Fanfic: Somente por Prazer (TERMINADA)

Annie
olhou para o pai e tentou vê-lo pelos olhos mais experientes de Betty. Ele
tinha sido um homem bonito e poderia voltar a sê-lo, se emagrecesse, com­prasse
roupas novas e cortasse o cabelo.

-
Acho que sim. Mas ela é bem bonitona ainda, pai. Escuta bem o que vou dizer, é
para seu bem: você é um bonitão ainda, mas deu uma relaxada. Se eu fos­se você,
tentava perder um pouco de peso, dava um corte no cabelo e gastava um pouco em
roupas novas, para quando for com a Betty ao clube.

Ele
assentiu.

-
E acha que vai funcionar? - perguntou como se fosse um garotinho de escola
tentando conquistar a menina mais bonita da classe.

-
Mal não vai fazer. Aproveite, pai. Só se vive uma vez.

-
Você está certa. Mas não comenta nada disso com ela. Vou fazer tudo sozinho.

Alfonso
estava sentado no banco de passageiros, irri­tado por Annie ter insistido em dirigir. Como a
maioria dos homens, detestava ser o carona.

-
Por favor, vê se muda essa cara de emburrado - ralhou ela enquanto atravessam
os campos salpi­cados de gado, em direção à estrada principal. - Es­tamos no
meu carro. Aliás me lembrou, onde está aquela caminhonete amarela que você
dirige? Ou ela só é usada na Praia Escondida para completar o papel de malandro
de praia?

Alfonso
a olhou de soslaio. Ela estava completamente equivocada. Era compreensível,
depois do epi­sódio com Derrick. Mentiras e traições abalavam qual­quer pessoa.

-
Está no hotel que reservei em
Sidney. Mas não se preocupe, ela pode ficar lá essa semana.
Telefono para eles e explico a situação.

-
Ah, é mesmo? Vai dizer para eles que está ocu­pado fazendo sexo com uma gatinha
que tem seu pró­prio carro, por isso não vai precisar do seu?

Alfonso
sorriu diante do sarcasmo dela. Quando as mulheres se tornam sarcásticas é
porque estão inte­ressadas. Da parte dele, ele já tinha certeza de que queria
mais. O incidente no curral na manhã anterior tinha lhe provado isso.                                          

Ok,
ele tinha sido um pouco malicioso, se aprovei­tando da excitação dela para
arrancar-lhe uma pro­messa. Mas como diz o velho ditado: vale qualquer coisa na
guerra e no amor.

Contudo,
ele pretendia ter um relacionamento sé­rio. Ela seria sua namorada, de qualquer
jeito.

-
Parece que levantamos hoje de mau humor. O que houve? - comentou ele, de leve.

-
Você sabe muito bem o que houve! Ontem à noite, no jantar, você deu a entender
para meu pai e para a Betty que era meu novo namorado.

-
E isso é crime?

-
É mentira. Você não é meu novo namorado e nunca vai ser. Vai ser meu parceiro
sexual. Por uma única semana. Este é o trato. Se você acha que vai conseguir
mudar minha cabeça, está enganado.

-
Está bem. Não fique nervosa.

-
Estou cheia de motivos para ficar nervosa. Vou ter de ficar respondendo
perguntas de Betty e do meu pai durante anos depois que tudo isso acabar. Eles
gostaram de você. Posso entender o porquê. Você foi tão bonzinho com eles.
Ficou lá sentado com papai, assistindo ao futebol e tomando aquela cerveja
horro­rosa que ele adora! Depois, ficou jogando com Betty até tarde da noite.
Até deixou que ela ganhasse!

-
Não deixei, não - respondeu ele. Ela me deu uma surra. Acho que estou meio
enferrujado.

-
Betty e papai devem ter ficado impressionados com a história de sucesso do
coitadinho, filho único de mãe solteira. Mas você não me enrola com as suas
histórias, não. Principalmente a de sua mãe recusar assistência e preferir
vender cangas pintadas a mão para turistas... Que mulher no seu juízo normal
faria uma coisa dessas?

-
Minha mãe fez. Espera até você conhecê-la.

-
Não tenho a mínima intenção de conhecer sua mãe. Eu já lhe disse: não quero
conhecer nada seu!

Ele
ficou calado, mas arquitetando um plano.

-
Veja bem, não quero ser grosseira ~ continuou ela, achando que Alfonso estava
ofendido. - Gosto de você. De verdade. Você é legal. Mas temos um trato.

-
Foi você que começou, queixando-se dos meus papos com seu pai e Betty lá na
fazenda.

-
Boa lembrança. Afinal do que você e Betty fi­caram conversando ontem depois que
fui dormir? Não ficou perguntando sobre minha vida?

-
Claro que não - negou Alfonso e era a verdade. Ele apenas perguntara logo de
manhã, depois que ela saiu chorando e o pai foi atrás.

E
como aquela conversa esclareceu tudo!

Ele
já tinha se convencido na festa de Derrick que Annie não era uma caça-níqueis,
mas sim uma pessoa doce e sincera. Mas foi bom saber de outros detalhes da vida
de Annie.

Ficou
triste quando soube da morte precoce da mãe de Annie por causa de câncer no
útero. Annie tinha apenas 13 anos e teve que passar o resto da adoles­cência
sendo "mãe" do pai, porque ele não podia pa­gar ninguém para ajudar.
Ela cozinhava e limpava e ainda ia para a escola. Ele entendeu por que ela se
re­fugiou na comida, tornando-se gorda, minando sua auto-estima. Betty contou
como ela se ressentia daquela fantasia existente nas revistas femininas. Ne­las,
todas as mulheres eram magras e bem vestidas, tinham suas profissões e
namorados bonitos.

Contudo,
dois acontecimentos interromperam aquela vida difícil. Annie teve mononucleose,
logo de­pois que seu pai herdara um dinheiro de um tio. Com isso, ele contratou
Betty para cuidar da casa e de Annie, Alfonso logo percebeu que Betty foi um
sopro de ar fresco naquela casa triste. Annie começou a cuidar da dieta, a se
exercitar, a fazer cursos e a se candidatar para alguns empregos, não ali, mas
em Sidney.

Então,
ela conseguiu um trabalho numa compa­nhia de seguros onde, infelizmente, um
imbecil a ma­goou muito. Annie ainda era um pouco gordinha naque­la época e
deve ter ficado emocionalmente abalada, a auto-estima ainda muito vulnerável.
Depois disso, ela não quis mais saber de homem nenhum por algum tempo,
preferindo se aperfeiçoar profissionalmente e eliminar cada grama a mais do
corpo, malhando sem parar. Até que conseguira o emprego atual.

Logo
depois de ter se tornado assistente de Dul, ela conheceu Derrick.

Alfonso
sabia por que Derrick escolhera Annie.

Ela
era a esposa perfeita para um homem como ele. Bonita, bem-vestida,
trabalhadeira. Mas o mais importante: era ingênua, carente e solitária. Levava
uma vida insípida, apesar de suas conquistas.

Quando
Annie rejeitou, por parte de Alfonso, flores, belos restaurantes, perfumes
caros, versos, mil pre­sentes, era porque, sem dúvida, o esperto Derrick a co­brira
disso tudo. Só existia uma coisa que Derrick não podia lhe oferecer, pois não
podia se comprar ou fa­bricar: o prazer que Annie sentira com ele.

Alfonso tiraria o
máximo proveito disso. Ele preten­dia prender Annie por meio do sexo, fazê-la
desfrutar de sensações inéditas, usar a intimidade física para conseguir a
emocional. Essa semana ela seria dele.

ja sabem quero muitos muitos comentários.

besos e até mais.