Fanfic: Somente por Prazer (TERMINADA)

Alfonso
ficou completamente paralisado por alguns momentos, até que se deu conta do
ocorrido. Ela fica­ra doente de preocupação por causa dele. Pensara que o tinha
perdido. Annie realmente se importava com ele. Ele não precisava de mais nenhum
encorajamento.

Deixou
a prancha no chão, percorreu a distância entre os dois em duas passadas e a
tomou nos braços. - Você tem razão, eu não tenho consideração. Caminhei até a
Praia do Pescador. Deveria ter dito a você aonde ia. Estava com raiva, porque
pensei que não se importasse comigo. Pensei que a única coisa que você quisesse
de mim fosse sexo. Mas você se importa, não é querida?

Ele
ergueu o queixo de Annie para ver os seus olhos. Eram tão bonitos. E tão
expressivos. Ele podia enxer­gar o medo em suas resplandecentes profundezas.
Mas também podia enxergar o amor. Ou o que ele es­perava que fosse amor.

-
Não tenha medo de admitir - disse ele com de­licadeza -, eu não vou magoá-la
como Derrick magoou. Eu amo você, Annie. Com todo o meu coração. Eu nunca disse
isso para nenhuma outra garota na minha vida. Eu sei que você pensa que sou
algum canalha por causa desse processo no ano passado, mas não sou. Lá, eu era
a vítima, não ela.

-
Conta para mim o que aconteceu afinal - Annie pediu.

-
Conheci Marci numa festa e conversamos. Ela disse que havia perdido o emprego
naquela semana e não tinha onde morar, eu lhe ofereci um dos quartos que estava
sobrando, por uns tempos. Nem pensei muito sobre o assunto porque eu raramente
ficava por lá. Tenho de admitir que comecei a achar que ela es­tava abusando da
hospitalidade depois que algumas semanas se passaram. Só que Marci sempre tinha
uma desculpa para não sair e eu não tinha um motivo real para mandá-la embora.
Então uma noite, quando cheguei em casa depois de passar semanas viajando a
trabalho, ela obviamente se lançou num jogo de sedu­ção. E conseguiu. Na manhã
seguinte, quando expli­quei para ela que a noite anterior tinha sido um equí­voco,
ela se revelou e disse que realmente fora um equívoco, mas só que um equívoco
meu. Arranjou um advogado e o restante é história. Ela nunca foi mi­nha
namorada, Annie. E nunca prometi me casar com ela. Meu único crime foi ter sido
um idiota.

Os
olhos de Annie buscaram o rosto dele, obviamen­te querendo acreditar em tudo,
mas ainda hesitantes.

-
Eu juro que essa é a verdade. Pela vida da mi­nha mãe! - E um dia você vai
saber que eu jamais diria isso de forma leviana. Porque eu simplesmente amo
minha mãe.

-
Diga que me ama - ele insistiu. - Agora!

-
Eu amo você! - ela exclamou.

-
Já não era sem tempo - disse ele com intensi­dade, e segurou-a mais perto,
aninhando a cabeça dela contra o peito.

-
Eu tentei não amar - ela confessou. - Tentei limitar tudo ao sexo apenas. Disse
a mim mesma que não queria conhecer você de jeito nenhum, a não ser no sentido
bíblico. Mas, no fundo, sempre quis de você mais do que só sexo. Na verdade, eu
estava sen­do apenas covarde.

Ele
a afastou um pouco, seus olhos suaves e com­preensivos.

-
Você? Covarde? Ah, não, Annie. Você não é co­varde. Você é corajosa e amo isso em você. Você tem
personalidade, princípios.

-
Como pode afirmar isso? Fui perversa durante essa semana. Você sabe que fui.

-
Nem um pouco. Como é que qualquer coisa que a gente faça junto pode ser
considerada perversa?

-
Ai, Alfonso, realmente amo muito você. O que senti por Derrick não foi amor de
verdade. Agora con­sigo enxergar isso. Quanto a Rodrigo...

-
Rodrigo?

-
Um canalha que eu conheci quando vim para Sidney. - Ele era meu chefe direto no
setor da com­panhia de seguros onde trabalhei. Naquela época, eu era gordinha e
era muito tímida no que dizia respeito ao sexo. Ao que parece, ele fez uma aposta
com os seus colegas de que me levaria para a cama em quin­ze dias. Ele
conseguiu, me contando mentiras a res­peito de como me achava atraente e do
quanto me de­sejava. Um dia depois de perder minha virgindade, eu o vi
relatando no trabalho o quanto eu era patética na cama. Disse para os colegas
que devia receber o dobro da quantia combinada porque sem roupa meu corpo era
asqueroso.

-
Nossa, Annie... que terrível! Sinto vergonha das pessoas do meu sexo quando
ouço histórias como essa. Mas nem todo homem é tão ruim quanto Rodrigo. Ou Derrick.
Veja eu, por exemplo. Eu sou um príncipe!

-
Você é um demônio, é isso o que você é. Sabia que me apaixonaria! - disse
rindo.

-
Eu estava esperançoso.

-
Mesmo quando eu disse que só queria sexo?

-
Isso não me preocupou no começo. Achei que o sexo seria uma experiência que
uniria muito a gente. Mas devo confessar que comecei a me preocupar, de­pois
que deixei que me amarrasse na cama.

-
Posso imaginar. Fui uma garota má, não fui?

-
Mmmm.

-
Mas logo que você me pediu para fazer amor, percebi que não queria mais esse
tipo de sexo. Eu quis desamarrar você.

-
Realmente, você conseguiu desempenhar direitinho o papel de uma garota
interessada apenas em seu próprio prazer.

-
Não queria que soubesse que eu amava você.

-
Vejo que vai demorar um pouco até que eu con­vença você de que sou do bem. Acho
que amanhã vou levá-la para conhecer minha mãe. Mas primeiro vou fazer amor com
a mulher que amo. Da forma adequa­da. - E ele a tomou em seus braços. - Diz de
novo que você me ama - pediu carregando-a para dentro da casa.

-
Eu amo você, Alfonso!