Fanfics Brasil - Capítulo III Aura

Fanfic: Aura | Tema: Naruto


Capítulo: Capítulo III

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Naruto decidiu que não iria mais incomodar a moça, já tinha feito papel de trouxa o suficiente. Abandonaria seu café, deixaria que ela usasse a sua mesa. Não colocaria mais os pés lá, não queria encontrá-la. Seria muita vergonha para si mesmo. Afinal, estragou tudo, hoje em seu consultório, mesmo não reconhecendo a garota, ele sentia aquele mesmo frio que sentiu antes de entrar no café. Aquelas borboletas quando encarou aqueles olhos claros e perolados. Talvez a expressão dura dele nem fosse pra ela, mas para si mesmo por estranhar as sensações misturadas dentro de si. Hoje ele pode notar, ela é só uma linda jovem, que assim como ele, queria aproveitar um fim de tarde em um café da cidade. Mas agora era tarde, hoje ele iria para o Aura, mas o da praça, onde não tivesse que cruzar com ela, para sentir mais vergonha de si mesmo.


Hinata já estava saindo da faculdade, passou pelo atalho do estacionamento novamente, fitou a BMW preta. Era dele mesmo. Deu um meio sorriso, pouco sarcástico, pensando como o destino era. Mas ainda estranhava a situação. Pelo que ocorreu ao final da atividade prática, ele a viu e olhou com a cara séria e fechada, a mesma de ontem. Ele deve tê-la reconhecido sem máscara. Alguma coisa deveria ter acontecido, acho que ele não estava em um dia bom, não queria mais julgar nada. As vezes nada do que parece, realmente é... Será que ele é um homem sério como demonstrou no Aura, ou alguém de fácil diálogo como hoje no Hospital? Talvez nunca saberia, embora tivesse curiosidade. Ele desperta alguma coisa estranha nela. Por que mesmo ele olhando com desgosto, ela queria ficar lá? Queria olhar nos olhos azuis dele e pedir qual era o problema! Por que ele causa sensação de frio na barriga? Estava atraída? Não sabia, ele era um homem bonito, uma beleza bem europeia. O destino gosta de pregar peças nela, nunca demonstrou interesse e agora? Será que era o que? Talvez ele a tenha achado sem graça. Talvez ela o lembre de algo ruim.


Já no ônibus em direção ao centro, Hinata decidiu que iria parar no Aura que viu mais cedo, próximo a praça central. Parecia um pouco maior que o seu Aura, mas da mesma forma aconchegante. Atravessou a rua, adentrou a porta, no balcão uma moça sorridente lhe atendeu.


– Bem vinda ao Aura Coffee Center. Gostaria de ver o nosso cardápio de cafés? – A moça pedia simpática enquanto lhe entregava o cardápio.


– Obrigada. – Respondeu Hinata, pegou por extinto, visto que já sabia o que escolheria, porém, ao ver “Expresso Duplo” ficou curiosa. – Quero um expresso duplo, por favor.


– Certo, pode sentar-se em alguma mesa. Gostaria com ou sem açúcar?


– Sem, por favor. – Queria saber o gosto do tal café que o loiro pediu. Queria saber já que sempre pedia algo com leite ou chocolate.


Olhou ao redor verificou as opções de mesas e uma específica lhe chamou atenção, uma mesa com bancos estofados, próxima a janela da vitrine, muito semelhante àquela do outro Aura. Decidiu acomodar-se ali mesmo, percebeu ser até mesmo mais ampla e confortável que a outra. A vista dava diretamente a praça central, via pessoas passeando, sozinhas, acompanhadas, com seus pets, com seus filhos. Sorriu, estava se sentindo muito bem. No fundo queria agradecer o doutor Naruto por ter lhe feito abrir novos horizontes, é bom sair do comodismo, mas nem tanto. Deixou sua bolsa sobre a mesa e dirigiu-se ao banheiro.


