Fanfics Brasil - Um Encontro Inesperado Entre Linhas e Olhares

Fanfic: Entre Linhas e Olhares | Tema: Vida na favela, Romance....


Capítulo: Um Encontro Inesperado

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Maju ficou sentada na cama, encarando a tela do celular. Amensagem de Lucca ecoava em sua mente, mas decidiu não responder imediatamente. As palavras do pai ressoavam: “Quero dar um voto de confiança para você.” Por um instante, Maju considerou a ideia de seguir as regras dele pelo menos por alguns dias. Talvez assim ele pudesse relaxar e esquecer um pouco a preocupação com suas saídas.


Com os pensamentos ainda confusos, decidiu que um ar fresco faria bem. Então, pegou o celular e saiu, decidida a respirar um pouco. Caminhou até a boca da entrada, onde sempre havia movimento. Ao chegar, avistou Jean, Léo e Arthur juntos, conversando e rindo. Ao se aproximar, o cheiro característico da maconha lhe atingiu as narinas.


Maju hesitou por um momento, mas, ao ver o sorriso despreocupado de Léo, seu coração deu um nó. Ela se aproximou, tentando fazer-se notável. “Oi, gente!” disse, tentando esconder a apreensão.


Arthur, sempre extrovertido, a cumprimentou com entusiasmo. “E aí, Maju! Quer um pouco?” Ele fez um gesto com a mão, oferecendo o baseado.


Antes que pudesse pensar, Jean lançou um olhar de repreensão para Arthur, uma expressão de descontentamento cravada em seu rosto. “Você não deveria oferecer isso a ela,” disse Jean, sua voz baixa, mas firme. “Maju não está interessada nesse tipo de coisa.”


Maju sentiu o calor subindo por seu rosto ao ser defendida, mas, ao mesmo tempo, se irritou com a atitude possessiva do irmão. “Eu posso decidir o que quero fazer!” ela exclamou, desafiadora. “E não preciso que você escolha por mim.”


Léo, percebendo a tensão, tentou aliviar a situação. “Calma, gente. Estamos apenas nos divertindo.” Ele tomou uma baforada e soltou a fumaça em direção ao céu de agosto. “É só algo para relaxar.”


Arthur assentiu. “É, Maju. Você só precisa tentar. Se não gostar, é só dizer.” Ele fez sinal para que se juntasse a eles, mas Maju, decidida a não causar mais problemas, balançou a cabeça.


“Obrigada, mas não estou a fim,” respondeu Maju, tentando manter a calma. No fundo, a vontade de se encaixar e não criar mais atritos a incomodava. Ela olhou para Jean, notando sua feição de desaprovação, e sentiu uma mistura de raiva e frustração.


Jean aproximou-se dela, baixando o tom de voz. “Você ainda está acordada. Não precisa disso para se divertir. Vamos voltar, ok?”


“Voltar? Para onde? Para o ‘castelo da proibição’ que você quer que eu viva?” Maju retrucou, sacudindo a cabeça. “Você não entende nada sobre o que eu quero.”


“Eu entendo sim,” respondeu Jean, com firmeza, mas Maju notou uma pitada de preocupação em seus olhos. “A vida é complicada o suficiente. Não complique mais.”


A conversa a deixou ainda mais inquieta. Por um momento, tudo que ela realmente queria era ser aceita e entendida, sem jargões pesados sobre responsabilidade e regras.


“Seja o que for que aconteça, lembre-se de que você sempre pode me contar,” Léo disse, com uma expressão suave. Aquilo tocou algo dentro dela, e Maju se deu conta de que, no fundo, talvez ele pode não ter exatamente as intenções que Jean suspeitava.


Decidida a dar um passo em frente e confrontar esses sentimentos, Maju respirou fundo. “Ok, acho que estou pronta para voltar,” disse, forçando um sorriso. “Mas só se vocês prometerem não ficarem me observando o tempo todo.”


Enquanto se afastavam, Maju sentiu uma onda de alívio misturada com ansiedade. A vida estava mesmo cheia de surpresas, e ainda havia muito para descobrir. 


