Fanfic: Dulce [vondy]{finalizada}

Dulce despertou subitamente, assustada. E sentou-se na cama, esfregando os olhos.

Christopher! Ele a beijara. Mais de uma vez. E ela deixara.

Ela era uma mulher sem moral.

Devia haver algo de muito errado com ela. Seu primeiro caso de amor terminara em desastre, porque ela fora excessivamente confiante. Quando Bruno a traíra, ela pensara que seu coração partido jamais viria a se recompor. Mas seu coração se curara, ainda mais depressa do que ela esperava. E ali estava ela novamente, pronta para despedaçá-lo mais uma vez.

Ouviu-se uma leve batida à porta.

— Dulce? Está acordada?

— Sim, estou — gritou ela, segurando o lençol com força de encontro ao peito.

A porta se entreabriu.

— O jantar está quase pronto — disse Christopher. — Gostaria de que eu lhe trouxesse uma bandeja?

— Jantar? — Dulce olhou para o relógio de cabeceira. Já eram seis e meia. Ela dormira a tarde inteira. — Não, obrigada. Desço em um minuto.

— Tudo bem. E como se sente?

— Estranha. — E muito idiota, pensou.

Seu estômago roncou audivelmente, confirmando que estava mais do que na hora do jantar. E Christopher havia preparado a comida? E se oferecera para lhe trazer uma bandeja? Mas que coisa!

“Não se deixe enganar com tanta gentileza”, disse ela a si mesma. “Depois de lhe trazer o jantar na cama, ele provavelmente vai querer que você seja a sobremesa”.

Dulce levantou-se e foi para o banheiro lavar o rosto. Depois desceu, decidida a dizer a Christopher que ia embora de uma vez.

— Ah, você já se levantou — disse ele ao vê-la entrar na cozinha. — Como está se sentindo?

— Melhor. Sinto-me bem melhor — respondeu Dulce, sentando-se na cadeira que ele puxara para ela.

— Já vou servir o jantar. Você deve estar morrendo de fome, não é mesmo? — Christopher retirou uma travessa de salada da geladeira e colocou-a na mesa. — Pronto, pode se servir.

Servindo-se de uma porção de salada, Dulce viu-o tirar uma assadeira do forno e sentiu um aroma delicioso.

— O que vamos ter para o jantar?

— Enchiladas — respondeu ele, colocando a assadeira borbulhante sobre a mesa e acrescentando: — Vou tirar as tortillas do microondas. Gostaria de tomar uma cerveja, ou prefere suco de laranja?

— Um suco seria melhor, obrigada. — Dulce precisava manter a mente lúcida. Christopher realmente sabia cozinhar, pensou ela, ao dar uma mordida em sua enchilada. — Está uma delícia — observou, enquanto ele se sentava do outro lado da mesa. — Quem o ensinou a cozinhar?

— Minha mãe. E o Gus.

— Pois, em minha opinião, os dois foram excelentes professores.

— Obrigado — disse Christopher, servindo-se de uma reforçada porção de enchiladas. Depois, no tom mais casual possível, perguntou: — Quem é Bruno?

— O quê? — espantou-se ela, quase se engasgando com um pedaço de tortilla.

— Bruno. Quem é ele?

— Um sujeito que conheci em Nova Orleans. Bruno Breux. Irmão de Mercedes Freret, que era minha patroa.

— Você era a governanta da família?

continua

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