Fanfic: Como Nascem os Monstros | Tema: Harry Potter; Marotos; Comensais de Morte
Capítulo 7
Brave
3 de Novembro de 1981
Ai, meu deus. Ele sabe! Ele sabe! O que vai ser de mim? Eu não sei lutar bem. Eu sou um desastre. Merda. Merda. Merda. Ele visivelmente está insanamente puto. Não era pra isso estar acontecendo. Não era. Agora James está morto, o Lorde das Trevas também. Os outros Comensais com certeza estão achando que eu armei uma armadilha quando entreguei os Potter... e agora... quem poderá me defender desse lunático?!
-VOLTE AQUI, SEU DESGRAÇADO! NÃO PODE SE ESCONDER PRA SEMPRE! – Ai, caramba. Eu sei que não posso. Eu sei que não. Ele sabe todos os meus esconderijos, que merda. Por que eu não guardei uma localização secreta pra mim? Por que? – APAREÇA, SEU RATO. TEVE CORAGEM PRA ENTREGAR O JAMES E A FAMÍLIA DELE, MAS NÃO TEM BOLAS PRA VIR AQUI ME ENFRENTAR? QUANTAS VEZES NÓS SALVAMOS ESSA SUA BUNDA GORDA, SEU INGRATO? – Agora ele foi injusto.
Eu não sou gordo há pelo menos quatro anos, por mérito da Emmeline que ficava pegando no meu pé! Eu posso não ser saradão, mas não sou mais gordo.
-WORMTAIL! – Um barulho de explosão. Acho que ele acabou de explodir minha última caixa de vinho. Mas que droga, Sirius. Apenas nota que eu não estou aqui e vai embora – EU SEI QUE ESTÁ AQUI, CACETE. EU CONSIGO SENTIR SEU CHEIRO DE TRAIDOR, ESQUECEU? – Mas com certeza é um blefe. Tá que ele realmente tem sentidos aguçados, mas eu tomei precauções pelo menos sobre isso. Tudo aqui tem meu cheiro, hehehe... Ser nojento tem suas vantagens.
-APOSTO QUE TÁ NA SUA FORMA DE RATO, NÉ, PETER? MAS NÃO VAI PODER FICAR ASSIM PRA SEMPRE. – Outro barulho, agora ele explodiu meu sofá... ainda bem que eu não me escondi lá dentro. Hum... ele parece realmente puto. Ele vai explodir meu esconderijo inteiro...
Sabe, sobre ser um rato pra sempre, não é tão ruim assim... posso me mover rapidamente, em silêncio. Posso me espremer em lugares apertados e ver um monte de coisas que ninguém poderia ver. Rapaz, se aquelas paredes dos banheiros femininos falassem, teriam muito para me denunciar. Eu sempre soube que o carpete combinava com as cortinas no caso da Lily... senhor ... James me mataria se soubesse. Não gosto de pensar nele... Eu nunca quis que ele morresse. Até pedi para que o Lorde poupasse os Potter se possível. Ele só precisava matar o pobre menino... Mas agora James e Lily estão mortos... Não. Não vou pensar nisso. Não agora. Eu não estou pronto para morrer. Preciso ficar vivo. E se pretendo continuar assim, é melhor sair daqui. Sirius não está pra brincadeira.
Enquanto vou dando meus pequenos passinhos pra fora desse casebre, e deixo Sirius pra trás, me procurando, vou ir pensando no que fazer daqui pra frente. Não tem a menor condição de voltar a dar as caras. Tipo. Se Sirius falar que eu era o traidor, talvez ele consiga convencer Crouch a arrancar a confirmação dos outros comensais. Eu não sei quem já foi pego ou não, mas sei que é uma causa perdida. Não dá pra simplesmente apontar para Sirius e o acusar de estar mentindo. Ele e James eram melhores amigos e Sirius sempre foi mais popular do que eu, nunca iriam acreditar em mim nessa.
Peter Pettigrew está fodido, a verdade é essa. Minha única chance é que o Lorde das Trevas volte. Mas se eu aparecer pros malucos que com certeza vão tentar trazê-lo de volta, se é que tem como fazer isso... Não acho que eles vão me deixar vivo o suficiente para me explicar. Rabastan não gosta muito de mim... na verdade, ele parece não gostar de ninguém desde que a Emily morreu, Rodolfo me despreza porque me acha um bundão...
Não que ele esteja errado...
Sem falar que nos últimos anos ele parece ter pirado violentamente na batatinha. E, falando em pirado, temos a Bellatrix, que é a mais maluca de todas. Mas, querendo ou não, eles são os únicos que eu tenho certeza absoluta que iriam correr atrás do Lorde das Trevas. Mulciber estava tendo crises de consciência pesada desde que Valentine foi assassinada, sabe-se lá por quem, e desde que Avery desapareceu. O Júnior está se borrando de medo de ser pego e ele não pensaria duas vezes antes de me entregar pra se safar. Eu não faço ideia de onde está o Karkaroff. Lucius certamente vai dar uma de inocente. Mas que droga. Estou sem opções. Acho que vou ter que ficar como rato até a poeira baixar... Talvez se eu me escondesse entre os trouxas...
