Fanfics Brasil - Capítulo 3 - O Casamento Te Daria Tudo - Vondy

Fanfic: Te Daria Tudo - Vondy | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo 3 - O Casamento

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Fechei os olhos por um instante antes de me virar lentamente.


Ele estava ali, como uma sombra persistente do que já foi. Seu olhar era fixo em mim, intenso e inescapável.


— Onde está sua namorada? — perguntei, mantendo minha voz firme.


Christopher deu um meio sorriso, colocando as mãos no bolso.


— Fazendo contatos. Você sabe como é. Seu namorado está fazendo o mesmo. — Seus olhos deslizaram na direção em que Paco havia ido.


Senti um impulso de me afastar, mas me recusei a ceder.


— Por que está aqui outra vez, Christopher?


Ele deu um passo à frente, e por mais que meu corpo não se movesse, senti a proximidade como uma corrente elétrica passando por mim.


— Porque eu precisava falar com você.


— Não temos mais o que falar, Christopher. — Minha voz saiu baixa, mas carregada de certeza.


— Dulce, o que você quis dizer quando disse que se pensar que eu fiz a coisa certa me fazia sentir melhor...


— Não é hora e nem lugar, Christopher — Interrompi, minha paciência pendendo por um fio. — Você não pode continuar aparecendo assim. Não pode simplesmente me puxar de volta para um lugar de onde eu lutei para sair.


Christopher riu, mas não havia humor algum ali.


— É isso que você acha? Que eu quero te puxar para trás?


Ele me observou por um momento, e havia algo em seu olhar que me desafiava, como se esperasse que eu recuasse. Mas eu não recuei. Cruzei os braços, sentindo o peito arder.


— Eu sofri por você, Christopher. — As palavras saíram antes que eu pudesse contê-las, mas não tentei retirá-las. Ele precisava ouvi-las. — Eu me perdi. Eu te esperei, te perdoei, te implorei para ficar, e tudo o que recebi foi dor.


O rosto dele se contraiu por um instante, como se minhas palavras o tivessem atingido fisicamente.


— Dulce...


— Mas eu segui em frente. — Minha voz tremeu ligeiramente, não de fraqueza, mas de intensidade. — E eu não apenas segui. Eu me encontrei.


Christopher ficou em silêncio, mas seu olhar era um mar revolto.


Apertei os lábios, sentindo o momento certo para dizer.


— Estou noiva.


O impacto foi imediato.


Vi o músculo em sua mandíbula se retesar, sua expressão se fechar em algo que parecia uma mistura de choque e incredulidade. Seus dedos se apertaram ao redor do copo de uísque, e por um momento, tudo o que ele fez foi encarar o líquido âmbar, como se ali houvesse alguma resposta que ele não conseguia encontrar.


— O quê? — Sua voz saiu baixa, quase um sussurro.


— Paco me pediu em casamento. E eu disse sim.


Ele piscou lentamente, como se processasse cada palavra. Então soltou uma risada breve, mas não havia um traço de diversão nela.


Christopher desviou o olhar, deixando escapar um longo suspiro. Por um instante, vi algo vacilar dentro dele, um espectro de arrependimento que ele jamais admitiria em voz alta.


— Então... Acho que finalmente te perdi de vez.


Senti um aperto no peito.


Não porque queria que ele dissesse outra coisa.


Mas porque, por um momento, percebi que uma parte dele realmente acreditava que ainda havia um "nós" para ser salvo. Assim como eu algum dia acreditei.


O silêncio que se seguiu foi quase ensurdecedor.


Seus olhos voltaram para mim, procurando algo, qualquer coisa que talvez pudesse desfazer o que já estava feito.


Mas não havia mais nada a ser dito.


~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~


O brilho suave da manhã atravessava as cortinas da sala como um abraço delicado, tingindo tudo ao redor de um dourado aconchegante. Eu estava sentada à mesa, rodeada por catálogos, analisando cuidadosamente cada detalhe das flores que enfeitariam o dia mais importante da minha vida. As cores vibrantes dos arranjos saltavam das páginas e tudo parecia significativo demais para ser decidido rapidamente. Canetas, post-its e papéis avulsos estavam espalhados por toda a extensão e as anotações importantes escritas em um caderno, cada uma com sua cor específica para destacar ideias que, na minha cabeça, eram indispensáveis para o grande dia. Mas, por mais que tentasse me concentrar, minha mente insistia em vagar por um lugar onde não deveria estar.


