Fanfic: Somente por Prazer (TERMINADA)

-
Eu não trouxe o meu secador de cabelo comigo - Annie lamentou enquanto se
olhava no espelho do banheiro na manhã seguinte. - Nem muita maquiagem também.
O que a sua mãe vai pensar de mim?

-
Ela vai pensar que você é linda. Da mesma for­ma que eu acho.

-
Sério?

-
Seu cabelo fica ótimo do jeito que está e sua pele está com um brilho natural
maravilhoso.

Annie
teve de admitir que estava bonita. Estar verda­deiramente apaixonada lhe caía
bem. Ou será que era o fato de ser amada?

-Você
não tem de ser nada além de sua linda pes­soa perto de mim, Annie.

-
Só quero causar uma boa impressão em sua mãe.

Alfonso
sorriu e puxou-a para junto dele.

-
Você já causou uma boa impressão se apaixo­nando por mim. Devia tê-la ouvido no
telefone ontem à noite. Ela estava encantada. Mas não há necessida­de de se
embonecar para minha mãe. Ela não se inte­ressa muito por esse tipo de coisa.

-
Mesmo assim, não vou usar short. - Quero usar minha calça verde-limão e minha
camisa branca.

-
Se você prefere...

-
Eu prefiro. - Ela se ergueu na ponta dos pés e o beijou suavemente nos lábios.
- Vou amarrar a ca­misa na cintura e não vou usar sutiã - sussurrou.

-
Essa é a minha garota. - Ele sorriu animado.

E
não era essa a verdade? Ela era a garota do Alfonso. Na alegria e na tristeza.
Na riqueza e na pobreza. Mas seria até que a morte os separasse?

Annie
esperava que sim. Ela sabia que o pai estava certo quando disse que os homens
não propunham casamento tão rápido. Mas tinha confiança de que Alfonso já
estivesse comprometido com um relaciona­mento verdadeiro e duradouro entre os
dois. Annie acordou naquela manhã se sentindo feliz e otimista.

Não
existiam garantias na vida, é claro. Não exis­tiam garantias de nada. Mas ela
não estragaria o que poderia ter com ele ao se entregar a pensamentos ne­gativos.
Pelo menos dessa vez ela iria aproveitar cada dia como tivesse de ser e não se
preocuparia demais, como Mai a havia aconselhado.

-
Preciso de só mais uns quinze minutos - Annie disse a Alfonso - e eu estarei
pronta para sair.

-
Vou cobrar isso de você - ele prometeu.

A
viagem em direção ao norte foi agradável, com um clima de outono mais ameno
trazido pelo vento sul do dia anterior. Perfeito, Annie pensou, já que eles
estavam dirigindo a caminhonete amarela de Alfonso que não tinha
ar-condicionado. Ela não queria chegar na casa da mãe dele com o cabelo
destruído e man­chas de suor por toda a camisa.

-
Espero que sua mãe goste de mim - Annie não se conteve em dizer.

-
Não se preocupe. Ela vai.

Shelley
Bay revelou-se um lugar adorável, sem prédios que destruíssem sua beleza semi-tropical.

-
Shelley Bay nunca muda. - Alfonso observou alegre enquanto passava pela rua
principal e então pegou uma estrada que serpenteava em direção às montanhas atrás
da cidade.

-
Deixa só passar mais uns dez anos - Annie avi­sou, olhando para a vista
magnífica no espelho retro­visor. - Aposto que algum grande empreendedor vai se
mudar para cá e construir um gigantesco resort.

-
Tenho minhas dúvidas. Por acaso sou o dono dessas montanhas e não pretendo
vender.

-
Você é tão rico assim, Alfonso?

-
Podre de rico para falar a verdade. Mas não pre­cisa se preocupar, querida. Não
vou sair comprando para você todo o tipo de presente caro, ou levando-a a
restaurantes cinco estrelas ou fazendo uma dessas coisas que uma vez você me
disse para não fazer. Mas vai ser muito difícil quando chegarem os aniver­sários
e Natais, se eu não puder comprar para você nem flores, nem perfumes.

-
Alfonso Herrera, pare de implicar comigo, você sabe que isso foi antes.

-
Antes do quê? - disse debochando.

-
Antes de acreditar que me amava.

-
Quer dizer que agora posso estragá-la e cor­rompê-la com o meu dinheiro?

-
Acho que já me corrompeu - disse sorrindo.

-
Opa! Ótimo! Quase perdi a entrada para a casa de mamãe. Muita conversa.

Alfonso
freou rapidamente e jogou a caminhonete por uma estradinha íngreme e estacionou
em frente a uma dessas adoráveis casas antigas de madeira, típi­cas da região.
Como aquela pertencia à mãe de Alfonso, Annie não ficou surpresa que estivesse
pintada de um amarelo vivo, com treliça branca e um telhado terracota.

