Fanfic: Aura | Tema: Naruto
No dia seguinte, enquanto se arrumava para ir a faculdade decidiu que daria um espaço de tempo generoso ao Aura... “Talvez uma semana ou duas”. Isso a deixou meio triste, mas realmente queria esquecer aquele loiro antes de voltar. Não iria deixar ele estragar a sua cafeteria. Mas a verdade era que não queria de jeito nenhum trombar com aquele homem de novo. Talvez tivesse que dizer adeus ao seu lugar favorito na cidade. Hinata se arrumou, pegou seu material e então foi até o ponto de Ônibus para pegar o próximo em direção a Universidade. Durante o trajeto, tentava olhar as vitrines, em busca de um possível novo lugar para frequentar naqueles próximos dias e para sua surpresa não havia apenas um único “Aura Coffee” na cidade, acabara de passar em frente a um na praça central. “Oh céus! Isso é perfeito!” Sabia que lá iria, ainda hoje. “Espero que seja tão bom quanto o meu Aura” – Pensou ansiosa. Provavelmente teria a mesma vibe... o mesmo café... a mesma Aura.
Chegando na faculdade, Hinata saiu do ônibus enquanto passava pela Entrada principal, queria evitar a multidão, então decidiu desviar entre meio os carros do estacionamento do bloco da Saúde. Estava vagando em meio os carros, no seu atalho secreto quando reparou em um carro que chamou atenção... BMW, mesma cor daquela do loiro. Seu rosto se fechou, não deveria ser dele não, não se recordava da placa.
– Quantas mil BMWs pretas devem existir aqui? – Falou para si mesma, afastando o pensamento incômodo. Parece que tudo estava a fazendo lembrar daquele ser idiota. Simplesmente passou por ela. – Deve ser de algum professor ou médico que leciona ou trabalha no Hospital Universitário. – Deixou o pensamento ali no ar.
Chegando à sala de aula, suas amigas já estavam em seus lugares, e como sempre, fofocando alguma coisa que Hinata com certeza não achava relevante.
– Ouvi dizer que hoje a gente vai ter uma aula prática no HU. – Hinata ouviu Ino mencionando o fato para Sakura.
– Quem te disse isso, amiga? – Questionou Sakura.
– A galera comentou agora a pouco, ouviram a Tsunade falando com o pessoal da administração do hospital, pra inserir os alunos o mais cedo possível. – Ino respondeu.
– Droga! Se eu soubesse eu teria lavado e passado o meu jaleco. – Entonou Sakura.
– Isso que dá você ser porca.
– A única porca aqui é você, Ino. – Rebateu com raiva.
Isso era música para os ouvidos de Hinata. Ela estava ansiosa por ter aulas práticas, lidar com pacientes, por a mão na massa, de fato. Amava a enfermagem, queria estar o mais perto possível de tudo isso. Seus olhos brilharam ao ouvir a notícia.
– Estudantes! – Todos se colocaram em seus lugares quando ouviram Tsunade adentrar à sala. – Tenho uma boa notícia para vocês hoje! – Falou enquanto organizava seu material e notebook sobre a mesa.
– Aposto que é sobre o HU. – Sakura cochichou para as colegas próximas.
– Como vocês sabem, temos o Hospital Universitário, ele é o principal campo de prática do curso. Como vocês estão no início do 4° semestre, decidimos que iremos introduzir vocês em aulas práticas diretamente com os profissionais do HU e alunos dos outros cursos da Saúde. – Tsunade falou em bom tom, era possível ouvir os cochichos e burburinhos de felicidades vindo da turma. – Quero que nesse primeiro contato vocês tenham como objetivo analisar a importância da equipe multidisciplinar. E, aos poucos, vocês vão começar a auxiliar os enfermeiros e médicos como estagiários da enfermagem.
– Então a gente não vai poder auxiliar nos procedimentos ainda? – Questionou uma aluna ao fundo da sala.
– Para facilitar eu decidi dividir vocês em duplas e trios. Cada dupla ou trio vai ficar auxiliando um enfermeiro, como não temos tantos, alguns vão acompanhar e auxiliar procedimentos com médicos hoje também. Podem se dividir por afinidade, e aqui nesse pote um representante vai retirar o profissional o qual irão acompanhar hoje. – Tsunade pronunciou e aguardou a turma se organizar de acordo com o mencionado.
Hinata juntou-se a Sakura e Ino para formar um trio. Logo, a rosada foi pegar um papelzinho para saber quem seria o profissional que elas acompanhariam. Com cuidado, abriram o papel cujo nome era “Kakashi Hatake”.
