Fanfic: Entre Linhas e Olhares | Tema: Vida na favela, Romance....
Ela retorna ao morro e, durante o caminho, encontra Léo. Eles têm uma breve discussão, pois Léo a questiona sobre com quem estava. Em resposta, ela responde que ele é apenas um dos capangas do pai e que não deveria se envolver em sua vida. Ao se afastar, ela percebe que, com suas palavras, acabou ferindo os sentimentos dele.
Enquanto caminhava, a tensão da conversa com Léo pesava em sua mente. Ela não queria se importar com o que ele pensava, mas a expressão ferida no rosto dele a incomodava. Às vezes, as palavras saíam sem que ela tivesse intenção de machucar.
Ao chegar em casa, o morro parecia diferente. Os sons da vizinhança, normalmente acolhedores, soavam distantes. Ela se sentou na beira da calçada, tentando processar a situação. O vento suave bagunçava seu cabelo enquanto ela refletia sobre seu relacionamento com Léo. A verdade era que, apesar de o ver como um capanga de seu pai, ele também era alguém que a entendia de uma forma que poucos conseguiam.
Depois de alguns minutos, decidiu que precisava encontrar Léo e esclarecer as coisas. Com um impulso de determinação, levantou-se e começou a procurar por ele. Sabia que ele costumava frequentar um barzinho no fim da rua, onde os moradores costumavam se reunir para conversar e relaxar.
Ao chegar, viu Léo sentado em um canto, olhando pensativo para o copo em suas mãos. Quando ele a viu, seu olhar se endureceu, mas ela não se deixou intimidar. Aproximou e antes que pudesse parar para pensar, disse:
Léo, eu não queria te machucar. Você sabe que a situação é complicada.
Ele a observou em silêncio, e por um momento, o ar entre eles estava carregado de emoções não expressas. Finalmente, ele respondeu:
Complicada ou não, isso não dá direito de eu ser tratado como um ninguém.
Ela suspirou, sabendo que ele tinha razão. O que ela realmente desejava era que pudessem ter uma conversa mais aberta. Sentou ao seu lado, mesmo que o clima ainda estivesse tenso.
Eu sei que você se importa. E eu também me importo disse ela, olhando nos olhos dele. Não quero que você pense o contrário.
O olhar de Léo se acalmou um pouco, mas ainda havia uma sombra de desconfiança. Era um primeiro passo, mas ela sabia que ainda tinha um longo caminho pela frente para resolver a confusão entre eles.
Após alguns momentos na mesa, Léo decidiu que eles precisavam de um lugar mais reservado para conversar. Ele se levantou, pegou a mão dela com um gesto calmo, mas firme, e sugeriu que fossem ao mirante do morro. No caminho, pararam em um pequeno mercado e pegaram algumas garrafas de bebida, rindo das escolhas impulsivas que faziam.
A subida até o mirante foi carregada de uma energia diferente; a tensão que existia entre eles estava finalmente começando a se acabar. Assim que chegaram, a vista da cidade ao anoitecer os deixou sem palavras. As luzes piscando lá embaixo pareciam refletir as emoções confusas que carregavam.
Eles se sentaram em um dos degraus do mirante, as garrafas entre eles, e começaram a beber. A cada gole, a conversa fluiu mais livremente. Falaram sobre suas vidas, seus sonhos e os desafios que enfrentavam. Léo começou a compartilhar seus anseios, e ela percebeu que, por trás da fachada durona, havia um garoto que queria mais do que apenas ser o capanga do pai dela.
Eu só quero definir meu próprio caminho disse Léo, olhando para ela com sinceridade. Não quero ser apenas o braço direito de alguém.
Ela concordou, sentindo a conexão entre eles crescendo. As risadas e as confissões foram se intensificando, e o clima tornou mais leve. Mas, à medida que a noite avançava, a tensão inicial sutilmente retornou, desta vez misturada com algo diferente, algo mais íntimo.
Eles se entreolharam, e o mundo ao redor pareceu desaparecer. O silêncio que ficou entre eles foi quebrado apenas pelo som distante da cidade. Em um impulso, ela se aproximou, e Léo, involuntariamente, fez o mesmo. Quase como se as forças invisíveis os atraíssem um para o outro.
Quando seus lábios se encontraram, a confusão tomou conta. Foi um beijo doce e inesperado, carregado de todas as palavras não ditas e sentimentos reprimidos. Ao se afastarem, ambos ficaram sem palavras, com corações acelerados e pensamentos duvidosos.
O que foi isso? perguntou Léo, ainda surpreso.
Ela não soube o que dizer. O beijo deixou tudo mais confuso. Havia tanto a ser resolvido entre eles, e agora, novas emoções complicavam ainda mais a situação. Naquele momento, o que antes parecia ser um simples desentendimento se transformou em um dilema que nenhum dos dois sabia como resolver.
A noite se aprofundava, Maju e Léo continuaram a caminhar em direção a realidade que os aguardava. O silêncio era preenchido por pensamentos que se entrelaçavam com dúvidas e a intensidade de seus sentimentos.
Finalmente, Maju parou, puxando Léo gentilmente para olhar nos olhos. Talvez precisamos dar um tempo sugeriu, a voz delicada. Há tanto em jogo, e talvez precisamos entender melhor o que realmente sentimos antes de seguir em frente.
Léo aceitou , reconhecendo a sabedoria nas palavras de Maju. Pode ser o melhor, para que possamos ter clareza concordou, tentando sorrir apesar da leve tristeza que sentia. Deixar que as coisas se acalmem entre sua família e comigo também.
Com essa decisão, ambos perceberam que o tempo apesar de incerto, poderia trazer respostas e precisavam respeitar. Prometeram um ao outro que, independentemente do que descobrissem, teriam sempre o respeito e a amizade que os unia desde o início.
Voltaram lentamente para suas vidas, sabendo que o espaço poderia ajudar a clarear seus sentimentos e resolver as emoções confusas. Embora a ideia de estarem separados fosse dolorosa, estavam cientes de que seria um passo essencial para garantir que qualquer escolha futura fosse feita com certeza e honestidade.
Assim, ao se despedirem naquela noite, entenderam que o tempo seria um aliado valioso. E enquanto olhavam para as luzes distantes da cidade, havia uma esperança silenciosa de que, com paciência e reflexão, descobririam o caminho que realmente desejavam seguir juntos ou separados.
Autor(a): anonimamisteriosa_
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Logo pela manhã, Maju acordou com o som familiar do morro ganhando vida. As vozes dos vendedores ambulantes, o barulho das crianças brincando, e o som distante dos rádios tocando músicas conhecidas se misturavam em uma sinfonia caótica, mas reconfortante. As lembranças da noite anterior ainda estavam frescas em sua mente, e a propost ...
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