Mas e se o Lorde das Trevas voltar?
Não posso perder a oportunidade de voltar a ser eu mesmo, né? Tipo, até que gosto de ser um ratinho, mas poxa. Eu finalmente estava magrinho e começando a ter uma barba que não fosse resultado de uma das poções do Remus.
Eu preciso ficar com uma família bruxa. Preciso me manter atento às notícias. Essa é minha única chance de sobreviver.
Isso e, claro, neutralizar um certo maluco. Eu preciso calar a boca dele e sumir com ele. Mas eu sei que não tenho a menor chance de derrotar Sirius Black em um duelo. Humm...
E tem mais uma coisa. Não quero que meu bom nome fique sujo. Mamãe iria ficar decepcionada. Eu preferiria que ela ficasse triste ou zangada a ficar decepcionada. Eu sou a única fonte de mamãe... se eu sumir, ela vai ficar desamparada...
Olho pra trás, ainda escutando Sirius quebrando meu barraco inteiro. Tem até uns trouxas olhando, se perguntando o que raios estaria acontecendo naquela casinha abandonada... acho que estou tendo uma ideia. Hum...
Peter. Talvez você tenha uma chance de se livrar do Sirius. Mas vai ter que ser muito malandro. Mas bem... eu não era o campeão de poker da Grifinória à toa. Ok, eu era o único que conhecia o jogo além do Remus e o Remus não consegue mentir sem parecer um completo demente..., mas mesmo assim... Acho que sei como tirar Sirius Black do meu pé de uma vez por todas. E vai ser muito mais fácil do que foi entregar o James.
[][][]
1 de Setembro de 1971
O som do apito do trem avisou que logo estariam a caminho de Hogwarts. Peter olhava para tudo com uma animação sem fim, enquanto sua mãe tentava em vão colocar o cachecol ao redor do pescoço dele. A toda hora o menino via outra coisa e se empolgava apontando e comentando com a mãe. A senhora Pettigrew, dona de uma doçura e paciência quase inumana, apenas ria, observando seu único filho alegrar-se e empolgar-se com absolutamente tudo. Fosse um gato maior, uma coruja de cor mais exótica, um penteado estranho, um brinquedo desconhecido, roupas espalhafatosas, tudo era motivo para aumentar mais e mais a empolgação de Peter.
Com um pouco mais de concentração, finalmente conseguiu pegar seu garoto e enrolá-lo no cachecol. Mãe e filho trocaram um olhar cheio de carinho e Elly suspirou, o afagando na cabeça.
-Seu pai estaria tão orgulhoso. – Murmurou ela. Isso fez com que o entusiasmo do garoto esfriasse um pouco. A senhora Elly sorriu e balançou a cabeça, parecendo triste, mas tentando disfarçar – Vou sentir sua falta. Não esqueça de escrever, está bem? – Perguntou ela e Peter concordou.
-Você vai ficar bem, não é, mamãe? – Perguntou o menino, com um olhar preocupado. Elly fungou, mas concordou com um aceno de cabeça.
-Vou. Não se preocupe comigo. – Ela respirou fundo e o afagou nos cabelos, com um sorriso cheio de carinho e alguma saudade antecipada. Peter abraçou a mãe e recebeu um afago na cabeça – Faça muitos amigos. – Disse ela – Promete que vai tentar fazer amigos?
-Não precisa ser muitos. – Murmurou ele e sua mãe concordou, colocando o queixo sobre sua cabeça.
-Só precisam ser bons amigos. – Concordou ela o afastando para olhá-lo dos pés à cabeça. O trem apitou novamente e Peter sentiu vontade de chorar. Sentia-se dividido.
-Não fique pulando refeições. Cuide de sua saúde. Prometo escrever sempre. – Disse ele a olhando cheio de preocupação.
-Você também trate de comer direito. E de tomar banho direito. Lave bem atrás das orelhas e as seque direito, ou irão brotar cogumelos aí. – Advertiu ela coçando atrás de suas orelhas e lhe arrancando risadinhas – Divirta-se na escola, meu amor.
Mais abraços, algumas orientações mais e precisou sair correndo para não ficar para trás. As portas do trem se fecharam assim que ele entrou e o menino correu para a primeira janela que achou para acenar para a mãe. A observou correr atrás do trem acenando e com os olhos cheios d’água. Isso lhe apertou o coração. Peter era órfão de pai. Paul Pettigrew trabalhara no Departamento de controle de criaturas mágicas e acabou morrendo ao tentar proteger uma família de uma cocatriz enfurecida quando Peter tinha apenas cinco anos. Mas mesmo que fosse muito novo quando o pai morrera, Peter tinha muitas boas lembranças dele.
