Fanfic: Dulce [vondy]{finalizada}

Ela terminou de passar a ferro seis vestidos idênticos e seis aventais brancos e engomados iguaizinhos, depois foi tirar as roupas lavadas da secadora. Percebendo que a camisa que Christopher usara no dia anterior apresentava um minúsculo rasgo, apanhou a cesta de costura e, quando ele entrou na cozinha, ela estava bordando uma pequena coroa por cima do rasgo.

— Bom dia — disse Dulce, em tom frio.

— Olá. Gus e Dolores mandam-lhe lembranças.

— Obrigada — respondeu ela, levantando-se com a camisa na mão. — Quer que lhe sirva o almoço, sr. Uckermann?

— Não será necessário — disse Christopher. — Já almocei com os Ortega. — Vendo que Dulce pendurava a camisa em um cabide, aproximou-se para observar melhor. — Algum problema com essa camisa?

— Havia um pequeno rasgo, mas já consertei.

— Posso ver? — perguntou ele. — Vejam só, uma coroa! Igualzinha ao brasão do Rancho Monarch. Parabéns, fez um belíssimo trabalho.

— Obrigada — murmurou ela. Para si mesma, porém, afirmou que não seria um pequeno elogio que a faria atirar-se aos pés dele.

— Andou um bocado ocupada, não é mesmo? — observou Christopher, diante da pilha de roupas passadas que Dulce arrumara sobre a mesa da lavanderia.

— É verdade — respondeu ela, lacônica. Em seguida, perguntou: — O senhor costuma tomar o café da manhã tão cedo todos os dias? Não precisa ir até o alojamento. Não me importo de me levantar às cinco e preparar seu café aqui mesmo.

— Muito obrigado, mas não há necessidade disso. Não costumo me levantar tão cedo; é que tive dificuldade para dormir a noite passada. — Christopher encostou-se no balcão da pia e cruzou os braços. — Dulce… Quer dizer, srta. Saviñon. Acho que precisamos conversar.

— É mesmo?

— É, sim. Por que não se senta?

— Tudo bem — disse Dulce, acomodando-se em uma das cadeiras da cozinha. — Sobre o que precisamos conversar?

— Seu emprego — respondeu Christopher.

Embora ela já estivesse à espera daquilo, sentiu o coração dar um salto dentro do peito.

— Vai pedir que eu apresente minha demissão, não é mesmo?

— Demissão? De onde você tirou essa idéia?

— Tem toda a razão de fazer isso. Eu gritei com o senhor, bati em seu nariz com a colher… Se bem que o senhor fez por merecer!

— Não, não quero que vá embora! — exclamou ele. — Eu quero você. Quer dizer, quero que você fique aqui. Está fazendo um ótimo trabalho, Dulce.

continua

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