Fanfic: Como Nascem os Monstros | Tema: Harry Potter; Marotos; Comensais de Morte
Capítulo 4
Daddy's Friend
15 de Dezembro de 1981
Posso sentir meu coração batendo acelerado. Meus pulsos estão doloridos pelo peso e firmeza das algemas. Minhas mãos cheias de cicatrizes me lembram de uma época que parece ter acontecido em outra vida. Estou com tanto medo. Minha vida acabou. Minha vida acabou. Crouch está falando alguma coisa pro júri. Tem dois dementadores me rodeando, ávidos para me levarem para Azkaban. Eu já tive o suficiente dessas porras de dementadores.
Eu só quero voltar pra casa, beijar meu filho, abraçar minha esposa... porra, até da droga do cachorro que sempre mastigava meus sapatos eu tô sentindo falta. Caralho, se eu sair dessa, juro que vou arrumar umas porras de ossos de... sei lá... de hipogrifo e vou dar de presente praquele merdinha.
Eu quase não estive em casa nesses últimos anos. Porra, nem vi a barriga da minha esposa crescer. Meu filho já tá com dois anos e eu quase não o peguei no colo. Quase não me deixaram ficar com ele. Mas quem aqui vai acreditar em mim? Sobre eu ter sido obrigado a entrar nessa? Ah, Emily... eu queria tanto a sua ajuda agora... eu queria ver nossos filhos crescendo juntos, sendo amigos. E Sebastian... eu tinha tantos planos pra você. Planos bons, muito diferentes dos planos que meu pai teve pra mim... eu queria o melhor pra você. Eu queria te ver crescer feliz...
Céus, se eu sair dessa eu vou passar mais tempo com você, eu juro. Não acredito nisso. Será que vou perder tudo? Tudo? Não ver meu pequeno Sebastian crescer? Não vou vê-lo voar pela primeira vez, nem aprender a ler e escrever? Não vou levá-lo pra escola... puta que pariu... eu vou perder tudo? TUDO?
Levanto meus olhos, sentindo as lágrimas descerem pelas minhas bochechas. Eu nem queria ter entrado pra essa merda, pra início de conversa. Curioso sobre as artes das trevas eu sempre fui, mas daí a... matar...?
Engulo em seco, pensando na Macdonald... Nossa, eu enchia o saco dela, mas sabia, apesar de todo mundo sempre falar que eu acabaria me tornando um assassino... eu sabia que era só implicância. Eu nunca quis matar ninguém... até que não tinha mais como evitar. Tudo o que eu fiz, foi porque eu fui obrigado. No início tinha alguma satisfação, mas depois foi perdendo o sentido, a real é essa.
Ai, que caralho. Eu queria ter deixado país. Eu deveria ter deixado o país. Eu, Valerie, quando ela ainda estava grávida. Talvez Emily viria comigo, por mais que Valerie fosse achar ruim Eu deveria ter me organizado melhor e me planejado melhor, agora é tarde demais pra pensar nisso, mas... Tem algo que te faz pensar mais do que estar aqui onde eu estou? Numa maldita cadeira, com a corte inteira me assistindo, os dementadores atrás de mim? Crouch falando sobre meus supostos crimes. Cacete, metade dessas coisas, se brincar, até mais, eu nem fiz. O Lestrange, irmão do Rabastan, era muito mais maluco que eu! Eu soube que ele estuprou a mãe da Emily! Ele nega, claro. Disse que falaram aquilo só pra parecer pior do que realmente foi, apesar de que não era a primeira vez que o acusavam de fazer algo do tipo. Mas ele disse que foi limpo. Um Avada e pronto. Mas bem, só Bellatrix e meu pai estavam com ele e ela não o defendeu nessa.
Mas não atacou também. E ela não é do tipo que passa pano pra alguém.
Foda-se. Os Lestrange já se foderam. Eles nem tiveram um julgamento, pelo que eu fiquei sabendo. Muito menos o Black. Isso seria cômico se não fosse trágico. Ele nunca esteve com a gente... ou pelo menos é o que eu acho. Se ele era um dos nossos infiltrados, porra... ele fingiu bem pra caralho, porque eu sempre pensei que o desgraçado era um dos homens do Dumbledore.
-Avery, o Juiz Crouch te fez uma pergunta. – Rosna alguém me empurrando pelo ombro. Cara... como eu me fodi. Oh, Sebastian. Eu sinto muito, muito mesmo. Eu não acredito que caguei com tudo. Não acredito que vou te deixar sozinho, com um sobrenome sujo. Me perdoa, meu filho – Avery?
