Fanfics Brasil - Capítulo II Despedida Oculta

Fanfic: Despedida Oculta | Tema: Casamento por conveniência, Divorcio, Enganos, Informação oculta, história original, Sebastian Sallo


Capítulo: Capítulo II

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Sebastian manteve os olhos fixos no ecrã do telemóvel por um momento, processando o que Ominis acabara de lhe mostrar. Não disse nada, mas os músculos do maxilar ficaram tensos, uma reação subtil, mas que Ominis, seu cunhado e assistente, reconhecia bem.


- Deixa-me sozinho, Ominis *Ordenou Sebastian com uma voz baixa e carregada.* - Deixa o telemóvel aqui, já to devolvo.


Ominis hesitou por um segundo, mas saiu da sala sem dizer mais nada. Fechou a porta com cuidado, embora a preocupação com o cunhado lhe pesasse nos ombros.


Assim que ficou sozinho, Sebastian largou o telemóvel na mesa, com mais força do que pretendia. O som ecoou pela sala silenciosa. Passou as mãos pelo cabelo, num gesto frustrado, enquanto a ideia de Lívia a vender a casa e possivelmente sair da cidade o deixava inquieto mesmo que dissesse que não queria saber. Algo dentro dele parecia começar a desmoronar-se.


Após alguns minutos, pegou no telefone da empresa e ligou para Imelda que estava na mesa dela.


- Chame o senhor Gaunt ao meu escritório. *Falou com voz firme e desligou sem esperar resposta.*


Segundos depois, Ominis entrou novamente no escritório, o olhar firme mas cauteloso, observando Sebastian, que estava agora de pé, encostado à janela com as mãos nos bolsos. A luz do fim da tarde projetava sombras severas no seu rosto.


- Então, vais dizer-me o que está a acontecer? *Perguntou Ominis, num tom sereno, mas carregado de curiosidade.*


- Não há nada para dizer, Ominis. *Sebastian respondeu, seco, desviando o olhar para o horizonte.*


Ominis cruzou os braços e inclinou ligeiramente a cabeça, tirando os óculos de seguida para os limpar a sua voz soou quase como um suspiro.


- Desde quando é que aceitas as coisas com tanta facilidade, Sebastian? Não és de deixar algo escapar sem lutar.


Sebastian apertou os lábios numa linha rígida, virando-se finalmente para o cunhado. A intensidade do seu olhar castanho-avelã fez Ominis recuar meio passo enquanto colocava os óculos no sítio.


- Quero que descubras para onde ela pretende ir. E, Ominis... não faças perguntas.


Ominis franziu o cenho, mas assentiu com um suspiro resignado.


- Está bem, mas espero que saibas o que estás a fazer, Sebastian.


Sebastian não respondeu, apenas continuou a olhar os prédios da cidade atraves do vidro.


Entretanto, Lívia estava ocupada a finalizar os preparativos para a venda da casa. Sabia que estava a tomar uma decisão drástica, mas sentia que era o melhor. Naquele momento, ela estava no telefone com o corretor, discutindo detalhes sobre uma oferta que tinha recebido. Quando desligou, respirou fundo, olhando pela janela para o pequeno jardim que cuidou no passado. Aquela casa carregava memórias da faculdade, boas e más, mas era hora de mudanças.


De volta ao escritório de Sebastian, Ominis entrou discretamente. Já tinha passado uma semana e meia sobre ocorrido. Ele estava com uma expressão séria, claramente com informações.


- Ela está a planear mudar-se para a França *Anunciou, observando a reação do cunhado.*


Sebastian ergueu o olhar, surpreso, mas rapidamente recuperou a compostura. Fechou os punhos e recostou-se na cadeira, como se estivesse a tentar processar a notícia.


Ominis olhou-o com uma expressão mista de frustração e ceticismo, aproximando-se um pouco mais da mesa.


- Vais mesmo deixá-la ir? Assim, sem mais nem menos? *O tom calmo de Ominis contrastava com o peso das suas palavras.*


Sebastian levantou os olhos lentamente, a sombra de raiva e teimosia ainda presente no seu rosto.


- O que queres que eu faça, Ominis? Que me ajoelhe e suplique para que ela fique?


- Não seria a primeira vez que tomavas uma decisão impulsiva, Sebastian. *Respondeu Ominis, arqueando uma sobrancelha.*


Sebastian lançou-lhe um olhar cortante, mas manteve a voz controlada.


- Isto não é impulsividade. É aceitar a realidade... *Levantou-se de repente, ajustando o casaco e fechando o punho.* - Marca uma reunião com o Sr. Sharp para amanhã. Quero finalizar tudo o mais rápido possível.


