Fanfics Brasil - Birth Right Como Nascem os Monstros

Fanfic: Como Nascem os Monstros | Tema: Harry Potter; Marotos; Comensais de Morte


Capítulo: Birth Right

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Birth Right


10 de Dezembro de 1981


Maldito Karkaroff. Como ele ousou denunciar meu pai? Crouch não perdeu tempo em prendê-lo. Logo meu pai, que sempre teve tanto prestígio no Ministério. Não havia uma pessoa que falasse mal dele. Ele era querido e confiável. Mas agora, uma simples acusação daquele tratante filho da puta e aqui estou eu, tendo que fugir dos irritantes abutres do Profeta que não param de me perguntar se eu estou preocupado.


Caralho, claro que eu estou preocupado. Se entregaram meu pai, quem garante que não vão chegar em mim? Droga! Droga! Droga. O que eu vou fazer? O que?


Espero que Rodolfo não me entregue e nem Rabastan. Sou amigo dos Lestrange desde que éramos pequenos, mas bem... Bella confessara que temia pela lealdade de Rabastan. Ele estava hesitando de acordo com ela.


Eu discordo. Ele só queria se matar logo.


-Senhor Rookwood, o senhor tem algo a adicionar sobre a prisão do seu pai?


Tenho de adicionar minha varinha na sua fuça, maldito. Droga, Lauren... Você tinha razão. Isso tudo ficou uma bagunça. Bem que sempre falaram que eu não tinha estômago pra isso. Preciso falar com o Lucius. Ou com Walden. Eles vão conseguir nos ajudar a sair do país. Foda-se, eu estou saindo desse país. Minha esposa está grávida e eu não vou deixar que meu filho ou filha cresça com o pai em Azkaban. Se for pra ser preso, eu prefiro fazer como o Evan e o Sigmond.


-Senhor Rookwood, o que o senhor tem a dizer sobre a prisão do seu pai? Você também era apoiador Daquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado?


Que desgraça. Eu nunca matei ninguém. Eu nunca torturei ninguém. A única coisa que eu fazia era escutar. Só isso. Escutar e falar. Droga, droga, droga. Eu não quero ir preso. Eu vou fugir. Não vou ficar aqui pra ir preso. Não vou pra Azkaban! Não vou! Não vou!


-Senhor Rookwood, é verdade que o senhor recebeu em sua casa homens acusados de serem Comensais de morte? Você conheceu Você-Sabe-Quem?


É claro que conheci o desgraçado. Fui um dos primeiros a conhecer. Droga, droga, droga.


-Conheci. – Respondo quando noto que os abutres não vão parar de me seguir. Os flashes cegam meus olhos, as penas de repetição rápida arranham os pergaminhos, enquanto aqueles malditos olhos me encaram, ávidos por informação. Se não fossem esses desgraçados fofoqueiros, talvez eu e minha família nunca tivéssemos nos metido nessa furada – Ele estava no casamento de Rodolfo e Bellatrix Lestrange, como vocês sabem. Eu era o maldito padrinho deles. Então conheci. É só isso. Parem de me seguir.


Mas não é só isso. Fui eu quem apresentei o Rodolfo pro cara. E agora o Rodolfo está preso. Merda, merda, merda. Quando foi que o mundo começou a ficar de cabeça para baixo?


Bosta, acho que eu me lembro bem... foi quando mataram aquela bruxa, naquele maldito beco há poucos quarteirões de onde morávamos...


[] [] []


Agosto de 1966


-MAX! – Gritou seu pai. Maximilian levantou o olhar e viu seu pai sorrir com uma bandeja cheia de biscoitos – Por um acaso quer matar seus convidados de fome? Venham garotos. Tem biscoitos, chá, leite, suco de abóbora... Só escolherem.


-Argh. Eu odeio suco de abóbora. – Resmungou Rabastan pegando um pouco de chá – É chá de quê, senhor Rookwood?


