Fanfic: Amnésia | Tema: RBD

Em casa, Diego pegou um álbum de fotos e o trouxe para a sala, onde Dulce estava sentada no sofá, olhando para um ponto fixo na parede.

 — Dulce, pensei que isso poderia ajudar. — disse ele, abrindo o álbum na mesa de centro à frente dela.  — São nossas fotos. Talvez ver essas imagens possam te trazer algumas lembranças felizes que passamos juntos.

Dulce forçou um sorriso e se inclinou para olhar o álbum. Diego começou a folhear as páginas, descrevendo as fotos com carinho e nostalgia.

 — Esta foi nossa primeira viagem juntos, para a praia. Você estava tão feliz naquele dia. Foi um dia lindo.

Dulce observava as fotos, vendo os rostos sorridentes de duas pessoas apaixonadas, mas sentia-se como uma intrusa olhando a vida de alguém que não conhecia. Ela fingiu interesse, murmurando comentários ocasionais, mas a desconexão dentro dela era profunda e perturbadora.

 — Você lembra desse dia? —  perguntou Diego, apontando para uma foto deles em uma montanha, com os braços abertos em um gesto de liberdade.  — Foi um dos melhores momentos do nosso casamento. 

Dulce franziu a testa, esforçando-se para encontrar algum fragmento de memória que correspondesse à imagem, mas encontrou apenas vazio.

 — Parece... divertido. — disse ela vagamente.

Diego suspirou, seu entusiasmo diminuiu um pouco, mas ele continuou. 

 — E aqui, nosso aniversário de namoro no restaurante onde jantamos pela primeira vez. Você estava linda naquele vestido vermelho.

Dulce tocou a imagem com os dedos, tentando forçar uma conexão, mas tudo parecia distante e irreal.

 — É... é bonito. — comentou, tentando esconder sua frustração.

Vendo a tristeza nos olhos de Diego, Dulce sentiu um aperto no coração, ela queria desesperadamente recuperar suas memórias, tanto para ele quanto para si mesma. Ela sabia o quanto ele estava se esforçando para ajudá-la, mas a pressão e a expectativa tornavam tudo mais difícil.

 — Diego, eu sinto muito. — disse ela com a voz aflita.  — Eu realmente estou tentando, mas... tudo parece tão estranho e distante. Como se fosse a vida de outra pessoa.

Diego segurou sua mão, olhando para ela com compreensão e dor nos olhos. 

 — Eu sei, Dulce. Não quero que você se sinta pressionada. Só quero que saiba que estou aqui para você, não importa quanto tempo leve.

Ela apenas assentiu, apertando a mão dele em agradecimento.

 — Obrigada por ser tão paciente comigo. Espero que um dia eu possa retribuir todo esse amor e cuidado que você tem comigo.

Diego sorriu tristemente.

 — Você já retribui, apenas por estar aqui e tentar.

Dulce sentiu um alívio misturado com culpa. Sabia que a jornada para recuperar suas memórias seria longa e difícil.

Diego suspirou ligeiramente enquanto tentava manter a esperança. Dulce olhou para ele, tentando encontrar as palavras certas para expressar sua gratidão e frustração, quando de repente algo captou sua atenção.

Uma foto específica, ainda visível na página aberta do álbum, mostrava ela e Diego na praia, com os pés na água, e o sol se pondo ao fundo. Ela se viu sorrindo, os cabelos esvoaçando ao vento, e algo dentro dela se agitou.

Por um breve momento, uma imagem invadiu sua mente.

Dulce ria alto, sentindo a areia entre os dedos dos pés, com o som das ondas quebrando ao longe e Diego ao seu lado, segurando sua mão enquanto corriam pela praia.

A visão foi rápida, fragmentada, mas intensa. Ela piscou, confusa, tentando segurar o fio da memória antes que ele escapasse.

 — Diego! — ela disse, com a voz trêmula. — Eu... acho que me lembrei de algo.

Ele se endireitou nervoso, sua atenção era totalmente focada nela.

 — O quê? O que você lembrou?

Dulce fechou os olhos, tentando reunir a visão.

 — Foi tão rápido, mas eu me vi na praia, rindo. Nós estávamos correndo perto da água, e... eu podia sentir a areia nos meus pés, ouvir as ondas. Foi só por um segundo, mas parecia tão real.

Diego sorriu, parecendo aliviado.

 — Sim, costumávamos fazer isso. Adorávamos passear na praia ao pôr do sol. Sempre tentávamos correr para ver quem chegava primeiro à água. Era um dos nossos momentos favoritos.

Ela abriu os olhos, olhando para ele com uma mistura de esperança e incerteza. 

 — Será que isso significa que minhas memórias podem voltar? Que elas estão lá, de alguma forma?

 — Talvez. — respondeu Diego, segurando suas mãos com firmeza.  — O doutor Ricardo disse que isso poderia acontecer, que velhos estímulos poderiam trazer as memórias de volta. Talvez esse seja um sinal de que estamos no caminho certo.

Dulce respirou fundo, sentindo uma pequena centelha de esperança crescer dentro dela.

 — Vou me esforçar mais para lembrar. Não quero que tudo isso seja em vão.

 — Não se pressione demais.  — pediu Diego um pouco tenso.  — Lembre-se que o doutor disse para termos paciência.

Dulce apenas acenou, notando a tensão na voz de Diego, mas decidiu não comentar nada.

*************

Na noite seguinte, Diego preparou a casa com cuidado, arrumando a sala de estar e a mesa de jantar com esmero. A ideia de reunir os pais de Dulce, e seus próprios pais era uma tentativa de criar um ambiente acolhedor, na esperança de que isso pudesse ajudar Dulce a se sentir mais conectada ao seu passado.

Dulce estava no quarto, tentando controlar a ansiedade que crescia dentro de si. Diego entrou, oferecendo um sorriso encorajador.

 — Eles estão quase chegando. Fica calma. Não precisa se preocupar.

Dulce assentiu, tentando parecer confiante. 

 — Eu sei. Eu só... estou nervosa. E se eu não me lembrar de ninguém?

 — Não se preocupe com isso. — disse Diego, segurando suas mãos. — Eles entendem a situação. O importante é que você se sinta à vontade.

**************

Algum tempo depois, a campainha tocou e Diego foi atender a porta. Os pais de Dulce foram os primeiros a entrar. Sua mãe, Ana, e seu pai, Jorge, abraçaram-na com carinho, suas expressões misturavam alegria e preocupação.

 — Dulce, querida, como você está? — perguntou sua mãe, com os olhos marejados.

Dulce tentou sorrir, mas estava aflita não conseguindo se lembrar de sua própria mãe.

 — Estou... bem. É bom ver vocês.

Seu pai Jorge segurou a mão dela, apertando-a levemente.

 — Estamos aqui para o que precisar, filha.

Dulce ainda nervosa apenas sorriu.

***********

Próximo Capítulo na Quinta-feira a Partir das 20:00hrs da Noite.