Fanfic: Dulce [vondy]{finalizada}

Na manhã seguinte, Christopher se sentia bem melhor. Uma boa noite de sono havia restaurado sua autoconfiança. Após o café da manhã, ele foi para o escritório esperar por Dulce, que chegou pontualmente às oito.

— Sente-se em minha cadeira junto à escrivaninha, Dulce — sugeriu ele. — Vou ficar andando de um lado para outro, raciocino melhor quando me movimento.

Dulce acomodou-se na cadeira confortável, apanhou a caneta que Christopher deixara à sua disposição ao lado de um bloco de anotações e olhou para ele com ar de expectativa.

— Quer dizer então que pretende se tornar empresária, não é, srta. Saviñon? Pois me fale a respeito de seus planos.

— Quero abrir uma oficina de trabalhos de agulha. Pretendo dar aulas de tricô, crochê, bordado, e outras especialidades, e também vender os materiais para esses trabalhos.

— Que tipo de material pretende vender?

— Agulhas de tricô, crochê e bordado, naturalmente. E também novelos de lã, linha para crochê e bordado, livros de modelos de desenhos, livros de instruções, kits, mantas de algodão para fazer acolchoados.

— As Páginas Amarelas trazem uma lista de diversas lojas que vendem acolchoados — disse Christopher —, e de uma ou duas oficinas de trabalhos de agulha. Você deve visitá-las, e ver se pode oferecer alguma coisa que elas não tenham. Pode, por exemplo, perceber que não vale a pena tentar competir com as lojas de acolchoados. — Ele se interrompeu e observou enquanto Dulce anotava no bloco “visitar lojas”.

— E o que me diz dos fornecedores?

— Fornecedores? — repetiu ela.

— Já localizou os fornecedores do material que vai vender em sua loja? Os atacadistas que vendem novelos de lã, linha de bordado, mantas de algodão?

— Já — respondeu Dulce, com um sorriso. — Isso foi algo em que pensei por minha própria conta. Tenho uma pilha de catálogos de vários atacadistas.

— E já comparou os preços, conversou com os vendedores, perguntou a respeito de descontos? Muitos fornecedores trabalham com algum tipo de sistema de descontos. Só que eles não lhe oferecem essa informação espontaneamente, você precisa perguntar.

— Ainda não conversei com nenhum deles — disse ela. — Achei que isso seria um pouco prematuro.

— Nunca é cedo demais para reunir informações — esclareceu Christopher. — Se fizer as perguntas certas, você pode, por exemplo, descobrir detalhes sobre seus potenciais concorrentes. Ou pode acontecer que um determinado fornecedor esteja tentando introduzir seus produtos em San Antônio, onde um dos concorrentes dele tenha dominado o mercado. Com isso, ele pode oferecer a você grandes descontos, só para conseguir pôr as mãos em uma fatia desse mercado.

— Puxa vida — murmurou Dulce, escrevendo freneticamente no bloco —, estou vendo que realmente não entendo nada de negócios. E acho que jamais serei capaz de compensá-lo pelo que está fazendo por mim.

— É claro que será! — objetou Christopher, com um sorriso. — Você pode bordar mais algumas coroas em minhas camisas. — Aproximando-se da máquina de fax, prosseguiu: — Agora vamos dar uma olhada nas informações que minha equipe reuniu a respeito dos aluguéis. Vou lhe mostrar como fazer uma comparação de custos. Primeiro, precisamos calcular a metragem quadrada da oficina.

Nesse momento o telefone tocou, e Dulce atendeu.

— Rancho Monarch. — Depois de uma pausa, pediu: — Um momento, por favor. — E, voltando-se para Christopher: — É o seu irmão.

Christopher pegou o telefone.

— Alô?

— Christopher? É Michael. Achei que você gostaria de ser avisado com antecedência: mamãe vai sair para o rancho amanhã de manhã, bem cedo, com as duas garotas.

continua

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