Porra, só consigo pensar no Sebastian perguntando pra Valerie onde raios eu me meti. Puta que pariu... o nó na minha garganta aperta e eu nem consigo levantar o rosto pra me defender. Eu queria me defender. Eu queria inventar uma boa história só pra poder voltar pra casa, pra ver meu garoto, pra beijar minha esposa e pra comprar a porra do osso pro nojento daquele pulguento do caralho.
-Qual foi a pergunta? – Pergunto sabendo que estou perdido, com os olhos enchendo-se de água.
-Você está sendo acusado de ter sido responsável pelo assassinato de Caradoc Dearborn. Esperamos sua confissão para que a família dele ao menos possa ter um corpo para enterrar.
Essa é boa... Caradoc? Forço minha cabeça para me lembrar.
-Caradoc... Ele era da Corvinal, certo? – Pergunto, perdido. Céus... o que eu tô falando? O que isso tem a ver com essa situação toda? – Eu... eu não sei o que aconteceu com ele... – Ele morreu? Eu nem sei o que ele inventou de fazer depois da escola – Eu não sei desse cara desde a escola... Sinceramente... eu não tenho mantido contato com quase ninguém depois da escola... – Isso é parcialmente verdade. Eu era o cara que sujava as mãos junto com Andrew, Lestrange e Macnair. Eu não tinha grandes habilidades sociais, como Lucius ou Rookwood. Eu era o cara que sujava as mãos e isso não me fazia bem. Eu lembro muito bem de ir chorar pra Emily toda vez, pedindo perdão, até o dia em que mataram ela. Foi quando tudo terminou de ir pro caralho... Sacudo meu corpo, tentando inutilmente me soltar das algemas – Por favor... eu quero ir pra casa. Eu quero ver meu filho... eu quero ver minha esposa... O que raios eu tô fazendo aqui? – Me pergunto. Eu não deveria estar aqui. Eu sou do maldito diretório! Essa merda não deveria valer de alguma coisa? Andrew sempre dizia que valeria... – Eu quero ir pra casa...
-Onde está Caradoc? – Questiona Crouch. Eu sei lá onde esse filho da puta está.
-Eu não sei. – Respondo honestamente – Porra, ontem mesmo eu estava segurando a mão da minha esposa, vendo meu moleque vir ao mundo. O nome dele é Sebastian. Fui eu quem escolhi o nome dele... Normalmente são as mulheres quem escolhem o nome..., mas fui eu quem escolhi Sebastian... – Olho desesperado para Crouch – Eu quero ver meu filho, por favor, Crouch, me deixa ir pra casa. Eu não sei de nada.
-Você foi visto junto de Comensais de Morte condenados, Avery. – Escuto Crouch falar, enquanto me olhava com aquele olhar horrível e frio.
-Quem? – Pergunto assustado. Com quem eles me viram? Se foi com os Lestrange, já era. Eles eram um caso perdido.
-Você foi visto com Wilkes e Rosier, Avery. – Acusa Bartô Crouch. Eu estou confuso, agora... Como que me viram com Rosier e com Wilkes? Ok, Wilkes era mesmo um filho da puta, se não me engano. Mas os Rosier não eram comensais... Digo, o pai deles era...
PUTA QUE PARIU. Alguém viu meu pai com os desgraçados e acharam que era eu. Mas esse velho filho da puta consegue continuar me fodendo mesmo depois de ter ido pra cova... é de cair o cu da bunda mesmo.
-Rosier e Wilkes? – Pergunto tentando parecer absolutamente confuso – Eu e Wilkes nunca nos demos bem. E eu e Ethan, apesar de amigos, não nos vemos desde que ele foi pros Estados Unidos. – Digo. E aquilo não era uma mentira. Eu e Wilkes não nos bicamos desde que eu “ultrapassei os limites” com a prima dele. Caralho, foi um beijo que esquentou mais do que eu imaginei, mas no fim não deu em nada. Mas obviamente, geral ficou sabendo. O que acontece em Hogwarts, aparentemente acaba se espalhando pro planeta inteiro.
Eu devia ter, pelo menos, dado uns beijinhos nos peitinhos dela.
-Nós sabemos que isso é mentira, Avery.
-Não é! Pergunte pra qualquer um que nos conhecia! Qualquer um pode confirmar isso. – Digo em pânico. – Seu filho! Seu filho, mais de uma vez pediu para que eu e Wilkes não brigássemos porque ele não queria que a Sonserina perdesse mais pontos! – Apelar pro filho dele é um jogo baixo, mas eu estou desesperado. No entanto, a cara de desdém de Crouch me pegou de surpresa. Que raios de olhar é esse?