-Senhor Rookwood é meu pai, garoto. Pode me chamar de tio, ou de Augustus, ou de tio Augustus. E é chá verde. Pegue os biscoitos com gotas de chocolates. – Sussurrou ele – Foi a Martha quem fez. São deliciosos. – Rabastan aceitou e Rodolfo logo chegou atrás dele para se servir de biscoitos também. Max tinha chamado Rodolfo para sua casa, para passarem uma tarde se divertindo. Como sempre, Rabastan tinha vindo junto, pois Rodolfo o levava para todo canto. Eram como a unha e o dedo, sempre juntos, grudados. Só podia imaginar como seria isso. Ele era filho único e o laço entre irmão era algo desconhecido para ele – Estão ansiosos para o primeiro ano de vocês na escola? – Perguntou seu pai e Rodolfo sorriu cheio de animação.


-Claro. – Disse ele – Mal posso esperar. Eu até já tenho minha varinha. – Adicionou ele, com orgulho e Max sorriu para ele.


-Eu também já comprei a minha. Foi no Olivander que você comprou? – Perguntou Max.


-Claro.


-Aproveitem bem, meninos. É uma época de ouro. – Disse seu pai deixando a travessa em cima da mesa – Fiquem brincando aí. Só não podem sair de casa, ok? E tentem não fazer barulho nos corredores. Uns amigos da sua mãe que ela não via há tempos estão aí e ela não quer que eles desconfiem que vocês são três pestinhas. – Ele deu um sorriso bem-humorado e os três garotos sorriram também – E deixa eu pegar mais um biscoito. – Ele baixou o tom de voz, olhando por cima do ombro, para sussurrar – Mas não conte pra sua mãe, heim?


-Claro, papai. – Riu Max e seu pai deu outra risada antes de sair do quarto.


-Seu pai é tão legal. – Riu Rabastan pouco depois que a porta se fechou – Ele está sempre sorrindo.


-É. O pai de vocês é mais sério. – Disse despreocupadamente.


-Acho que nunca vi seu pai de mau humor. – Pontuou Rodolfo – Ele faz o que mesmo?


-Ele é um Inominável, no Ministério da Magia. Algumas vezes ele passa a semana inteira sem aparecer, mas quando volta, tá cheio de histórias e presentes. – Murmurou servindo-se com suco de abóbora – Mas um dia desses ele não estava nem um pouco feliz. Ele leu no jornal que uma bruxa foi assassinada por um trouxa, numa rua há poucos quarteirões daqui. Mamãe começou até a falar de se mudar. – Lamentou ele e Rodolfo franziu o cenho.


-Como que um trouxa conseguiria matar uma bruxa? – Perguntou ele e Max deu de ombros.


-Eu sei lá. Ninguém quis entrar em detalhes comigo, né? – Resmungou com um suspiro – Só sei que desde então eu não posso mais sair pra ficar na rua. Um saco.


-Papai e mamãe estavam falando sobre isso outro dia. – Disse Rabastan parecendo pensativo. Ao contrário do irmão mais velho, que era sempre sorridente e barulhento, Rabastan era mais reservado e tímido – Sobre a bruxa que morreu. Eu e Rodolfo não podemos mais brincar na rua sem supervisão.


-Hum... então foi por conta disso? Achei que eles só estavam pirando porque eu vou embora daqui algumas semanas.


Maximilian mirou o irmão caçula de seu melhor amigo e notou que ele não pareceu nada feliz com aquele comentário. Imaginou que ele tinha medo de ficar sozinho. Desde o dia que ele nasceu Rodolfo esteve ao seu lado. Agora que ele estava para ir para a escola, bem... isso devia entristecê-lo e assustá-lo, de certo modo.


A tarde passou mais rápida do que Maximilian poderia desejar e logo anoiteceu. Com isso, o senhor Lestrange apareceu para buscar os filhos. Rodolfo e Max prometeram um ao outro que se veriam no dia de ir para a escola e então ele se viu só em casa.


