Fanfic: Amor em publicidade | Tema: Crepusculo
Nunca havia chovido tanto como na noite anterior. As janelas deveriam ser mesmo muito fortes para resistir àquela ventania tão insistente. Deitada no quarto escuro, apenas com a claridade dos relâmpagos aparecendo pela transparência dos vidros da janela, Emilly pensava em como seria seu dia seguinte. Sairia cedo para não chegar atrasada em seu primeiro dia de estágio remunerado na grande editora de livros e publicidade chamada JK Books and Publishing.
Ela havia conseguido o estágio após um ano de tentativas e espera. Sabia que muitas meninas já haviam passado por aquele estágio e não haviam permanecido por muito tempo alegando ele ser muito “pesado”, exaustivo ou apenas que não haviam se encontrado naquela experiência. Outras que concluíram o período de teste de 1 ano, conseguiram receber uma boa indicação para contratação em outro lugar ou então foram efetivadas na empresa podendo trabalhar em outro setor.
Ali deitada em sua cama, Emilly pensava que seria muito bom começar seu primeiro dia de trabalho desfrutando de um maravilhoso dia de sol de primavera... mas será que seria possível? Aos poucos foi deixando os pensamentos e ansiedade de lado e adormeceu.
Acordou com os leves raios de sol entrando pela janela, as mesmas brechas que ontem clareavam o quarto a cada relâmpago. Olhou para seu despertador de cabeceira e viu que faltam cinco minutos para ele despertar. Então antes mesmo de começar sua canção de bom dia, ela levantou-se da cama e decidiu fazer diferente daquele dia, ela o silenciaria antes mesmo dele começar.
Colocou uma roupa leve e saiu de casa para sua corrida matinal, que por sinal era um de seus momentos favoritos do dia, pois enquanto corria conseguia pôr os pensamentos em ordem e organizar a sua agenda de atividades do dia. Colocou seus fones de ouvido, e saiu sentindo a brisa leve da manhã em suas bochechas. Correu por quarenta minutos fazendo seu percurso de sempre pelo parque, onde muitas pessoas já estavam em seus exercícios matinais, algumas correndo, outras exercitando-se no gramado onde também alguns grupos praticavam yoga. Estava entretida olhando para as pessoas e não percebeu o que aconteceu, apenas sentiu mãos em seus ombros que a rodaram e a puxaram para o gramado. Emily se desequilibrou e foi caindo lentamente como se estivesse em câmera lenta e antes que chegasse ao chão sentiu uma mão apoiar sua cabeça evitando que ela fosse de encontro a areia dura.
Demorou alguns segundos para compreender o que tinha acabado de acontecer, pois estava correndo e em segundos já estava no chão. Não havia sentido nisso. Quando percebeu, dois olhos de um mel claro, a encarava com uma expressão de susto e indagação. Ela os observou por um instante, e viu que eram profundos e marcantes. Observou o contorno do rosto e enquanto observava percebeu o que havia acontecido e então falou.
- Mas o que é isso? – perguntou ao homem que a encarava com seu olhar marcante e ao mesmo tempo expressando dor em sua face.
- Me desculpe! Eu estava correndo e percebi que você corria olhando para o lado e não estava vendo que tem um tronco de árvore no chão bem ali mais a frente. Então quis desviar seu caminho, mas meu pé não acompanhou minha mente então me desequilibrei e te trouxe junto comigo. Me desculpe novamente.
Ambos ainda ficaram se olhando e então perceberam que estavam ainda no chão conversando abraçados. Rapidamente Emily se levantou e olhou a frente percebendo que realmente não tinha notado que estava bem a sua frente a poucos metros de distância.
- Oh, me desculpe e obrigada. Eu realmente não percebi. Estava olhando para as pessoas e nem vi. Mais uma vez obrigada, e espero não ter machucado sua mão. Você fez uma expressão de dor.
- Não, está tudo bem. Só doeu um pouco mas nada demais. Está tudo bem.
O homem que ajudou Emily a se levantar completamente do chão se apresentou.
- Muito prazer, sou Josh.
- Ah, sou Emily Rose. Prazer.
- Cuidado Emily, não é nada responsável correr olhando de lado. Você deveria estar sempre atenta e olhando para frente. Afinal, para seguirmos em frente, devemos sempre olhar para frente.
- Desculpe, mas não foi nada demais eu apenas me distraí olhando as pessoas no parque. Isso não acontece sempre e na minha vida, eu sou uma pessoa que estou sempre olhando para frente, senhor Josh. Não se preocupe, estarei mais atenta e olhando para frente para que não me esbarre com o senhor novamente.