-Como o senhor deve saber, meu filho está em Azkaban e eu não vou perder meu tempo indo até ele, pra questioná-lo sobre isso.
Tá, agora eu tô mais perdido que filho da puta no dia dos pais. Crouch Jr. foi preso?
-Barty tá em Azkaban? – Pergunto sem entender porra nenhuma. Tá que o filhinho de papai era viciado em erva, mas isso não era motivo pra ir pra Azkaban, era? Se for, eu realmente tô fodido...
-Como se você não soubesse que ele era um Comensal de Morte. – Rosna Crouch.
Agora eu quase rio. Barty era um comensal? Se ele realmente era um, então realmente estávamos indo de mal a pior.
-Espera, você colocou seu próprio filho na prisão? – Pergunto, piscando muito, e completamente chocado. Crouch teve a graça de corar – Você ao menos conhecia o Bartô? Ele tinha os problemas dele, mas... Comensal de Morte? Vocês realmente acham que Bartô Crouch Júnior era um Comensal? – Olho pra Corte, que parece desconfortável ao me encarar – Vocês sabem o que estão fazendo aqui? Ou simplesmente estão colocando qualquer um na cadeia? Como posso saber se vou ter um julgamento justo? – Olho para Crouch, zangando-me mais e mais – Eu não sei nada sobre Caradoc, eu não ando com Ethan, ele se mudou pra América. Eu detestava Wilkes. Eu não sei nem o que eu tô fazendo aqui! – Resmungo me remexendo. Escuto murmurinhos vindo do júri e isso me deixa desperto. – É por isso que mataram o senhor Valentine e não ovocê, Crouch. Ele nunca iria cometer um erro atrás do outro, como o senhor está fazendo!
-Escute aqui, Avery. Ofende o juiz dessa Corte de novo e a gente encerra esse julgamento e te joga no buraco que você merece! – Escuto um auror qualquer falar. Quem é esse merda? – Você não mudou nada desde a escola. Continua sendo o mesmo bully de sempre!
Lá vem o mimimi. Tá, eu pegava pesado nas brincadeiras? Sim. Passei do limite algumas vezes? Claro. Mas porra, não era eu quem servia de freio pro retardado do Andrew? Se não fosse por mim, ele teria treinado duas das imperdoáveis na Macdonald! Não fui eu quem protegi a esquisitinha no fim das contas? Mas claro, disso ninguém se lembra.
-Quem raios é você que não fala isso na minha cara? – Pergunto perdendo a paciência praquilo. Então o cretino se mostra pra mim e eu sigo sem fazer a menor ideia de quem ele seja – E quem é você pra estar falando essas merdas de mim? Eu ao menos te conheço? – Pergunto zangado e o infeliz parece até sem jeito.
-Não me venha com essa de que não se lembra de mim! Você... você pegava no meu pé na escola...
-Oh, eu era um chato na escola. E isso é motivo pra me acusar de ser um Comensal, de andar com pessoas que eu não andava e de me mandar pra Azkaban? – Olho pra plateia que parece cada vez mais confusa – Quem de vocês não fez besteira na escola? Eu fiz. Eu colocava os alunos mais novos de cabeça para baixo e ficava girando eles pela escola. Eu prendia quem eu não gostava dentro das armaduras. Uma vez eu colei um calouro numa privada e tiveram que tirar a privada do chão e mandá-lo pra enfermaria grudado nela, com as calças arriadas! Sim, eu fui um idiota. Mas sabem quem também era? James Potter. E qualquer um que estudou comigo sabe disso. Ele era o melhor amigo de Sirius Black, que era de uma família tão escrota quanto a minha. Potter vai ser acusado de ter matado alguém depois que me tirarem dessa cadeira? – Pergunto e todo mundo parece meio confuso. Foi quando eu me lembro que Potter estava morto e ele era o responsável pela maior ressaca da minha vida. Mas agora já era. Finjo que nem lembro desse detalhe. E parece que isso causou um efeito. As pessoas cochicham entre si. Até Crouch parece desconsertado depois dessa. Não dá pra voltar atrás agora – Eu terminei a escola, me casei, comecei a trabalhar numa loja de animais, lá na Travessa do Tranco. Tomei jeito, tive um filho e agora tudo o que eu quero é voltar pra casa. Eu quero minha família. Eu quero ver meu filho. Me solta logo dessa merda! – Todos me olham aos cochichos.
-Senhor Avery... Em que ano você acha que está? – Pergunta alguém vindo das arquibancadas. Ai, caralho. É o Slughorn...
