Fanfic: . entre asas e olhos

Qualquer um com a sanidade intacta teria desistido depois da resposta que recebi... Mas eu não... eu sou diferente! Não sou como os outros! Eu sou moreno! E não me venha com essa de que a tonalidade capilar não influi na sanidade, porque para mim influi e muito! Resolvi esperar por ela do lado de fora da universidade para não correr o risco de encontrar com aquele ser nojento chamado de professora, enquanto ela terminava a aula. Não podia também seqüestra-la de seus afazeres com os estudos, podia? Nesse caso podia... Mas a verdade é que estava com medo de entrar lá de novo, minha primeira impressão não foi das melhores. Apoiei minhas costas no muro ricamente ornamentado... esnobemente ornamentado seria um termo melhor. e passei a observar os mortais. É estranho olha-los com... digamos... asas nas costas. Você acaba adquirindo uma visão melhor de tudo. Vistos de cima parecem formigas. Mas não é dessa visão a qual me referi. Por exemplo... Eles olham paras as nuvens e ficam imaginando desenhos, depois param e pensam, “que besteira, isso tudo é coincidência!”. Mal sabem eles, que existe um ramo no céu designado somente para isso. É isso mesmo. Chamamos isso de “arte cúmulos nimbos”, Alfonso trabalha com isso, então se por um acaso, vocês olharem para o céu e tiverem a impressão de ver a escultura “o pensador” ou algum quadro de “Picasso” pode não ser mera coincidência... Continuei observando os mortais, até ouvir o estridente sinal da universidade, no meu trabalho há algo parecido mas é bem mais calminho, para entrar é “Piedade, Piedade, Jesus Amém!” e na saída : “Aleluia, Aleluia, Hosana nas alturas!”. Esperei até que a vi sair com sua amiga de antes, numa conversa animada, ela olhou para mim, e despediu-se da companheira. Depois começou a caminhar aparentemente para a casa, eu não disse nada, apenas segui-a, não irei desistir, nunca falhei antes!

Dulce : Pretende continuar me seguindo?

Não, vou fugir antes que você use seus lazers oculares azuis em mim e me transforme em anjo à passarinho. Dã... claro que sim...

Uckermann : Me desculpe Dulce, mas é meu trabalho, tenho que trazer o homem de sua vida até você!

Ela parou e virou-se para mim, estava esperando uma bronca, um palavrão, um xingamento, ou bem esperançosamente o nome de um homem. Mas como pra mim as coisas sempre são diferentes.

Dulce : Será que não entende? No momento eu não quero ninguém.

Uckermann : Talvez se eu segui-la, uma hora você se lembre de alguém, só não posso desistir.

Não sei se ela desistiu o fato é que continuou caminhando, e eu continuei seguindo-a, até que ela parou de repente, eu pisquei não entendo o porque, até que olhei para o lado e senti meus olhos transformarem-se em melancias e meu queixo bater no chão. Dei de cara com um portão Dourado de uns 3 metros de altura, todo ornamentado, e um muro branco que pegava o quarteirão inteiro, parecia o portão do Paraíso, só falta aquele Hippie maluco o São Pedro aparecer e me oferecer uma margarida, que ele diz resolver meu problema capilar, bem não resolveu. Olhei para dentro, e avistei um grande jardim, parecia a floresta amazônica. havia um caminho que guiava até a mansão. Era de uma pedraria extremamente sofisticada, em tom bege, e todo este caminho era seguido nas laterais por arbustos podados em forma cervos, golfinho e outros animais. Lá longe, quase fora de vista, havia uma grande casa, na verdade era uma mansão, deveria ter uns cinco andares, também era branca com aspectos gregos, dois grande pilares sustentavam a cobertura da entrada, uma escada de uns vinte degraus guiava até duas portas douradas e lapidadas, que juntas tinha 6 metros horizontais e 4 verticais mais ou menos. A casa era toda branca com janelas também sofisticadas e o telhado era de um bege claro, o grande jardim estendia-se até atrás da mansão. No jardim frontal, dois grandes chafarizes com anjinhos brancos, PELADOS, enfeitavam a entrada, posso dizer que sou muito mais bonito que aqueles anjinhos com escargot na cabeça.. Isso pelo que eu consegui ver do lado de fora pois ainda nem tínhamos entrado ainda. Ela virou-se novamente para mim que continuava abismado e disse:

Dulce : Sabe o que os empregados irão pensar se me verem entrar com um estranho em casa?

Uckermann : Oro?

Eu ainda estava meio atordoado com tudo aquilo e não consegui responder devidamente, mas aquilo de repente me estalou. Então eu levantei-me com ar triunfante, cruzei os braços, e revelei minhas asas, uma luz branca surgiu do chão e iluminou-me. Eu levitei alguns centímetros, fechei os olhos penas vieram até mim aparentemente do céu e me rodearam por completo, deixando-me coberto, quando elas se extinguiram, eu estava novamente com minha roupa de anjo, bem, é claro que vocês não sabem como é uma roupa de anjo, porque suas memórias foram apagadas então irei explicar. É um traje branco obviamente, tem um estilo bem oriental, as mangas são japonesas e amarelas na borda, o que deixa os braços desnudos. A gola também tem estilo nipônico, e também é amarela na borda, uma faixa amarela desce desde o centro da gola até o pano amarelo na cintura, a partir daí é só uma calça branca com sapatos brancos.

Voltando ao assunto em questão, eu senti-me novamente orgulhos ao notar o modo com que ela me olhava, estava impressionada, deve ter achado que eu ia me transformar num Power Ranger. isso me deixou alegre, como percebi que ela não havia entendido nada comecei a explicar.

Uckermann : Nessa forma só você poderá me ver e ouvir, estou invisível para todos.

Dulce : Ah... ta...