Lembrava que seu pai adorava quadribol e os dois sempre assistiam aos jogos dos Morcegos de Ballycastle. Seu pai sempre dizia que por ele ser muito rápido e ágil, que Peter seria um jogador de quadribol. Um Apanhador se puxasse a altura da mãe, ou um goleiro, se puxasse o porte do pai. Esperava que puxasse o do pai, pois ele tinha sido alto e forte, ou era como se lembrava dele. Nas fotos, ele era bem maior que sua mãe, mas Elly Petigrew podia ser muitas coisas, mas alta certamente não estava na lista. Peter puxou seu malão, se perguntando se faria amigos no trem. Sua mãe dizia que os amigos que fizesse na escola, levaria no coração para sempre e ele mal podia esperar para conhecer alguém.
Sempre fora muito sozinho. Não tinha irmãos, ou primos. Morava numa vizinhança trouxa, mas os meninos o achavam esquisito. Sem falar, que desde que completara seus nove anos, sua magia andava um tanto fora de controle. Fazia as coisas explodirem o tempo todo, ou mudava as coisas de lugar sem desejar e no fim do dia estava cheio de dores de cabeça. Sua mãe explicara que na escola, quando começasse a aprender a se controlar, esses tipos de coisas iriam parar de acontecer. Ele esperava que realmente fosse o caso.
Andando pelo corredor, notou que todo mundo parecia muito contente. Algumas pessoas tocavam violão e cantavam, outras distribuíam flores. Gargalhadas se espalhavam por todo o trem enquanto ele se espremia por entre as pessoas, procurando um lugar para se sentar. Por fim encontrou uma cabine que não estava lotada. Dois garotos apenas. Puxou seu malão, o trazendo mais para perto e respirou fundo.
-Olá... Bom dia... Eu... eu posso me sentar aqui? – Perguntou timidamente. Os dois garotos sorriram para ele e acenaram com a cabeça.
-Quer ajuda com suas coisas? – Perguntou um dos garotos.
-Não, não. Não precisa. – Disse terminando de entrar na cabine – Mas, obrigado por oferecer ajuda. Eu me chamo Peter. Peter Pettigrew. – Disse oferecendo a mão para o garoto alto que lhe oferecera ajuda com o malão.
-Sem problemas. Eu me chamo Ian Baden. – Disse ele – Esse aqui é Remus Lupin... – O garoto franziu o cenho e se virou para o outro menino, que tinha uma aparência um tanto doente – Não é isso? É Remus Lupin mesmo, né?
-Isso. – Concordou o outro garoto, de cabelos castanho claros. Baden tinha os cabelos num tom castanho mais escuro, enquanto Peter tinha os cabelos cor de palha – Você também é calouro, não é? – Perguntou o tal Remus.
-Sim. – Concordou Peter.
-Eu sonho com esse dia há anos. Sempre quis conhecer Hogwarts. – Riu Remus. Peter sorriu e se sentou, acomodando-se no banquinho e soltando um suspiro.
-Eu também. Minha mãe sempre me contou histórias sobre esse lugar.
-Eu nunca tinha ouvido falar em Hogwarts até pouco tempo atrás. Meus pais são advogados. Não são bruxos. Como é que vocês chamam?
-Trouxas. – Riu Remus e Peter olhou o tal Baden com alguma desconfiança.
-Isso. Trouxas. – Disse Baden, muito animado – Eu mal posso esperar para começar a fazer magia. Vocês já sabem alguma coisa?
-Não. – Respondeu Peter – Só porque temos pais bruxos não quer dizer que a gente já saiba magia.
Baden concordou, mesmo que ainda parecesse empolgado. Logo não se importava mais por ele ser um nascido trouxa. Estava feliz de estar conversando com dois garotos de sua idade. Logo uma bruxa apareceu, vendendo docinhos e Baden comprou três de cada coisa, já que nunca tinha experimentado nada e seus pais tinham dado uma boa quantidade de moedas para ele. Pelo que Peter tinha entendido, os pais dele eram ricos e ganhavam dinheiro provando que os clientes deles não eram culpados de algum crime.
Mesmo que muitas vezes fossem mesmo.
Passaram a tarde contando sobre suas famílias e comendo doces. Remus tinha um pai bruxo, um renomado conhecedor de espíritos agoureiros. A mãe dele era trouxa e os dois se conheceram quando o pai dele foi investigar a casa dela, por suspeita de ser um espírito. Peter explicou que sua mãe recebia uma indenização do Ministério e que viviam desse dinheiro, já que sua mãe não trabalhava. Ele era filho de dois bruxos e queria muito ir para a Grifinória, como o pai dele tinha ido certa vez. Sua mãe tinha sido da Lufa-Lufa, mas ele não queria ir pra lá.
Baden não tinha conhecimento nenhum sobre as casas de Hogwarts, então Peter explicou para ele.
Grifinória era a morada dos corajosos.
Lufa-Lufa dos leais.
