e a outra descansava sobre o abdômen dele.
Se estivesse um pouco mais acima, ela sentiria o que estava fazendo com o
coração dele.

E se
estivesse um pouco abaixo, sentiria o que estava fazendo com outra parte do
corpo dele.