Fanfics Brasil - Capítulo 3 - O Casamento Te Daria Tudo - Vondy

Fanfic: Te Daria Tudo - Vondy | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo 3 - O Casamento

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Forcei um sorriso, tentando dissipar qualquer resquício de desconforto.


— Estou — respondi, olhando para ele com um sorriso leve. — Mas obrigada por isso.


— Estou às ordens. — Ele sussurrou com um sorriso.


Paco não precisou fazer perguntas. Ele sabia que dentro de mim havia cicatrizes que nunca desapareceriam completamente, mas também sabia que eu não era a mesma mulher que Christopher um dia conheceu.


E antes que eu pudesse me perder nos pensamentos, ele completou:


— Se quiser ir embora, é só dizer.


Neguei com a cabeça, determinada.


— Não. Esta noite é sua. Vamos aproveitar.


Ele sorriu, apertando minha mão, guiando-me para nossos lugares. As luzes douradas iluminavam o ambiente luxuoso, e o som das taças brindando misturava-se a música ambiente que preenchia os espaços entre as conversas animadas. Eu me obriguei a mergulhar na atmosfera vibrante da noite, mesmo sentindo o peso da presença de Christopher no ar como um eco do passado que ainda se recusava a desaparecer.


Paco estava radiante. Seu olhar brilhava a cada novo cumprimento, cada elogio sutilmente lançado por produtores e diretores que agora o reconheciam. Eu observava com orgulho, consciente de cada sorriso que ele recebia, de cada aperto de mão que firmava seu espaço ali. Ele merecia aquele momento. Mas, não importava o quanto eu tentasse focar nele, era como se houvesse um fio invisível me puxando de volta, uma presença silenciosa que pesava no ambiente, exigindo minha atenção.


— Preciso ir ao banheiro — murmurei para Paco, inclinando-me levemente para que apenas ele ouvisse. — Quer beber alguma coisa? Posso passar no bar e pegar algo para você.


Ele sorriu, distraído, mas carinhoso.


— Um uísque seria ótimo. — Paco beijou levemente minha bochecha. — Obrigado, linda.


Afastei-me dele, respirando fundo enquanto cruzava o salão. No banheiro, retoquei a maquiagem com gestos meticulosos, como se pudesse reconstruir minha fortaleza com camadas de batom e pó compacto. Ajustei o cabelo, inspirei e expirei lentamente antes de sair.


Cumprimentei algumas pessoas pelo caminho até o bar, parando apenas o suficiente para manter a cordialidade. A noite pulsava ao meu redor — risadas ecoavam, brindes tilintavam no ar, e a música vibrava suavemente, encaixando-se como pano de fundo para conversas e promessas de negócios. Tudo parecia funcionar em perfeita harmonia, como um quadro meticulosamente pintado.


Mas então, um arrepio frio percorreu minha espinha.


— Segundo tropeço da noite — a voz baixa e arrastada soou ao meu lado, deslizando pela minha pele como uma lembrança indesejada. — Deixar a mulher mais linda da festa sozinha no bar enquanto corre atrás de uns contatos? 


Fechei os olhos por um instante, reunindo minha compostura antes de virar lentamente.


Christopher estava ali.


Segurava um copo de uísque, e seu olhar me estudava com aquela mesma intensidade de sempre, aquele magnetismo cruel que ele sabia exatamente como usar. Meu peito apertou com a súbita pressão do passado tentando invadir o presente. O tempo hesitou entre nós, pairando no ar denso, como se estivesse esperando para ver quem cederia primeiro.


— Vá embora, Christopher. — Minha voz saiu firme, mas eu mesma pude sentir a leve oscilação na borda das palavras.


Ele inclinou a cabeça, um meio sorriso puxando o canto de seus lábios.


— Ele parece um cara decente. — Ele fez um pequeno gesto com o queixo na direção de Paco. — Mas ainda precisa aprender a cuidar de uma mulher como você.


Soltei uma risada baixa, desprovida de qualquer humor.


