Fanfics Brasil - Capítulo I Aura

Fanfic: Aura | Tema: Naruto


Capítulo: Capítulo I

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Hinata Hyuuga estava sentada em sua cafeteria favorita na cidade...


 “Aura Coffee”


Após 2 anos estudando na Universidade, poderia enfim dizer que preferia frequentar o centro aos locais que a instituição fornecia para os estudantes passarem o tempo.


Dizia para si mesma que detestava o ambiente da faculdade, era um ambiente que lhe desagradava. Para Hinata, era um mix de superioridade de alguns, extrema competitividade de outros, rispidez de alguns professores cujo intuito era sugar a vitalidade dos estudantes. Mas nem tudo era ruim, fez vários amigos, como Sakura Haruno e Ino Iamanaka, suas colegas de turma e Kiba Inuzuka, seu amigo da veterinária que acabou conhecendo em uma dessas festas de calouro. Ela sabia que o moreno de olhos ferozes tinha segundas intenções com ela quando a interceptou na festa. Porém não demorou muito para que ele desistisse da ideia inicial e apenas se tornasse bom amigo da Hyuuga. No fundo ele sabia que ela não era o tipo dele e nem ele o dela. Talvez ela não tivesse um tipo... Afinal de contas naqueles 2 anos não tinha se envolvido seriamente com ninguém. Não por falta de opção, pois sempre recebia olhares, cantadas eventualmente, mas nunca se deixou envolver demais. Considerava-se restrita ao amor, mesmo na sua adolescência, sempre fora de veras tímida demais para isso.


Mesmo considerando Sakura e Ino suas melhores amigas, esse assunto sempre a deixava desconfortável ou desinteressada. Lembrou-se de uma conversa entre as amigas há alguns dias atrás:


...


– Mas o Sasuke é sim o cara mais gostoso da faculdade. – Sakura e Ino discutiam sentadas em uma mesinha do campus enquanto viam o moreno caminhar. – Toda família Uchiha, já viu o irmão mais velho dele? O Itachi? – Exaltava Sakura.


– Amiga, ele é o cara mais gostoso da cidade. – Rebateu Ino. – Mas acho que você não teria a mínima chance com ele sua testuda!


– Ino sua porca feia, você por acaso teria? – Respondeu Sakura com uma veia saltada em sua testa.


– Mais que você, obviamente, os homens preferem uma loira de olhos azuis a qualquer maluca de cabelo pintado. – Zombou Ino, com um meio sorriso enquanto balançava seus longos cabelos loiros.


– Hinata, me ajuda aqui! – Suplicou Sakura. – Você não vai concordar com essa porca feia, não é? – Interrogava para a morena que até então estava quieta apenas ouvindo a discussão sem lógica das duas garotas.


– Hã? – Rebateu com tom tímido. – Olha, não sou dada a discutir sobre beleza feminina. Para mim vocês duas são maravilhosas. – Disse sincera.


– Viu, sua testuda, ela concorda que eu sou maravilhosa. – Exibia Ino com cara de esnobe.


– Não foi isso que ela quis dizer. E se você quer bem saber, obviamente a Hinata é a mais bonita entre nós. – Confrontou Sakura. – Ouso dizer até mesmo ser a mais bonita da nossa turma.


– Mas ela não sabe usar a beleza ao favor dela. – Argumentou Ino olhando a morena. – A movimentação amorosa da vida dela deixa a desejar. Se o Kiba tivesse dado em cima de mim do jeito que dá em cima dela, eu já tinha me entregado a muito tempo. – Disse com convicção.


– Meninas, eu já disse que somos amigos apenas, ele não é meu tipo. Nem mesmo esse tal de Uchiha não me atrai. – Disse alheia a situação, com os olhos baixos, focados em algo aleatório em seu celular.


– Hinata? – Sakura perguntou, em tom baixo até ter a atenção da morena. – Você é gay? – Seus olhos demonstravam certa compaixão.


– Hahahaha n-não! – Hinata riu sem graça. Após, deu um suspiro levemente frustrada. – Nã-não é esse o ca-caso. E-eu tenho apenas outros objetivos de vida. – Suspirou novamente. – Já pensei sobre isso, eu só não vejo a menor graça em ninguém, mesmo que tente muito. Eu já gostei de alguns garotos na escola, po-porém não durava muito.


