Fanfic: Odeio Amar Você | Tema: Vondy
Dulce María Saviñón || 😎😈
Enfurecida, era exatamente assim que eu me sentia. Nunca fui de esconder o que sinto, mas agora estava controlando a imensa vontade de apertar o pescoço desse velho corrupto até que ele morresse asfixiado. Que diretor idiota! Quem esse hipócrita pensa que é? E o novo professor com cara de lerdo tentando bancar o amiguinho, como se isso fosse resolver a situação e impedi-lo de implorar pela própria demissão no futuro.
Só quero ver até quando ele vai continuar assim, depois de ter seu primeiro dia comigo. Espero que não ouse se meter no meu caminho, porque, assim como os outros, eu não facilitarei a vida dele aqui dentro. Farei dos seus primeiros dias de trabalho um verdadeiro inferno, e ele terá que lidar com as consequências de cruzar o meu caminho.
O ódio ainda exalava por cada poro, e a vontade de estrangular o diretor crescia a cada passo. Enquanto caminhava pelo extenso corredor em direção à sua sala, descontava toda a frustração nas botas, pisando forte e decidido. Cerrava os punhos, travava a mandíbula e inalava o máximo de ar que conseguia, tentando controlar a tempestade de emoções que se aglomerava dentro de mim. Era um exercício mental que fazia para evitar cometer uma besteira, afinal, estava a um passo da minha liberdade. Não podia me precipitar e acabar tirando a vida de alguém que poderia me colocar atrás das grades. A ideia de perder tudo por causa de um impulso irracional me aterrorizava, mas a raiva e a indignação ainda pulsavam intensamente em minhas veias.
A tatuagem de borboleta que carregava na costela sempre foi a prova do meu anseio por liberdade. Desde os dezesseis anos, decidi fazê-la como um símbolo da minha transição. Antes de tudo acontecer, vivi o ápice da minha felicidade ao lado do Lucas, a pessoa mais incrível e bondosa que conheci até hoje. A saudade do que vivemos ainda me corrói; mesmo com os anos passando, não consegui esquecê-lo. Depois que Lucas partiu, eu nunca mais fui a mesma, pois ele levou consigo uma parte de mim. Aquela parte que me fazia acreditar no verdadeiro amor.
Sofri por quase quatro meses, que foram os mais difíceis da minha vida. No entanto, com o tempo, consegui me reerguer e passei a enxergar tudo de uma forma diferente. Os dias ensolarados, antes cheios de promessas, deram lugar a um céu nublado e cinzento, como se uma nuvem escura pairasse constantemente sobre a minha cabeça. A revolta crescia em meu âmago, e a dor da perda se tornava uma sombra persistente. Nunca aceitei sua partida, e até hoje não consigo. Essa falta deixou um vazio que ecoa em cada canto da minha vida, e a saudade se transforma em uma dor aguda que nunca se dissipa.
Foi difícil no início, e ainda é, mesmo depois de quase três anos, aceitar que nunca encontrarei alguém como ele. Lucas foi a pessoa que esteve ao meu lado em todos os momentos, até nos mais isolados. Ele foi a minha luz em meio à escuridão, e hoje me sinto perdida sem essa luz. Antes dele, meus dias eram tristes e solitários; após sua partida, essa solidão retornou, mas com uma leve mudança. Quatro meses depois de sua morte, decidi que não voltaria a ser a Dulce de catorze anos—besta, chorona e insegura. Eu me transformaria na descolada, aquela que nunca se abala diante das adversidades. A corajosa, destemida. Essa nova versão de mim mesma se tornou meu escudo, uma forma de enfrentar a dor e a solidão que ainda insistem em me acompanhar.
