Fanfics Brasil - Capítulo 4 - Lembranças Te Daria Tudo - Vondy

Fanfic: Te Daria Tudo - Vondy | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo 4 - Lembranças

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Sentei à mesa, o cheiro do café se misturando ao aroma das frutas frescas e pães artesanais, lá fora, a névoa começando a se dissipar, revelando o vale verdejante, banhado pelos primeiros raios de sol. Era o cenário perfeito.


E ainda assim, meu coração bateu um pouco mais pesado do que deveria, como se a simples menção do nome dele, fosse capaz de derrubar todas as barreiras que construí enquanto estávamos longe um do outro.


Respirei fundo, tentando afastar qualquer resquício de nostalgia.


— Então... Para onde será nossa próxima viagem surpresa? — Perguntei, forçando um sorriso e levando a xícara aos lábios.


Paco se iluminou com a pergunta, o entusiasmo cintilando em seus olhos castanhos.


— Eu já tenho algumas ideias.


Ele riu.


— Eu amo surpresas. — Falei com um sorriso no rosto, grata pelo jeito como ele sempre tornava tudo leve.


— E isso torna a minha vida dez vezes mais difícil.


Meu riso veio natural, sincero. Deixei-me relaxar. O que quer que fosse aquela sensação inquieta, eu a enterraria ali, entre um gole de café quente e o conforto da presença de Paco. Eu estava onde deveria estar, eu não precisava duvidar minhas escolhas porque sentia falta de alguém que nunca foi meu completamente. Eu sentia Paco me observando. Ele era atento demais para não perceber quando algo em mim oscilava.


— Tem certeza de que está tudo bem? — ele perguntou, a voz mais suave agora, como se tentasse atravessar a barreira invisível que começava a se erguer entre nós.


Assenti rapidamente, levando um croissant à boca e mastigando devagar, como se o sabor amanteigado pudesse anestesiar qualquer vestígio de tensão que insistia em se instalar no meu peito.


Mas o celular vibrava novamente.


E outra vez.


Como se o próprio aparelho estivesse determinado a me arrancar desse silêncio confortável.


Tentei ignorar. Tentei me convencer de que nada naquele telefone era mais importante do que este momento com meu marido, nesta manhã perfeita, neste lugar que parecia ter saído de um sonho. Mas a verdade?


A verdade é que um nome específico me assombrava antes mesmo de eu desbloquear a tela.


Quando finalmente deslizei o dedo e abri o grupo, a conversa já estava acontecendo sem mim.


Poncho:
Que tal algumas garrafas de vinho e uma conversa entre velhos amigos?


Anahí:
Seria incrível! Faz tanto tempo.


Maite:
Eu levo os vinhos!


Christian:
Álcool e RBD? Estou dentro!


E então veio a mensagem que me paralisou.


Christopher:
Onde e quando?


As palavras eram simples. Curtas. Objetivas.


Mas eram dele.


Paco ainda estava ali, os olhos escuros brilhando sob a luz do sol. O homem com quem eu dividia uma vida, uma rotina, uma promessa. E, no entanto, bastaram duas palavras de outro homem para que meu mundo parecesse prestes a desmoronar.


Engoli em seco, tentando disfarçar o aperto no peito. Olhei para Paco, que me observava com atenção, como se sentisse a minha ausência de um jeito que eu mesma não sabia explicar. Era quase como se, por um segundo, tudo o que construí ao lado dele fosse ofuscado por aquele nome. Por aquele passado.


Respirei fundo e tentei me convencer de que era apenas nostalgia. Apenas saudade da adrenalina. Mas não era só isso. Nunca foi.


Eu tentei me convencer de que era só nostalgia. Que não passava de uma saudade inocente da época em que éramos jovens e tudo parecia mais simples. Mas não era tão simples. Nunca foi.


— É o grupo do RBD — disse, esforçando-me para soar casual. Mas minha voz não me obedecia completamente. — Poncho sugeriu um reencontro.


Paco me observou por um momento, um sorriso irônico aparecendo nos lábios.


— Um reencontro? — repetiu, sua expressão carregada de ceticismo. — Agora? Depois de todo esse tempo?


