Fanfic: . entre asas e olhos

Céu, conhecido mais popularmente como paraíso, a morada dos anjos. Bem, eu sou um anjo, e não acho isso nenhum paraíso... Na verdade, eu estou mais pra cupido. Ou como chamam “Desencalhador Profissional”. Não posso reclamar do meu trabalho, sou o melhor do ramo. Meu chefe me ama e todos os outros “Desencalhadores” me odeiam. Ou melhor, não podia reclamar.

Eu sabia que por trás das “férias” que ganhei de meu chefe tinha alguma coisa. Quer dizer : Por que meu chefe me daria passagens de 30 dias para um cruzeiro na Via Láctea?.

Algo dentro de mim gritava : Christopher, aí tem coisa! Ah, me desculpem, esqueci de me apresentar, Meu nome é Uckermann...Christopher Uckermann. Gostaram da minha apresentação? Bem estilo James Bond né? Bem, continuando... Sou um anjo... Ou melhor um “Desencalhador Profissional”. Não sou exatamente a pessoa mais querida por meus colegas de trabalho... Na verdade nunca fui. Quando cheguei aqui, todos me olhavam estranho. Por que? Bem, se você resolver olhar a população celeste de cima, parecerá uma grande omelete. E eu? Bem, eu era um tomate no meio da omelete. Traduzindo, todos aqui são loiros, altos, de olhos azuis, chega até a enjoar. Enjoar “as” anjos.

Por isso, quando eu cheguei, eu era a novidade. Um anjo ruivo, baixo de olhos púrpura, quem diria! Mas nunca me amarrei em nenhum anjo. Já elas se acorrentavam em mim. O preconceito com os anjos era grande, e aumentou ainda mais depois que eu me tornei o melhor no ramo em que me designaram.

Voltando ao assunto inicial. Eu estava voltando das minhas maravilhosas férias. 30 dias, tudo pago, Via Láctea! Aí tinha coisa... E tinha mesmo. Recebi um telefonema de meu chefe. Ele queria me ver imediatamente. Apressei-me a correr até o escritório. Não deu tempo nem de pentear minhas asas... Bem, deparei-me com “a escada rolante”,dezenas de séculos de trabalho e eu nunca me dei bem com essa escada rolante. Ela parecia rir de mim, cada vez que eu me preparava para subi-la. afastei-me para ganhar impulso, ajeitei as asas e pulei, estava chegando, parecia que finalmente iria conseguir, até que a velocidade aumentou, e eu fui arremessado contra a porta da sala do meu chefe. Eu juro! A velocidade aumentou!

Levantei-me, ajeitei minha roupa branca estilo oriental, alisei as asas, e estiquei minha mão para tocar na maçaneta. Girei-a e entrei. Dei de cara com meu chefe, Pedro, sentado confortavelmente em sua cadeira atrás da mesa. Ele é um dos anjos mais altos do céu, é moreno, mas diferente de mim, ninguém ousa dizer nada. O caráter dele é pior do que seu penteado, e sua personalidade é quase tão insuportável quanto sua mania esquisita de falar. Talvez seja por isso que ele simpatizou comigo, afinal, eu também não sou loiro. Simpatizou é modo de falar, ele adora me humilhar...

Fez sinal para que eu me sentasse na cadeira a sua frente, obedeci meio contrariado, a última vez que me sentei naquela cadeira ele me deu aquela viagem, mas milagres celeste não acontecem duas vezes, por mais irônico que isso pareça nesta situação.

Uckermann : Chamou supremo pedro?

Ele me obriga a chamá-lo assim, um dia ainda reclamarei ao “Todo Poderoso” por abuso de alto-ridade, mas provavelmente antes de chegar ao carpete do corredor do “Pai” seria esmagado por dois anjos negros, fortões e... loiros...

Pedro : Sim moreninho, tenhi um caso para você, espero que esteja disposto depois das férias que lhe dei, feh!

Sabia que ali tinha coisa. E aquele “feh” no final da frase! Ai que ódio, isso me irrita quase tanto quanto aquelas três anteninhas que balançavam a cada vaporada que saia de sua boca já habituada com o tabaco.

Uckermann : Supremo Pedro, que caso quer dar a mim?

Senti que iria me arrepender por ter feito aquela pergunta. Engoli seco, temeroso com a resposta, ele revirou em algumas fichas, e tirou da letra “D” uma bem peculiar. Era amarela, estranhamente isso me pareceu uma indireta, amarelo... omelete... LOIRO. Lançou-a a mesa, ela parou bem a minha frente, novamente parecia que estava me provocando. Peguei-a e li o nome na capa. Petrifiquei-me.

Dulce Maria