Fanfics Brasil - Capítulo 3 - O Casamento Te Daria Tudo - Vondy

Fanfic: Te Daria Tudo - Vondy | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo 3 - O Casamento

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No entanto, parecia que o universo tinha outros planos. No canto do meu campo de visão, percebi seu movimento. Ele estava vindo em minha direção. Não demorou muito para que ele estivesse perto o suficiente para que eu sentisse sua presença, para que seu perfume familiar invadisse meus sentidos como uma lembrança não convidada.


Ele não estava sozinho. Sua namorada deslizou ao seu lado como uma extensão perfeita de sua confiança. Christopher cumprimentou um dos produtores com sua típica desenvoltura, mas seus olhos... Inevitavelmente encontraram os meus.


Foi apenas um segundo. Um instante congelado no tempo. Meu coração deu um salto, um espasmo involuntário que tentei disfarçar com uma respiração medida. O mundo ao meu redor pareceu se dissolver por um instante, os sons se tornando um eco distante, enquanto meus olhos encontravam os dele, até que me obriguei a respirar e a manter meu sorriso sereno. Se Christopher ainda tinha algum poder sobre mim, eu não lhe daria a satisfação de saber disso.


Ele manteve o olhar preso ao meu por segundos que pareceram uma eternidade. E nesse lapso de tempo, uma avalanche de lembranças não ditas percorreu meu corpo. Histórias que ficaram suspensas, palavras engolidas, sentimentos não resolvidos que pareciam dançar no silêncio entre nós. Mas eu não desviaria primeiro. Não dessa vez.


Paco, alheio ao turbilhão que acontecia dentro de mim, continuava sua conversa animada com um produtor que ele admirava há anos. Eu deveria estar prestando atenção, deveria sorrir no momento certo e reagir às palavras ao meu redor, mas minha mente congelou e um arrepio percorreu minha espinha quando Christopher deu um passo quase imperceptível na minha direção, sem soltar a mão da mulher ao seu lado. Um gesto sutil, mas carregado de intenção.


— Dulce — ele disse, seu sorriso torto carregando um tom de familiaridade tão ensaiado que fez meu estomago dar um nó. Um cumprimento casual, como se nosso passado não fosse um campo minado de dores e segredos.


Minha boca se abriu levemente, mas antes que qualquer palavra pudesse se formar, senti Paco ao meu lado. Sua mão envolveu minha cintura em um gesto protetor, puxando-me suavemente para mais perto dele, um toque firme, mas que falou mais do que qualquer palavra poderia. Foi um movimento instintivo, mas carregado de significado. Um limite traçado no ar entre mim e Christopher.


— Christopher — respondi, mantendo meu tom educado, porém distante. Minha postura estava impecável, e eu sabia que cada detalhe dessa interação estava sob escrutínio, e eu sabia disso e não gostaria que isso virasse assunto no dia seguinte.


A namorada dele lançou-me um olhar analítico antes de sorrir de forma polida. Seu perfume adocicado flutuava no ar, misturando-se ao cheiro amadeirado do ambiente luxuoso.


— Essa é Bakuza — Christopher apresentou, tocando levemente as costas dela. — E essa é Dulce. Tenho certeza de que você já a conhece.


Ela sorriu, os lábios pintados de um vermelho perfeito.


— Quem não conhece? Você está deslumbrante esta noite, Dulce.


— Obrigada. — agradeci com a mesma formalidade. — Você também está incrível.


A conversa poderia ter morrido ali, mas Christopher não parecia satisfeito. Seus olhos voltaram para mim, e algo em sua expressão me dizia que ele queria dizer mais. Eu sabia que deveria me afastar antes que aquele momento se tornasse mais intenso do que deveria ser, mas Christopher nunca foi de recuar.


— Faz tempo que não nos vemos — Christopher comentou, e sua voz carregava um peso que eu não queria decifrar. Havia nostalgia ali, mas também algo mais, algo que fazia minha pele arrepiar levemente. — Como você está?


Senti Paco se retesar ao meu lado, seu braço em minha cintura se tornando uma âncora silenciosa. Ele não apertou, não demonstrou desconforto evidente, mas sua postura mudou — sutil, mas perceptível. Seu olhar era atento, curioso, porém sem traços de desconfiança. Ele confiava em mim. Mas também conhecia minha história.


Eu precisava garantir que essa confiança continuasse intacta.


— Estou ótima, Christopher. Obrigada por perguntar — respondi, mantendo a voz serena e um sorriso polido nos lábios. Meu tom não era frio, mas também não era caloroso. Apenas a medida certa de educação. — E você? Parece estar indo bem.


Christopher soltou uma risada baixa, daquele jeito que ele sempre fazia quando não acreditava totalmente no que ouvia. Seus olhos vagaram ao redor, como se pudessem atravessar a camada de superficialidade da minha resposta.


— Não posso reclamar — disse, com um meio sorriso que não chegava aos olhos.


O silêncio que se seguiu não foi vazio. Foi denso. Carregado de lembranças não ditas, de palavras que um dia foram sussurradas no escuro e agora estavam presas em algum lugar entre nós, inalcançáveis.


Antes que ele pudesse dizer qualquer outra coisa, Paco interveio com naturalidade, estendendo a mão para Christopher.


— É um prazer conhecê-lo, cara. Já ouvi falar bastante de você.


Havia algo implícito ali. Não uma ameaça, nem uma provocação, mas uma afirmação de presença. Paco não era alguém que se deixava intimidar.


Christopher apertou sua mão, e por um breve segundo, sua expressão permaneceu neutra demais. Mas seus olhos, sempre expressivos, brilharam com um quê de provocação velada.


— O prazer é meu — ele disse lentamente, como se provasse cada palavra antes de soltá-las. Então, inclinou a cabeça ligeiramente, um gesto quase imperceptível, antes de acrescentar: — Espero que esteja cuidando bem dela.


A frase, dita num tom aparentemente casual, tinha espinhos escondidos entre as sílabas.


Senti Paco endurecer ao meu lado, mas ele não permitiu que sua expressão mudasse. Seu sorriso permaneceu ali, intacto, mas sua resposta veio precisa, cortante na medida certa.


— Dulce sabe se cuidar melhor do que qualquer um — disse ele, com um tom tranquilo, porém firme. — Mas, claro, estou sempre ao lado dela.


Christopher ergueu uma sobrancelha, e algo em seu rosto mudou. Não era surpresa, nem desdém — era mais como um julgamento silencioso. O tipo de olhar que diz que a resposta recebida não era a que ele queria. Então, com um meio sorriso enigmático, ele assentiu e recuou, estendendo a mão para sua nova namorada.


Eu o observei se afastar, sentindo a tensão finalmente se dissipar ao redor e finalmente soltei a respiração que nem percebi que estava prendendo.


— Você está bem? — Paco perguntou baixinho, sua mão acariciando levemente minhas costas.


 



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Autor(a): siguevondy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 4



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  • vondy_dulcete Postado em 21/01/2025 - 18:25:29

    Continua

    • siguevondy Postado em 21/01/2025 - 22:15:52

      Olá! Que alegria ver seu comentário! Seja muito bem-vinda! Continuando <3

  • vondyfforever Postado em 17/01/2025 - 02:23:41

    Affe, que dor, continuaaaa

    • siguevondy Postado em 17/01/2025 - 23:03:43

      Bem vinda! Que bom ler seu comentário! Muito obrigada! Achei que ninguém estava lendo! E sim, essa época foi terrível para nós.


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