Fanfic: Rebelde: Elite Way School | Tema: Rebelde
Sala de Estar da Mansão Villafuerte
A sala de estar é luxuosa, com móveis de madeira escura e decoração clássica. O ambiente é silencioso, com uma tensão no ar. Ramón Villafuerte está sentado em uma poltrona, olhando severamente para Dante, que está de pé, de braços cruzados, claramente aborrecido.
Ramón Villafuerte: Dante, desta vez você foi longe demais! Expulso de mais um colégio!? Por que você não leva nada a sério!?
Dante: Eu não pedi para estar aqui, coroa! Eu nunca quis isso!
Ramón Villafuerte: Eu sou seu pai agora! E como seu pai, estou tomando uma decisão. Você não vai mais causar problemas.
Dante ri com desprezo e vira o rosto, mostrando seu desinteresse.
Dante: Então fala logo. Qual é a punição desta vez?
Ramón Villafuerte: Você vai para um internato, o mesmo onde o seu irmão estuda.
Dante arregala os olhos, surpreso e furioso com a decisão.
Dante: Só pode estar brincando! Eu não vou pra lá!
Ramón Villafuerte: Você não tem escolha, Dante! Isso não é um pedido! É uma ordem!
Dante: Ah, é? E se eu me recusar?
Os dois ficam cara a cara, com a tensão aumentando a cada segundo. Ramón mantém a postura firme, mas é possível ver uma pontada de decepção em seus olhos.
Ramón Villafuerte: Escuta, Dante. No Elite Way School, você terá a chance de recomeçar, de construir algo com as pessoas certas... de ter uma nova família. Algo que eu claramente falhei em te dar.
Dante: Eu não quero uma família! Eu não preciso de ninguém!
Ramón Villafuerte: Eu só quero o melhor para você, Dante. Você não vê? Tudo que eu faço é para te dar um futuro melhor.
Dante: Que futuro? Eu nem sou seu filho de verdade!
Ramón Villafuerte: Está enganado, mesmo não tendo o meu sangue, você ainda é meu filho!
Dante: Sabe o que eu queria? Nunca ter saído daquele orfanato. Ter ficado lá teria sido muito melhor do que ser adotado por você.
Dante se levanta da mesa.
Ramón Villafuerte: Você vai para o Elite Way School, amanhã cedo. Essa é sua última chance.
Dante: Eu juro que você vai se arrepender de me mandar para lá. Eu nunca vou ser como o Leon! NUNCA!!!!
Dante sai da sala, subindo as escadas rapidamente e batendo a porta de seu quarto. Ramón fica parado, olhando para a escada, com uma expressão de tristeza. O mordomo Edgar observa a briga em silêncio.
Ramón Villafuerte: Prepare o carro, Edgar. Vamos para o colégio agora mesmo. Já está quase na hora da festa de formatura do Leon.
Edgar: Como desejar, senhor.
Quarto de Dante
Dante está no seu quarto, jogando suas roupas e pertences em uma mala de viagem de forma desordenada. Ele está claramente frustrado e agitado. A raiva é evidente em cada movimento. Ele para, olha pela janela para o céu nublado e respira fundo. Dante fecha os olhos por um momento, tentando controlar a raiva. Em seguida, pega o celular e disca o número de Leon.
Leon: Dante? O que houve?
Dante: O coroa vai me mandar pro seu colégioí. Ele se cansou de mim.
Leon: Calma, Dante. Vou te ajudar. Só... tenta não piorar as coisas até lá, ok?
Dante respira fundo e esboça um pequeno sorriso ao ouvir as palavras do irmão adotivo.
Dante: Vou tentar. Valeu, Leon.
Ele desliga o telefone e, por um momento, o quarto fica em silêncio. Dante se deita na cama, olhando para o teto, perdido em pensamentos sobre o que o espera no internato.
Dante: Eu não preciso de ninguém...
Elite Way School
Os alunos estão reunidos, animados com a festa de formatura. Mia olha ao redor, preocupada, procurando por seu pai.
