Fanfics Brasil - Ecos do Passado Corações Em Meio Ao Caos

Fanfic: Corações Em Meio Ao Caos | Tema: Vida na favela


Capítulo: Ecos do Passado

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A noite caiu sobre o Morro do Horizonte como um manto pesado, trazendo consigo o cheiro da comida sendo cozinhada e os ecos distantes da música que tocavam nas festas improvisadas nas lajes. Enquanto as estrelas começavam a brilhar, Samyra sentou na pequena mesa da casa, embalando Lorenzo em seu colo. A mente dela estava ocupada, os pensamentos se entrelaçavam, tomando forma em uma preocupação crescente.


 


Mamãe, eu tô com fome! Lorenzo quebrou o silêncio, desviando sua atenção.


 


Calma, meu amor, já vai sair comida!  respondeu Samyra, tentando manter a voz suave, mesmo que a ansiedade a consumisse por dentro.


 


Lá fora, sons de risadas e conversas se misturavam ao barulho familiar da favela, mas a vida de Samyra era bem diferente do que escutava. Felipe ainda não tinha voltado e a preocupação aumentava a cada minuto. Ela começou a organizar algumas coisas na mesa, como se a tarefa pudesse acalmar sua mente.


 


De repente, um barulho estrondoso nas redondezas. Samyra levantou rapidamente, o coração disparando. O som de tiros, embora nada novo, entravam em seus ouvidos como um eco de memórias que ela preferia esquecer. Ela lembrava da possibilidade de um conflito entre facções rivais, como tantas vezes já acontecera.


 


Fica perto de mim Lorenzo ela disse, puxando o menino para mais perto. Seu instinto materno falava mais alto, e ela não podia deixar que o medo dominasse.


 


A inquietação se transformou em pânico quando, do lado de fora,ouvia gritos.Samyra sabia que o morro tinha suas regras, e a luta pelo território era feroz. Sabia que, em algumas noites, as sombras traziam consequências imprevisíveis.


 


De repente, a porta se abriu com força, e Felipe entrou, os olhos arregalados. Ele estava ofegante, com a roupa suada e algumas marcas de sujeira em seu rosto.


 


Samyra! Precisamos ir agora! Ordenou ele, quase gritando.


 


Os olhos de Samyra se arregalaram. O que aconteceu?


 


É uma guerra de gangues. Eles estão próximos e estão armados. Victor mandou chamar todos para se reunirem. É perigoso ficar aqui. A expressão de Felipe era de urgência e desespero.


 


Instintivamente, Samyra sentiu que seu mundo estava desmoronando ainda mais. E Lorenzo? —lela perguntou, segurando o menino com força.


 


Vamos levá-lo. Felipe pegou a mão de Lorenzo, mas Samyra está paralisada.


 


Lá fora, a agitação crescia. As vozes altas e as sirenes da polícia cortando o ar tornavam tudo mais perigos  Samyra observou a expressão tensa de Felipe, e, por um momento, se lembrou de quando eram jovens e sonhavam com um futuro diferente, longe de braços armados e regras cruéis.


 


Não quero que ele cresça com isso. A voz dela tremia. Quero que ele saiba o que é a paz!


 


Felipe fechou os olhos por um breve momento, como se tentasse reunir forças. Eu entendo. Mas agora precisamos agir. Se não fizermos isso, poderemos perder tudo.


 


A adrenalina tomou conta de Samyra. Ela assentiu, a decisão clara em sua mente. Certo. Mas onde vamos?


 


Para a casa da tia Rosa respondeu Felipe, puxando Lorenzo para mais perto. Ela sempre nos ajuda.


 


Os três correram pelas vielas escuras, o som dos tiros continuavam cada vez mais alto. Samyra sentia o peso da responsabilidade, mas também a necessidade de proteger o filho a todo custo. Enquanto avançavam, a luz dos postes iluminava os rostos tensos de outros moradores que também buscavam abrigo.


 


Finalmente, chegaram à casa da tia Rosa. A mulher, de cabelos grisalhos e mãos calejadas, os recebeu com preocupação.  Samyra! O que está acontecendo?


 


Gangues! Estão em conflito novamente dizia Felipe, a respiração pesada. Precisamos de um lugar seguro.


 


Tia Rosa rapidamente os guiou para o fundo da casa, onde havia um pequeno quarto reservado. O espaço era escuro, mas seguro. Samyra sentiu um nó na garganta ao ver Lorenzo se encolher contra ela, seu pequeno corpo tremendo de medo.


 


Mamãe, eu quero ir pra casa. A voz do menino era quase um sussurro.


 


Eu sei, meu amor, eu sei. Samyra tentou dar-lhe um sorriso.



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Autor(a): anonimamisteriosa_

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  O silêncio dentro do pequeno quarto da tia Rosa , era quebrado apenas pelo som distante das sirenes e vozes que se elevavam e abaixavam, como se toda a favela estivesse presa na tempestade que se aproximava. Samyra envolveu Lorenzo em seus braços, tentando oferecer o conforto que a situação não permitia. O coração dela ...


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