Não exatamente só, claro. Sua mãe tinha seus antigos amigos ali. Eles estavam na sala, conversando animadamente e Max não conseguiu evitar de prestar atenção na conversa. Se esgueirou até a porta e ficou a espiar o grupo de adultos conversarem.


-É um absurdo que estejam cogitando isso. – Resmungou sua mãe e ele espiou a reunião. Sua mãe estava sentada no sofá, com uma taça de vinho nas mãos. Seu pai servia mais a ela, e depois para si mesmo. Os três amigos dela já estavam servidos.


-O que podemos fazer? Desde que ele derrotou Grindelwald, todo o Conselho não para de comer na mão dele. – Ralhou um homem alto, loiro, com o rosto quadrado e olhos castanhos. Ele estava de pé, ao lado da janela, e fumava um charuto, ao lado de outro homem, um pouco mais baixo, de rosto fino e olhos esverdeados.


-Eu espero que ele não seja escolhido, ou que Dippet desista dessa ideia maluca de se aposentar. – Reclamou ele – Ou, se for o caso, que reconsiderem Slughorn. Ele seria um diretor muito melhor.


-Sim. Ele é um homem influente que sabe se utilizar de sua influência. Poderia fazer com que a escola recebesse mais incentivos. – Concordou seu pai – Sem falar que só tivemos um diretor da Sonserina em toda a história da escola.


-Bem, alunos da Sonserina costumam ter ambições maiores do que se tornarem diretores de escola. – Riu sua mãe.


-Hogwarts não é uma escola qualquer... ela é... – Seu pai suspirou parecendo procurar por um adjetivo bom o suficiente – Bem... Hogwarts.


Todos concordaram com um aceno de cabeça.


-Sabe... Vocês se lembram de Riddle? – Perguntou um homem negro com os olhos muito escuros e lábios grossos.


-Voldemort, você quis dizer. – Disse o homem de rosto fino que estava de pé ao lado da janela.


-Lembro. Ele era o garoto mais popular da escola, alguns anos mais velho que eu. – Respondeu seu pai.


-Bem, nós somos amigos. Mantivemos algum contato desde os tempos da escola... Eu e ele estivemos conversando sobre o caso da mulher que foi assassinada hoje pela manhã. Ele não estava sabendo, afinal, está na Alemanha, estudando todo tipo de coisa. Vocês se lembram como ele era.


-Sim, a pessoa mais inteligente que eu já vi. Eu era caloura quando ele estava terminando a escola. – Disse sua mãe – Foi ele quem descobriu o responsável pelos ataques à escola, não foi? Do monstro que estava atacando os alunos.


-Foi. – Concordou seu pai – Ninguém ficou realmente surpreso quando descobriram que Hagrid tinha arrumado um bicho perigoso e o levado pra escola. Aquele ali sempre foi estranho.


-De todo modo... – Recomeçou o homem negro – Eu estava falando com Ridd...


-Voldemort! – Corrigiu novamente o homem de rosto fino.


-Sim, Avery. Voldemort. Eu estava falando com ele e ele me disse uma coisa que ficou na minha cabeça...


-O que, Cártaro? – Perguntou sua mãe.


-Ele disse que estava cansado e insatisfeito com o estado atual do Mundo Mágico. E que ele tinha um plano para reorganizar nossa sociedade... Voltar às raízes. Mas ele acha que para criar um mundo cheio de paz e poder será necessário, antes, derrubar esse regime corrupto em que vivemos.


-E todos nós sabemos como as coisas estão desandando de um tempo pra cá. Esses nascidos trouxas estão tentando roubar o que é nosso direito de nascença. – Disse o homem de rosto fino, que aparentemente se chamava Avery – Vocês viram quem está fazendo campanha para se tornar Ministra da Magia?


-Quem? – Perguntou o homem loiro, de rosto quadrado – Nada pode ser pior que o atual sangue ruim. Um nascido trouxa, Ministro da Magia.


-Claro que pode ser pior, Evan. – Riu Avery – Leach, justamente por ser um nascido trouxa, não tem tantas conexões poderosas com famílias importantes. Ele é um ministro fraco. Agora... – Ele deu um suspiro indignado – Eugenia Jenkins...