Mia: Onde ele está? Ele disse que viria...
Celina se aproxima apressada e puxa o braço de Mia.
Celina: Anda, vem rápido! Só temos 10 minutos pra entrar!
Mia: Não, não, espera, Celina! O meu pai ainda não chegou e eu quero que pegue o melhor lugar quando chegar.
Celina olha ao redor para ver se encontra algum sinal de Franco Colucci.
Celina: Eu não tô vendo ele... não tô vendo.
Mia: Eu também não, mas vou esperar aqui.
Celina: Ai, vamos logo!
Mia: Espera...
Leon se aproxima de Mia com um sorriso confiante.
Leon: E aí, Mia.
Mia sorri ao vê-lo.
Mia: Oi, Leon!
Leon: O que vai fazer depois da festa de formatura?
Mia: Ah, eu vou sair com os meus amigos.
Celina ri ao ouvir a resposta de Mia.
Leon: Ah...
Mia: É...
Leon: E algum dia vai sair comigo?
Mia ri, divertida.
Mia: Hahaha... Eu vou, um dia eu vou sair com você. Aliás, por que você não me liga nas férias? Tá?
Leon: Tá!
Leon sorri e pega uma margarida, entregando para Mia.
Leon: Toma.
Mia pega a flor.
Mia: Obrigada.
Leon se aproxima e dá um beijinho no rosto de Mia. Ela sorri e suspira.
Mia: Ai...
Leon se despede de Mia e sai.
Leon: Tchau.
Mia acena para Leon.
Mia: Tchau!
Celina observa a cena e cai na risada.
Celina: Coitadinho! Por que você pediu pro Leon te ligar nas férias se você vai viajar?
Mia: Foi por isso! Pra ele me ligar quando eu não estiver!
As duas riem juntas enquanto andam juntas até o salão de festas. Enquanto isso, Ramón Villafuerte chega ao colégio, entrando pela porta principal com uma expressão séria. Ele vê Leon parado perto do saguão, ainda pensando na Mia. Ramón se aproxima, e os alunos ao redor percebem a sua presença autoritária. Leon olha para o pai e, ao vê-lo, já sabe o que está por vir.
Ramón: Leonardo, preciso falar com você. O assunto é muito sério.
Leon: É sobre o Dante?
Ramón: O seu irmão aprontou mais uma e foi expulso de outro colégio. Já estou cansado disso.
Leon: Eu já sei, papai. Dante ligou pra mim mais cedo.
Ramón, frustrado e sem paciência, dá um suspiro e coloca as mãos nos bolsos do paletó.
Ramón Villafuerte: Esse garoto não tem jeito... Leonardo, meu filho... Eu quero que você fique de olho nele quando chegar amanhã. Já está mais do que na hora dele começar a se comportar.
Leon: Tá bom, papai. Pode deixar.
Ramón Villafuerte: Eu vou cumprimentar o Sr. Bustamante e o Pascoal no salão. Espero me divertir na festa de formatura, pelo menos.
Leon: Claro papai. Aproveite.
Ramón dá um último olhar sério para Leon, como se quisesse mais uma garantia de que ele tomará conta de Dante, antes de se afastar para se dirigir ao salão de festas. Leon observa o pai se afastando, pensativo e ciente de que mais uma vez ele terá que lidar com as consequências das ações de Dante.
Elite Way School - Salão de Festa
As cadeiras do salão de festa estão ocupadas por professores, alunos e pais, todos ansiosos para a festa de formatura. Alice sobe no palco, com um microfone em mãos, e se posiciona para iniciar a cerimônia. Ela sorri para a plateia, e a atenção se volta para ela.
Alice: Bom dia, bem-vindos professores, alunos e pais de alunos. Esta é uma ocasião muito especial, porque temos a festa de formatura da nossa querida Elite Way School. É uma honra para mim apresentar o nosso senhor diretor, o professor Pascoal, que dirigirá a vocês umas palavras. Aplausos, por favor.