Corvinal dos inteligentes.
-E Sonserina é a casa dos sem caráter. – Resumiu dando de ombros. Baden piscou, ligeiramente, surpreso.
-Sem caráter? – Perguntou ele – Como assim?
Remus sorriu parecendo cansado e respirou fundo.
-É a casa dos astutos e ambiciosos.
-Que são capazes de qualquer coisa para conseguir o que querem. A maioria que vai pra lá é má. – Disse dando de ombros – Minha mãe sempre me disse para ficar longe dos sonserinos. Nem todos são maus, só a maioria.
-Acho que está sendo injusto. – Disse Remus, dando de ombros – Pra qual casa você quer ir?
-Grifinória, é claro. – Disse erguendo a cabeça – Como o meu pai.
-Eu gosto da Grifinória, mas não me importaria de ir pra Corvinal. – Disse ele dando de ombros.
Baden parecia estar pensando a respeito daquilo e Peter notou que ele parecia até um tanto nervoso.
-E se você não se enquadrar em nenhuma dessas qualidades? – Perguntou ele, nervosamente.
-Não se preocupe. – Riu Remus parecendo muito cansado. – Todo mundo se enquadra em alguma casa. – Garantiu ele e Baden engoliu em seco, ainda parecendo um tanto nervoso.
Quando anoiteceu o trem começou a desacelerar. Os meninos trocaram de roupa, colocando o uniforme e então juntaram suas coisas. Não estava chovendo, mas trovões e relâmpagos cortavam o céu. Peter sentia que tinha um passarinho voando loucamente por seu estômago. Havia euforia em todos os cantos. Pra todo lugar que olhasse, via animação, empolgação e sorrisos.
Saiu do trem, tentando não se perder dos dois garotos com quem tinha feito a viagem. Eram tantos alunos que parecia estar no Beco Diagonal em véspera de natal. Olhou para o céu, vendo as densas nuvens que brilhavam vez ou outra com relâmpagos dando sinais de que uma tempestade torrencial cairia a qualquer momento.
-Alunos do primeiro ano! Aqui, alunos do primeiro ano! – Ouviu uma voz grave chamar e procurou quem quer que fosse a tal pessoa. Era o maior homem que já tinha visto em toda sua vida, que se destacava na multidão. Os cabelos densos e negros, com uma barba ainda mais densa, metido num casaco pesado, segurando uma enorme lanterna que parecia até pequena em sua mão gigantesca. Peter olhou boquiaberto para aquele homem, completamente chocado.
-Pensei que esse ano iriam se livrar dessa aberração. – Escutou alguém dizer. Olhou para o lado e viu uma linda mulher de cabelos negros e olhos azuis, magra e com feições cheias de arrogância.
-Com Dumbledore como diretor? Até parece, né Bella? – Respondeu outro garoto, da idade dela.
-Uau. Esse cara é enorme! – Murmurou um garotinho da sua idade – Nós temos mesmo que ir com ele?
-Não se preocupe, Rabastan. Eu te vejo dentro do castelo. – Disse o garoto mais alto, se afastando com uma turma claramente mais velha. Peter ainda escutou outros dois garotos se aproximarem de Rabastan para cumprimentá-lo, mas não deu mais atenção a isso do que daria a uma agulha no palheiro. Apenas tentou se aproximar do homem enorme e não perder Baden e Lupin de vista.
-Alunos do primeiro ano! Aqui, alunos do primeiro ano! Venham comigo! – Disse o homem abrindo caminho. Uma pequena multidão o seguiu enquanto os alunos mais velhos seguiam para um caminho totalmente diferente.
-Deve ser a seleção agora. – Disse uma menina próxima deles – Meu irmão disse que é dolorosa, mas acho que ele estava mentindo.
-Minha nossa! Será que dói, mesmo? – Perguntou outra menina e Peter engoliu em seco. Baden e Lupin olharam preocupados uns para os outros.
-Minha mãe teria me avisado se doesse... – Disse nervosamente. Os garotos concordaram com um aceno nervoso e voltaram a seguir o gigante. Um frio úmido soprou entre eles e Peter se abraçou, tremendo de frio. Outro relâmpago cruzou o céu e ele se perguntou se iriam conseguir chegar ao castelo antes que começasse a chover de verdade.
-Vocês terão a primeira visão de Hogwarts em alguns instantes. – Anunciou o gigante e Peter se colocou nas pontas dos pés, tentando ter algum deslumbre da escola. Um relâmpago cortou os céus e iluminou tudo por um instante e ele viu a enorme construção. Assim que viraram a curva, pode ver com mais clareza: encarrapitado no alto de um penhasco na margem oposta, as janelas cintilando no céu nublado, havia um imenso castelo com muitas torres e torrinhas. O grupo seguiu o gigante, ainda completamente hipnotizado pela visão do castelo. Foi quando Peter notou que estavam chegando à beira de um enorme e escuro lago – Muito bem, garotada. Apenas quatro alunos por barco, hum? – Gritou o homem apontando para uma flotilha de barquinhos parados na água junto à margem. Peter, Remus e Ian se acomodaram em um barquinho, quando uma menina se aproximou deles.