Tá, estamos em 1981... o natal está chegando e eu esqueci de comprar um presente pra minha esposa e pro meu filho. Estava muito desesperado com medo de ser preso, sabe? Por que o professor me perguntou algo como em que ano estamos? Algo me diz que se eu falar a verdade, eu vou me foder. Ok, Marcus. Esse é o momento do blefe da sua vida...
Olho para meu ex professor de poções como se ele tivesse me perguntado algo óbvio... bem... era meio óbvio, mesmo.
-Estamos em 1980. – Respondo – O jogo das Vespas contra os Furacões foi adiado por que o batedor das Vespas sofreu um acidente terrorista e eu acho que vamos perder o campeonato por conta disso. Duvido que Ludovico Bagman consiga substituir Aldrey Corbway suficientemente bem.
Ele substituiu e nós ganhamos a porra do título. Vai Vespas!
Mas todos estão me olhando com pena. Será que eu me fodi nessa? Por que eu preciso colocar quadribol em tudo o que eu falo? Era só ter errado a porra do ano e fingir não entender o que estava acontecendo...
-Como vai sua relação com Mulciber, Avery? – Pergunta o auror que me acusava momentos atrás. Andrew é meu melhor amigo e, até onde eu sei, foi preso. Mas como bom torcedor dos Furacões, nós assistimos a final juntos na minha casa. Valerie reclamou que ele sujou a mesa de centro com as botas sujas de lama e que manchou a mesa ao não usar o descanso de copo adequadamente. Mas antes disso... O que eu estava fazendo com ele? Putz, pensa, Marcus! O que vocês estavam fazendo? O que? O que?
-Eu fui com Andrew e meu filho Sebastian ao santuário de criaturas mágicas. – Respondo, tentando me lembrar – Ele queria conversar comigo sobre alguma coisa, mas eu não lembro o que era. Mas lembro que Sebastian adorou os Demiguise... – Murmuro sorrindo. Quando fomos embora, até comprei um demiguise de pelúcia para o meu filho. Ele ainda dorme com o bichinho de pelúcia. O demiguise e o unicórnio que Emily me deu, anos atrás – Por que? Aconteceu alguma coisa com Andrew? – Além dele ter sido preso, é claro...
Os cochichos tomam o salão e eu me pergunto se me safei dessa. Meu rapaz, se for o caso, eu vou comprar a droga de um osso de dragão praquele cachorro desgraçado dos infernos.
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20 de Agosto de 1969
-Caralho, essa merda vai explodir na minha cara, tenho certeza que vai. – Resmungou Marcus temendo colocar a próxima carta no castelinho de cartas. A partida de Snap explosivo mais longa de sua vida. Andrew olhava fissurado enquanto ele tentava colocar mais uma carta no castelinho, torcendo para que ele não explodisse.
-Anda logo, Marcus. – Ralhou Andrew. Respirando fundo, o garoto, absolutamente concentrado, tentou colocar a próxima carta. Mas suas suspeitas se confirmaram e a carta explodiu, fazendo o castelo ir pelos ares. Andrew gargalhou, apontando-lhe o dedo e Marcus resmungou, tentando se conformar com a derrota.
Marcus era um garoto de dez anos. Em um ano tanto ele quanto Andrew iriam para Hogwarts e ele estava muito ansioso por isso. Ele e Andrew eram amigos de infância, já que seus pais também eram. Cresceram juntos e passavam todos os fins de semana juntos. Ambos sabiam que iriam para Sonserina, como seus pais fizeram antes deles.
Mas a verdade era que Marcus Avery tinha um pouco de medo de não conseguir ir para a casa que todos esperavam que ele fosse. A Sonserina era a morada dos astutos... e ele não era tão astuto assim.
Andrew era. Ele conseguia conversar de igual para igual com os adultos, ele era muito inteligente. O amigo era melhor que ele em absolutamente tudo, mas Marcus não ligava. Mirou Andrew gargalhar e acabou rindo também, enquanto as cartas flutuavam para o chão, ainda estalando de leve.
Foi quando a porta se abriu. Os dois se viraram e viram seus pais com olhares empolgados. E aquilo o intimidou de leve.
Adorava Andrew, mas o pai dele era meio maluco. E se o senhor Mulciber era meio doido, seu pai era completamente pirado. Principalmente quando ficava zangado. Era segredo e sua mãe o fizera prometer que nunca contaria para ninguém, mas quando seu pai ficava REALMENTE bravo, ele precisava descarregar e normalmente isso significava bater na sua mãe até que ela sangrasse. Normalmente ele se contentava em chutar os elfos, mas algumas vezes ele precisava bater em algo humano.
Marcus já fora o alvo de alguns pontapés, mas o pai preferia bater em sua mãe. Nunca tinha contado isso a ninguém, nem mesmo a Andrew, que era seu melhor amigo.