-O que?! – Perguntou sua mãe – Aquela porca? – Riu ela – Você está brincando.


-Pelo menos Jenkins é sangue puro. – Disse Evan.


-Eis o problema. Ela é uma traidora de sangue, sucedendo um nascido trouxa. – Avery acendeu um cigarro com a varinha e o tragou, para soprar a fumaça pela janela – Ela tem mais força política que ele, além de ter mais facilidade em seduzir uma ala mais... digamos... “progressista” da Corte. Jenkins tem grandes chances de realmente nos prejudicar. Ela já veio com uma história de que casamentos arranjados são medievais e que o estatuto de sangue não deveria pesar na hora de se escolher membros da corte. Nossos filhos vão ter que competir com esses nascidos trouxas, que nada entendem da nossa cultura, dos nossos costumes.


-Eu temo pelo futuro de nossos filhos. – Murmurou Cártaro – Espero que Malfoy seja candidato para concorrer contra Jenkins.


-Malfoy? Abraxas Malfoy assumindo a liderança de alguma coisa? Há! – Riu Avery com escárnio. Todos pareceram ficar ligeiramente sem jeito – Ora. Não quero desrespeitar Abraxas. Eu sei bem como ele é um homem importante e influente. E eu não me esqueci do que aconteceu com Thorn e Valentine. Ninguém me tira da cabeça que não foi Abraxas que deu um sumiço no Valentine.


-Se foi ele, o tiro saiu pela culatra. Albert Valentine era só um jornalista intrometido. – Riu seu pai – Mas o filho dele, Richard... Esse aí é uma pedra no sapato. Ele é aliado de Jenkins. Os Valentine ficam cada vez mais importantes. Ele é casado com a sua prima, não é, Evan? – Perguntou seu pai com um sorriso bem-humorado.


-Sim. – Concordou o homem loiro – Mas nós não nos falamos há anos. Sei que ela teve uma filha com ele, mas nunca nem a vi.


-Por que acha que Abraxas não vai se candidatar? – Perguntou sua mãe.


-Porque Abraxas não gosta de chamar atenção para si. Ele fica ali, no cantinho, quieto, comendo pelas beiradas, deixando que outros fiquem com o estresse de liderar. Mas ele nunca sai perdendo em nada que resolva fazer. O cretino é um gênio. – Riu Avery.


-Eu sei que se ninguém fizer nada, ficaremos à mercê desses progressistas. Toda nossa cultura está em risco. – Ralhou Cártaro – Logo vamos estar igual à França, sem nenhuma família de sangue puro, casando nossos filhos com animais que parecem humanos.


-Ainda está encucado com aquela veela? – Riu Evan.


-Nunca vou deixar de ficar. Isso não é normal, rapazes. Não é! – Ralhou ele – Qual é o próximo passo? Devemos deixar que nossos filhos se casem com centauros? Com gigantes? Com lobisomens? É pra isso que estamos caminhamos. Já vi meio veela, meio duende, meio gigante. Qual é a próxima? Meio elfo? – Perguntou ele e todo mundo deu risadinhas – Eu tenho dois filhos e sempre disse pros dois: Não aceito que me inventem de aparecer com namoradinhas que não sejam sangue puro, muito menos que sejam mestiças com outras raças.


-Você tem dois meninos, não é? – Perguntou seu pai.


-Sim. Um de seis e um de oito. Edmond e Theodore. Edmond é ajuizado, o mais velho..., Mas Theodore... Esse daí vai me dar muita dor de cabeça. – Resmungou ele e todo mundo deu uma risadinha.


-Como vai o seu filho, Martha? – Perguntou Avery e Max apurou ainda mais os ouvidos.


-Ele é nosso anjinho. Vai pra Hogwarts esse ano. – Disse sua mãe – Ele é um bom menino.


-Bom... – Disse o loiro – Eu visitei minha irmã Druella esse fim de semana. A cunhada dela também veio fazer uma visita com os dois filhos dela. Céus... que pestes.