Desde que me reencontrei com Christopher, lidar com qualquer coisa sobre o casamento parecia errado, como se a simples sombra dele no meu pensamento fosse manchar o futuro que eu estava construindo com Paco. Por alguns dias, escrevi, coloquei em um papel tudo o que aquele reencontro significou para mim, todo aquele sentimento que por mais que tentasse, sempre estaria comigo, como uma tatuagem no meu coração. Paco, estava ali, paciente, esperando uma brecha para entrar, mas ele não sabia que já estava ali, como um salvador no meio da tempestade.


Soltei um suspiro pesado, passando a mão pelo rosto, tentando afastar aquele incômodo. Foi quando ouvi passos atrás de mim, seguido pelo aroma do café recém-passado. Paco entrou na sala segurando duas xícaras de café. Ele tinha aquele sorriso caloroso que ainda conseguia fazer meu coração acelerar. Colocou uma xícara à minha frente, inclinou-se para me beijar na testa, seu toque carregado de afeto silencioso.


– Está perdida nesses catálogos de novo, hein? – Ele riu suavemente – Já escolheu alguma coisa ou está adiando mais um pouco?


Levantei os olhos, tentando não rir da maneira como ele parecia me estudar.



– Quase – respondi, inclinando o catálogo em sua direção e apontando para duas páginas. – Estou entre essas rosas brancas e essas peônias. Qual você prefere?


Paco pegou o catálogo e fingiu analisar as opções com uma seriedade teatral, o cenho franzido, como se estivesse decidindo algo de vida ou morte.



– Hmm... – Ele arrastou o som por alguns segundos antes de apontar para as peônias. – Essas. São lindas, delicadas e... têm mais a ver com você.


Eu ri, fingindo revirar os olhos.


– Você sempre diz isso.


– Porque é verdade – ele retrucou, com aquele tom de quem sabia exatamente o impacto que suas palavras tinham.


Suspirei, marcando a página com a caneta.


– Então, peônias. Decisão tomada.


Paco se sentou ao meu lado, pegando um dos catálogos e folheando distraidamente enquanto eu anotava minhas escolhas. O silêncio que se instalou entre nós era confortável, como se as palavras fossem desnecessárias, mas minha mente estava em outra parte, perdida na imensidão de tudo que estava acontecendo. Enquanto olhava para ele de relance, sentia aquele calor familiar no peito, um tipo de gratidão que nem sempre sabia como expressar. Se há alguns anos alguém me dissesse que em breve estaria prestes a me casar com alguém como Paco, eu teria rido. Eu era cega, obcecada por Christopher, e não via que a vida tinha muito mais a oferecer do que eu imaginava ser amor. E, às vezes, como agora, ainda me pegava surpresa com o quanto era sortuda por tê-lo em minha vida. Ele não era apenas o homem com que meu estava construindo um futuro. Ele era o meu futuro.


 



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Autor(a): siguevondy

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Eu sempre acreditei que o amor era para os corajosos – aqueles que se entregavam de verdade, que cuidavam e lutavam por esse sentimento todos os dias. E se eu não tivesse tido a coragem de seguir em frente, de recomeçar, eu nunca teria encontrado Paco. Ele me mostrou que o amor que eu sempre sonhei desde menina, aquele amor sem medos e sem amarras, realme ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 4



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  • vondy_dulcete Postado em 21/01/2025 - 18:25:29

    Continua

    • siguevondy Postado em 21/01/2025 - 22:15:52

      Olá! Que alegria ver seu comentário! Seja muito bem-vinda! Continuando <3

  • vondyfforever Postado em 17/01/2025 - 02:23:41

    Affe, que dor, continuaaaa

    • siguevondy Postado em 17/01/2025 - 23:03:43

      Bem vinda! Que bom ler seu comentário! Muito obrigada! Achei que ninguém estava lendo! E sim, essa época foi terrível para nós.


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