Enquanto
Annie admirava a paisagem, uma mulher surgiu da casa e começou a descer os
degraus, uma mulher que tirou o fôlego de Annie,

Ela
era alta e esbelta. Cabelo liso, loiro cor de Mel, que ia até a cintura. Vestia
um sarongue turquesa que ia até o tornozelo e uma camiseta vermelho-escarlate.
Seus pés estavam descalços com as unhas pintadas também de vermelho-escarlate.
À medida que ela foi se aproximando, Annie reparou que não usava nenhu­ma
maquiagem em sua pele cor de Mel. Mas ela, com certeza usava jóias.

Grandes
argolas multicoloridas pendiam de suas orelhas. Tinha um pequeno piercing de
ouro no nariz . e um bracelete de prata em forma de cobra enrolado bem no alto
do braço esquerdo. Era de uma aparência exótica e sexy e em nada lembrava as
mães que Annie já tinha conhecido.

-
Oh, minha nossa, Alfonso! Ela é tão bonita!

-
Quem? Mamãe? - Ele pareceu satisfeito com o elogio. - É, você está certa, ela
é. Mas a alma dela é ainda mais bonita. Venha, venha conhecê-la.

O
adorável rosto de Kristy Herrera ficava ainda mais bonito quando ela sorria. E
ela sorriu para o fi­lho enquanto ele a erguia do chão e a rodopiava, bei­jando-a
e abraçando-a ao mesmo tempo.

Annie
observou-os admirada. Obviamente, assim havia sido a maneira como essa linda
mulher o havia educado: com muitas expressões físicas de amor. Não era de se
estranhar que ele fosse uma pessoa afetuosa.

-
Alfonso, me põe no chão! - a mãe dele ordenou. Eu também estou muito feliz em
ver você, querido, mas você não acha que está na hora de me apresentar para Annie?
Foi para isso que você veio, não foi?

Annie
olhou fixo para Alfonso, que deu de ombros e sorriu um pouco acanhado.

-
Pode contar com rainha mãe para me deixar en­vergonhado - ele confirmou. - Você
fez tudo isso e mais. - Ele pegou a mão dela e a puxou para o seu lado. -
Então, mãe, o que você acha da minha Annie? Ela não é adorável?

Annie
enrubesceu um pouco enquanto aqueles lin­dos olhos azuis - tão parecidos com os
do filho - lançaram-lhe um longo olhar.

-
Eu acho que se ela é a sua Annie então não fique de joguinhos com ela, meu
filho. Diga a ela o que você me contou ontem à noite.

Alfonso
gemeu. Deveria ter previsto isso. Sua mãe não o deixaria cometer o mesmo erro
que ela acredi­tava que o pai cometera um dia.

-
Alfonso? - Annie indagou preocupada. - O que sua mãe quer dizer? O que tem de
contar para mim?

Ele
fechou os olhos e, de repente, sentiu-se como havia se sentido quando estava
com sua prancha, viu aquela onda enorme se aproximando e pensou que sua vez
havia chegado. Ele poderia ter perdido a co­ragem. A situação era bem parecida.
Mas ele precisa­va ir fundo. Precisava.

-
Eu disse para a minha mãe que um dia, num fu­turo próximo, eu ia pedir você em casamento. Pelo jeito
ela acha esse dia deve ser hoje. E quer saber? Ela está certa. Quer se casar
comigo? Annie estava extasiada!

-
Não precisa dar a ele uma resposta agora - dis­se a mãe de Alfonso gentilmente.
- Eu só queria que ele fosse direto com você. Afinal, você passou por uma
situação difícil com outro rapaz. Achei que pre­cisava ouvir francamente o
quanto meu garoto gosta de você.

Alfonso
revirou os olhos.

-
Mãe, você quer parar de falar? Ela tem de res­ponder agora mesmo. Se eu tive a
coragem de pedi-la em casamento, então ela tem de ter a coragem de res­ponder.
E então. Annie?

Annie
imaginou deslumbrada o que todas as suas amigas e sua família diriam se
estivessem ali naquele momento. Dul. Mai. Betty. Seu pai.

Especialmente
seu pai. O que ele diria para Annie? Um pequeno sorriso surgiu nos lábios de Annie
en­quanto, ela imaginava o que seu pai diria. Vai fundo, garota! Vai fundo!

Seu
sorriso se alargou quando ela olhou nos olhos do homem que amava.

-
Sim! - Alfonso gritou e deu um soco no ar em sinal de vitória. - Ela disse sim!

y FIM!!!

pessoal muitas gracias mais uma vez por ter me acompanhado até o final de mais uma web, e em consideração a todos que ficaram ansiosos por mais um grande Sucesso, peço que deem uma olhada em:

O Dia Em Que Se Encontraram