Disse Emily já estreitando os olhos, pois não havia gostado nenhum pouco do comentário feito por aquele homem que ela nem conhecia.
- Tudo bem senhorita Emily. Ótimo que siga o meu conselho. Assim não precisarei desviar meu caminho novamente, para ter que salvar alguém que não presta atenção ao seu próprio caminho. Tenha um bom dia.
E antes que Emily pudesse responder para lhe dizer que em nenhum momento ela pediu que ele a salvasse, o homem iniciou sua corrida e foi embora sem ao menos olhar traz. Mas Emily tinha certeza que ao sair correndo ele com certeza saiu com um sorriso nos olhos, pois “ganhou” aquela discussão.
Antes de voltar a correr Emily olhou ao seu redor para ver se alguém a estava observando, mas ninguém pareceu ver o que tinha acabado de acontecer ali. Todos seguiam com suas atividades normalmente. Por que justamente aquele homem a livrou de tropeçar no tronco? Então voltou a sua corrida e foi para casa sentindo suas bochechas ficarem quentes, de raiva ou de vergonha, ela ainda não sabia.
Ao chegar em casa, tomou uma ducha revigorante, lavou seus cabelos e vestiu a roupa que tinha escolhido no dia anterior. Uma calça jeans com uma blusa azul bic de gola alta. Ela sempre gostou muito dessa blusa, pois se achava bonita nela e que a cor dava um toque diferente na cor de seus cabelos que ficavam em mais destaque.
Prendeu seus cabelos ruivos acobreados em um rabo de cavalo, pois ela sempre gostava desse penteado. Achava-o leve e descontraído, passou uma maquiagem leve, dando destaque somente aos olhos com lápis e rímel e passou seu batom favorito, vermelho. Ao olhar-se no espelho, gostou do que viu.
Depois de pronta foi para a cozinha e preparou sua vitamina matinal e enquanto tomava escutava as notícias que passavam na TV. E por incrível que pareça, estava mostrando a árvore que tinha caído no parque. A mesma árvore que ela quase esbarrou sem perceber, se não fosse por aquele homem…por aquelas mãos que a puxaram… e por aquele olhar que a deixou hipnotizada por uns segundos. Emilly balançou a cabeça no intuito de jogar para o lado aqueles pensamentos e se concentrar no que deveria fazer.
Pegou a sandália que tinha um salto confortável, os documentos que tinha separado na noite anterior para entregar ao RH da empresa, as chaves do carro e saiu de casa, na esperança que aquele dia fosse um excelente dia.
Ao sair, pegou o caminho da padaria, pois pararia por lá para pegar alguns croissants para comer quando tivesse fome no decorrer do dia. Ainda não sabia como seria sua rotina e queria garantir que ia ter algo para comer por perto caso não tivesse tempo livre para sair e comer fora.
Emilly sempre achou que o croissant que eles vendiam lá, era de outro mundo de tão saboroso que era. Fez o seu pedido matinal de sempre, o famoso croissant de queijo com um café expresso forte para animar o dia. Greg, seu amigo e dono da padaria já conhecia bem esse pedido e sempre o deixava pronto para quando ela passasse. Hoje não foi diferente, mas como ela estava com muitas coisas na cabeça esqueceu o cartão fidelidade para ele registrar seu pedido e assim garantir seu desconto em compras futuras.
Emilly perdeu tempo enquanto o procurava na bolsa e dava atenção ao seu amigo que falava animadamente sobre como seria o seu dia. Greg não se importava nenhum pouco se as pessoas da fila reclamavam da demora de Emilly, para ele quanto mais tempo ela passasse ali, melhor, pois assim ele a teria por mais tempo perto de si.
Quando Emilly finalmente achou seu cartão na bolsa, o entregou a Greg que prontamente registrou seu pedido. Maravilha, agora só faltavam 1 registro e ela poderia escolher entre um bom desconto em sua compra ou um combo gratuito.
Emilly parou perto da porta para guardar de volta seu cartão na bolsa. Não percebeu que alguém que estava atrás dela também se aproximava a caminho da saída da padaria. Só sentiu o esbarrar da pessoa em suas costas, mas antes mesmo que visse o rosto da pessoa, ele passou por ela e foi embora reclamando de sua falta de atenção.
Ainda tentou olhar pelo vidro da porta, mas com o passar das outras pessoas não conseguiu ver a pessoa que ela atrapalhou o caminho. Queria se desculpar, mas não deu tempo. Então seguiu para seu carro para iniciar seu trajeto até seu novo trabalho.
Autor(a): claudiamercia1hotmail.com
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Loading...
Autor(a) ainda não publicou o próximo capítulo