-A cunhada a quem se refere é Walburga? – Perguntou Avery e o loiro concordou – Oh, eu sempre quis dar uns beijos nela, mas Orion casou com ela. Eles eram prometidos desde crianças.


-Minha irmã teve três filhas. Bellatrix, Andrômeda e Narcissa. Vocês que têm filhos homens, fiquem de olho. Minhas três sobrinhas são a nata da nata.


Max espiou seus pais e notou que ambos tiveram uma longa troca de olhares. E isso o fez engolir em seco.


[] [] []               


1 de Setembro de 1966


-Por favor, Rodolfo! Por favor! – Chorou Rabastan, mas Rodolfo logo secou as bochechas dele com a manga das vestes, olhando preocupadamente para o senhor Lestrange, que conversava distraidamente com seu pai. Max revirava os olhos, achando Rabastan um menininho chorão – Deixa eu ir com você! Eu prometo não atrapalhar! Eu prometo.


-Shhhh. Não fique assim. Se o papai te ver chorando vai ficar bravo. Pronto, pronto. Passou. – Disse ele abraçando o irmãozinho e Max soltou um muxoxo – Eu prometo escrever toda semana e vou voltar pro natal.


-E no meu aniversário? Você vai estar no meu aniversário para brincarmos de explodir as abóboras? – Perguntou o garoto com os olhos grandes como pires. Rodolfo soltou um suspiro triste e negou com a cabeça, arrancando um biquinho manhoso do irmão caçula.


-Eu não posso voltar pra casa no dia das Bruxas, Rabastan.


-Mas é feriado! É meu aniversário! – Lamentou o garoto.


-Eu sei, eu sei..., mas são as regras da escola. Não chore, Rabastan. Papai vai brigar com você... – Lamentou Rodolfo, mas não tinha o que ser feito e Rabastan começou a chorar alto, agarrando-se a ele.


-Fala sério... – Resmungou Max e Rodolfo abraçou o irmãozinho com o olhar cheio de pena.


-O que está acontecendo? – Perguntou o senhor Lestrange, se aproximando junto da esposa.


-Rabastan, não chore. Não é como se Rodolfo não fosse voltar mais. – Disse a senhora Lestrange. Mas ela também estava com os olhos marejados. Max olhou para os pais, que o olhavam de volta.


O senhor Lestrange foi brigar com o filho caçula por ele estar chorando e Max se afastou deles para falar com os pais. Sua mãe ajeitou sua gravata e esticou suas vestes, enquanto seu pai parecia conferir se seu material estava todo ali. Capa, seu gato, o malão, varinha, o kit de poções, etc. Depois ele se virou com um sorriso.


-Aproveite a escola meu filho. Estude muito e se divirta. Faça bons amigos e se enturme com boas companhias. – Aconselhou seu pai ficando de joelhos a sua frente – E um bom conselho de pai para filho... Se quiser evitar problemas, nunca termine com uma garota durante a aula de poções, ou ela pode jogar o que quer que esteja cozinhando nas suas calças. – Ele fez uma careta e Maximilian deu uma risadinha. Os dois se abraçaram e logo sua mãe se uniu ao abraço.


-Vamos sentir sua falta, querido. Comporte-se na escola. – Disse sua mãe.


-É, mas não tanto. – Brincou seu pai.


-Augustus! Não incentiva. – Ralhou sua mãe, mas ela sorria. Maximilian recebeu um beijo na bochecha da mãe e seu pai ajeitou sua boina em sua cabeça.


-Precisa de ajuda com seu malão? – Perguntou ele.


-Não. – Disse com firmeza – Eu vou ficar bem. – Disse simplesmente e seus pais se ergueram, sorrindo e o olhando pra ele com orgulho. O trem apitou e ele se virou para a imensa máquina vermelha, que soltava fumaça.