Os alunos e professores aplaudem enquanto Alice faz um sinal, chamando Pascoal para o palco.
Alice: Professor...
Ela entrega o microfone a ele, e Pascoal acena para a plateia.
Diretor Pascoal: Obrigado, pessoal. Muito obrigado. Antes de começar, eu quero dar as boas-vindas porque temos o orgulho de contar com a presença do senhor secretário Bustamante e do prefeito, senhor Villafuerte. Bem-vindo, secretário. Bem-vindo, prefeito.
Pascoal e Alice aplaudem enquanto Ramón e Bustamante, que estão na plateia, acenam para todos. A plateia responde com aplausos calorosos.
Diretor Pascoal: Senhores professores, familiares e amigos, alunos...
Pilar, sentada em uma das cadeiras, parece entediada com o discurso. Ela pega o walkman no bolso, coloca os fones de ouvido e começa a escutar uma música.
Diretor Pascoal: Um novo ciclo escolar chega ao fim...
Raquel, ao seu lado, olha surpresa e tenta tirar o fone de Pilar.
Raquel: O que você tá fazendo?
Diretor Pascoal: No Elite Way School...
Pilar ignora Raquel e fica irritada, ela não tira o fone.
Pilar: Deixa!
Diretor Pascoal: E aqui encerramos satisfatoriamente outro capítulo mais da história institucional da nossa escola, a serviço da comunidade.
Pascoal, Alice e a plateia aplaudem enquanto Pilar, indiferente, continua com os fones no ouvido, deixando o ambiente um pouco mais descontraído. Ela não parece dar muita importância ao que está acontecendo.
Diretor Pascoal: As melhores famílias, os nomes mais distintos do nosso amado país, aproximam o nosso templo do saber a seus filhos, confiando que faremos deles homens e mulheres de bem. Pessoas importantes para toda a sociedade. Bem-vindos!
A plateia aplaude de novo, agora com mais entusiasmo, enquanto Pascoal sorri para todos. Pilar, ainda com os fones de ouvido, se deixa levar pela música, alheia ao entusiasmo ao seu redor.
Ruas da Cidade do México
A cidade já está movimentada, com carros passando e pessoas caminhando apressadas para seus compromissos. Em um beco estreito, alguns delinquentes cercam uma menininha assustada, tirando dinheiro de suas mãos. Ela chora, implorando para que devolvam.
Menininha: Por favor, isso era para comprar comida!
Os delinquentes riem, mas, de repente, um barulho de passos firmes se aproxima. Dante surge no beco, com as mãos nos bolsos e um olhar frio.
Dante: Vocês têm dois segundos para devolver esse dinheiro antes que eu acabe com vocês.
Delinquente: Cai fora, senão vai sobrar pra você também!
Dante não responde. Ele apenas avança rapidamente e atinge o primeiro delinquente com um soco no estômago, fazendo-o dobrar de dor. Os outros tentam reagir, mas Dante desvia com facilidade e derruba dois com chutes rápidos e precisos.
Dante: Vocês estão com azar. Estou com um péssimo humor hoje.
Os delinquentes caídos se arrastam para longe, com medo. Um deles, tremendo, junta as mãos em súplica.
Delinquente 2: Por favor, cara... já chega! Não machuca mais a gente!
Dante encara o grupo por um momento, depois aponta com a cabeça para longe.
Dante: Não quero ver mais vocês por aqui! Caiam fora!
Os delinquentes não hesitam e saem correndo. Dante se abaixa e pega o dinheiro caído no chão. Ele se vira para a menininha, que ainda está assustada.
Dante: Toma, isso aqui é seu. Vai pra casa garotinha. Ficar andando nesses becos é muito perigoso.
A menininha, ainda assustada, pega o dinheiro e murmura um agradecimento antes de sair correndo para sua casa.
Menininha: Obrigada, moço!