– Nossa, o Kakashi é muito legal, ainda bem que pegamos um enfermeiro, dizem que os médicos são muito exigentes com os acadêmicos, ainda mais se forem da enfermagem. – Ino soltou aliviada.
– Eu não teria medo, quanto maior o desafio, melhor! – Hinata respondeu. Ela ficou feliz, sabia que Kakashi era um excelente enfermeiro e professor, mas sabia que os médicos dariam mais autonomia nos procedimentos. Mesmo assim ficou feliz.
– Atenção turma, sobrou um papel, alguém gostaria de acompanhar um Doutor sozinho? Nenhum profissional hoje pode ficar sem acadêmico. – Tsunade mostrava o papel em sua mão e questionava a turma. Hinata sentiu um frio, mas em um surto de coragem, levantou a mão. Ela foi a única dentre todos da turma.
– Hinata, você tá doida? – Ino sussurrou para a morena.
– Desculpa meninas, mas acho que eu vou aceitar esse desafio. – Devolveu para as amigas, que ficaram incrédulas vendo Hina levantar-se e ir até Tsunade.
– Ótimo senhorira Hyuuga. Pegue aqui o nome. – Tsunade estendia o papel para a garota.
Ao retornar para a classe, as amigas mais que depressa foram ver qual Doutor a amiga teria que acompanhar. Com as mãos tremendo de ansiedade, uma sensação levemente conhecida pela morena, abriu o papelzinho.
– Dr. Uzumaki. – As amigas se entreolharam. – Não conheço esse médico, alguma de vocês já ouviu falar? – Questionou Hinata.
– Nem ideia de quem seja esse homem. – Respondeu Ino.
– Acho que é um médico formado aqui ano passado, ele decidiu que queria trabalhar alguns dias de graça na universidade, para ajudar na formação dos estudantes. Não lembro de já ter visto ele, mas eu li algo assim no jornal da faculdade. – Sakura respondeu.
– Você é doida Hinata, você vai sofrer, os médicos exigem muito. Não sei que problema que te deu, ainda mais sozinha. – Ino retrucou a amiga.
Hinata apenas olhou de canto, não se importava com desafios, sabia que estava preparada. Pelo visto, o médico era novo também, não seria um velho ranzinza que critica até a maneira como se respira. Ainda mais pelo que a amiga Sakura teria mencionado, ele deve ser alguém bom, trabalhar de graça para formar melhor os estudantes. Uma atitude realmente nobre, rara de se ver no mundo de hoje. Ficou em um misto de felicidade e ansiedade. Por algum motivo era inquietante, já teria sentido algo assim antes?
A turma foi encaminhada ao HU, devidamente uniformizados com seus jalecos, cada dupla foi indicada ao seu profissional. Hinata separou-se das amigas e foi em busca do consultório 3 no Pronto Socorro. Chegou em frente a porta fechada, aquela sensação esquisita na boca do estômago aumentava a cada segundo. Decidiu dar algumas batidas na porta quando ouviu um sonoro: “Pois não? Entre”. Uma voz talvez familiar, mas não conseguia recordar de onde. Com a mão trêmula pressionou a maçaneta e abriu a porta, entrando de vagar com os olhos voltados ao chão. Após fechar a porta atrás de si, só então decidiu mirar o homem a sua frente. Choque. Ficou paralisada.
– Quem é você? O que precisa? – O firme do homem loiro, o mesmo homem da cafeteria, o olhar, embora não tão gélido como ontem, mas também não estava feliz. Depois de alguns segundos sem a resposta da estudante, o Dr. Naruto Uzumaki lançou um olhar de questionamento, apoiando uma mão sobre o joelho e outra na mesa em sua frente.
– E-eu sou a est-estudante que acompa-nhar o dou-doutor hoje. – Tentou responder sem gaguejar, mas a surpresa era grande e ele era realmente intimidador.
– Estudante? Você faz medicina? – Naruto questionou. Seu olhar mais tranquilo mas exalava dúvida.
– Enfermage-gem. – Soltou a morena. Se condenou por dentro por estar assim. Tentou respirar fundo, uma, duas, três vezes.... sentia que ia morrer ali.
– Ah claro. Mencionaram algo assim hoje. Tudo bem, vamos lá então. – Respondeu de forma tranquila. – Estou indo até a Sala Vermelha, vou te ensinar um pouco sobre os parâmetros de ventilação mecânica. Se for demais pra você ou tiver dúvida me pergunte. – Seu semblante foi se alterando, foi ficando mais sereno, totalmente diferente do olhar frio que laçara na cafeteria.