Tentei sorrir também, como se não fosse grande coisa. Mas a verdade? Nem eu sabia exatamente o que estava sentindo. Era o peso do passado? A lembrança? Ou apenas a inegável força daquela mensagem? Christopher sempre teve esse efeito sobre mim. Talvez sempre tivesse.


Paco pegou um pedaço de croissant, mas não parecia realmente interessado na comida. Seu olhar permanecia fixo em mim, estudando cada mínima reação.


Olhei para o celular novamente, meus dedos deslizando pela tela, hesitantes. A mensagem de Christopher parecia uma corda invisível me puxando para algo que eu não queria reviver. Mas eu sabia. Sabia que, por mais que tentasse ignorar, o passado não me soltaria tão fácil.


— Você não vai responder? — Ele perguntou, casualmente, mas havia algo na sua voz. Algo que ele tentava esconder.


Engoli em seco.


— Acho que sim — respondi, tentando soar despreocupada.


Mesmo assim, o silêncio entre nós ficou denso, carregado de algo que não se dizia, mas se sentia. Meus olhos continuavam fixos na tela do celular, quando outra mensagem chegou.


Anahí:
Dulce? O que acha?


Toquei a tela com hesitação, os dedos pairando sobre o teclado. Eu deveria responder? Ignorar? Fingir que não vi?


Eu poderia simplesmente deixar a conversa passar. Poderia rir, dizer que estava ocupada, que não fazia sentido depois de tanto tempo. Mas o que me assustava não era a ideia de revê-lo. O que me assustava era o fato de que eu sequer considerava não ir.


Digitei uma resposta curta, sem me comprometer demais.


Dulce:
Seria bom ver vocês de novo.


Enviei antes que pudesse pensar demais.


E foi Christopher quem respondeu primeiro.


Christopher:
É mesmo?


Meu estômago se revirou. Aquelas duas palavras pareciam carregar tudo o que ficou suspenso entre nós. Era um desafio velado, uma provocação sutil, uma pergunta que ia muito além do óbvio. O eco daquele passado não resolvido era um peso que eu achava que já havia deixado para trás. Mas ali estava ele, de novo, surgindo quando eu menos esperava.


— Você quer ir, não quer? — a pergunta dele foi tranquila, mas havia uma vulnerabilidade ali.


Meu olhar se desviou do celular e encontrou Paco, que ainda me observava em silêncio. Ele me conhecia bem demais para fingir que não sabia o que estava acontecendo. Eu podia ver a tensão sutil em sua expressão, a forma como seus dedos roçavam a borda do prato, inquietos, esperando uma resposta que eu não sabia se queria dar.


Eu poderia mentir. Poderia dizer que não queria ir. Que era só um reencontro, nada demais. Mas nós dois sabíamos que não era só isso.


Ele estava se preparando para aceitar qualquer coisa que eu dissesse, mesmo que doesse. Ele sempre foi assim. Nunca me prendeu, nunca me impediu de nada. E, naquele momento, essa liberdade pesava mais do que qualquer corrente. Eu molhei os lábios, tentando encontrar a resposta certa. Mas será que existia uma resposta certa?


— Eu... não sei — admiti.


Mas nós dois sabíamos que essa não era a verdade.


— Você sente falta deles.


Não era uma pergunta, era uma constatação óbvia.


Eu sorri, mas foi um sorriso pequeno.


— Às vezes.


Mas sabia que ele sentia o que eu não disse. Que às vezes não era apenas sobre eles. Era sobre ele. Então meu peito se apertou, porque não era justo com ele. Comigo. Com a promessa que fizemos.


— Então você deveria ir...— ele falou, sua voz suave, mas firme. — Talvez você precise de respostas, Dulce


 



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Autor(a): siguevondy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 4



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  • vondy_dulcete Postado em 21/01/2025 - 18:25:29

    Continua

    • siguevondy Postado em 21/01/2025 - 22:15:52

      Olá! Que alegria ver seu comentário! Seja muito bem-vinda! Continuando <3

  • vondyfforever Postado em 17/01/2025 - 02:23:41

    Affe, que dor, continuaaaa

    • siguevondy Postado em 17/01/2025 - 23:03:43

      Bem vinda! Que bom ler seu comentário! Muito obrigada! Achei que ninguém estava lendo! E sim, essa época foi terrível para nós.


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