Não que fosse diferente antes, pois sempre tive esse grau de valentia em mim, que por opção, eu mostrava muito pouco. Havia o lado das sombras, da Dulce racional, aquela que não dava a mínima para o amor e toda a ilusão que os livros e filmes de romance retratam. O homem perfeito, aquele que a mocinha se apaixona e enfrenta tudo e todos em nome desse amor. Com Lucas, não foi diferente; enfrentei meus pais, que na época não aprovaram nosso namoro apenas por ele não ser como nós. Diferente dos outros, Lucas conquistou uma bolsa para estudar aqui no San Diego. Seus pais não eram ricos, mas tinham uma pequena loja de roupas no subúrbio da cidade. Sua avó conhecia a minha, pois era a costureira que fazia os vestidos que usava em suas apresentações.
Herdei um pouco do lado frívolo do meu pai e a impetuosidade e coragem da minha querida avó, Dona Antonieta Saviñón. Ela era uma mulher forte, decidida e brava, mas com um coração enorme. Acredito que essa sede de justiça que carrego venha dela, pois sempre fui, e ainda sou, contra certos alunos aqui tendo privilégios apenas por sua posição financeira. Uma posição da qual, infelizmente, também faço parte. Alunos cujos pais são empresários ou figuras importantes, e que o diretor, assim como alguns professores, bajulam. Achava um absurdo aquele energúmeno agir dessa maneira, mas, infelizmente, não tinha como opinar. Lembro-me de ter visto o diretor expulsar um aluno injustamente por um crime que ele não cometeu, como quando a carteira do professor de inglês foi roubada na sala dos professores. E da vez em que a pulseira de ouro da Belinda foi colocada na bolsa da Zoé quando estávamos no 1° ano, tudo por causa da "vadia" da filha do diretor. Foi nessa ocasião que me reuni com um grupo para defender a Zoé das armações da sua "amiguinha", e graças a Deus conseguimos expor a verdade e evitar uma injustiça.
Infelizmente, naquela mesma época, Zoé era uma das fiéis seguidoras da Danna, sempre babava ovo da nojenta que aproveitava da inocência dela para manipulá-la. Por isso, depois do fatídico incidente, Lucas e eu começamos a alertar Zoé sobre quem realmente era a Danna. Eu a ajudei, e em troca, ela me deu seu total apoio quando o Lucas me deixou. Seja tentando me colocar para cima como uma verdadeira amiga ou me mimando com alguma besteira, sua presença era sempre reconfortante.
A amizade verdadeira é aquela que está conosco em todos os momentos, e a Zoé me mostrou isso com sua amizade sincera. Tenho muita sorte de tê-la em minha vida. Ela sempre está ao meu lado, me ajudando, inclusive com os meus planos em relação à minha expulsão. Porque, como dizem, duas cabeças pensantes são melhores que uma, e juntas, estamos mais do que determinadas a fazer justiça. Nossa amizade é um porto seguro, e eu sei que posso contar com ela em qualquer tempestade que surgir. É essa parceria que me dá forças para enfrentar os desafios e lutar contra as injustiças que nos cercam, especialmente quando se trata de pessoas como a Danna e o diretor.
Espero que realmente dê certo o plano de hoje, porque está ficando complicado convencer o nazista de que sou um perigo para o colégio. Isso não é a primeira vez que faço atrocidades para alcançar meu objetivo. Na verdade, tenho um histórico de travessuras que incluem episódios memoráveis, como aquele famoso caso do banheiro masculino.
Era com o Rafinha, que estava no último ano do ensino médio. Um momento de impulso que se transformou em algo mais significativo do que eu esperava. Dois dias depois, precisei de um pouco mais de ação e tranquei o professor de história claustrofóbico dentro do armário de limpeza. Eu sei, foi maldade, mas eu precisava ser expulsa, e nada como um pouco de caos para causar um impacto.
Um mês depois, usei o Diogo para uma aventura ainda mais ousada na recepção. Aproveitamos que a Joana tinha se ausentado e fizemos safadezas no sofá. Aquilo deu super certo até que o velho hipócrita nos flagrou bem na hora do ato. Lembro como se fosse ontem: seu rosto vermelho, completamente furioso. No entanto, Diogo não precisou se esforçar tanto para evitar a expulsão. Seu pai tinha influência, e o caso foi abafado.