-Posso ir com vocês? – Perguntou ela e os três concordaram – Obrigada. – Murmurou ela. No entanto, quando ela tentou entrar no barco, perdeu o equilíbrio e Peter precisou segurá-la e puxá-la para dentro para que ela não caísse na água. Tremendo, a menina olhou ao redor e então corou profundamente – O-obrigada.
-Tudo bem.
-Você está bem? – Perguntou Remus.
-Sim... foi só um susto. Ele me segurou bem a tempo. – Murmurou ela e Peter sorriu sem jeito – Um verdadeiro herói. – Disse ela de maneira sonhadora e Peter sentiu todo seu rosto pegar fogo de vergonha. Baden e Lupin pareciam estar contendo risadinhas, quando a menina se sentou num lugar vazio. Ele se sentou também tentando olhar para qualquer coisa que não fosse ela – Eu me chamo Mary. Mary Macdonald. – Disse ela.
-Remus Lupin.
-Ian Baden.
Peter sentiu os olhares caírem sobre si e ele suspirou.
-Peter Pettigrew. – Murmurou e ela sorriu.
-É um grande prazer conhecer todos vocês. Espero que sejamos muito amigos. – Ela disse daquele jeitinho sonhador.
Mary Macdonald era baixinha, mais baixinha até do que Peter, com a pele negra e os cabelos escuros, presos em duas trancinhas. Mas seus olhos eram amarelados, de um jeito bem bonito.
-Todos acomodados? Tudo pronto aí? Ei, garoto, segura esse sapo! – Perguntou o gigante.
-Esse sapo não é meu. – Disse o garoto de óculos e cabelos absolutamente desarrumados.
-TIRA ISSO DE PERTO DE MIM! – Gritou uma menina de cabelos castanhos, se jogando em cima de outro garoto, de cabelos negros e olhos azuis.
-Opa. – Murmurou ele.
-TIRA! TIRA! TIRA! – Gritava a menina e o garoto de óculos, apesar de estar rindo muito, deu um tapão no sapo, que pulou na água e desapareceu.
-Tudo bem, Vance. O sapo foi embora. – Disse uma garota loira, com um sorriso divertido no rosto.
-Eu ODEIO sapos. – Resmungou a tal Vance, saindo de cima do garoto de cabelos escuros.
-Sério? Quase não deu pra notar. – Zombou o menino de óculos e Peter o achou muito maneiro.
-Bem... se estão todos prontos... Vamos! – Disse o gigante e os barquinhos começaram a atravessar o longo lago. Todos estavam em silêncio, admirando a silhueta do castelo. A construção se agigantava à medida que se aproximavam do penhasco em que estava situado – Abaixem as cabeças! – Berrou o homem que os guiava quando os primeiros barcos chegaram ao penhasco. Todos abaixaram as cabeças e os barquinhos atravessaram uma cortina de hera que ocultava uma larga abertura na face do penhasco. Foram impelidos por um túnel escuro, que parecia levá-los para debaixo do castelo, até uma espécie de cais subterrâneo, onde desembarcaram subindo e pisando em pedras e seixos.
Então eles subiram por uma passagem aberta na rocha, acompanhando a lanterna do enorme homem, e desembocaram finalmente em um gramado fofo e úmido à sombra do castelo. Galgaram uma escada de pedra e se aglomeraram em torno da enorme porta de carvalho.
–Estão todos aqui? – Perguntou o homem iluminando seus rostos, como se tentasse dar falta de alguém. Mas Peter achava muito improvável que ele fosse capaz disso. O homem ergueu um punho gigantesco e bateu três vezes na porta do castelo. Esta abriu-se de chofre, e apareceu uma bruxa alta de cabelos negros e vestes verde esmeralda. Tinha o rosto muito severo e o primeiro pensamento de Peter foi que era uma pessoa a quem não se devia aborrecer.
-Alunos do primeiro ano, Professora Minerva McGonagall. – Informou o homem.
-Obrigada, Hagrid. Eu cuido deles daqui em diante.
Ela escancarou a porta. O saguão era imenso e Peter gastou alguns instantes admirando tudo com os olhos. As paredes de pedra estavam iluminadas com archotes flamejantes como os do banco Gringotes, o teto era alto demais para se ver, e uma imponente escada de mármore em frente levava aos andares superiores.
Eles acompanharam a Professora Minerva pelo piso de lajotas de pedra. Peter ouviu o murmúrio de centenas de vozes que vinham de uma porta à direita, onde o restante da escola já devia estar reunido. Mas a Professora Minerva levou os alunos do primeiro ano a uma sala vazia ao lado do saguão. Eles se agruparam lá dentro, um pouco mais apertados do que o normal, olhando, nervosos, para os lados.
