Fanfic: Dulce [vondy]{finalizada}

— Não, Dulce, não vá ainda! E então, ouviu o coro agora?

— O quê?

— O coro de anjos. Não é possível que não tenha ouvido desta vez.

— Não sei do que você está falando. Deixe-me ir, Christopher, por favor.

Ele a soltou, e Dulce correu à procura de refúgio na cozinha.

— Ora, vejam só! Quem é ela, Christopher? Será que mamãe arranjou uma terceira candidata?

Christopher estava morrendo de vontade de bater em alguma coisa ou em alguém, e Michael parecia um alvo dos mais tentadores. Dulce não ouvira a música, que ainda reverberava em seus ouvidos.

Respirando fundo na tentativa de se acalmar, ele decidiu não descontar seu desapontamento nas costas do irmão.

— Não. Eu a descobri por minha própria conta. Mas o que você está fazendo aqui?

— Mamãe ligou e me pediu que viesse de avião. Acho que ela quer que a candidata que for derrotada tenha um meio rápido de dar o fora daqui. E me contou a respeito dos testes que você inventou. Ah, Christopher, tenha santa paciência! Dissertações? Costuras? Foi isso o melhor que pôde inventar? Christopher, mano velho, você está precisando seriamente de ajuda.

— Não preciso de ajuda nenhuma, muito menos da sua. E como vão os negócios? Quem ficou tomando conta? Ou você já conseguiu nos levar à falência?

— Ora, Christopher, deixe de bancar o empresário preocupado. Papai está tomando conta das empresas, voltou mais cedo da pescaria. Quando eu lhe contei o que estava se passando aqui, ele decidiu que era melhor ficar alguns dias no escritório. — Michael apanhou a valise que largara no chão quando Manuel o deixara em frente à mansão. — E então, quem é ela? — perguntou novamente, como quem não quer nada.

— Ela quem?

— A garota que você estava beijando.

— É a governanta — respondeu Christopher. — Mamãe a contratou por meio de uma agência.

— E por que você a estava beijando?

— Porque… Ora, porque… — Como é que Dulce pudera não ter ouvido a música daquela vez? Aqueles anjos escandalosos estavam cantando tão alto que poderiam ter estilhaçado as vidraças das  janelas.

— Ei, acorde! — disse Michael, agitando a mão na frente do rosto de Christopher. — Conte-me mais a respeito dessa governanta. Ela também está concorrendo ao anel de noivado de nossa bisavó?

— Dulce já venceu a competição há vários dias, só que ainda não sabe.

— Como é? — fez Michael. — Não estou entendendo. Ah, não Você está apaixonado por ela!

— Estou mesmo — afirmou Christopher. — E daí? — Se Michael tivesse a ousadia de caçoar dele, ele lhe quebraria os dentes.

— Mas que boa notícia, mano! — exclamou Michael, dando-lhe um tapa nas costas. — Você vai mesmo se casar antes de completar trinta e cinco anos, e daqui a um ou dois anos começará a ter filhos. Mamãe vai ficar contente. Papai vai ficar contente porque mamãe vai ficar contente. E eu vou ficar contente porque assim ela me deixará em paz.

— Só que há um pequeno problema — disse Christopher, em tom de desânimo. — Dulce não me ama.

— Ela com certeza não o detesta. Foi um beijo e tanto aquele que interrompi. E você já contou a ela como se sente?

— Não exatamente.

— E por que não? Será que é assim tão difícil? Você diz “eu amo você”; ela responde “eu também”, e pronto.

continua

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plix*_*