Fanfics Brasil - Capítulo 3 - O Casamento Te Daria Tudo - Vondy

Fanfic: Te Daria Tudo - Vondy | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo 3 - O Casamento

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Eu sempre acreditei que o amor era para os corajosos – aqueles que se entregavam de verdade, que cuidavam e lutavam por esse sentimento todos os dias. E se eu não tivesse tido a coragem de seguir em frente, de recomeçar, eu nunca teria encontrado Paco. Ele me mostrou que o amor que eu sempre sonhei desde menina, aquele amor sem medos e sem amarras, realmente existia. Ao lado dele, aprendi que poderia ser vulnerável, e ainda assim, forte. Que podia criar raízes, e ao mesmo tempo, voar.


Meu devaneio foi interrompido quando Paco levantou os olhos do catálogo e me olhou com um sorriso divertido.



– Então, me diga – começou ele, inclinando a cabeça. – Qual a diferença entre linho e... como é que chama? Rami?


Eu ri alto, empurrando seu braço levemente.



– São totalmente diferentes! – respondi, apontando para as duas fotos praticamente idênticas no catálogo. – Olha só, um é mais grosso, o outro é mais fino...


– Ah, claro, totalmente diferente – ele disse, fingindo uma expressão séria enquanto analisava as fotos.


Ri mais ainda. Era tão fácil estar com ele, tão leve. Mesmo os momentos mais mundanos se transformavam em algo especial quando estávamos juntos. Mas, naquele instante, enquanto ríamos e nos provocávamos em mais daqueles momentos em que tudo se encaixava e o presente parecia perfeito, Christopher surgiu novamente, invadindo meus pensamentos. Paco então abaixou os catálogos e me observou por um momento, encostando-se à cadeira. Seus olhos tinham aquele brilho que eu já conhecia bem, como se ele estivesse enxergando muito além do que estava à nossa frente.


— Está tudo bem? — A voz de Paco era tranquila, mas havia um tom cauteloso ali, como se ele já soubesse a resposta.


— Sim. Só estou um pouco cansada.


Ele inclinou a cabeça, estudando-me.


— Você parece distante ultimamente.


Meu coração disparou.


— Paco... — Minha voz saiu mais baixa do que eu pretendia.


A mentira dançou entre nós como um véu fino e frágil, pronto para ser rasgado. Paco não desviou o olhar. Ele nunca fazia isso.


— Dulce... — Ele pegou minha mão, seus dedos quentes e firmes ao redor dos meus. — Se houver algo que você precise me dizer, eu prefiro ouvir de você. — A culpa pesou no meu peito. — Eu te conheço, Dulce. E sei quando algo não está certo.


Meu peito apertou. Paco não merecia minhas dúvidas. Não merecia os fantasmas que ainda me assombravam.


Mordi o lábio, encarando os catálogos espalhados na mesa.


— Eu não consigo para der pensar... Desde que vi Christopher, eu estou confusa. — Minha visão ficou embaçada e deixei escapar uma lágrima.


Ele soltou um suspiro pesado e passou a mão pelo cabelo.


— E o que isso significa, Dulce?


Minha garganta secou.


— Nada.


— Nada? — Ele repetiu, como se estivesse testando a palavra. — Você tem certeza?


Olhei para ele, para a maneira como sua mandíbula estava tensa, como seus olhos procuravam respostas que eu não tinha certeza se poderia dar.


A dor que vi ali me fez querer recuar, me fez querer dizer qualquer coisa que o tranquilizasse. Mas Paco não merecia mentiras.


Eu não sabia o que dizer.


Ele se levantou devagar, passando a mão pela nuca.


— Você ainda sente alguma coisa por ele?


O nó na minha garganta quase me impediu de respirar.


— Paco...


— Só seja honesta comigo. Por favor.


Meu peito ardia.


Olhei para ele, para o homem que me deu tudo que Christopher nunca conseguiu.


E, ainda assim, a sombra de um amor antigo continuava ali, como um fio invisível me puxando para um passado que deveria estar enterrado.


Eu respirei fundo, sentindo meu coração se despedaçar com a verdade.


— É complicado... Eu sei que não quero, que ele não é bom para mim, mas algo parece me puxar para ele.


E naquele instante, vi algo quebrar nos olhos dele.


Um silêncio esmagador caiu sobre nós.


— Diga alguma coisa, por favor.


As palavras pesaram no ar entre nós.


Paco desviou o olhar por um instante, como se estivesse reorganizando os próprios pensamentos. Quando voltou a me encarar, seus olhos estavam carregados de uma dor silenciosa, mas também de uma firmeza que me fez prender a respiração.


— Dulce... — Ele passou a mão pelo rosto, respirando fundo. — Eu não sou ele. Nunca fui e nunca serei.


Fechei os olhos por um segundo, sentindo o peso daquela frase. Eu sabia disso. Sempre soube.


— Eu sei.


— Então, me diz — sua voz soou rouca, contida — se ele ainda tem esse poder sobre você, se uma parte de você ainda se sente puxada para ele... como é que a gente segue em frente?


Meu coração doeu com aquela pergunta.


E naquele momento, a resposta surgiu tão clara quanto o brilho do sol que atravessava as cortinas.


Eu podia sentir falta do que Christopher e eu fomos um dia. Podia ter cicatrizes que levavam seu nome, marcas de um amor que, por muito tempo, foi tudo para mim. Mas estar ao lado de Paco me ensinou que o amor verdadeiro não precisa do caos para ser real. Que a paz não era sinônimo de monotonia, mas sim de segurança.


Que amar de verdade era escolher, todos os dias, ficar.


Me levantei e dei um passo à frente, segurando o rosto de Paco entre as mãos, obrigando-o a me olhar.


— Eu não vou a lugar nenhum.


Ele piscou, surpreso.


— Dulce...


— Eu escolho você. — Minha voz saiu firme, mesmo com a emoção transbordando no meu peito. — Mesmo com todas as lembranças, mesmo com tudo que já senti por ele... não importa. Porque quando eu olho para o futuro, é com você que eu me vejo.


Os olhos dele se suavizaram, como se ele quisesse acreditar, mas ainda estivesse hesitante.


Aproximei meu rosto do dele, encostando minha testa na sua.


— Você é o homem que eu amo. É você que me faz sentir segura, que me faz rir, que me faz querer ser melhor todos os dias.


Um suspiro escapou dos lábios dele.


— Você tem certeza?


— Mais do que nunca.


Paco fechou os olhos por um momento, como se estivesse absorvendo cada palavra. Quando voltou a abri-los, havia algo diferente. Alívio. Amor.


Ele deslizou as mãos para minha cintura e me puxou para um abraço apertado.


E ali, entre seus braços, percebi que era exatamente onde eu queria estar.


Não importava o que o passado tentasse me dizer.


Eu já havia feito minha escolha, era Paco.


 



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Autor(a): siguevondy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 4



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  • vondy_dulcete Postado em 21/01/2025 - 18:25:29

    Continua

    • siguevondy Postado em 21/01/2025 - 22:15:52

      Olá! Que alegria ver seu comentário! Seja muito bem-vinda! Continuando <3

  • vondyfforever Postado em 17/01/2025 - 02:23:41

    Affe, que dor, continuaaaa

    • siguevondy Postado em 17/01/2025 - 23:03:43

      Bem vinda! Que bom ler seu comentário! Muito obrigada! Achei que ninguém estava lendo! E sim, essa época foi terrível para nós.


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