Fanfic: Entre Linhas e Olhares | Tema: Vida na favela, Romance....
As ruas da zona sul estavam iluminadas por luzes neon, e a agitação da noite envolvia Maju e Léo enquanto caminhavam juntos. A química entre eles crescia a cada instante, mas a alegria de Maju era interrompida pela preocupação com seu pai.
Maju, está começando a ficar tarde. Melhor a gente voltar antes que seu pai perceba que você saiu, sugeriu Léo.
Eu não quero voltar ainda, ela respondeu, sentindo um misto de frustração e liberdade. Só mais algumas horas.
Eu entendo. Mas só mais um pouco, por favor? insistiu Léo, tentando convencê-la com o olhar.
Ok, mas você pode comprar água pra mim? Estou morrendo de sede, disse Maju, esperançosa de que, ao enviá-lo para longe, pudesse ganhar tempo. Assim que Léo se afastou, uma onda de impulsividade a envolveu. Com um olhar decidido, ela decidiu que não voltaria para casa, pelo menos não ainda.
Assim que Léo desapareceu na multidão, Maju avistou uma porta entreaberta ao lado de uma galeria de arte. Sem pensar duas vezes, entrou e foi envolvida por uma música eletrônica e luzes coloridas. Era uma boate.
Maju entrou, permitindo-se ser levada pela vibração do local. No meio da pista de dança, as cores e os sons a hipnotizavam. Logo, fez amizade com um grupo de garotas e se deixou levar pela festa. Rindo e dançando, esqueceu por um momento das preocupações com seu pai e de Léo.
Enquanto isso, do lado de fora, Léo sentia uma angústia.Ele havia voltado com as águas, mas não a encontrou. Olhando ao redor, a preocupação se transformava em desespero. “Maju!” chamou, mas sua voz se perdia na barulhenta noite.
Depois de horas, seu coração pesava, e a frustração aumentava. Por fim, avistou a porta da boate. Com um impulso, Léo entrou, e assim que seus olhos se ajustaram à luz, viu Maju no meio da pista, dançando e sorrindo, mas agora a expressão dela estava embriagada pela bebida.
“Maju!” gritou Léo, atravessando a multidão até ela. Quando ela se virou, surpresa, seu sorriso sumiu.
Léo! Olha onde eu estou! Isso é incrível! Disse ela, mal conseguindo manter o equilíbrio.
Você está bêbada! Precisamos ir agora, Léo insistiu, colocando o braço em torno dela, tentando guiá-la para fora.
Mas eu estou me divertindo! Maju protestou, mas Léo não estava disposto a ceder. O olhar preocupado dele a fez hesitar.
Seu pai está louco por você. Vamos voltar antes que ele se preocupe ainda mais, Léo disse, conduzindo-a para fora da boate.
Quando chegaram em casa, o pai de Maju estava na porta, braços cruzados, a expressão de alívio misturada com raiva. Maju! Onde você esteve? ele gritou, preocupado.
Maju respirou fundo, decidida a enfrentar seu pai. Eu estava no asfalto,mas parece que alguém me achou e me trouxe aqui a força! É você quem manda os capangas atrás de mim! disse, com a voz firme.
Surpreso, o pai a encarou, confuso e irritado. Maju, não estou mandando ninguém atrás de você.
Mentira! Você sabe que seus homens estão sempre me vigiando. Eu só queria ter um pouco de liberdade! Ela estava furiosa, mas também aliviada por poder expor seus sentimentos.
Isso não é da sua conta! Você não pode sair assim! O pai respondeu, mas dentro dele algo mudava ao ouvir a defesa de Maju.
Léo, sentindo a tensão aumentar, tentou apaziguar a situação. Senhor, eu só a encontrei e a trouxe pra casa.
A tensão pairava no ar enquanto o pai avaliava Léo. Se você a trouxe em segurança está tudo bem. Você é de confiança.
Maju olhou para Léo com gratidão, mas Jean, irmão e melhor amigo de Léo continuava desconfiado. "E quem garante que você não está envolvido em alguma coisa?” ele questionou, com os olhos fixos em Léo.
Léo não está envolvido em nada, ele é só mais um dos capangas, que insistem em não me dá um minuto de paz. Disse Maju tentando se equilibrar.
O pai de Maju a encarava. Sua indignação se misturava com uma preocupação profunda enquanto ela tentava se manter de pé, tropeçando levemente.
Capangas? É assim que você me vê? Eu só quero cuidar de você, Maju! Ele falou frustrado gesticulando com as mãos como se tentasse socorrer as palavras que escapavam.
Cuidar de mim? Isso é cuidar de mim? Maju exclamou, a voz elevada, enquanto sua cabeça girava. Você me trata como uma prisioneira! Eu só queria ter uma noite sem preocupações! Ela estava à beira das lágrimas, mas a adrenalina e a bebida a mantinham firme.
Você não entende, filha! O mundo lá fora é perigoso. Eu não posso me dar ao luxo de perder você, o pai respondeu, a voz trêmula.
Mas eu sou mais do que apenas sua filha! Eu sou Maju, e eu tenho o direito de viver! De experimentar! A urgência em suas palavras no ambiente se espalhava pela sala.
Léo sentiu que a situação estava escapando de controle. Senhor, talvez podemos conversar em particular… ele sugeriu mas Maju o interrompeu, voltando-se para ele com um olhar entre indignação e gratidão.
Não, Léo! Você é meu amigo! Um amigo de verdade. Você me trouxe de volta quando eu estava prestes a fazer uma grande besteira. Obrigada, ela disse, a sinceridade transparecendo mesmo em meio à confusão.
É isso que você considera se divertir? Dançar até perder o controle? O pai ainda atordoado, enquanto Jean apenas observava, a desconfiança em seu olhar ainda evidente.
As vezes, eu só quero ser… eu mesma! Maju respondeu, erguendo o queixo, mesmo que seus joelhos tremessem sob o peso da situação.
Após um longo silêncio, o pai, perdido entre a raiva e a preocupação, suspirou. Você sabe que me preocupo com você, certo? Não quero que você se machuque.
Maju sentiu uma onda de alívio, mesmo que as palavras ainda estivessem repletas de emoção. Então confie em mim. Me deixe encontrar meu próprio caminho. Só assim podemos nos entender, ela implorou, firme, mas vulnerável.
Afinal, naquela noite, a liberdade conquistada era mais do que apenas uma fuga. Era uma afirmação de quem ela era.
Enquanto o pai a observava Maju lembrou-se de que, apesar dos obstáculos, aquele momento poderia ser o primeiro passo para a liberdade que tanto esperava.
Autor(a): anonimamisteriosa_
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Maju acordou lentamente, a luz do sol entrando pelas frestas da cortina e a pulsação de uma dor de cabeça a lembrando das doses generosas da noite anterior. Ao pegar o celular, sentiu uma onda de alívio ao ver que tinha várias mensagens das garotas com quem havia feito amizade na boate. Todas eram animadas, compartilhando fotos e fazendo pl ...
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