Comigo, o esquema foi o mesmo. Meu pai se encarregou de "molhar as mãos" do imbecil do diretor, garantindo que ele não levasse o caso ao conselho do colégio.
Ele abriu a porta da sala, que rangeu de forma estranha, como se estivesse protestando contra a entrada de mais um ser humano naquele lugar. Arrastou os sapatos para o interior do seu ninho de corvos que chamava de escritório, caminhando com passos estreitos até o outro lado da mesa, onde sua grande cadeira giratória o aguardava, como se fosse o trono de um rei tirano. Tomara que funcione. Usei isso como um mantra mental, estalando alguns dedos ao dar um passo para dentro da sala. Fechei a porta a seu pedido acomodando meu farto traseiro na cadeira marrom. Para irritá-lo, coloquei as pernas na sua mesa e peguei um pequeno troféu dourado que estava na ponta dela, girando-o entre os dedos.
— Tenha modos, senhorita — ordenou, com o cenho franzido, quase soltando fumaça como um personagem de desenho animado irritado.
— Desculpe, senhor diretor — respondi, retirando as pernas da mesa. Depois de colocar o troféu novamente em seu lugar, tirei um maço de cigarro do bolso.
Ele pigarreou e fechou os punhos, tentando manter o autocontrole. Eu estava conseguindo irritá-lo.
— Guarde isso agora, senhorita, se não quiser outra advertência — disse, com o pescoço vermelho e suor escorrendo pela testa.
— Por que não me dá, querido diretor? — respondi com ironia, sorrindo. — Aliás, por que não me expulsa logo de uma vez? — sugeri, colocando o cigarro entre os lábios.
— Já disse para guardar isso... — ele respondeu, com o maxilar travado e respiração ofegante. Ele estava uma fera, e isso era excelente.
— Tem um isqueiro?
— Não me faça perder a pouca paciência que ainda me resta, senhorita. Jogue essa droga fora agora. — Ele cuspiu as palavras, claramente irritado. — Vou ligar para o seu pai.
Ele levantou bruscamente da cadeira, pegando o celular do bolso. Imediatamente, senti meu corpo tenso na cadeira. Eu sabia o que viria a seguir, e, apesar de não temer sua presença, eu temia o que ele poderia fazer se soubesse de tudo que eu aprontei. Eu não quero ir para a Suíça, muito menos para outra prisão. Se aqui já é um inferno, lá seria bem pior.
— Ok, eu paro. — Guardei o cigarro no bolso do paletó do uniforme, levantando os braços em rendição. — Mas, por favor, não ligue para ele. Podemos resolver isso entre nós, afinal, o senhor sabe que já tenho dezoito. Tecnicamente, meu pai não tem mais controle sobre mim. Sou adulta, posso cuidar da minha vida, inclusive da herança da minha avó.
Eu não deveria ter falado aquilo, mas já era tarde. Droga! Agora ele não vai ceder.
— Você quer que eu te expulse, senhorita?
Finalmente, ele percebeu. Demorou, mas era um começo.
Aqui está a revisão do trecho de
— Exatamente! Vocês já viram que não sou apta para estudar aqui. Se eu continuar, esse lugar corre o risco de ser incendiado. Não controlo minhas emoções e, quando fico com raiva, quero acabar com tudo.
Eu sabia que estava exagerando, mas precisava revelar parte do plano.
— Vou ligar para o seu pai. Ele saberá o que fazer. — insistiu.
— Não! — Eu estava com medo do plano falhar. — Podemos resolver isso agora. Me dê outra advertência.
Eu precisava evitar que ele ligasse para o Fernando.
— Prometo que vou controlar meus impulsos a partir de hoje, mas, por favor, não ligue para o meu pai. Não me faça discutir minha vida com um estranho, eu não preciso disso.
— Tem certeza? Pelo seu comportamento, parece que precisa.
