Fanfic: Dulce [vondy]{finalizada}

Após o jantar, Christopher trancou-se no escritório para verificar o funcionamento do fax. Enviou algumas mensagens, uma delas solicitando uma cópia do currículo de Dulce Saviñon, e em seguida foi se deitar. Depois de passar horas virando-se de um lado para outro sob os lençóis, terminou por desistir de dormir, pois não lhe saía da cabeça a imagem de uma moça de olhos cinzentos, independente, auto-suficiente e de gênio forte. Dulce Saviñon.

Amor à primeira vista? Ora, que bobagem! Ninguém em seu juízo perfeito acreditaria em um absurdo desses.

Christopher ficou olhando para o teto, imerso em pensamentos. É, talvez ele não estivesse mais em seu juízo normal. Alguma coisa, ou alguém, o destituíra de sua sanidade mental.

Ou não?

Coração acelerado e zumbido nos ouvidos não eram necessariamente sintomas de loucura. Nem de amor. Podia ser uma febre cerebral, provocada pela carga de gerações e gerações que o pressionavam em direção ao prazo final para se casar. Bastava procurar um médico, e logo voltaria a ser o Christopher de sempre.

Colocou a mão na testa. A temperatura estava normal. Apalpou o pescoço. Também não estava com dor de garganta.

Tudo bem. Então não se achava fisicamente doente. Isso, porém, não deixava a enfermidade mental como a única possibilidade que restava para explicar os sintomas que o incomodavam. Aquilo tudo devia estar sendo causado pela lascívia; afinal, a frustração sexual era capaz de provocar sensações estranhas em um homem. E fazia mais de um ano que Christopher vinha evitando as mulheres.

Depois que a mídia o amaldiçoara com o título de “O Solteiro Mais Rico do Texas”, as mulheres haviam começado a se atirar em cima dele como moscas atraídas para o mel. Se tivesse dado ouvidos aos maliciosos conselhos de Michael, Christopher poderia ter dormido com uma mulher diferente a cada noite. Ele se recusara, porém, a sucumbir à tentação.

A não ser por ter acompanhado Brooke ou Stephanie a alguns eventos sociais beneficentes, ele passara sozinho em casa todas as noites de sábado desde o dia em que completara trinta e quatro anos.

Christopher fechou os olhos. Continuava a ser impossível conciliar o sono. Ele não conseguia parar de pensar em Dulce.

Se ela era a mulher de sua vida, por que então não o reconhecera como o homem da vida dela? Dulce podia ter-lhe caído nos braços à primeira vista, mas com absoluta certeza não se apaixonara por ele naquele preciso momento. Nenhum coro de anjos cantara aos ouvidos dela.

Christopher deu um gemido. Sim, estava mesmo com febre. E essa febre tinha um nome: Dulce Saviñon.

Por que não agira de forma um pouco mais sutil? Seguira-a por toda parte como um cachorrinho, incomodando-a e atrapalhando seu trabalho. Fizera comentários rudes e sugestivos, mais adequados a um adolescente entupido de testosterona do que a um adulto sério e responsável. Não era de admirar que Dulce quisesse distância dele.

Que fim levara o autocontrole de que tanto se orgulhava?

Tinha de recuperar o controle. Assim que ele voltasse a ser como antes, frio e calculista, sensato e ponderado, Dulce Saviñon entregaria os pontos e cairia em seus braços como um pêssego maduro.

continua

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plix*-*