Andrew era um garoto muito divertido. Ele tinha um senso de humor um tanto bizarro, mas ainda assim era divertido. Ele não conhecia limites e achava que era algo de família, porque o senhor Mulciber era do mesmo jeito. Uma vez ele ficou muito bêbado e brincou de atirar facas nos próprios elfos. Uma semana depois ele precisou comprar dois elfos novos, porque os dois, dos três que ele tinha, tinham morrido.
Marcus não era do tipo que chorava por qualquer coisa, mas achou que matar os próprios elfos era no mínimo muito maluco.
Mas bem, a porta estava aberta e os pais dos dois estavam ali, olhando para eles. Ele e Andrew trocaram um olhar curioso e voltaram a mirar os dois.
-Marcus, Andrew, temos uma visita e queremos que vocês se apresentem. – Riu seu pai e Marcus achou aquilo ainda mais esquisito.
Depois que a mãe de Andrew tinha morrido o pai dele meio que despirocou de vez. E por conta disso, ele vivia na casa deles. Já tinha alguns anos que ela tinha morrido e ninguém nunca se preocupou em contar como fora. Andrew mesmo não gostava de falar sobre o caso e ele achava que não seria legal ficar pressionando.
Andrew se levantou primeiro e o ajudou a se levantar. Os pais dos dois se retiraram para o corredor e os dois meninos trocaram um olhar curioso. Mas logo seguiram os pais, sem saber o que esperar.
Os dois garotos se esgueiraram pelo corredor e foram em direção à sala. Sua mãe oferecia uma taça de vinho a um homem desconhecido, que parecia ter a idade de seu pai. Os cabelos eram negros e ele tinha um rosto estranho, muito pálido e magro. Os olhos eram castanhos, mas injetados, e ele tinha uma pele mais pálida do que ele julgaria saudável. A capa negra não ajudava a disfarçar a palidez de sua pele. Andrew e Marcus estudaram o homem com os olhos, apenas ligeiramente curiosos. Não sabia sobre Andrew, mas seu pai não costumava perder seu tempo o apresentando para seus amigos.
-Jhon, Michael... Esses são seus filhos? – Perguntou o homem aceitando a taça de vinho de sua mãe. Marcus sentiu a mão de seu pai em seu ombro.
-Isso mesmo, Voldemort. Esse é meu filho Marcus. – Disse seu pai.
-E esse é Andrew. – Disse tio Jhon segurando Andrew do mesmo jeito que seu pai.
-Eles já têm idade escolar? – Perguntou o estranho. Ou ao menos Marcus o achou estranho. Que raios de nome era esse? Voldemort?
-Falta um ano ainda. – Respondeu sua mãe.
-Entendo. – Riu ele os estudando com os olhos – É muito bom voltar para a Inglaterra. Acho que está na hora de colocar meus planos em ação e acho que seus filhos serão perfeitos. – Disse ele e Marcus mirou seu pai, sem entender coisa alguma. Havia um brilho nos olhos dele... o tipo de brilho que não costumava ver. Mirou novamente aquele tal de Voldemort e se perguntou o que ele queria dizer. Que planos ele tinha? – Dumbledore ainda está em Hogwarts? Ou ele resolveu fazer algo de mais útil de sua vida patética?
Marcus mirou seu pai e notou que ele trocava um olhar ansioso com tio Mulciber.
-Bem... Ele segue em Hogwarts... E... – Seu pai pareceu engolir em seco – Parece que estão considerando dar a ele o cargo de diretor da escola... – Murmurou seu pai e Marcus sentiu a mão dele apertar seu ombro de leve. Por um momento se perguntou se o pai estaria com medo... e se fosse... seria medo do que? Quem raios era aquele homem que bebia vinho, sentado em seu sofá? Mirou Andrew e notou que o amigo parecia pensar exatamente a mesma coisa.
Estava com um mau pressentimento sobre aquele homem. Engoliu em seco e respirou fundo.
E Voldemort perdeu suas feições agradáveis, parecendo bastante aborrecido. E isso o encheu de medo. Principalmente porque a mão de seu pai parecia tremer sobre seu ombro. Aquele homem parecia significar problemas...
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Autor(a): Tia Vênus
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
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Capítulo 5 Sisters 24 de Dezembro de 1966 Entrou no quarto das irmãs mais novas fazendo gestos dramáticos. -Eu odeio Rodolfo Lestrange. – Disse Bellatrix e suas irmãs gritaram de alegria, vindo abraçá-la. Andrômeda e Narcissa eram os dois amores de sua vida e Bellatrix não via motivos para disfar&cced ...
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