Fanfic: Dulce [vondy]{finalizada}

— Como quiser — disse ela, guardando novamente a toalha e pegando duas toalhinhas menores, de jogo americano.

— Mas do que é mesmo que estávamos falando? — insistiu Christopher. — Ah, sim, de seu último emprego! Por que saiu de lá? O salário que estou lhe pagando é tão melhor assim que o anterior?

— É, sim.

— Isso para mim é uma surpresa. Sempre pensei que os melhores salários eram pagos na cidade.

— Não para uma pessoa que não tem curso universitário — esclareceu Dulce. — O pessoal do orfanato ensinou às internas as habilidades que nos seriam mais úteis para arranjar um emprego. As duas senhoras que dirigiam a instituição nos ensinaram a cozinhar, costurar, cuidar de crianças… E, na opinião de Fae Rae, elas sabiam o que estavam fazendo.

— Fae Rae?

— Fae Rae Beneficent. A proprietária da agência “Às suas Ordens”.

— Ah, sim, a agência — lembrou-se Christopher. — Será que eles também conseguem arranjar esposas? Daquelas esposas à moda antiga, que somente cuidam da casa e dos filhos e não se preocupam com carreiras profissionais?

— É esse tipo de esposa que o senhor quer?

— Não quero esposa nenhuma, nem desse tipo nem de qualquer outro. Mas minha mãe pensa de forma diferente. Ela quer que eu encontre uma noiva e me case antes de completar trinta e cinco anos.

— Ela lhe impôs um prazo final para se casar? — admirou-se Dulce.

— Exatamente, com base na tradição dos ancestrais dos Uckermann. Por gerações e gerações, os homens de nossa família se casaram até os trinta e cinco anos, ou então não se casaram mais.

— É, parece que não lhe resta muito tempo.

— Não, não resta — confirmou ele, encostando-se no balcão da pia e cruzando os braços. —A não ser que eu concorde com o plano de minha mãe. Se fizer isso, estarei partindo para minha lua-de-mel em questão de dias.

— É mesmo? — perguntou Dulce, no tom impaciente de quem não estava nem um pouco interessada no problema dele.

— Ou talvez eu encontre uma mulher que me faça mudar de idéia com respeito ao casamento. Mas, mesmo que isso aconteça, com o pouco tempo de que disponho eu teria de me apaixonar à primeira vista.

— Isso não parece muito provável, não é mesmo?

— Não acredita em amor à primeira vista, Dulce?

— Não. — Graças a Bruno, ela deixara de acreditar em qualquer tipo de amor.

continua

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