Enquanto isso, Naruto entrava no mesmo café, o Aura da praça. Já tinha entrado nele antes, porém o outro ficava exatamente no mesmo prédio que ele morava, era mais cômodo apenas descer o elevador. Mas não tinha importância, seria como uma certa punição por ser tão babaca.


– Bem vindo ao Aura Coffee Center, pegue um cardápio senhor. – A moça entregou-lhe um cardápio, como sempre, sorridente. Naruto fitava, pensou em pegar o mesmo de sempre, mas queria testar coisas novas. Lugar novo, café novo.


– Eu vou me sentar enquanto decido. – Respondeu para a moça.


– Claro, fique a vontade, quando decidir basta me chamar que eu anoto seu pedido.


Naruto foi em direção a mesa da janela, já sentara lá antes e relembrava sua mesa de costume. Estava tão concentrado no cardápio, pensando qual opção pegaria que nem se deu por conta que sobre aquela mesa já havia uma bolsa, indicando que alguém já havia ocupado o lugar. Naquele instante Hinata voltava do banheiro e se depara com o loiro de olhos azuis sentado a sua mesa, olhando o cardápio. Quando Naruto viu a aproximação, ficou estagnada, apenas encarando a moça, um frio passou pela sua coluna. Só então percebeu a bolsa colocada sobre o canto da mesa.


– Desculpe, você já estava ocupando essa mesa? – Hinata apenas assentiu com a cabeça, não conseguiu soltar a voz. Ele era intimidador. – Oh, vou me retirar. – Quando o loiro estava fazendo menção de levantar a morena diz:


– Nã-não, pode ficar. – Quando ela foi retirar sua bolsa, ele a segurou pelo braço na altura do pulso, fazendo-a encara-lo com olhar surpreso. Até mesmo ele não sabia de onde teria vindo esse impulso. Olhando-a agora, novamente, com os cabelos soltos e o olhar tão perto ao dele, o rosto a mostra, o toque na pele, era muito linda.


– Que tal nós dois dividirmos a mesma mesa então? – Soltou como um pedido, com certa urgência. Ela foi sentando-se a sua frente, sem desviar o olhar, mas as bochechas levemente coradas. – Queria também me desculpar com a senhorita. – Fez uma breve pausa. – Por ontem e por hoje também. Gostaria de explicar o ocorrido, se você me permite.


            Hinata não esperava encontra-lo ali, ainda mas conversando com ela. Não sabe como, mas aceitou sentar-se com ele, mesmo estando apreensiva, queria ouvir o que ele tem a dizer, sabia que estava vermelha, mas não podia deixar de olhar aqueles olhos tão azuis, eram como imãs para os dela. Hinata apenas assentiu com a cabeça para que ele continuasse falando, ambos sabiam sobre o que era.


– Bem, ontem... – Colocou uma mão atrás da cabeça, coçando a nuca, num gesto de vergonha. – Ontem eu saí do trabalho cansado, eu frequento demais aquele café, eu costumo sentar na mesma que você estava, aí ontem eu fiquei frustrado quando vi que alguém ocupava o meu lugar favorito... – Ele demostrava muito arrependimento na voz. – Então queria me desculpar por ter olhado de maneira feia pra você, o estresse só piorou tudo, ainda mais porque hoje eu acabei te reconhecendo tarde de mais e você deve estar me achando um idiota.


– Tudo bem. Já passou. O mal entendido foi superado. – Hinata que apenas ouvia, decidiu se pronunciar.


– Aqui está o seu café, senhorita. O senhor já sabe o que vai pedir? – a atendente entregava o café enquanto perguntava ao rapaz sobre o pedido.


– Acho que quero provar o capuccino hoje, pra variar um pouco.


– Ok! Já lhe entrego.


Naruto encarava com curiosidade o café de Hinata, aparentemente era café preto, será que ela tinha os mesmos gostos que ele? Embora ele só tivesse começado a tomar tanto café devido a sua rotina de estudos em medicina e acabou virando costume.