– Amiga, você só não conheceu o cara certo ainda. – Disse Ino, segurando a mão da amiga. – Aqui na faculdade só tem cara esnobe e babaca.


– Na minha opinião, o Sasuke é o cara certo de qualquer garota. – Dizia com o olhar perdido na direção em que o moreno teria ido. Ino e Hinata se entreolharam mirando o semblante apaixonado da amiga e caíram na risada.


...


Percebeu que estava com o sorriso bobo olhando para a tela do notebook enquanto lembrava da conversa com as amigas. Estava na sua mesa de sempre, bebendo um delicioso capuccino com canela, uma das suas bebidas favoritas. Embora detestava o ambiente levemente “hostil” da faculdade, não podia dizer que não tinha bons momentos lá, principalmente por conta das amigas. Porém a sua cafeteria era apenas sua... Nunca havia chamado ninguém para ir com ela até lá. Era o lugar que gostava de se “isolar”. Entrava em sua própria alma quando colocava o pé adentro da porta, e não queria ninguém a invadindo, nem mesmo as melhores amigas.


Foi em um desses dias comuns que você decide andar pela cidade e esbarra sem querer em um lugar que te prende a atenção e que sua alma é automaticamente atraída. Era ainda no primeiro ano, não se sentia sintonizada com a cidade, com o curso ou com as pessoas em geral. Passeava olhando as vitrines quando se deparou com uma plaquinha com luzes.


“Aura Coffee”


Para dizer-se mais perfeito ainda, era próximo ao seu apezinho de acadêmica de enfermagem. A cafeteria era relativamente pequena, mas tinha um ar retrô, um ambiente aconchegante e convidativo. Não demorou nem um dia desde que descobriu aquele lugar, para que o mesmo se torna-se o seu ambiente preferido.... Pelo menos uma ou duas vezes na semana frequentava o ambiente por algumas horas ou minutos.  Fazia muitas coisas do cotidiano, ora para ler algum livro que teria pegado na biblioteca da faculdade, ora para estudar a matéria, ora para assistir alguma série ou filme em seu notebook, fingindo que estava trabalhando ou fazendo algo útil da vida. Mas principalmente para limpar a sua alma e apenas revitalizar as energias.


Mesmo que fosse um lugar comercial, a cafeteria não era muito movimentada, não entendia o porquê... o atendimento era simpático... o café era maravilhoso, assim como as tortas, croissants. “Esse lugar deveria ser movimentadíssimo” pensou enquanto olhava ao redor e saboreava seu capuccino. Talvez por ser um lugar pequeno passa despercebido pelos olhares apressados. Mesmo as poucas pessoas que entravam não a incomodavam, sempre que olhava, pela sua feição e pelo breve julgamento de Hinata eram boas pessoas... simples, com personalidade, sorridentes, emanavam uma boa aura. Por isso mesmo considerando uma extensão de sua alma, as pessoas que lá adentravam não a perturbavam de qualquer forma. Até esse momento....


            Ouviu barulhinho de sinos... os sinos que indicam que alguém estava entrando ou saindo do café. Involuntariamente, Hinata fixa seus olhos em direção a entrada do estabelecimento. A porta foi se abrindo e por algum motivo, Hinata começou a sentir uma inquietude dentro de si, como se alguém invadisse sua casa. Um misto de agonia e adrenalina, até mesmo precisou de mexer no banco estofado para livrar da tensão que veio do nada. Fixou mais ainda os olhos na porta, o som dos sinos parecia que ecoava dentro da sua cabeça, as coisas pareciam acontecer mais lentamente, algo difícil de explicar. Nem sequer tinha visto quem estava entrando, mas era como se sua alma estivesse conectada aquela porta e já soubesse que algo não estava normal. Algo não estava certo.


