Fanfic: Te Daria Tudo - Vondy | Tema: Vondy

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Alguns dias depois, Christopher apareceu na porta do estúdio onde eu estava na fase final das gravações de um filme, vê-lo ali era como uma miragem no deserto. Ele estava incrivelmente lindo em seu jeans e seu casaco de cashmere preto, no entanto, o seu sorriso travesso era um contraste com o cansaço evidente em seus olhos, mas ele parecia determinado. Antes mesmo que eu pudesse perguntar o que ele fazia ali, ele anunciou:  

 – Eu quero te levar para longe daqui. Só nós dois.

 Minha surpresa foi genuína.

 – Como assim? – perguntei, enquanto ele se aproximava com uma expressão que misturava ansiedade e esperança.

 – Quero viajar com você, Dul, como daquela vez. Para qualquer lugar onde possamos ser nós mesmos, sem todos os olhares e o medo de sermos pegos. Um lugar onde possamos nos reconectar.

 A ideia era tentadora. Por um momento, imaginei nós dois em algum lugar distante, longe de tudo o que nos pressionava. Mas a realidade me puxou de volta.

 – Chris, eu não posso simplesmente largar tudo agora. Minhas gravações ainda não terminaram. Tenho compromissos.

 Ele suspirou, passando a mão pelos cabelos de forma frustrada.

 – Dulce, é sempre assim. Sempre tem algo maior que nós. Eu estou tentando, mas parece que você nunca pode me priorizar.

 As palavras dele me atingiram como um golpe.

 – Você acha que eu não te priorizo? – Minha voz se elevou involuntariamente. – Você sabe o quanto já sacrifiquei por nós? Minha carreira é importante, sim, mas isso não significa que você não seja.

 – Então prove, – ele rebateu, os olhos brilhando com uma mistura de tristeza e raiva. – Prove que nós importamos tanto quanto sua carreira. Porque, às vezes, eu sinto que estou lutando sozinho.

 Minha paciência estava no limite.

 – E você acha que fugir vai resolver tudo? Sempre foi assim, Christopher. Toda vez que as coisas ficam difíceis, você quer escapar. Mas a vida não funciona assim. Relacionamentos não funcionam assim.

 Ele ficou em silêncio por um momento, os ombros tencionados como se estivesse segurando as palavras. Finalmente, ele respirou fundo, encarando-me.

– Não é sobre fugir, Dul. É sobre tentar encontrar um espaço onde possamos lembrar por que escolhemos um ao outro em primeiro lugar. Mas talvez você esteja certa. Talvez eu seja o único que ainda acredita nisso.

 Aquelas palavras me cortaram fundo, e meu peito apertou.

 – Você não é o único que acredita, Christopher. Mas acreditar não basta. Precisa haver compromisso, e isso significa estar aqui, mesmo quando é difícil.

 Ele deu um passo para trás, como se minhas palavras tivessem lhe atingido fisicamente. Seus olhos encontraram os meus, cheios de uma dor que refletia a minha.

 – Eu não sei o que mais posso fazer para provar que te amo, Dul. Eu estou aqui, pedindo por nós. Mas talvez você não queira o mesmo.

– Eu quero, – respondi, a voz mais suave. – Mas quero algo que seja real, que não se desfaça no primeiro sinal de problema. Se você realmente acredita em nós, então precisa me mostrar que está disposto a ficar. E isso significa enfrentar a vida comigo, não tentar escapar dela.

 – Tudo bem, Dul. Eu vou tentar. Mas nós dois precisamos decidir o que realmente queremos, porque eu não posso continuar assim, com a sensação de que estou pedindo por algo que você não pode me dar.

 Seus olhos estavam fixos nos meus, e eu senti a sinceridade crua de suas palavras. Christopher não estava apenas expressando sua dor; ele estava me dando um ultimato, mesmo que não quisesse admitir.

 Senti um nó na garganta, mas me recusei a desviar o olhar.

 – Eu também não posso continuar me sentindo como se sempre estivesse lutando para te segurar, Chris. Relacionamentos não são sobre pedir espaço ou provar constantemente o amor de alguém. São sobre confiança. E eu preciso saber que posso confiar em você para ficar, mesmo quando as coisas ficam difíceis. Eu só preciso de alguém que esteja comigo no fim do dia...

 Ele deu mais um passo para trás, suas mãos agora fechadas ao lado do corpo.

 – Talvez o problema seja que eu nunca confiei em mim mesmo para ser o que você precisa. E, Dul, isso me mata todos os dias.

As palavras ecoaram como um tiro no ar. Meu coração queria gritar que ele estava errado, que ele era suficiente, mas minha mente sabia que não era tão simples. A insegurança de Christopher sempre foi o alicerce das nossas rachaduras, mas, ao mesmo tempo, era também parte do homem por quem me apaixonei.

 – Então talvez seja isso que você precise descobrir primeiro, – eu disse, minha voz trêmula. – E eu... eu preciso terminar o que comecei aqui. Preciso concluir algo que é importante para mim.

Ele riu, mas não era uma risada feliz. Era um som amargo, cheio de resignação.

 – Sempre voltamos ao mesmo lugar, não é? Você com sua carreira, eu com meus medos. Talvez seja esse o nosso ciclo, Dul.

 – Ou talvez seja a nossa oportunidade de finalmente quebrá-lo, – rebati, cruzando os braços na tentativa de me proteger das emoções que ameaçavam me engolir.

Christopher ficou em silêncio por um momento, seus olhos analisando cada detalhe do meu rosto como se tentasse memorizar aquele momento. Então ele soltou uma respiração longa, cansada, quase pesarosa e deu um passo para a porta.

 – Eu vou te dar o tempo que precisa, – disse ele, a voz baixa, quase um sussurro, os ombros caídos, como se estivessem carregando todo o peso do mundo. – Mas espero que, quando esse tempo acabar, você ainda queira lutar por nós.

Antes que eu pudesse responder, ele se virou e saiu, deixando o estúdio em um silêncio quase ensurdecedor. Eu fiquei ali, parada, olhando para a porta fechada, enquanto uma tempestade de emoções se desenrolava dentro de mim.