Estalei os dedos de novo, mordendo o lábio inferior enquanto observava o polegar dele sobre a tecla do celular. Ele ia ligar para o Fernando. Agrr! Todo meu esforço por nada. Pelo menos poderia ouvir a conversa, mas até isso o idiota evitou, saindo da sala só para me privar desse prazer. Agora, aqui sozinha no seu "ninho de corvos".
Acima de mim, a prateleira exibia vários troféus do antigo time do colégio, e a taça na ponta brilhava com seu prateado. Não me lembro muito bem daquela época, mas recordo que adorava assistir aos treinos. Nunca fui fã de esportes, mas tenho que admitir, os jogadores daquela época eram muito bons.
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— O que está fazendo aqui, pirralha? — Uma garota loira, alta e bonita se aproximou. Atrás dela, duas outras líderes de torcida, todas magras e atraentes. Será que eu seria bonita assim quando crescesse? Talvez não. Olhei para o saco de salgadinho na mão e para a leve barriguinha que aparecia sob o uniforme.
— Estava assistindo ao treino. — Enfiei a mão no pacote e comi. — Você não gosta de crianças, não é?
Ela estreitou os olhos azuis para mim, ignorou a pergunta e virou de costas, afastando-se com as amigas. Será que se chateou? Depois de um tempo, o treino acabou e um rapaz alto, loiro e sem camisa subiu alguns degraus, secando o rosto com a camiseta. Ele foi se aproximando sorrateiramente, e quando me olhou, estendi o pacote de salgadinho em sua direção. Precisava ser amigável para que ele não me expulsasse ou me ignorasse, como a loira fez.
— Não, obrigado! — ele respondeu educadamente, me encarando. O rapaz era tão alto que parecia um gigante.
— Olá. — Ele se agachou para me cumprimentar, mas eu permaneci calada. — Não vai dizer nada? O que está fazendo aqui sozinha?
— Assistindo ao treino. — respondi, sentindo meu rosto esquentar. Não sabia se era por causa do sol ou pela vergonha que me consumia, já que nunca imaginei que algum deles fosse falar comigo.
— Entendi.
— Vai implicar comigo como a loira fez?
— Qual loira? — Ele estreitou os olhos, que pareciam mais claros com o reflexo da luz solar. — Já sei...
— Ela é líder de torcida. — comentei.
— Ah, é a Janine, minha namorada. O que ela te disse?
— Nada demais, só me chamou de pirralha e depois me ignorou. — dei de ombros.
— Certo.
— Eu posso assistir aos treinos outras vezes? — perguntei, com uma pontada de esperança. Tomara que ele deixe...
— Claro, venha sempre que quiser, mocinha. — Ele apertou a ponta do meu nariz, me fazendo sentir cócegas.
— Não sabia que a loira era sua namorada. Ela é tão bonita!
— Sim. — Ele passou a mão pelos fios desgrenhados do cabelo.
— Espero ser assim um dia. — Seus olhos estavam nos meus. Eles eram brilhantes e bonitos. — Mas sei que nunca serei como ela. — Olhei para minha barriga, percebendo sua protuberância. Eu nunca seria magra, ainda mais comendo compulsivamente.
— Quantos anos você tem?
— Oito.
Se fosse qualquer outra criança da minha idade, teria mostrado os dedos, mas apenas respondi.
— Acho que nunca serei magra e bonita como ela. — dei de ombros.
— Sabe, acho que você está enganada. Você será uma linda garota quando crescer.
— Sério?
— Sim, porque você já é bonita e muito esperta. — Ele apertou meu nariz pela segunda vez e se levantou.
De costas para mim, vi ele caminhar lentamente em direção ao outro lado da arquibancada, onde havia sombra.
— Ei. — gritei para ele me ouvir. Ele virou a cabeça para me olhar. — Você não me disse seu nome.
Mesmo de longe, vi que ele estreitou os olhos e colocou a mão acima deles para reduzir o brilho do sol.
— Luís. — ele respondeu alto o suficiente para eu escutar.
— O meu é Dulce...