Enquanto Maju caminhava de volta, seus pensamentos se misturavam em um turbilhão. O cheiro da maconha ainda estava no ar, mas a decisão de ir embora tinha trazido um alívio. No entanto, antes que pudesse se perder novamente em seus próprios pensamentos, um rosto familiar apareceu à sua frente: seu pai.


Ele estava parado na calçada, sua postura rígida e a expressão fechada, algo incomum para ele. Maju nunca o tinha visto com essa aparência, tão claramente preocupado. O olhar dele estava fixo ao longe, como se estivesse esperando alguém ou algo que não aparecesse.


Pai? Maju chamava. O que você está fazendo aqui?


Ele se virou de forma lenta, como se tivesse perdido em pensamentos profundos. Maju… eu estava apenas procurando por você. Estava preocupado, respondeu, forçando um sorriso que não alcançou os olhos.


Por que você está preocupado? Eu só fui dar uma volta, ela disse, tentando esconder a preocupação que começou a se formar dentro de si.


O olhar dele ficou sério. Eu sei, mas você não tem estado muito em casa. E você sabe como a cidade pode ser. Nunca se sabe o que pode acontecer.  Sua voz tremeu levemente, revelando um lado que Maju raramente via. O tom de preocupação dele poderia ter soado exagerado a qualquer outra pessoa, mas Maju sentiu uma sensação estranha. Algo estava errado.


Pai, está acontecendo alguma coisa? A dúvida na voz dela se fazia sentir .Você não parece bem.


Ele hesitou por um momento, a testa franzida, claramente lutando com as palavras. É só… as coisas têm estado tensas por aqui. Nada que você precise se preocupar, mas ainda assim… gostaria que você ficasse perto de casa.


Maju se sentiu mal. Por um lado, percebeu que a preocupação dele era uma tentativa de se comunicar, mas por outro, lutava contra a ideia de que sua liberdade estava sendo controlada. Uma emoção misturada de empatia e frustração começou dentro dela.


Pai, eu posso cuidar de mim mesma. Eu não sou mais uma criança, Maju respondeu, firme, mas também com a intenção de se conectar. Por que você realmente está tão preocupado?


Ele baixou o olhar, parecendo perder a coragem antes de finalmente encará-la novamente. É só… alguns rumores na vizinhança, coisas sobre pessoas envolvidas em… problemas. Eu quero que você esteja segura.


O coração de Maju disparou. Rumores? Isso não poderia ser bom. Sobre o que você está falando? Que tipo de problemas?


O pai balançou a cabeça, como se não tivesse certeza se deveria entrar em detalhes. Eu não quero que você se envolva em nada perigoso, Maju. Vamos apenas voltar para casa. Podemos conversar melhor lá.


Maju sentiu a decepcinada. Mas eu quero entender. A vida não é só sobre ficar em casa! Sua voz subiu, mas logo ela se acalmou, percebendo a tensão crescente entre eles.


Entendo, mas o mundo lá fora nem sempre é seguro, ele disse, sua preocupação agora em sua expressão. Promete que você vai ser cuidadosa. Isso é tudo que eu peço.


Maju respirou fundo. Ela sabia que seu pai só queria protegê-la, mas por outro lado, não queria que ele a visse como uma criança indefesa. Eu prometo que vou ter cuidado, mas por favor, me diga se algo mais sério estiver acontecendo. Eu sou adulta o suficiente para lidar com isso.


Ele assentiu lentamente, como se reconhecesse a maturidade que ela tentava expressar. Ok, vou te manter informada. Mas agora vamos para casa.


Enquanto caminhavam juntos, Maju sentiu que um novo entendimento estava começando a se formar entre eles. Era um pequeno passo, mas talvez esse caminho a levasse a um lugar onde pôde ser verdadeiramente vista e ouvida.


Como a noite caía, Maju percebeu que, apesar das incertezas que ainda a cercavam, havia um novo espaço para a conversa e quem sabe mais compreensão em sua relação com o pai.



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Autor(a): anonimamisteriosa_

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