– Certo. Sem pro-blemas. – Respondeu Hinata.
– Você está nervosa? – Perguntou Naruto sem olhar para ela.
– Nã-não, está tudo bem. – Respondeu tentando manter a calma. Porém sentia raiva. Provavelmente ele não a estava reconhecendo. Seria pelo jaleco? Cabelo preso em um coque? Os óculos que usava? “Não! Eu estou de máscara, óbvio” lembrou em pensamento.
– Não precisa ficar nervosa, qualquer coisa é só você me pedir e eu te ajudo. – O loiro deu um sorriso, porém ao olhar para Hinata, seu rosto demonstrava uma certa dúvida, como se tentasse recordar algo, uma expressão interrogativa. – A propósito, talvez a senhorita já saiba, mas sou o Dr. Naruto Uzumaki. Seu nome é? – Retrucou.
– Hinata Hyuuga. – Respondeu.
– É um prazer conhecer você senhorita Hyuuga. Então me siga, vamos lá. – Naruto também colocou uma máscara e saiu da sala em direção a Sala Vermelha, como havia mencionado, onde um paciente em estado grave e entubado estava conectado a um aparelho. Ele explicava cada parâmetro de como funcionava um tubo orotraqueal, como fazer uma intubação. Hinata prestava atenção, mas sua cabeça, quando olhava o rosto do loiro e voltava para o dia anterior, sentia ainda uma certa raiva.
Por outro lado, alguns olhares que Naruto dava pra a estudante eram de dúvida. Ele tinha a impressão de que ela não era estranha. Será que ele estava tentando reconhecer ela? Será que ele não percebe que é a moça da mesa da cafeteria? O que ele teria ontem? Por que a olhou com rispidez? E agora, estava prestativo. Hinata estava confusa. Existe aquela fama de médico ser prepotente, até aí ok, mas o que intrigava era que estava vendo duas pessoas diferentes, não acreditava que eram a mesma pessoa. Se ela não tivesse ouvido seu nome ser mencionado ontem, diria que eram gêmeos, um bom e o outro mau.
Enquanto voltavam até o consultório, Hinata decidiu tiram os óculos, usava ele mais para leitura, e com a máscara em sua boca, acaba mais embaçando, não ajudando em nada. Lá dentro ela acompanhava as consultas, ajudava nos procedimentos, fez os acessos venosos periféricos com maestria, sabia que tinha nascido para aquilo. Os curativos ficavam realmente bem feitos, recebeu alguns breves elogios do doutor. Mas já não conseguia o olhar nos olhos. Já o loiro, tentava a todo custo olha-la, para ver se ele decifraria de onde tinha conhecido ou se estava ficando maluco.
Ao final do expediente, quando Hinata já estava reunida com suas outras colegas, tomava água em sua garrafinha, quando o Doutor passou por ela. A garota da cafeteria. Era ela. Ele não estava louco. Ficou observando-a, com um olhar fixo, o mesmo que tinha olhado no Aura. “Merda!” pensou ele sozinho. Sabia por que do nervosismo da garota. Ele não tinha sido nada gentil ontem. Nem sequer falou com ela, mas sabia que tinha se portado como um verdadeiro marginal. E o motivo? Ele tinha acabado de ter um dia desgastante no trabalho, tudo o que ele queria era chegar no seu café favorito, pedir o de sempre e sentar na sua mesa de sempre. Mas alguém tinha roubado sua mesa... Sua mesa. Talvez como uma criança mimada que tem sua coberta favorita, Naruto amava aquela mesa, amava aquele café. Era como ter tirado seu doce. O estresse só piorou tudo.
Sentia-se um idiota com “I” maiúsculo. Sentia-se mais ainda pois viu no rosto da estudante agora, uma leve expressão de desprezo e tristeza ao ver que ele a encarava, novamente.
– Hinata! Ei! – Tentou chamar sua atenção, mas o grupo de estudantes já estava se dirigindo para a saída, e ele, tinha pendências a resolver no PS.
Autor(a): danieef
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Naruto decidiu que não iria mais incomodar a moça, já tinha feito papel de trouxa o suficiente. Abandonaria seu café, deixaria que ela usasse a sua mesa. Não colocaria mais os pés lá, não queria encontrá-la. Seria muita vergonha para si mesmo. Afinal, estragou tudo, hoje em seu consultório, mesmo nã ...
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