Ominis hesitou por um instante, olhando-o fixamente como se procurasse algo nos olhos do chefe. Finalmente, assentiu com um leve suspiro.


- Como quiseres...


Depois de sair do escritório de Sebastian, Ominis cruzou-se com Imelda no corredor. A secretária estava impecavelmente vestida, como sempre, e trazia consigo uma pilha de documentos que claramente não pertenciam àquela ala do edifício. Ominis franziu a testa, curioso.


- Estás ocupada, Imelda? *Perguntou casualmente.*


Ela lançou-lhe um sorriso ensaiado, um tanto frio.


- Sempre, Ominis. Sabes como o Sebastian gosta de tudo em ordem.


- Claro. Especialmente agora, com o divórcio a decorrer... *Comentou ele, tentando provocar alguma reação.*


Imelda piscou os olhos, mas o sorriso não vacilou.


- Espero que isso signifique menos distrações no trabalho. *Disse, num tom que parecia tão inocente quanto perigoso.*


Ominis não respondeu, mas manteve os olhos nela enquanto se afastava pelo corredor. Algo no tom dela parecia deslocado, quase satisfeito.


Mais tarde, Verónica apareceu na casa de Sebastian sem aviso. Ele estava a trabalhar no escritório improvisado de casa quando ouviu o som familiar dos saltos altos da mulher a ecoar pelo chão de madeira. Soltou um suspiro pesado, já antecipando uma conversa cansativa.


- O que queres agora? *Perguntou, sem desviar os olhos dos papéis à sua frente.*


Verónica desta vez ignorou a frieza dele e sentou-se no sofá próximo, colocando sua bolsa de marca recém-comprada ao seu lado, cruzando as pernas com uma elegância exagerada.


- Só vim ver como estás. Este divórcio deve ser tão cansativo para ti... *Começou, com uma preocupação que soava tão falsa quanto o seu sorriso.*


Sebastian lançou-lhe um olhar de advertência.


- Poupemo-nos a formalidades. O que queres?


Ela riu suavemente, mas não respondeu diretamente. Em vez disso, levantou-se e começou a vaguear pela sala, fingindo observar as decorações. Eventualmente, virou-se para ele.


- Sabes, a Imelda tem sido um apoio tão grande para ti ultimamente. Uma funcionária fiável, prestativa... e tão dedicada.


Sebastian estreitou os olhos, desconfiado.


- Onde queres chegar?


- Não me interpretes mal, meu querido. Só acho que talvez seja altura de teres ao teu lado alguém que realmente compreenda as tuas ambições. *A voz dela carregava uma sugestão subtil, mas evidente.*


Sebastian ficou em silêncio, os olhos fixos na mulher à sua frente. Ela estava a manipular, como sempre, mas ele não conseguia ainda entender completamente os motivos. Antes que pudesse responder, Verónica inclinou-se e acariciou-lhe o ombro com um gesto que pretendia ser maternal.


- Pensa nisso, Sebastian. Só quero o melhor para ti, assim como o teu pai iria querer.


Depois dela sair, Sebastian recostou-se na cadeira e fechou os olhos, tentando dissipar a sensação crescente de que algo lhe estava a escapar, mas ele não sabia o que.


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Autor(a): CatFlower

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❉⊱•═•⊰❉⊱•═•⊰❉⊱•═•⊰❉ Na receção da empresa, Imelda atendia uma chamada num tom baixo e conspirador. - Sim, já está a sair como planeámos. Agora só precisamos que o divórcio seja oficial... Sim, ele ainda nã ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 4



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  • catty_blacker Postado em 03/01/2025 - 15:43:42

    Sinceramente, manifesto-me de que terás uma carreira maravilhosa na escrita. Escreves muito bem. Parabéns, adorei tua história.

    • @catty_blacker Postado em 10/01/2025 - 23:45:55

      Sou brasileira :D

    • CatFlower Postado em 10/01/2025 - 22:45:11

      Ah já agora, esta é a playlist da série ☺ https://open.spotify.com/playlist/6Z8Lq8hAs5YlkGZKgH5VMy?si=47b5b591d81449b6

    • CatFlower Postado em 10/01/2025 - 22:31:12

      Obrigada. o gpt também ajudou, e este inicio usei como base de um vídeo que ouvi o resto vai sendo visto ao longo da trama :D Mas sendo sincera foi um mês e meio para fazer a história toda, hoje irei publicar os capítulos. Mas tenho eles no Spirit já e no Wattpad. És portuguesa ou brasileira?


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