Fanfic: Somente por Prazer (TERMINADA)

Entrando
na casa, ela vestiu um short e correu no­vamente para a porta da frente. Desceu
as escadas em disparada e se lançou pela praia, sem se preocupar com a chuva.
Ela foi rápida quando estava na areia, mas vagarosa nas pedras. Teve de,
cuidadosamente, escolher onde pisar naquela superfície escorregadia, em direção
ao lugar no qual os pescadores se encon­travam, despreocupados com suas varas
de pescar.

-
Hei, vocês aí! - ela gritou, não se atrevendo a chegar mais perto. Do jeito que
o mar estava, a cada três ondas, a água atingia os pés de Annie, ameaçando seu
equilíbrio. - Vocês viram alguém pegando onda esta tarde?

-
O quê? - um deles perguntou, enquanto o ou­tro nem virou a cabeça. Ele
provavelmente não a ha­via escutado por causa do vento.

Annie
colocou as mãos em concha e repetiu a per­gunta. O pescador fez que não com a
cabeça e o cora­ção de Annie naufragou. De qualquer forma, duvidou que eles
tivessem notado a presença de alguém.

Durante
a meia hora que se seguiu, ela andou para cima e para baixo pela beira d`água,
totalmente en­charcada. Se houvesse mais alguém para pedir ajuda, ela teria
pedido, mas a Praia Escondida estava deser­ta. Não havia um único carro nos
estacionamento para visitantes. Finalmente, desesperada, ela bateu em todas as
portas das outras casas, na esperança de que Alfonso tivesse ido visitar
alguém.

Só
que ninguém respondeu. Afinal, eram casas de fim de semana e era apenas
quinta-feira.

Annie
se agarrou à esperança de que Alfonso tivesse saído para caminhar, mas se fosse
o caso, ele certa­mente teria voltado para casa assim que começasse a chover. E
já estava chovendo firme há bastante tem­po.

E
se ela nunca tivesse a chance de dizer para ele que o amava? E se tudo
estivesse terminado entre eles da mais terrível e definitiva forma?

Desesperada,
Annie voltou para a casa e, agoniada, pegou o telefone. Mas para quem
telefonaria? En­quanto digitava os números ouviu o barulho de um carro se
aproximando. Largou o telefone, disparou para a varanda e correu pela lateral
da casa.

Um
caminhão caindo aos pedaços fez um rangido ao parar atrás da garagem e Alfonso
saltou do banco do passageiro.

-
Obrigado pela carona, companheiro - ele fa­lou enquanto pegava uma prancha da
parte de trás.

-
De nada - o motorista respondeu. - A gente se vê, Alfonso. - E o carro partiu.

-
O que aconteceu? - Alfonso perguntou quando viu Annie toda encharcada. - Foi
nadar de roupa?

Annie
apenas olhou para ele, suas emoções confu­sas. Ela não sabia se queria matá-lo
ou beijá-lo.

-
Não, seu porco sem consideração - descarre­gou sobre ele. - Eu estava
procurando o seu cadá­ver. - Em seguida, Annie caiu no choro.