– O que você pediu? – Decidiu pedir enquanto observava a morena pegar a xícara. A expressão dela ficou muito tímida e sua vermelhidão aumentou.


– Expresso... duplo e sem açúcar. – Hinata respondeu e decidiu levar a bebida a boca, provando-a. O rosto dela enrugou-se num ar de desgosto. Definitivamente não gostava de café preto, ainda mais assim, sem doçura. Naruto abriu um sorriso ao ver a cara que ela fazia para a bebida quente.


– Acho que você não curte muito café expresso. Por que pediu esse? – Perguntou Naruto olhando com um sorriso. Como se fosse possível, o rosto dela ficou ainda mais vermelho.


– E-eu pe-di porque v-vi você pedi-ir ontem, queria sa-saber como era. – Deu mais um gole na bebida, a mesma expressão de amargura. – Mas definitivamente eu não gostei. – Naruto novamente riu da expressão da garota.


– Aqui está seu capuccino. Aproveite, se precisarem é só chamar. – A atendente entrega a xícara a frente do rapaz. Hinata olha para o café com um brilho no olhar. Naruto percebe isso e então decide trocar as xícaras, ficando com o expresso duplo para si.


– Assim é melhor, eu não sou muito chegado a leite. – Respondeu o loiro.


– Te-tem certeza? – Hinata indagou e Naruto apenas acenou com a cabeça. Hinata leva o capuccino a boca saboreando a bebida. – Bem melhor. – Responde com um sorriso tímido.


– Podemos começar de novo? Não quero que você fique achando que eu sou um cara imbecil. – O loiro menciona com os olhos fixos nos dela. – Eu sou Naruto Uzumaki, formei médico ano passado, trabalho no HU e no Hospital Regional.


– Eu sou Hinata Hyuuga, estudo enfermagem na Universidade Federal.


– Mas isso eu já sei, quero que me conte alguma novidade. – O loiro respondeu descontraído. – Qual a sua idade?


– Bom, tirando a parte do Hospital Regional eu também já sabia. – Riu timidamente. – Eu tenho 20 anos e você?


– Eu tenho 24.


– Jovem para ser médico. – Hinata se impressionou.


– Sim eu comecei bem cedo, terminei o colégio mais jovem também.


Conversaram por horas a fio, sem perceber o tempo passar, lá fora o tempo se armava para uma forte chuva, aquelas que da até medo de olhar. Quando notaram, foram em direção ao balcão para pagar. Naruto fez questão de pagar, como sinal de desculpas pelo ocorrido entre eles, mesmo Hinata insistindo que não era necessário, ele fez total questão. Saíram pela porta e o céu era cortado por raios e a chuva já estava forte.


– Você vai pra casa como, Hinata? – O loiro perguntou preocupado.


– Eu vou de ônibus. – respondeu.


– De jeito nenhum, eu te levo, estou de carro.


– Não precisa, eu vou ali na parada e espero o próximo ônibus, não deve demorar. – Mostrou com a mão a parada no outro lado da rua.


– Nem pensar, eu vou te deixar em casa, em segurança e não aceito não como resposta, sou muito teimoso. – Respondeu Naruto, colocando seu blazer sobre os combros e cabeça da morena que apenas deixou ser guiada ao carro no estacionamento do café.


Permaneceram o caminho em silêncio, o trânsito estava péssimo, a chuva caia forte, grossa, até granizo começou a cair em certo momento, Hinata ia guiando pelas ruas, mas pouco dava para enxergar. Depois de muito esforço, Naruto conseguiu estacionar em uma vaga próxima ao prédio da moça. A chuva não dava trégua, o rádio ligado acabara de anunciar que a via principal havia ficado alagada por conta da chuva intensa. A morena então decidiu se pronunciar.


– Você vai conseguir voltar para casa?


– Provavelmente hoje não, eu preciso passar pela via central. – Naruto soltou um suspiro. – Acho que vou dormir aqui no carro hoje, por segurança.


Hinata, encheu seu coração de preocupação. E se uma janela estourasse com o granizo? Ou se algum carro desgovernado batesse no dele ali estacionando? Não pensou muito, apenas propôs:


– Você pode dormir aqui no meu apartamento, não vou deixar você ficar aqui em perigo.


– Não se preocupe, Hinata, eu vou ficar bem aqui. – Respondeu sem querer abusar boa vontade da garota.


– De jeito nenhum, você só está preso aqui por minha causa, por favor, não aceito não como resposta, é o mínimo que eu posso fazer depois de você ter me levado até aqui. – Respondeu com um sorriso sincero.


            Os dois saíram do carro em um salto, tentando fugir da intensa chuva que caia, entraram no hall e subiram até o apartamento. Quando Naruto entrou, ficou surpreso tamanha organização, estava tão arrumado e limpo, um cheiro bom de lavanda emanava, como se acabara de ser limpo.


– Não repare, é simples, mas para alguém como eu está bom – Disse Hinata. Naruto apenas observava o cuidado que a morena depositava no lugar e se sentiu muito confortável. – Se você quiser tomar um banho, fique a vontade, posso pegar uma toalha para você.


– Sim, por favor, estou me sentindo igual um rato molhado. Ainda bem que eu tenho essas roupas reservas do plantão no carro. – Mostrou a mochila que sempre levava consigo para dormir no Hospital em dias de plantão.


Enquanto isso Hinata foi pegar a toalha para Naruto e esse foi para o banheiro. Só depois de alguns segundos é que Hinata se deu conta. Ela estava sozinha em seu apartamento com um cara, relativamente estranho, que até ontem desprezava. Como isso foi de 8 a 80 assim? Decidiu ir preparando algo para os dois comerem, por sorte, tinha alguns bifes e decidiu fazer um macarrão, não demoraria muito, adiantaria tudo e quando Naruto saísse do banheiro, tomaria um banho rápido e daria seguimento ao jantar. Assim sucedeu. Quando Hinata por fim saiu do banho, Naruto aguardava sentado no sofá, mexendo em seu iphone. Hinata voltou a concentrar-se no jantar.


– Estou recebendo muitas mensagens de colegas meus que estão trabalhando no Hospital, muitas pessoas vítimas de acidentes por causa da chuva, o pronto socorro tá uma loucura. – Naruto demonstrava um olhar preocupado para o telefone.


– É nesses momentos que eu já queria estar formada, para poder fazer alguma coisa para ajudar.


– Eu também, mas na escala de plantão de hoje eu não estava escalado.


Hinata sorriu e voltou a focar nos alimentos que preparava. Quando estava quase pronto, o cheiro já enchia o pequeno apartamento. Convidou Naruto para sentar-se a pequena mesa. Naruto fez questão de servir os dois, e então provou o macarrão.


– Que você vai ser uma ótima enfermeira eu já sabia, mas que você poderia ser chef de cozinha... Isso eu não sabia.


– Que bom que você gostou. – Hinata retribuiu o elogio com um sorriso.


– Sério, isso tá incrivelmente bom, nunca tinha comido macarrão tão bom.


– Que nada, talvez a comida do hospital que seja ruim e você acostumou.


– Não Hina, eu como em restaurantes bons de vez em quando, e nenhum chega aos pés disso aqui. – Naruto falou enquanto se servia de mais uma porção. Hinata corou devido ao apelido que recebeu.


Ao fim da refeição Naruto decidiu lavar a louça em retribuição àquele jantar maravilhoso. Hinata decidiu secar os cabelos, ainda molhado do banho e pegar algumas roupas de cama para improvisar algo no sofá para Naruto dormir. Hinata voltou a sala com os cobertores, já tinha colocado seu pijama, para ficar mais confortável. Sentiu aquela sensação de borboletas quando notou que Naruto a olhava em demasiado. Podia sentir que estava ficando vermelha. 



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Autor(a): danieef

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