Fanfic: Entre Linhas e Olhares | Tema: Vida na favela, Romance....

Após dias de tensão, João finalmente recebeu uma ligação que trouxe uma onda de alívio. A voz do outro lado da linha anunciou: A polícia decidiu parar a caça a você e ao Ruan. Vocês podem andar pelo morro sem se preocupar.

As palavras entraram na mente de João, e ele sentiu um peso enorme sendo retirado de seus ombros. É mesmo? ele perguntou, segurando a emoção. E o que isso significa para nós?

Significa que vocês podem voltar à rotina normal por ai. Mas lembrando que isso não inclui o asfalto. Sabemos bem que lá as coisas são diferentes, o contato advertiu.

João desligou a chamada e olhou para Ruan, que estava ao seu lado, aguardando ansiosamente por notícias. Recebi a notícia! A polícia parou de nos procurar. Podemos andar pelo morro despreocupados! Ele anunciou.

Os olhos de Ruan brilharam com alívio. Isso é ótimo, João! Podemos voltar à vida como conhecíamos.

 Exatamente, João respondeu, um sorriso se formando em seu rosto. Agora é hora de retomar os negócios e deixar os atrasos para trás. Uma nova era está prestes a começar.

Ruan, como braço direito de João tanto nos negócios quanto no morro, sentiu a responsabilidade crescer. Vamos reunir o pessoal e deixar todos saberem. É hora de voltar a fazer o que fazemos melhor.

Com um novo senso de propósito, os dois saíram, prontos para mostrar que o morro era seu território. A rotina estava de volta, e agora, determinados a fazer as coisas do seu jeito, estavam cientes das limitações, mas prontos para enfrentar o que viesse pela frente.

Os dois desceram a ladeira do morro, a energia em seus passos refletindo o alívio que sentiam. A brisa suave parecia limpar o clima pesado que esrava sobre a comunidade. Ao chegarem à Praça da União, onde muitos dos seus companheiros se reuniam, João e Ruan foram recebidos com olhares curiosos e sorrisos cautelosos.

Ei, pessoal! João chamou, atraindo a atenção de todos. Temos novidades importantes!

O cochichos pararam e os rostos se voltaram para eles. Ruan, percebendo a energia do momento, completou: A polícia decidiu parar a caça! Podemos nos mover pelo morro sem medo!

Um ar de surpresa percorreu o grupo, seguido de aplausos e gritos de comemoração. A tensão que se acumulava há semanas parecia finalmente dar lugar à esperança. Alguns já começaram a dançar e celebrar, revivendo o espírito da comunidade.

Isso é incrível, João! disse Tata, uma das líderes locais, avançando para frente. Mas e o asfalto? O que faremos lá?

João respirou, reconhecendo a preocupação. Nós sabemos que não podemos soltar a guarda. Precisamos ser espertos. O morro é a nossa casa, mas respeitar as regras do asfalto é essencial. Vamos focar no que podemos controlar.

Com planos traçados, eles discutiram como reestruturar suas operações com a comunidade. Era hora de fortalecer os laços e garantir que todos estivessem informados e seguros.

A primeira coisa que precisamos fazer, começou Ruan, é reunir as pessoas de confiança e reforçar nossa presença nas ruas. Precisamos mostrar que estamos de volta e que o morro é nosso para proteger.

Isso mesmo! Falou João. Vamos fazer um grande encontro amanhã no mesmo lugar. Convoquem todos! Precisamos mostrar que somos unidos e que estamos prontos para retomar nosso lugar na comunidade.

Com a empolgação crescendo, a reunião começou a ganhar forma. O grupo se dispersou, e os dois se separaram um instante para discutir os detalhes logísticos. Ruan sugeriu que envolvessem artistas locais no evento para animar ainda mais a celebração.

Podemos até organizar uma competição de batalha de rimas, Ruan sugeriu, sorrindo. Além de entreter também podemos mostrar aos mais jovens o que realmente significa ser parte do morro.

João riu, a ideia soando perfeita. E, enquanto a música toca, fazemos o nosso trabalho silencioso de reafirmar os laços. Ninguém se sente seguro se não souber que estamos todos juntos.Depois de tudo planejado para a festa do dia seguinte.

Ruan e João foram até a boca, onde logo avistaram Jean e Arthur, conversando em um canto pouco iluminado. Ao se aproximarem, puderam perceber a tensão no ar, mas também um certo alívio quando eles começaram a falar.

Finalmente vocês chegaram! exclamou Jean, com um olhar ansioso. A próxima carga chega hoje à noite. Precisamos nos preparar, porque amanhã tudo volta ao normal.

Arthur, que estava segurando um caderno com anotações, adicionou: É importante que tudo esteja em ordem. Temos que garantir que a entrega ocorra sem problemas. Há rumores de que algumas pessoas estão de olho na operação.

Ruan e João trocaram olhares preocupados. O que vocês ouviram? perguntou Ruan.

Algumas informações de que rivais podem tentar interferir na entrega respondeu Arthur. Se isso acontecer, podemos ter grandes problemas. Precisamos de um plano de segurança.

Para vocês que conhecem a área melhor que ninguém, sugeriu Ruan, poderíamos organizar vigias ao redor da boca para garantir que nada de errado aconteça. Se alguém se aproximar, poderemos nos preparar.

Jean assentiu. Ótima ideia. Vamos dividir as tarefas e ficar atentos. Precisamos proteger essa carga, afinal, depende de nós que tudo saia como planejado.

Com as ideias alinhadas, eles começaram a traçar um plano. Cada um assumiria uma posição estratégica para monitorar a situação até que a carga chegasse. Enquanto isso, a tensão no ar aumentava, mas a determinação de Ruan, João, Jean e Arthur também. Sabiam que, juntos, poderiam enfrentar qualquer desafio que surgisse pela frente.

O tempo passava lentamente enquanto aguardavam a chegada da noite e a esperança de que tudo voltasse ao normal, mas o fardo da expectativa pesava sobre eles.