Fanfic: Volúpia (TERMINADA)

Em seu escritório,
James jogou seu celular longe e os três homens que estavam à porta abaixaram a
cabeça. O aparelho atingiu o relógio de cristal e este se estilhaçou.

- Tenho
três fios soltos - disse ele calmamente, olhando na tela de seu computador, que
mostrava as transcrições de todas as comunicações de Tibbs.

Acessar o
computador de Tibbs não havia sido nenhum trabalho genial, e permitira a ele
rastrear todas as pessoas envolvidas e os acontecimentos. Vencer.

- Temos que
cuidar dos três, do contrário vou cuidar de vocês.

- Sim,
senhor. Mas no caso de Ucker não estava previsto que ele seria transferido de
hospital - disse Benny, defendendo-se.

Benny
trabalhara com Christian, mas Christian se tornara dispensável no momento em
que prometera proteger Annie. Não se importava em trair Poncho, mas quando se
tratava de uma mulher bonita, não fazia o que era preciso. James, entretanto,
fazia.

- Ucker
nunca deveria ter sido transferido - repetiu Benny. - Mas Christian...

- Está
morto - James olhou cada um deles. - Assim como vocês vão estar se não
resolverem isso.

Ele se
voltou para o computador. Annie havia acessado seu correio de voz de algum
lugar perto dos limites da cidade. De algum modo ele sabia que Poncho estava
com ela. O fato de eles terem levado sete horas para chegar a Cheyenne indicava
que haviam parado em algum lugar.

Provavelmente
para dormir.

Juntos?

Não. James
tinha certeza de que ela sentia algo por ele. Cultivara nela a imagem de que
era um herói. Não, Annie não dormira com Poncho. Era cautelosa demais, ele
sabia. Durante meses ele tentara levá-la para a cama. Conseguira. Até que houve
aquela operação, por trás da qual ele estava, é claro. Em grande parte porque
ela estava perto de expô-lo. Ela era esperta.

Tinha que
despistá-la, a qualquer custo. Então encontrou uma maneira de assustá-la e ao
mesmo tempo ficar em dívida com ele. Genial, disse para si mesmo. Ele bancara o
herói e ela ainda não desistira dele.

Teria se
entregado a Poncho?

Se fosse
isso, era mais um bom motivo para matar aquele desgraçado. E depois,
infelizmente, matá-la.

Condomínio
de Annie

Annie
permaneceu nó pátio dos fundos, escondida atrás de uma figueira, olhando para a
porta de entrada do prédio. Havia falado muito quando estavam indo para lá.
Dissera a Poncho que estava vivendo sua vida.

Mentirosa.

Ela ainda
se escondia. Ainda se fechava para os sentimentos. Mas se abrira com ele, não?
Deixara ele entrar em seu corpo e seu coração. O que estava fazendo?

Annie olhou
novamente para a porta. Poncho já devia ter subido as escadas. Poncho, que
pusera a vida dela à frente da vida dele. Várias vezes, só na noite passada. A
noite mais louca de sua vida. Ela sentiu um frio na espinha. Quantas vezes
quisera ficar em seus braços para sempre, o que parecia implausível.
Improvável.

Havia sido
apenas uma noite. Achava que o medo, a adrenalina e a carência haviam criado um
desejo que ela não conseguira ignorar. Logo as coisas voltariam a ser como
eram.

Mas algumas
coisas certamente mudariam. Ela mudaria para sempre com aquela experiência, por
descobrir que era forte como esperava que fosse, e que era uma mulher com todas
as letras. Talvez conseguisse voltar a confiar em seu coração.

Teria ele
entrado em seu quarto?

Ela subiu
as escadas e na entrada de seu quarto deu de cara com Poncho.

- Ei -
disse ele. - Ouvi você chegando. Achei que havíamos combinado que você ficaria
do lado de fora.

- Não, você
decidiu isso.

Annie se
jogou nos braços dele e se sentiu... incrível. Recuando a cabeça, olhou nos
olhos deles, pensando que nunca tivera um homem naquele quarto. E agora estava
ali com aquele homem esperto, divertido, sexy.

- O que é?
- perguntou ele.

- Mais
tarde - disse ela.

Ele se
inclinou e a beijou. Um beijo rápido, mas doce. Mas então seus lábios se
grudaram e suas línguas se envolveram. Eles ficaram ofegantes, corpos se
inclinando um contra o outro.

- O laptop
- murmurou ele, já com as mãos sob a blusa dela.

Certo. Ela
se afastou dele e apontou para a mesinha ao lado da cama.

- Leve
também a caixa que está na gaveta embaixo.

- O que há
nela? - ele sorriu. - Camisinhas?

- Algo
ainda melhor para proteção. Uma pistola e munição.

Annie olhou
para as roupas que desistira de vestir antes da operação, preparando-se como se
fosse para um encontro amoroso com aquele homem que secretamente a atraía. Não
saíra com ninguém desde James. E o último encontro com James não fora
exatamente um sucesso.

Ela se
lembrou que ele a levara a seu luxuoso rancho nos arredores de Cheyenne, um
"paraíso secreto", como ele disse.

Paraíso
secreto.

De repente,
ela sabia onde encontrar James.