-Bem-vindos a Hogwarts – disse a Professora – O banquete de abertura do ano letivo vai começar daqui a pouco, mas antes de se sentarem às mesas, vocês serão selecionados por casas. A Seleção é uma cerimônia muito importante porque, enquanto estiverem aqui, sua casa será uma espécie de família em Hogwarts. Vocês assistirão a aulas com o restante dos alunos de sua casa, dormirão no dormitório da casa e passarão o tempo livre no salão comunal. – Ela tomou um ar e olhou para eles com olhos ferinos, como se os medisse de certa maneira. Peter engoliu em seco e olhou para seus colegas de barco. Os dois garotos pareciam ligeiramente nervosos, mas a menina não parecia nem um pouco ansiosa – As quatro casas chamam-se Grifinória, Lufa-Lufa, Corvinal e Sonserina. Cada casa tem sua história honrosa e cada uma produziu bruxas e bruxos extraordinários. Enquanto estiverem em Hogwarts os seus acertos renderão pontos para sua casa, enquanto os erros a farão perder. No fim do ano, a casa com o maior número de pontos receberá a taça da casa, uma grande honra. Espero que cada um de vocês seja motivo de orgulho para a casa à qual vier a pertencer. – Ela fez silêncio por um instante, como se desse a eles a oportunidade de pensar sobre aquilo, mas antes que ele pudesse pensar em alguma coisa ela voltou a falar – A Cerimônia de Seleção vai se realizar dentro de alguns minutos na presença de toda a escola. Sugiro que vocês se arrumem o melhor que puderem enquanto esperam. – O olhar dela se demorou por um instante nos cabelos do garoto de óculos, que não pareceu se intimidar. Na verdade, ele passou a mão pelos cabelos os bagunçando ainda mais, se é que era possível – Voltarei quando estivermos prontos para receber vocês – Disse a Professora – Por favor, aguardem em silêncio.
E se retirou da sala. Peter engoliu em seco.
-Mas como é que eles selecionam a gente para as casas? – Perguntou a garota de ar sonhador que viera com eles no barco.
-Devem fazer uma espécie de teste, acho. – Disse Peter.
-Meu irmão me contou que é um chapéu falante. Colocam ele na sua cabeça e ele fala pra qual casa você vai. – Disse um garoto de cabelos castanho avermelhados. Se não estava enganado, ele se chamava Rabastan.
-Um chapéu falante? – Perguntou outro garoto com ar zombeteiro – Acho que seu irmão estava tirando uma com a sua cara. Fala sério...
Olhou à volta, ansioso, e viu que os outros também pareciam apavorados, sem se convencer da história do chapéu falante. Manteve os olhos grudados na porta. A qualquer segundo agora a Professora Minerva voltaria e os conduziria para o fatídico teste.
Os minutos se passaram, mas não tantos a ponto dos murmurinhos se transformarem em conversas paralelas. Estavam todos muito agitados quando a professora Minerva voltou e os olhou severamente.
–Vamos andando agora – Disse ela numa voz enérgica. – A Cerimônia de Seleção vai começar. Agora façam fila e me sigam.
Sentindo-se pouco à vontade como se suas pernas tivessem virado chumbo, Peter entrou na fila atrás de Remus e na frente de Ian, e todos saíram da sala, tornaram a atravessar o saguão e as portas duplas que levavam ao Grande Salão.
Jamais imaginara um lugar tão diferente e esplêndido. Era iluminado por milhares de velas que flutuavam no ar sobre quatro mesas compridas, onde os demais estudantes já se encontravam sentados. As mesas estavam postas com pratos e taças douradas. No outro extremo do salão havia mais uma mesa comprida em que se sentavam os professores. A Profa. Minerva levou os alunos do primeiro ano até ali, de modo que eles pararam enfileirados diante uns dos outros, tendo os professores às suas costas. As centenas de rostos que os contemplavam pareciam lanternas fracas à luz trêmula das velas. Misturados aqui e ali aos estudantes, os fantasmas brilhavam como prata envolta em névoa. Estava olhando para um fantasma de uma mulher especialmente bonita quando escutou Ian falar algo sobre o telhado. Olhou para cima e viu pesadas nuvens escuras que brilhavam vez ou outra riscadas por relâmpagos. Era difícil acreditar que havia um teto ali e que o Salão Principal simplesmente não se abria para o infinito. Ouviu uma garota loira cochichar:
-É enfeitiçado para parecer o céu lá fora, li em Hogwarts, uma história.
-Ah, Addie, você não é daquele tipo chato de guria sabe-tudo, é? – Perguntou o garoto de cabelos negros que tinha segurado Vance no barco.
-Cale a boca, Sirius. Eu só quis saber se Hogwarts era melhor que a Beauxbatons.
-Claro que é melhor que essa escola de mauricinhos. Fala sério. – Disse o garoto de óculos parecendo absolutamente tranquilo. Queria ter a serenidade dele...