-É melhor se apressar. – Disse seu pai. Concordou com um aceno de cabeça e então andou até Rodolfo, que ainda estava abraçado ao irmão caçula, tentando acalmá-lo. Os pais dos dois discutiam de leve, porque o senhor Lestrange odiava choros, mas tanto Rabastan quanto a senhora Lestrange choravam de se acabar. Rodolfo simplesmente ria, tentando apaziguar tudo.


Depois que ele prometeu mais um monte de coisas pro irmão caçula, Rabastan finalmente o soltou e os dois finalmente começaram a seguir rumo ao trem.


-Minha nossa, que dramalhão. – Ralhou Max – Seu irmão é um chorão. – Ralhou ele quando já estavam quase no trem. – Que constrangimento, credo... – Sentiu uma mão forte o agarrar no colarinho, por trás e o empurrar. O vão entre o trem e a plataforma era fundo e seu estômago deu um salto quando achou que escorregaria nele, por conta do empurrão. Mas a mesma mão que o empurrara o segurou e ele se sentiu enforcado.


-O que disse, Rookwood? – Perguntou Rodolfo. O olhou, em choque e notou que ele tinha um sorriso cruel no rosto.


-O que está fazendo? – Perguntou indignado.


-Escute, Max. Eu gosto de você. Mas se eu te ouvir falando qualquer coisa ruim sobre meu irmão... – Rodolfo o empurrou mais um pouco e Max precisou se jogar para trás para não escorregar para dentro do vão.


-Desculpe, desculpe! – Disse assustado e Rodolfo o puxou de volta, com o sorriso morrendo. Ele parecia simplesmente zangado.


-Rabastan não está acostumado a ficar sozinho. Só isso. Ele não é um chorão. – Disse ele antes de entrar de vez no trem.


Max olhou para trás, para os pais. A sua mãe o olhava assustada e seu pai olhava furioso para os Lestrange. A senhora Lestrange tinha pego Rabastan no colo, apesar de ele não ser mais um garotinho e o senhor Lestrange parecia ligeiramente confuso sobre o que tinha acontecido. Max suspirou e sorriu, mostrando os polegares para todos, querendo dizer que estava tudo bem, mas em seguida se virou e entrou no trem.


Rodolfo já procurava um lugar para se sentar, olhando as cabines, procurando por uma vazia. Max estava zangado com ele, mas esperaria estarem sozinhos para conversar sobre isso. Na metade do trem, ele finalmente entrou em uma cabine e Max o seguiu para dentro. A cabine estava vazia e os dois se colocaram a acomodar seus malões. Max se sentou e abriu a caixa onde seu gato estava, para colocá-lo em seu colo. Loki, seu gatinho cor grafite, de olhos azuis, miou preguiçosamente e tentou brincar com seus dedos de maneira adorável.


Era a primeira vez que tinha um gatinho só para si. Sua mãe tinha uma gata e seu pai preferia não ter mais do que uma coruja, já que ele não podia dar toda a atenção que um bicho precisava. Mas o pequeno Loki era seu e ele estava muito feliz por isso.


-Não precisava ter perdido a cabeça lá atrás. Eu não disse nada de demais. E você exagerou. – Ralhou começando a falar com Rodolfo, mas ele não respondeu. Levantou o olhar para ele e notou o quão triste ele parecia estar – Rodolfo? Tudo bem? – O garoto não respondeu e foi até a janela, espiar as pessoas que ainda estavam na estação. O trem ainda não tinha começado a se mover – Rodolfo?


Rodolfo soltou um suspiro e o olhou, parecendo simplesmente infeliz.


-Desculpe, Max... é que eu não admito que falem mal do meu irmão. Mesmo meus amigos. Você não entende. Não tem irmãos... – Rodolfo se sentou e o olhou nos olhos – Eu tenho a responsabilidade de proteger o Rabastan de tudo e de todos. Ele é o meu irmãozinho. É isso que irmãos mais velhos fazem, entendeu? – Perguntou ele. Max soltou um suspiro e concordou com um aceno de cabeça.