De repente viu adentrar um homem loiro, com cabelos curtos e levemente bagunçados, uma pele com um ar mais bronzeada, ele vestia uma camisa social num tom azul, quase cinza, calças pretas e tênis casual branco. Ele estava virado de perfil, não dava pra ver a cor dos seus olhos. Entrou se se dirigiu ao balcão e em meio ao caminho, virou-se para onde Hinata estava sentada. Azuis, eram azuis como um céu em um dia bem ensolarado. Porém, quando seus olhos se cruzaram, a expressão dele, que até então era neutra, tomou um ar mais rude. O loiro olhou para a mesa, franziu o cenho, numa expressão de rispidez... algo que Hinata não soube decifrar. Em uma das mãos ele segurava seu telefone celular, a outra pode perceber que se fechou em punho com certa força. Ele sustentava o olhar firme e zangado? Rude? Desconcertado? Ela não sabia dizer o que era, mas a incomodou... Talvez incomodou tanto que ela mesma estaria com uma expressão carrancuda. Quanta pretensão? Por que olhar para ela de tal forma? Quem era ele? Por que isso mexeu tanto com ela. Pode sentir suas bochechas ficando vermelhas... Estaria ela com raiva? Vergonha? Nervosa? Essa situação nunca lhe ocorrera, mas ela sentiu o frio e o descontentamento de sua alma antes mesmo de pode enxergar aquele homem.


– E aí Naruto! Tudo bem? Vai querer o de sempre? – O atendente Shino cumprimentou o rapaz que logo voltou a fitar o balcão, sem antes dar uma leve olhada para a direção de Hinata com o canto do olho.


– Fala aí Shino, de boa. – Os dois deram aquele típico aperto de mão masculino que ecoa o som estalado e perfeito. – Sim, o de sempre. – Respondeu o rapaz descontraindo, colocando uma mão no bolso. – Mas faz pra viagem, por favor. – Logo ao final da frase ele virou-se em direção de Hinata com mesmo olhar gélido de antes.


– Hã... Bem... Pode deixar. – Shino respondeu de forma desconfortável ao perceber o clima frio e estranho que se formava. Deu uma breve olhada para a moça Hyuuga na mesa e logo abaixou a cabeça.


Por algum motivo o atendente sabia o que estava acontecendo ali, mas ela mesma não sabia. Não pode sustentar seus olhos encarando aquele tal de Naruto. Focou em qualquer ponto aleatório da tela de seu notebook, sentia seu rosto ainda queimar, sua respiração mais descompassada, um frio na barriga e um suor incômodo nas mãos. “Loiro pretencioso” – Pensou sozinha. Mesmo tentando se concentrar em qualquer coisa na tela a sua frente, com o rabinho do olho deu uma leve espiada no balcão da cafeteria, ele estava lá, com um dos braços escorados no mesmo e mexendo no celular, um ar bem prepotente.


Talvez ela tenha se precipitado em relação ao seu lugar preferido... Geralmente quem frequentava aquele lugar de paz era por ela considerado pacífico. Mas ele não, ele era o oposto de paz, trouxe inquietude para a mente e para a alma de Hinata. Ele não era uma boa senhora cuidadora de gatos, não era um dono de ONG para bichinhos abandonados, não era uma professora de jardim de infância, não era uma moça estudante de enfermagem... Não era nada como qualquer um dos que ela via frequentar o Aura naquele um ano que comparecia fielmente ao local... Ele era intimidador. Pelo breve julgar dela, talvez ele fosse alguns anos mais velho que ela... Enquanto ela com seus 20 anos, quase 21... Talvez ele tivesse por volta de 24 ou 25... Até mesmo 30... Parecia ser bem sucedido, pelo tipo de vestimenta, Apple Wach no pulso, iPhone na mão... Roupinha típica de filhinho de papai... 30 não... menos, com certeza....


“Vai querer o de sempre?” – Lembrou de relance a pergunta feita pelo atendente. Ele vinha ao Aura com frequência. Mas como pode um ser assim em um lugar daqueles... na sua alma... no seu Aura? Ainda bem que não tinha o visto antes, mas infelizmente estava vendo agora... Ficou ainda mais irritada e desconcertada. Nem sequer percebeu que sua carranca estava horrível olhando para o notebook, como se lesse a notícia mais abominável. A voz do atendente chamou atenção de Hinata novamente:


– Aqui está Naruto, Expresso Duplo sem açúcar. – “Lógico, amargo igual quem pediu”. Deu um sorriso sarcástico enquanto ouvia a conversa alheia. – Tem certeza que não quer que eu lhe arrume outra mesa? – Respondeu ao loiro enquanto lançou um breve olhar para a mesa de Hinata.