Peter baixou depressa os olhos quando a Professora Minerva silenciosamente colocou um banquinho de quatro pernas diante dos alunos do primeiro ano. Em cima do banquinho ela pôs um chapéu pontudo de bruxo. O chapéu era remendado, esfiapado e sujíssimo. Os alunos olharam para trás, para o tal Rabastan, que sorria com uma cara de “eu não disse?”.
Por alguns segundos fez-se um silêncio total. Então o chapéu se mexeu. Um rasgo junto à aba se abriu como uma boca e o chapéu começou a cantar. Uma longa poesia, falando sobre as quatro casas de Hogwarts. Quando ele finalmente se calou, as quatro grandes mesas ficaram de pé para aplaudir. O Chapéu se curvou para cada uma delas e então ficou novamente imóvel.
A Professora Minerva então se adiantou segurando um longo rolo de pergaminho.
-Quando eu chamar seus nomes, vocês irão se sentar nesse banquinho e eu irei colocar o chapéu sobre suas cabeças. Adam Abbott.
Um garoto de rosto rosado e redondo, com longos cabelos alourados saiu aos tropeços da fila, se sentou no banquinho e pôs o chapéu, que lhe afundou direto até os olhos. Uma pausa momentânea...
-LUFA-LUFA! – Anunciou o chapéu.
A mesa à direita deu vivas e bateu palmas quando Adam foi se sentar à mesa da Lufa-Lufa. Peter viu um fantasma de um frei gorducho acenar alegremente para o garoto recém selecionado.
E assim se seguiu. Vários nomes foram sendo chamados. Baden, que foi parar na Corvinal, pareceu extremamente aliviado ao se dirigir à mesa da esquerda. Depois dele chamaram Adhara Black. O chapéu levou mais de dois minutos para decidir colocá-la na Grifinória e Peter notou que muita gente pareceu surpresa por isso. Depois um tal de Sirius Black, que era o garoto de cabelos negros, também foi selecionado para a Grifinória e Peter notou que algumas pessoas na mesa da Sonserina pareciam prestes a ter um ataque.
Sonya Bobbin foi para Lufa-Lufa, Jacques Burke foi para a Sonserina. Peter ficava cada vez mais nervoso a cada nome que era chamado ao banquinho. Juan Casañas, Zigmuns Corner, Aryana Cillen, Alecto e Amycus Carrow…
Seus colegas de cabine tinham sido chamados. Remus fora para a Grifinória, mas o chapéu também demorou um tiquinho para decidir pra onde iria mandá-lo. A maluquinha do barco também foi para a Grifinória e ele sentiu um solavanco no estômago por isso. Estava suando frio, já com poucos alunos ainda na fila, quando a professora Minerva finalmente chamou seu nome.
-Peter Pettigrew!
A passos nervosos foi até o banquinho. Se sentou e sentiu a professora colocar o chapéu sobre sua cabeça. Em seguida só viu a escuridão dentro do chapéu.
“Muito bem, o que temos aqui?” Escutou uma voz em sua cabeça e Peter acabou dando um gritinho de susto “Não se preocupe, menino. Sou eu, o Chapéu Seletor. Está na hora de me decidir sobre você, mas logo vejo que não será nada fácil. Não, mesmo.” Peter respirou fundo enquanto o Chapéu lhe sussurrava em sua mente “Astuto, inteligente, capaz de ser dissimulado. Uma grande sede por poder, uma grande vontade de se provar. Seria um bom Sonserino...” o garoto estremeceu “Mas não era isso que você queria ouvir, não é? Não... Hum... Há nobreza em seu coração. Ah sim, sim, tem. E vejo que admira a coragem. Você sonha em ser um herói, posso ver. Um herói para sua mãe. Quer ser um herói como seu pai foi. Mas sabe, existem vários tipos de heróis. A Sonserina pode te fazer grande. Eles protegem os seus. Cuidam uns dos outros.” Peter negou com a cabeça. Não queria ir para Sonserina! Por que aquele chapéu estava vindo com esses papos? Ele queria ir para a Grifinória. Coragem, sangue frio e nobreza! Era isso que ele ambicionava! “Entendo. Mas, veja bem... Acredito que deveria pensar bem sobre isso. Sua paixão sobre as características clássicas da morada de Gryffindor é evidente, mas creio que você está fechando os olhos para alguns dos valorosos atributos da Sonserina. Me daria a oportunidade de elucidá-los a você?” Peter soltou um suspiro e deu de ombros. Não queria ser mandado para a casa errada. Queria ser aceito e se enquadrar, afinal de contas “Certo, pois veja. Há valor e honra na Sonserina e isso que você já ouviu e falou sobre a casa não é de todo verdade. Pois saiba que grandes bruxos saíram da casa de Salazar, sendo Merlin um deles.” Disse o Chapéu Seletor e Peter ficou boquiaberto. Merlin? O Merlin? Da Ordem de Merlin? “Pois quem mais haveria de ser?” Perguntou o Chapéu “Outros grandes bruxos e bruxas tiveram a Sonserina como sua casa, jovem aspirante. Não há