Fanfic: Somente por Prazer (TERMINADA)

Por
alguns momentos, Annie abandonou-se em seus braços e permitiu que suas bocas se
encontrassem.

A
excitação foi instantânea e avassaladora. A ca­beça flutuava enquanto o corpo
se derretia naquele beijo ardente. A cabeça dela girou quando as mãos dele
deslizaram por suas costas e a puxaram contra ele para que ela sentisse a
intensidade de sua ereção.

Alguém
abriu a porta e a salvou da humilhação de perder completamente o controle ali
mesmo.

-
Puxa, desculpe. Achei que era o banheiro mas­culino. - Era a voz de um homem um
tanto bêbado. - Não se preocupem. Já estou saindo.

A
interrupção fez Alfonso afastar-se de sua boca e a possibilitou de recobrar um
pouco da sanidade. Quan­do ele tentou continuar, ela virou o rosto.

-
Não, Alfonso! Deixe-me em paz. - Ela parecia firme, apesar de estar com as
pernas bambas.

-
Não é isso o que você quer.

-
É sim. Se você não me largar, vou gritar.

-
Mas por quê? Você não acabou de ver que é a mim que você quer, não Derrick?

-
Você escutou o que eu disse? Está certo, você me deixa louca. Mas quero de um
namorado mais do que sexo. Derrick me dá mais do que isso.

-
Mais o quê? Mais dinheiro? Mais restaurantes cinco estrelas? Mais roupas caras?

-
Então é isso - concluiu ele, o rosto bonito en­durecendo. - Por que não disse
logo, docinho? Você quer uma vida tranqüila? Posso lhe dar o que quiser. Vou
cobri-la de diamantes. Montar um novo guarda-roupa. Levá-la numa viagem pelo
mundo. Posso lhe dar muito mais do que esse namoradinho aí.

Ela
ficou atônita. Ele devia realmente estar muito a fim de fazer sexo com ela.

-
Não sei se me sinto lisonjeada ou insultada. De qualquer forma, a resposta
continua sendo não. Não es­tou à venda. Agora, saia. Ah, e me faz mais um favorzinho:
compre sua cobertura com outro corretor. Derrick não precisa de clientes do seu
tipo, sr. Herrera.

-
Do meu tipo? Como assim? Você vai verso... O telefone tocou, pondo um fim na
explosão de

Alfonso.
Qualquer um ficaria ofendido com o que ela dissera. Ele não tinha vergonha de
tentar seduzir a namorada de outro homem bem embaixo do nariz dele. E aí,
quando isso não funcionava, não hesitava em tentar corrompê-la com presentes e
dinheiro.

-
Alô! - Ela atendeu.

-
Annie! Que bom que foi você que atendeu.

-
Mai! O que foi que aconteceu para ligar para cá a essa hora? Está com algum
problema? Jonathon não se comportou bem? - Mai tinha saído com o namo­rado novo
naquela noite.

-
Não. Nada do gênero. Ele é um cavalheiro. É educado até demais - confidenciou Mai,
baixando a voz. - É que, quando viemos para cá depois do jantar para tomar um
café, a luz da secretária eletrônica estava piscando. Liguei para ver quem
tinha deixado recado e era Betty, pedindo para você ligar para ela em casa
urgente. Então, resolvi ligar.

-
E o que aconteceu, foi o papai? - O pai de Annie tinha seus 50 anos e não
cuidava da saúde. Tinha o colesterol alto e exagerava nos laticínios. Betty se
es­forçava para fazê-lo se alimentar direito, mas Bill era teimoso e não
aceitava os conselhos.

-
Ele teve um enfarte? - perguntou Annie.

-
Não, não foi nada disso - respondeu Mai, tranquilizando-a.

-
Seu pai escorregou enquanto lavava o curral hoje à tarde e quebrou o tornozelo,
e não poderá fazer a ordenha das vacas amanhã de manhã. Como é sába­do, ela
imaginou se poderia dormir hoje lá e ordenhar as vacas amanhã. Parece que seu
pai disse que você faria o serviço com uma só mão e de olhos fechados.

Annie
riu.

-
Uau. Sabe que isso é quase um elogio? E logo de quem, meu pai! - O
relacionamento de Annie com o pai era muito problemático. Ele nunca aceitara o
fato de ela sair de casa para morar em Sidney. Ele sempre a criticava: o emprego, o tipo
de vida que le­vava, e principalmente, o namorado que arranjara.

-
Ele é muito besta - comentou o pai, no dia em que ela estava voltando para
Sidney.

-
Sei o que você quer dizer - disse Mai. - Se meu pai um dia me elogiasse, acho
que desmaiaria.

-
Tenho a impressão de que vou desmaiar tam­bém a qualquer momento - disse Annie.
- Vou ter de arranjar alguém para me levar até lá.

-
Puxa, Annie, eu não posso. Nem Jonathon. Vira­mos duas garrafas de vinho
durante o jantar. Eu esta­va tentando embebedá-lo para poder seduzi-lo. Sinto
muito. Você sabe que eu iria se pudesse.

-
Não se preocupe. Vou conseguir alguém. Posso pedir para Derrick. Ele está
sóbrio. Ele nunca bebe nessas festinhas até todos terem ido embora.

-
Será que ele não vai se importar?

-
Provavelmente sim, mas mesmo assim ele irá, se eu pedir com jeitinho. De
qualquer maneira, obri­gada por me ligar, Mai. Vou telefonar para Betty e
avisá-la que logo estarei lá. - Eram 22h30. A via­gem levaria cerca de três
horas. E teria de levantar ao amanhecer para a ordenha. O dia ia ser comprido.
Mas, quando a família precisa, você tem de ir. Famí­lia é assim mesmo, mesmo
quando seu pai é um velho chato e rabugento.

-
Ligue-me amanhã para me dizer o que aconte­ceu - pediu Mai.

-
Pode deixar. Tchau.

Annie
ligou para casa logo em
seguida. Betty ficou radiante quando soube que ela iria, mas
quando co­meçou a fazer mimos, tentou ser breve.

-
Vou desligar, Betty. Devo chegar lá pelas duas.

-
Levo você - disse Alfonso, quando ela desligou.