– Não Shino, eu estou só de passagem, vou direto para casa. Outra hora eu fico, um dia em que as coisas por aqui estejam do meu agarrado... – Ao final da frase fez questão de fitar Hinata novamente nos olhos, com o mesmo olhar irritado, cenho franzido e olhos semi-cerrados. “Meu agrado” ... o que ele quis dizer com isso... A morena ficou observando enquanto o loiro pagava seu café e saia.


– Até mais Shino. – Pegou seu café com um meio sorriso e foi em direção a saída, mas sem antes dar aquela pausa em frente a porta meio aberta e olhar Hinata com desprezo.


Para sua desgraça, a mesa de fundo perto da vitrine em que Hinata costumava ficar era possível ver as pessoas andando na calçada, e se, ela estivesse menos desconcertada com tudo até o momento, não repararia em quem passava lá fora. Mas o instinto de seguir o moço loiro com o olhar pelo vidro gritou alto. O loiro por si também estava olhando tentando ver pela vidraça do café, mas logo desviou a atenção e foi em direção ao carro estacionado ao outro lado da rua. Fez um esforço e deu passos rápidos para atravessar a rua fora da faixa de segurança e entrar em sua BMW. “Repulsivo, claro que faz coisas fora das normas”, pensou ela, “Atravessa fora da faixa e dirige uma BMW, não podia ser mais esnobe”. Hinata não queria mais ficar lá, parecia que o lugar tinha ficado com um certo ar pesado... Sua alma estava pesada, de alguma forma a breve presença de menos de 10 minutos daquele loiro estragou totalmente o clima de paz que Hinata sentia no Aura. Nem mesmo despediu-se de Shino, apenas guardou suas coisas na bolsa, o capuccino já estava pago desde que o pediu... Tomou pouco mais de meia xícara, até o café o homem estragara. E saiu de lá... a passou largos e em ritmo acelerado rumou para o apartamento.


Logo ao entrar no hall do prédio, enquanto esperava o elevador para subir ao 14° andar notou que a sua respiração ainda estava ofegante. – Deve ser pela caminhada. – Pronunciou em voz alta, como se pudesse dar mais veracidade ao que acabara de ser dito. Quando o elevador abriu, apertou o 14 e esperou, enquanto fitava o espelho grande. Olhou para seu rosto, estava levemente vermelho, tentou buscar algo ali que estivesse errado. Seu cabelo estava normal, nada de impactante em sua roupa... Normal, mas o que ali não estaria “Do agrado” do tal Naruto. Será que ele a conhecia? Impossível, nunca tinha visto antes. Tirando o Aura, tinha certeza que não frequentaria os mesmos locais que ele. Faculdade? Não... pelo biotipo, ele parece alguém de boas condições financeiras, não iria frequentar a faculdade pública.


Quando chegou ao apartamento, entrou no pequeno imóvel. Hinata morava sozinha, era um apartamento pequeno, com apenas um quarto, sala e cozinha embutidas no mesmo cômodo e um banheiro. A sacada era pequena, mas fazia questão de deixa-la cheia de plantas para colorir o local. Era simples, humilde, mas organizado. Decidiu que iria tomar um banho. Durante aquela noite tentou concentrar-se em qualquer coisa, mas sempre vinha o “Naruto” em sua mente... aquilo tinha mexido mesmo com ela... “Arrogante”. Chegou até mesmo sonhar com aquele incidente... No sonho ela levantava e confrontava o loiro... “Por que está me olhando com esse olhar presunçoso?” Falava as maiores verdades sobre pessoas como ele... 



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Autor(a): danieef

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No dia seguinte, enquanto se arrumava para ir a faculdade decidiu que daria um espaço de tempo generoso ao Aura... “Talvez uma semana ou duas”. Isso a deixou meio triste, mas realmente queria esquecer aquele loiro antes de voltar. Não iria deixar ele estragar a sua cafeteria. Mas a verdade era que não queria de jeito nenhum trombar com a ...



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