Dante solta um suspiro e passa a mão pelo cabelo, ainda irritado. Sem dizer mais nada, ele caminha de volta para a mansão dos Villafuerte, desaparecendo nas ruas. Enquanto isso no colégio, Alice sobe ao palco com um sorriso radiante, segurando o microfone.
Alice: E agora, nossas lindas alunas que entram para o 4º ano vão nos deleitar com uma bela coreografia dirigida pela aluna Mia Colucci! Aplausos, por favor!
A plateia aplaude enquanto Mia e um grupo de alunas entram no palco. A música começa, e todas executam uma coreografia bem ensaiada. Leon observa Mia encantado, aplaudindo entusiasmado junto com os outros. Ao final da música, outra canção começa a tocar. As luzes mudam para tons vibrantes, e Mia, agora no centro do palco, assume uma postura mais ousada. A batida da música aumenta, e ela começa a dançar de forma sensual. Raquel vê a cena e rapidamente arranca o fone de ouvido da Pilar. A ruiva vira para o palco e arregala os olhos, horrorizada.
Vick e Raquel começam a dançar e aplaudir animadas. Mia joga seu casaco preto para a plateia. Tomás, surpreso, coloca as mãos na boca. Diego balança a cabeça negativamente, sem acreditar no que está vendo. Leon, que antes aplaudia encantado, agora fica envergonhado. O brilho nos olhos dele some, e ele leva a mão ao rosto, desapontado. Mia tira a saia e a joga para a plateia, onde alguns alunos gritam de empolgação. Ramón Villafuerte e o Sr. Bustamante trocam olhares indignados. Alice começa a suar de nervoso. Mabel Bustamante se levanta, chocada.
Mabel Bustamante: Meu Deus! Que horror!
A música continua. Mia, ainda no palco, dança sem perceber o caos que causou. Alguns alunos se levantam para dançar junto, enquanto outros observam incrédulos. O Sr. Bustamante, acompanhado de sua esposa, seguranças e outros convidados importantes, se levanta e sai do salão indignado. Ramón e Edgar fazem o mesmo. Pascoal está paralisado, mas ao ver Mia jogando a camisa para a plateia, ele se recupera e rapidamente faz um sinal desesperado.
Diretor Pascoal: CORTA!!!! CORTA!!!!
Leon esconde o rosto nas mãos, sem saber onde se enfiar.
Os alunos continuam dançando animados. Alice está visivelmente envergonhada.
Diretor Pascoal: Corta o som!
Mia continua sensualizando no palco enquanto Pascoal tenta desesperadamente manter a ordem.
Estética Mayra
O salão está calmo, com música ambiente suave. Mayra está penteando o cabelo de sua sobrinha Lupita, que está sentada na cadeira, enquanto conversam com leveza e carinho.
Mayra: Ah... quando você conhecer o colégio não vai acreditar.
Lupita: Por quê?
Mayra: Parece... parece até que é um hotel de cinco estrelas! Os quartos são como suítes presidenciais! Lindos!
Lupita: Ai, tia... E se não me aceitarem? O que vai acontecer? O que eu vou fazer se não entrar pra esse colégio!?
Mayra: Mas por que filha!? Por que não vão aceitá-la e não vai entrar pra esse colégio!? Diga!
Lupita: Ai! Não, não, não, não! É que eu morro de medo! Eu juro que eu morro de medo não passar nessa prova!
Mayra: Será aprovada.
Lupita: Depois de tudo que ficou gastando com os meus professores particulares pra que eu pudesse entrar... mas eu prometo... que eu vou pagar por tudo que você fez por mim...
Mayra: Oh! Esquece essa ideia de pagar! Porque se disser de novo, eu queimo seu cabelo, faço um permanente, vou deixar tudo verde! O que que você acha disso!?
Lupita se levanta da cadeira e entra na brincadeira da Mayra.
Lupita: Então você vai me maltratar!?
Mayra: Vou! Vou sim! Vou sim! Vou deixar você careca! O que acha!?
Lupita: Você é muito má!
As duas riem e se abraçam com carinho.
Mayra: Oh! Minha linda!
Lupita: Obrigada, tia.
Mayra: Não tem o que agradecer, filha. E lembre-se: Se não gostar de alguma coisa lá, ou se alguém mexer com você, se aqueles ricos exibidos quiserem te maltratar, não esqueça de me ligar, filha, vou logo avisando.
Lupita: Então pera aí... Se lá vou ter que estudar com adolescentes exibidos, por que que eu tô indo?
Mayra: Ô, filha! Não reclama! Tem que crescer. Olha, o preço a gente tem que pagar, temos que pagar pra ser alguém. Tem que sair deste bairro, querida, vai ser muito mais do que uma cabelereira.
As duas se abraçam novamente, emocionadas.
Mayra: Minha filha...
Rosa entra, com expressão séria, enquanto Lupita a encara com surpresa.
Rosa: Lupita... Você vai lá em casa se despedir da sua irmã ou vai embora direto daqui?
Lupita: Não. Claro que vou me despedir da Dulce, mamãe. Aliás, sem a sua permissão eu não vou a nenhum lugar nenhum.
Lupita se levanta, dá um sorriso tímido para Mayra e sai do salão, deixando as duas mulheres sozinhas. A tensão entre elas é palpável.
Mayra: O que está olhando? O quê? Gostou da cor de cabelo que estou usando? Gostou? Posso pintar o seu de graça.
Rosa: Agora que conseguiu separar minha filha da mãe dela, deve estar contente, não é, Mayra?
Mayra: Se quiser que eu diga a verdade, sim.
Rosa: O que ganha tirando minha filha de casa? Fala!
Mayra: Eu nada. Vou sentir muito mais saudade do que você.
Rosa: Hmm...
Mayra: Mas sabe quem vai ganhar? Lupita.
Rosa: Sabe perfeitamente que eu preciso dela... Por que encheu a cabeça dela de passarinhos!? Por quê!?
Mayra: Porque tenho direito! Porque tenho direito de ter a cabeça cheio de passarinhos, hein!? PORQUE TENHO O DIREITO DE TER UMA HISTÓRIA DIFERENTE!!!!
Rosa: Sei...
Mayra: PORQUE A HISTÓRIA NÃO PODE SE REPETIR!!!! TEM QUE SER DIFERENTE DE VOCÊ E DE MIM!!!!
Rosa: Ah, claro! Desde que não levem ela para onde levaram você também, hein!? Tomara que a minha filha não seja uma... prostituta como a tia dela foi...
Mayra: Não... Ela não vai ser prostituta, eu tenho certeza... Mas sabe de uma coisa? Não vai ser a enfermeira da irmã dela a vida toda!
Rosa: Sabe perfeitamente que ela adora a irmã dela!
Mayra: MAS É CLARO QUE ELA ADORA!!!! A MENINA GOSTA DELA, MAS VOCÊ É A MÃE DELA!!!! ELA NÃO É A MÃE DELA!!!! E TEM QUE CUIDAR DELA!!!! É O SEU DIREITO E A SUA OBRIGAÇÃO!!!! NÃO É DELA!!!! ENTENDA!!!! ENTENDA!!!!!
As duas se encaram, os olhos brilhando com emoções conflitantes. O silêncio no salão é interrompido apenas pela música suave ao fundo.
Terraço do Apartamento de Lupita
Lupita e Dulce estão sentadas na escada do terraço. Dulce brinca com um ursinho enquanto Lupita a observa com um sorriso misturado à tristeza.
Lupita: Olha... aqui...
Lupita mostra pra Dulce um livrinho que parecia um diário.
Lupita: Nesse livrinho... eu vou escrever tudo o que acontece comigo... Pra quando eu vir ver você, como se estivesse lendo uma historinha...
Dulce: Tá...
Dulce olha curiosa e, de repente, abraça Lupita. A emoção de Lupita transborda, e as lágrimas começam a escorrer pelo seu rosto.
Dulce: Por que, mamãe? Por quê?
Lupita: Eu vou sentir muito a sua falta... mas você e eu sempre vamos estar juntas...
Lupita dá um beijinho carinhoso na bochecha de Dulce e segura suas mãozinhas.
Lupita: A minha tia me prometeu que virá pentear você todos os dias e vai deixar mais bonita do que se eu estivesse com você. Ela vai pintar suas unhas também...
Dulce: É?
Lupita: É...
Lupita continua emocionada.
Lupita: Me dá um beijo...
Dulce: Por quê?
Lupita: Me dá um beijo, anda... um beijinho... me dá um beijinho...
Dulce ri, obedece e dá um beijo no rosto de Lupita.
Lupita: Eu dou um outro em você.
As duas se abraçam bem apertado.
Quarto de Dulce
Lupita e Dulce estão sentadas na cama de Dulce, cercadas pelos brinquedos. Lupita pega a mão de Dulce e fala com ternura.
Lupita: Agora você vai ser responsável, vai cuidar de todos os nossos brinquedos, está bom? Você promete?
Dulce ascena positivamente com a cabeça.
Lupita: Tudo bem...
Lupita começa a chorar novamente.
Lupita: Eu não quero te deixar... snif... mas eu tenho que ir...
Dulce: Por quê?
Lupita: Porque... porque eu quero ser uma grande médica pra poder cuidar de todas as crianças como você... snif...
Lupita pega um retrato das duas e mostra para Dulce.
Lupita: Olha... eu tenha essa foto de nós duas... Olha como estamos bonitas...
Dulce: Você! Você!
Lupita: E você também. Olha.
Lupita dá um beijinho no retrato.
Dulce: Você...
Lupita: Você e eu, aqui estou eu e e aqui está você...
Dulce: E você...
Lupita: Uhum...
Dulce: Sou eu!
Lupita: Olha, eu vou ficar com uma foto igualzinha esta, e você vai ficar com esta para poder lembrar de mim...
Dulce: De mim... Tá!
Lupita: Snif... Eu já sei que vai lembrar de mim... eu também vou lembrar de você...
As duas beijam a foto ao mesmo tempo, emocionadas.
Dulce: Ihhhh! Eu já vou te ver já!
Lupita: Posso dizer uma coisa?
Dulce: Sim.
Lupita: Eu prometo... eu prometo que assim que eu acabar a escola eu nunca mais vou deixar você sozinha, tá? Você acredita? Eu nunca mais vou deixar você sozinha... Quando... quando eu acabar a escola eu vou voltar pra ficar com você... eu prometo... tá bom? Snif... vem...
Lupita a abraça apertado, chorando novamente, mas com um sorriso sereno. As duas permanecem abraçadas, enquanto o sol se põe suavemente pela janela do quarto.
Elite Way School - Quarto de Leonardo Villafuerte
Leon está deitado na cama, olhando fixamente para o teto. A luz fraca do abajur ilumina seu rosto, refletindo sua expressão de decepção e tristeza com a Mia. Ele se vira na cama, olhando para a escrivaninha onde há uma foto dos dois juntos. Seus olhos ficam marejados enquanto sua mente viaja para o passado.
Agosto de 1998 - 6 anos atrás
Primeiro ano do colégio, há seis anos atrás. Mia, uma menina de longos cabelos castanhos com apenas 10 anos, corre pelo pátio com um sorriso despreocupado. Ela para ao ver um menino loiro, vestindo o uniforme escolar de cor preta. Leon está sentado em um banco, abraçando os próprios joelhos. Mia se aproxima de Leon por curiosidade.
Mia (10 anos): Oi! Por que você está sozinho?
Leon olha para Mia, um pouco tímido.
Leon (10 anos): Porque acabei de chegar aqui. Não conheço ninguém.
Mia sorri gentilmente.
Mia (10 anos): Agora conhece! Eu sou Mia Colucci. E você?
Leon sorri de volta.
Leon (10 anos): Eu me chamo Leonardo Villafuerte.
Os dois trocam olhares e, naquele momento, uma amizade nasce. O flashback se dissolve lentamente, trazendo Leon de volta à realidade. Ele aperta os olhos, voltando a encarar o teto. A lembrança daquele momento inocente e cheio de promessas contrasta com a dor que sente agora. A festa de formatura mudou tudo.
Leon: Por que você fez isso, Mia? Eu realmente achei que você fosse...
Ele engole seco, incapaz de dizer "o amor da minha vida". Talvez tenha se enganado o tempo todo. Leon vira para o lado, fechando os olhos, mas sua mente continua presa na decepção. A imagem de Mia, sorrindo no passado, agora parece apenas uma lembrança distante e inalcançável.
Elite Way School
Na manhã seguinte, um carro luxuoso estaciona em frente ao portão imponente do Elite Way School. Dante desce do carro, visivelmente desinteressado, com sua mala sendo carregada. Leon está esperando por ele, com um sorriso nervoso no rosto.
Leon: E aí, Dante. Como que tá?
Dante: Eu não queria vim pra cá...
Leon: Relaxa, Elite Way School não é tão ruim como imagina. Você vai conhecer pessoas novas e quem sabe fazer amizades com a galera. Vai ser bom pra você.
Eles começam a caminhar em direção à entrada do colégio, e alguns alunos observam o novo garoto rebelde. Leon cumprimenta alguns amigos, enquanto Dante apenas os ignora. Eles entram no prédio principal.
Sala do Diretor Pascoal Gandía
O prefeito está sentado em frente ao diretor Pascoal Gandía, que lê o histórico disciplinar de Dante com uma expressão séria. O escritório é decorado com retratos dos alunos, refletindo a disciplina do colégio.
Diretor Pascoal: Senhor. Prefeito, eu li o relatório do Dante. Parece que ele tem um histórico... problemático.
Ramón Villafuerte: Eu sei, diretor Gandía. É exatamente por isso que estou confiando no seu colégio. Dante precisa de disciplina e estrutura, e eu acredito que o Elite Way School possa oferecer isso.
Diretor Pascoal: Certamente senhor, nesta instituição nós temos três objetivos fundamentais; disciplina, excelência acadêmica e respeito. Espero que Dante compreenda com seriedade.
Ramón Villafuerte: Ele não tem escolha, Pascoal. Espero que o senhor não hesite em me informar se houver qualquer problema.
Diretor Pascoal: Não se preocupe. Eu farei isso. Agora, se me dê licença, eu cuidarei do resto.
Ramón se levanta, aperta a mão do diretor, e sai do escritório. Pascoal fica pensativo por um momento, ajustando sua gravata.
Mensagem do dia - Orfanato
Quando uma criança é abandonada pelos pais e deixada em um orfanato, ela carrega em seu coração uma dor profunda, difícil de compreender ou expressar. O sentimento de rejeição e perda pode marcar sua visão do mundo, tornando difícil confiar nos outros e acreditar no próprio valor. Contudo, é importante lembrar que o abandono não define o valor dessa criança. Ela merece amor, cuidado e segurança como qualquer outra. As cicatrizes emocionais são reais, mas com apoio e carinho, é possível reconstruir a confiança e o senso de pertencimento. O que muitas vezes começa como uma história de dor pode se transformar em uma jornada de resiliência e superação. O amor e a esperança podem encontrar caminhos até mesmo nos lugares mais sombrios, e nenhuma criança deveria ser esquecida, pois dentro de cada uma delas existe um potencial imenso à espera de ser descoberto e nutrido.
Dante Gutiérrez
Autor(a): wagtrautmann
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Dante e Leon caminham pelos corredores movimentados do colégio. Leon aponta para os locais importantes – a biblioteca, o restaurante, a área da piscina. Dante parece distraído, não prestando muita atenção. Leon: E ali, bem ali, vem alguém que você precisa conhecer. Mia Colucci aparece no final ...
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