— O que você ainda está fazendo aqui? — perguntei, mantendo meu tom controlado, mesmo quando percebi que ele não se moveria sem um motivo.


Christopher girou o copo lentamente entre os dedos, observando o líquido âmbar como se ali estivesse alguma resposta que ele não conseguia encontrar.


— Eu não sei. — Seus olhos voltaram para mim, e havia algo diferente ali, algo que fez meu estômago revirar de forma indesejada. Vulnerabilidade. — Talvez só... ver você de novo. Saber se ainda...


Ele deixou a frase em aberto.


Meu coração deu um salto traiçoeiro, mas eu o mantive cativo, cruzando os braços para conter o frio repentino que tomou conta do meu corpo.


— Se ainda o quê? — minha voz saiu baixa, mas carregada de uma exaustão que eu não me dei ao trabalho de esconder.


Christopher deu um passo à frente, a distância entre nós reduzida a quase nada. O cheiro familiar de seu perfume — âmbar, madeira, algo levemente cítrico — invadiu meus sentidos antes que eu pudesse me afastar.


— Se ainda pensa em mim. — O tom dele foi mais do que um sussurro; foi uma confissão crua, despida de qualquer artifício.


O olhar dele segurou o meu com uma força quase física. Como se tentasse arrancar uma resposta antes que eu mesma pudesse processá-la. Como se procurasse resquícios do passado, um eco do que já fomos.


Minha garganta secou. Não pisquei. Não recuei.


Eu poderia ter mentido. Poderia ter dito qualquer coisa para acabar com aquela conversa e enterrá-la ali mesmo, sob as luzes douradas do evento. Mas, por mais que tudo tivesse mudado, eu sempre havia sido honesta com Christopher.


— Penso. — Sua respiração vacilou, e por um breve segundo, vi esperança em seu olhar. Mas antes que ela pudesse crescer, finalizei: — Mas não do jeito que você gostaria.


Algo brilhou nos olhos dele, uma sombra fugaz de algo que ele não queria admitir. Christopher passou a língua pelos lábios, como se estivesse decidindo sua próxima jogada. Mas não havia mais um jogo a ser jogado. Não mais.


— Ele sabe sobre nós? — Sua voz estava carregada de algo sombrio, uma necessidade absurda de deixar uma marca, de ser lembrado.


Segurei sua atenção e não desviei.


— Não há um "nós", Christopher. Não há um nós há muito tempo.


Christopher assentiu lentamente, seus dedos apertando levemente o copo de uísque. Seu olhar deslizou para o chão por um instante, como se estivesse absorvendo aquela resposta.


— Você está feliz? — ele perguntou, e havia algo genuíno naquela pergunta. Algo quase doloroso.


— Sim — respondi com firmeza, sentindo a verdade se espalhar pelo meu peito. — Eu estou. 


— Então, acho que fiz uma coisa certa, pelo menos uma vez na vida. — Seu sorriso era pequeno, quase imperceptível.


— Se isso te faz dormir melhor.


 



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Autor(a): siguevondy

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Dessa vez, fui eu quem se virou primeiro. Peguei as bebidas de cima do balcão e sem mais nenhuma palavra passei por Christopher e voltei para onde Paco me esperava. Cada passo de volta parecia mais pesado do que o anterior, como se o encontro com ele tivesse deixado um lastro invisível em meu peito. Tentei me recompor antes de chegar, forçando um sorriso ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 4



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  • vondy_dulcete Postado em 21/01/2025 - 18:25:29

    Continua

    • siguevondy Postado em 21/01/2025 - 22:15:52

      Olá! Que alegria ver seu comentário! Seja muito bem-vinda! Continuando <3

  • vondyfforever Postado em 17/01/2025 - 02:23:41

    Affe, que dor, continuaaaa

    • siguevondy Postado em 17/01/2025 - 23:03:43

      Bem vinda! Que bom ler seu comentário! Muito obrigada! Achei que ninguém estava lendo! E sim, essa época foi terrível para nós.


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