-Eu achei que só Rabastan iria ficar triste, mas... você... você também está, não está? – Perguntou baixinho e Rodolfo baixou os olhos, concordando com um aceno de cabeça – Eu não tinha me tocado disso. Me desculpe, também. – Murmurou afagando seu gato. Foi quando a porta da cabine se abriu e três caras grandões apareceram.


-Aqui! Uma cabine vazia aqui. – Disse um deles. Max franziu o cenho e olhou para Rodolfo, ligeiramente confuso.


-Não está vazia, nós chegamos aqui primeiro. – Disse o jovem Lestrange, mas mais dois garotos chegaram e olharam para eles com um sorriso maldoso.


-Bem, primeira regra de Hogwarts, seus manés. Os alunos mais velhos têm prioridade nos vagões. E nanicos como vocês não podem fazer nada além de irem chorar em outro lugar. Essa é a Ordem de Hierarquia. Hora de sumir.


Rodolfo se levantou, parecendo indignado.


-Ah é? E seu eu não quiser sumir? – Perguntou ele e os grandões se entreolharam.


-Bem, então vamos ter que fazer vocês sumirem. – Riu um dos grandões e ele sacou a varinha. Rodolfo sacou a sua também, mas Max só abraçou seu gatinho.


-Vamos embora, Rodolfo. Isso é loucura. Vamos procurar outro vagão, por favor. – Pediu ele e Rodolfo apenas bufou.


-Ok, ok. – Resmungou ele pegando o próprio malão. O imitou e logo estavam procurando por outra cabine. Andaram pelos corredores até que Max achou um que estava parcialmente vazio. Apenas duas garotas e um garoto.


-Ei, se importam se eu e meu amigo ficarmos aqui? – Perguntou sorridente.


-Pode entrar, mas eu vou querer brincar com seu gatinho! – Disse uma menina sorridente de cabelos cor de mel e olhos da mesma cor. A outra menina tinha cabelos cacheados e densos, negros e compridos, com os olhos azuis e astutos. O garoto tinha o cabelo castanho escuro, com olhos azuis, bem escuros. Ele tinha um jeitão sério e simplesmente deu de ombros.


-Combinado. – Disse colocando Loki no chão, com cuidado. O gato se espreguiçou e Max se virou – Rodolfo, aqui. – Entraram na cabine e Rodolfo pareceu estacar no mesmo lugar, mirando a garota de cabelo escuro.


-Ah, você...


-Lestrange. – Resmungou ela, de braços cruzados.


-Black. – Retrucou ele preguiçosamente. Max olhou de um para outro, confuso.


-Vocês se conhecem? – Perguntou Max.


-É... já tivemos a oportunidade. – Riu a garota com desdém – Eu sou Bellatrix Black. Essa é Lauren Flint e ele é Walder Macnair.


-Walden. – Corrigiu o garoto.


-Tanto faz. – Resmungou a menina, sem dar a mínima.


Max e Rodolfo se acomodaram, Max se sentando ao lado de Lauren e Rodolfo se sentando ao lado de Macnair. Bellatrix estava junto à janela e tinha um olhar de troça.


-Primeiro ano, todos vocês? – Perguntou ela e os quatro concordaram – Pra que casa vocês vão ir? – Perguntou ela.


-Sonserina. – Responderam em uníssono. Todos trocaram um olhar amigável e acabaram por rir.


-E você, madame? – Perguntou Rodolfo, com algum desdém na voz.


-É claro que eu vou pra Sonserina. Pra qual outra casa um Black iria ir? – Perguntou ela com convicção.


Todos os cinco estavam certos de que iriam para a Sonserina. E todos os cinco realmente foram...



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Autor(a): Tia Vênus

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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    Capítulo 3   29 de Agosto de 1981 Merda, merda, merda. Isso não pode estar acontecendo. Pense, Evan, pense! Como vamos sair dessa? Como? Não acredito que nos pegaram. Maldito Moody. Maldito seja. Meu ombro está doendo tanto. Deve ter deslocado depois de tentar bloquear aquela última azaração. Maldito ...


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