vergonha em pertencer à Casa Esmeralda. Ambiciosos, atentos, leais uns aos outros. Orgulhosos e um pouco desdenhosos em respeito às regras. Pelo menos em relação a aquelas que não contribuam com seus objetivos...” Mas ele ainda estava apreensivo, passara a vida ouvindo que os Sonserinos eram maus “Alguns são. Mas garanto-lhe que não existe uma Casa das pessoas más. Existem pessoas más. Você é um garoto mau?” Peter negou com a cabeça “Pretende ser um garoto mau?” Negou novamente “Siga com isso em seu coração e garanto-lhe que não será sua casa que o fará cometer delitos. Nenhuma das casas irá definir seu caráter. Pois vejo que você tem grande admiração pelos bravos e destemidos, assim como tem uma ambição enorme no seu coração. Pois o que está me dificultando é justamente o que você é e o que você poderia ser.” Estava absolutamente confuso “Se eu fosse decidir sua casa pela pessoa que você é agora, eu diria Sonserina, sem pestanejar.” Peter soltou um suspiro um tanto triste “Mas, quando analiso a pessoa que você quer se tornar, bem... essa pessoa certamente é um Grifinória. Entenda, aqui está o dilema. Sinto que existe uma grande determinação em você. Certamente é um garoto decidido e determinado a correr atrás dos seus próprios sonhos. Um menino esforçado e com um enorme potencial... Hum. O que vou fazer com você?” Peter balançou os pés, nervosamente, se perguntando se o Chapéu iria desistir dele e mandá-lo de volta para a casa, tanto que parecia demorar ali. O Chapéu ainda murmurou mais algumas coisas em sua mente. Por vez achou que estivera errado a vida inteira e que a Sonserina era o lugar para onde deveria ir. Mas depois se recusava a crer que seus sonhos tinham sido ilusões todo esse tempo e decidia que queria ir mesmo para a Grifinória. Mas sempre que se decidia por uma casa o Chapéu lhe dava argumentos para mostrar que a outra casa era uma melhor opção. Quando concordava com ele, logo a voz em sua cabeça voltava a falar da casa que sugerira antes e Peter ia ficando cada vez mais confuso. Começou a ouvir o murmurinho dos outros alunos e foi ficando cada vez mais nervoso, mas o Chapéu não parecia com pressa. “Pra que decidir seu futuro na escola sem pensar direito a respeito? Pensar sobre essas coisas é a minha função e nenhum de nós quer se arrepender dessa escolha no futuro, certo?” Concordou com um aceno de cabeça. Então o Chapéu começou a lhe fazer perguntas, uma mais estranha do que a outra. Situações onde ele teria que tomar uma decisão hipotética. Uma, duas, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez situações diferentes. A cada resposta o Chapéu parecia cada vez mais animado, como se estivesse se divertindo ficando dividido entre Sonserina e Grifinória. “Mais uma pergunta, Peter.” Disse o Chapéu e o garoto suspirou ansioso “Você daria sua vida para manter uma promessa?” Ele engoliu em seco. Achava que sim. “Acha? Ou tem certeza?” Não sabia dizer... Não gostava de se imaginar morrendo. O que seria de sua mãe se morresse? Respirou fundo e teve certeza de que aquele era um pensamento sonserino. Bufou e se perguntou de novo e de novo. Daria a vida por uma promessa? Que tipo de promessa? “Você morreria por alguém que salvara sua vida? Ou esse tipo de dívida não importa?” Questionou o chapéu e Peter respirou fundo. Pensou sobre aquilo por um momento e então, com toda a honestidade do mundo, decidiu que gostaria muito de ter coragem o suficiente para fazer a coisa certa. Sempre. “Bem... então é isso. Há anos não tenho um dilema tão difícil. Espero que se lembre dessa nossa conversa caso se veja em situações difíceis, Peter. Eu certamente não irei esquecer desse nosso momento. Agora, sem mais delongas...”
-GRIFINÓRIA!
O Chapéu Seletor demorara mais de cinco minutos para se decidir. Peter sorriu e se levantou sob os aplausos, mas lá no fundo ficou a se perguntar se o Chapéu decidira que a Grifinória era seu lugar, ou se só tinha cedido à sua vontade de seguir os passos do pai. Aquela era uma dúvida que o acompanharia por toda a vida...
Autor(a): Tia Vênus
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Capítulo 8 Welcome -Seja bem-vindo ao salão comunal, irmãozinho. – Disse Rodolfo lhe dando passagem. Rabastan olhou ao redor, impressionado. O Salão Comunal era uma sala como um calabouço, com lâmpadas e cadeiras esverdeadas. Ficava nas masmorras e pelas janelas Rabastan pode notar que o lugar estava parcialmente sob o Lago ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo