Fanfic: Amnésia | Tema: RBD
Dulce despertou em um quarto branco, com o zunido constante de máquinas ao seu redor. Seus olhos pesados se abriram lentamente, lutando para focar na figura ao seu lado.
Um homem segurava sua mão com uma expressão mista de alívio e preocupação. Seu coração acelerou ao vê-lo, mas seu rosto refletia total desconhecimento.
— Dulce, você acordou. — murmurou o homem com a voz rouca, seus olhos buscavam desesperadamente alguma resposta nos dela.
— Quem... quem é você? — Dulce conseguiu articular, sua voz era um sussurro frágil na atmosfera silenciosa do quarto.
— Sou eu, Diego. Seu marido. — ele respondeu rapidamente, com a voz embargada pela tensão emocional que oprimia o ar entre eles.
Dulce piscou várias vezes, tentando assimilar a informação. Marido? Nada fazia sentido. Seus pensamentos estavam turvos, como se um véu tivesse sido lançado sobre suas lembranças.
— Eu... não me lembro de você. — confessou Dulce, sua voz tremia com o peso da confusão e do medo.
Diego puxou uma cadeira mais perto da cama, nunca soltando sua mão.
— Você sofreu um acidente Dulce.
Antes que ela pudesse formular outra pergunta, a porta do quarto se abriu com um rangido suave. Uma enfermeira de cabelos grisalhos e sorriso gentil entrou, segurando um prontuário em suas mãos.
— Bom dia, Dulce. Que bom vê-la acordada. — disse a enfermeira com doçura, enquanto se aproximava da cama. — Você está aqui há 5 meses. Infelizmente você sofreu um traumatismo craniano no acidente.
Dulce olhou para a enfermeira, buscando qualquer sinal de confirmação em seu rosto. Tudo parecia surreal. 5 meses perdidos em sua vida, um marido ao seu lado que ela não conseguia reconhecer, e seu próprio corpo enfaixado e dolorido como prova de um passado recente que não conseguia recordar.
— Vai ficar tudo bem, você vai ver. — disse Diego, com a voz carregada de esperança.
Os olhos de Dulce se encheram de lágrimas enquanto ela tentava processar a tormenta de emoções dentro dela. Ela não sabia quem era Diego, nem como seria a vida deles a partir de agora.
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Dulce ainda se encontrava no hospital, ela e Diego estavam sentados na sala de espera do consultório do neurologista, o ambiente silencioso era quebrado apenas pelo som distante de uma televisão. Dulce estava visivelmente nervosa, enquanto Diego segurava sua mão, oferecendo um conforto silencioso.
— Calma, vai ficar tudo bem. — disse Diego suavemente, tentando tranquilizá-la.
Minutos depois, uma recepcionista chamou seus nomes, e eles foram conduzidos para o consultório do Doutor Ricardo Almeida. O médico, um homem de meia-idade com uma expressão gentil, cumprimentou-os e pediu que se sentassem.
— É um prazer conhecê-los. Já revisei seu caso Dulce, e gostaria de conversar sobre a sua condição e o que podemos fazer para ajudá-la.
Dulce assentiu, ansiosa por respostas.
— Por favor, doutor, o que aconteceu comigo exatamente?
O Doutor Ricardo ajustou os óculos e consultou o prontuário.
— Você sofreu um traumatismo craniano severo no acidente, o que resultou em amnésia retrógrada. Isso significa que suas memórias anteriores ao acidente estão temporariamente inacessíveis. Essa condição pode melhorar com o tempo, mas é difícil prever a extensão ou a velocidade dessa recuperação.
— Então, há uma chance de que as memórias voltem? — perguntou Diego ansioso.
— Sim, há uma boa chance. A memória pode retornar gradualmente com o tempo. É importante ser paciente e proporcionar um ambiente seguro e estimulante para Dulce.
Dulce olhou para Diego, sentindo uma pontada de alívio.
— Então, o que devo fazer? Como posso ajudar meu cérebro a lembrar?
Doutor Ricardo sorriu compreensivo.
— O mais importante é não se forçar demais. Deixe que as memórias voltem naturalmente. Olhe fotos, converse com amigos e familiares. Às vezes, até mesmo pequenas coisas podem fazer uma grande diferença.
Diego parecia nervoso ao ouvir os conselhos do doutor, porém procurou disfarçar apertando a mão de Dulce com firmeza.
— Estamos dispostos a fazer tudo o que for necessário. — disse Diego, tentando transmitir uma confiança que ele mesmo não sentia.
O neurologista assentiu.
— Isso é ótimo. O apoio emocional é crucial durante esse processo.
Dulce respirou fundo, sentindo uma mistura de ansiedade e esperança.
— Obrigada, doutor. Vou fazer o possível para seguir suas recomendações.
O Doutor então se levantou e apertou a mão de ambos.
— Mantenham-se positivos e pacientes, que tudo dará certo.
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Após receber alta do hospital, Dulce saiu apoiada nos braços firmes de Diego. O caminho de volta para casa foi silencioso, cada um perdido em seus próprios pensamentos. Diego olhava para ela de vez em quando, com um misto de esperança e temor em seus olhos.
Quando chegaram em casa, Diego abriu a porta e deu um passo atrás, permitindo que Dulce entrasse primeiro. Ela olhou ao redor, sentindo uma estranha desconexão. As paredes decoradas com quadros, a sala arrumada, os móveis escolhidos com cuidado – tudo parecia parte de um cenário montado para outra pessoa.
— Bem-vinda de volta. — disse Diego, tentando soar animado. — Esta é a nossa casa.
Dulce deu um passo hesitante para dentro, seus olhos vagavam pelas paredes cheias de fotografias. Ela se aproximou de uma estante e pegou um porta-retratos. Na foto, ela e Diego sorriam, abraçados em um parque. Ela franziu a testa, tentando evocar qualquer memória associada àquela imagem, mas encontrou apenas um vazio desolador.
Diego, parado na entrada da sala, observava-a com um olhar triste, como se a tristeza dela fosse uma pequena punhalada em seu coração.
— Você não precisa se forçar a lembrar, Dulce. Vai levar tempo. — ele disse suavemente.
Dulce assentiu, mas a frustração crescia dentro dela.
— E se... e se eu nunca lembrar? — perguntou, com a voz trêmula.
— Então criaremos novas memórias. — Diego respondeu, tentando sorrir.
Ela continuou a explorar a casa, cada canto revelando mais fragmentos de uma vida que ela não conseguia recuperar. Quadros de viagens, lembranças de momentos felizes, objetos que deveriam ser familiares, mas que agora eram apenas estranhos.
Quando Dulce entrou no quarto, vendo a grande cama que compartilhava com Diego sentiu um nó no estômago.
Diego a seguiu à distância,
respeitando seu espaço, mas não conseguindo esconder a dor em seu olhar.
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Autor(a): Fanfics de Romance
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