A partir desse dia, Luís se tornou o meu mundo. Apesar de ser bem mais velho, ele foi minha primeira paixão antes de Lucas. Ele sempre me trazia doces e me empurrava no balanço no parquinho. Tentou me ensinar futebol, mas, por ser péssima no esporte, acabei desistindo. Ele foi meu melhor amigo naquela época, e sua namorada, Janine, não gostava de mim. Ela achava que ele me dava mais atenção do que a ela.
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— Conversei com seu pai, e juntos tomaremos as devidas providências. — Fiquei assustada ao ouvir a voz do velho hipócrita assim que ele entrou. — Você só permanecerá aqui conosco com uma condição.
— Não quero saber de nenhuma condição! — bradei.
— Olha o respeito, senhorita. Eu sou a autoridade aqui e sou o único que pode levantar a voz. Já não bastou o desrespeito com o novo professor, agora quer repetir a dose no meu escritório?
Ele vai ver o respeito quando eu incitá-lo a enfiar o dedo no próprio...
— Nós decidimos que você fará acompanhamento com a Dr. Loise. Ela é uma ótima psiquiatra e vai ajudá-la com seu problema.
Psiquiatra! Esse imbecil só pode estar brincando comigo. Acredito que quem realmente precisa ser internado em um hospício é ele, não eu.
— Prefiro que me expulsem... Não vou sentar diante de uma mulher esquisita para falar das minhas particularidades. Sinto muito, mas não farei nenhum tipo de acompanhamento.
— Vamos ver, senhorita. — Ele ameaçou.
— Posso ir agora? — bufei.
— Não, ainda não terminei. — Revirei os olhos. — Lembre-se de que, após as aulas, quero você na última sala. Vamos fotografar você e a Danna para a próxima propaganda do colégio.
Imbecil!
— Com certeza, querido diretor, estarei lá no horário marcado. — zombei. — Adoro quando usam minha imagem para promover o colégio. Mas cuidado, isso pode manchar o nome da instituição se for associado a mim.
— Sem gracinhas, senhorita. — Ele bradou. — Volte para a sala e não responda ao professor como fez mais cedo.
— Claro, sou uma santa, o senhor sabe. — Fiz minha melhor cara de vítima enquanto arrastava os pés para fora do seu ninho de corvos, acenando de maneira debochada só para irritá-lo ainda mais.
Ponto para mim.
Dulce Saviñón X Diretor imbecil
2x0
A caminho da sala, pensei em como seguir com meu plano e arranjar um motivo para escapar das consultas com a psiquiatra. Zoé me ajudaria a sair dessa situação o quanto antes. Ao colocar a mão na maçaneta para abrir a porta, dei de cara com o professor, que me encarava de forma estranha, como antes. Droga! Qual era o problema desse cara? Com certeza, ele estava esperando uma oportunidade para rir de mim ou me dar um sermão, assim como o velho energúmeno. Mesmo de costas, caminhei a passos moderados em direção à minha cadeira, sentindo seu olhar queimando sobre mim. Certamente, um sermão estava a caminho.
— Rum rum. — Ele pigarreou como um velho. — Não sabe bater na porta antes de entrar, Srta. Saviñón?
Estava demorando para esse professor mequetrefe mostrar suas garras. Se ele acha que vai impor algo a mim como faz com os outros alunos, está redondamente enganado.
— Cadê a educação, senhorita?
Ele verá minha educação... É melhor esquecer.
— Deixei ela lá fora. — sorri, comprimindo os lábios e virando-me para ele. Todos começaram a rir, inclusive a vadia da Danna e suas três fiéis seguidoras. — Mas posso buscar, se o senhor quiser. — exibi meu melhor sorriso, um deboche que adorava usar para irritar os outros, especialmente certos professores chatos e diretores corruptos.
Irritado com minha resposta, o Sr. Certinho bateu três vezes na mesa, tentando acabar com as risadas dos alunos.
Mais uma vez, ponto para mim: Dulce Saviñón agora lidera com 4 a 0 contra a equipe do Dig Vigarista.
— Vamos parar com as risadas, porque isso não é um espetáculo de comédia stand-up.
— O que é isso, professor? — perguntou o idiota do cabelo ruivo, que sentava no fundão, e vivia dando em cima de mim a fim de tirar uma casquinha.
— É um espetáculo de humor executado por um comediante, sem cenário e nenhum acessório. Ele fica em pé, enquanto constrói piadas sobre o cotidiano das pessoas.
— Entendi.
Um burburinho se espalhou pela sala, e o idiota chamou a atenção de todos pela segunda vez.
— A senhorita deve fazer a atividade na página 32 da apostila sobre Citologia. Essa atividade valerá nota, então é melhor agilizar.
— Pode deixar, professor. Sua ordem será atendida. — bati continência e fiz uma careta engraçada para Zoé, que sorriu.
— Você tem um sério problema. Já ultrapassou a fase das loucuras.
Ela me entregou um pequeno pedaço de papel dobrado e pediu em voz baixa que eu o abrisse assim que a aula terminasse.
— Aposto que esse bilhetinho da Zoé tem a ver...
— Shiu. — lancei um olhar de reprovação para Daniela antes que ela soltasse alguma besteira.
Infelizmente, ela sabia do nosso plano não porque contamos, mas porque ouviu nossa conversa no dormitório na noite anterior. Daniela também dividia o quarto com nós duas e era a terceira integrante do nosso grupo, o "grupo das gatinhas borralheiras", nome sugerido por ela. Ao contrário de nós, sempre foi a mais sensata, a estudiosa que não se metia em encrencas e tirava boas notas. Viera transferida de um internato de freiras. Se eu já reclamo da vida aqui, imagina como seria viver em um lugar religioso. Provavelmente já teria sido expulsa ou teria feito algo que traumatizaria todas as freiras.
— Faltam dois minutos para o sinal tocar, e você não fez nada. O professor disse que essa atividade valerá nota.
— Eu sei, e é por isso que não vou fazer.
Abri meu fichário, destaquei a folha e caminhei até a mesa dele, colocando-a bem na frente.
— O que significa isso?
Ele pegou o papel, encarando-me com incredulidade.
— A atividade. — sorri com os lábios fechados.
— Ok, então como não tem nada escrito aqui além de um desenho, vou te dar um... — Com a caneta, ele fez um círculo no papel e riscou o centro. — Zero. Espero que leve as coisas mais a sério, senão ficará mais um ano aqui. Não quer isso, quer?
Esse idiota está me testando, mas se ele acha que vai conseguir, se enganou.
— Quem disse que eu permanecerei aqui? Estou apenas esperando algumas coisas serem resolvidas para dar o fora. — Peguei o papel, amassei e joguei no lixo antes de me virar e voltar para o meu lugar.
— O que foi aquilo, sua maluca? Você simplesmente amassou o papel na frente do professor e jogou no lixo.
Ela estava tão chocada quanto a Dani.
— Ti terrò d`occhio. — ele disse em tom alto, olhando diretamente para mim. Se foi uma indireta em outra língua, não sei, mas não vou me preocupar; em breve estarei fora daqui.
O sinal tocou, e a Srta. Peregrín, que já esperava na porta, aguardou ele recolher seus pertences e guardar tudo na bolsa. Os dois se cumprimentaram com um sorriso gentil, e logo depois ela entrou e se acomodou na cadeira que ele ocupava.
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<> Ela não é fácil. 😅
<> Aquele Eminers to lovers que adoramos. 😏
<> Ti terrò d`occhio. - Estou de olho em você.
Autor(a): Vondy_fics
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Christopher Uckermann ||🤓 - E aí, me diz como foi o seu primeiro dia de aula? - encontrei Poncho pelo corredor, assim que saí da sala. - Gostou da turma, ou achou eles barulhentos demais? - perguntou, curvando os lábios em um sorriso amplo, quase desafiador, que refletia sua curiosidade. - Tirando o fato de a aluna Saviñón ...
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