Fanfic: Destino - Vondy -

Capítulo 7

No dia
seguinte, Christopher levanta devagar em sua cama. Descançara bastante naquela
noite, não tinha Paola pra lhe tomar seu tempo. Coça os olhos e suspira, teria
que usar terno nesse calor infernal. Droga de reunião. Agredeceu por terem
inventado o ar-condicionado. Caminhou até o banheiro, tomou seu banho, passou
desodorante e o perfume. Fazia questão de passá-los sempre. Sempre lhe agradou
usar perfume, detestava se sentir sujo. Após o banho, ele vai pro quarto, veste
sua cueca, e procura o terno. Suspira novamente. Reuniões deveriam ser feitas
em casa, usando bermuda e tomando cerveja. Ele pega o terno e veste a calça
preta, em seguida coloca a blusa social verde-clara, ajeita por dentro da
calça, coloca o cinto. Pega uma gravata com listras finas em tons de verde.
Demora um pouco até fazer o nó. Detestava dar nó em gravata e tinha a certeza
de que nunca aprenderia a fazer um nó apresentável. Pega o paletó preto e sai
do quarto. Desce pro café e Beth lhe chama a atenção pro nó:

- Chiquito,
mas veja só. Isso é nó que se faça? - ela se aproxima desatando o nó e tratando
de fazer outro.

- Beth, você
sabe que não consigo dar um nó direito. - ele passa a mão no rosto;

- Um dia você
terá que aprender - ela ajeita da gravata - Pronto, agora está lindo.

- Não sei o
que seria de mim sem você. - ele a beija na testa.

Christopher se
senta pro café, se sentia incomodado com aquela roupa. Sentia-se preso e
sufocado. Mas aguentava, às vezes era necessário usar e logo ele se acostumaria.
Após terminar o café, ele se despede de Beth, pega o carro e vai para o
escritório. Estava um pouco atrasado, entra com pressa no elevador e segue
direto pra sala de reuniões. Ao entrar se desculpa pelo atraso e toma seu lugar
na ponta da mesa. A reunião começa e ele sente vontade de que ela chegue ao
fim. Precisava ver Dulce. A levaria até sua casa hoje. Não sabia porquê, mas
isso parecia algo íntimo compartilhado. Não levava todo mundo a sua casa, e se
sentir à vontade pra levá-la era um sinal de que Dulce era especial de alguma
maneira. Após quase três horas de reunião, ela finalmente acabara. Se sentia
emocionalmente cansado, mas sabendo que veria Dulce em breve, se animou e
ganhou forças. Ao colocar os papéis em sua sala, ele sai em direção ao hotel.
Não faz paradas no meio do caminho, e sobe direto pra suíte em que ela estava
hospedada. Toca a campainha, e encosta-se à parede pra esperar ela atender. Dulce
o atende sorrindo e olhando-o de baixo pra cima.
        - O que houve? A reunião na sua
casa é formal? - deixando-o passar.

- Não amor,
acabei de sair de uma reunião na empresa, por isso estou vestido assim. - ele
entre e lhe cumprimenta com um beijo no rosto.

- Está lindo.
- ela diz fechando a porta.

- Você também.
- lhe diz olhando da mesma maneira que ela o olhou.

Dulce vestia
uma saia, o que o fez analisá-la bem nos quadris e nas coxas. Ele constatou que
ela tinha as formas perfeitas. Uma sandália com um salto fino não muito alto, e
uma blusinha vermelha com um decote modesto fez Christopher deter por alguns
segundos os olhos em seus seios. Realmente a cada momento ela o surpreendia com
sua beleza. Como seria vê-la nua? Como seria explorar e tocar cada parte de seu
corpo? Ele respirou fundo. Melhor encerrar os pensamentos antes que partes de sua
anatomia quisessem revelar-se.

- Podemos ir
amor? - ele pergunta olhando-a.

- Ah claro. -
ela pega sua bolsa, e lhe dá o braço.

Ambos saíram
do quarto e ela guardou na bolsa o cartão magnético da porta. Foram de braços
dados até o carro que estava na vaga do edifício ao lado. Christopher abriu-lhe
a porta pra ela entrar e entrou em seguida em seu lugar. Dirigia calmamente
contando algumas histórias a ela sobre sua amizade com Karla. A conhecera um
pouco depois que viera morar no Brasil. No começo tiveram uma relação um pouco
além da amizade, mas nada sério. Com o passar do tempo, as coisas foram mudando
e ambos se tornaram grandes amigos. Não cabia mais outro tipo de relação entre
eles. Christopher prezava muito a amizade dela. Ela o ajudou muito quando precisou,
ela o divertia e o animava quando ele sentia saudade da família. Ele contava a
Dulce algumas histórias engraçadas e ela ria. Dissera-lhe que sentia
curiosidade em conhecer os amigos dele, já que pelo que contara, todos pareciam
muito legais. Ele disse que assim que tivesse a oportunidade lhes apresentaria
todos os amigos e amigas, e lhe disse que tinha certeza que ela gostaria muito
de todos. Chegaram à casa de Christopher em seguida, ele estacionou o carro na
garagem e lhe abriu a porta. Estendeu-lhe a mão pra ajudá-la e ela olhou em
volta todo o lugar. Era impressionantemente bonita, o jardim logo lhe chamou a
atenção. Adorava flores e desde pequena sempre pedia à seus pais que pudessem
ter um. Christopher jamais havia comentado o quanto sua casa era grande,
quantos carros ele tinha - já que sempre o vira com o mesmo - e o quanto
dinheiro possuía. Ela notou três carros parados na garagem. Christopher sempre
se mostrou simples demais, agia com ela normalmente e nunca tocava no assunto
de dinheiro. Sabia que ele era rico, mas agora comprovara que ele era muito
mais do que simplesmente rico. Possuía milhões em sua conta bancária e jamais
se exaltava por isso. Dulce não ligava pro dinheiro. Mas lhe chamara à atenção
a simplicidade de Christopher em relação aos demais. Ele não menosprezava
ninguém por ser de classe inferior, tratava-os com igual atenção. Podia ter
muitos defeitos, mas tinha qualidades que chamavam a atenção dela. Surpreendia-se
com Christopher. Ele a conduzira até dentro de casa e tratou de apresentá-la a
Beth:

- Beth, te
apresento Dulce María. Ela está hospedada lá no hotel. - ele olha pra Dulce -
Essa é Beth, minha segunda mãe.

- É um prazer
minha filha. - Beth a cumprimenta com um abraço e um beijo na bochecha.

- O prazer é
todo meu. - responde Dulce retribuindo o gesto.

- É uma moça
linda chiquito. - ela diz dirigindo-se a Christopher.

- Não canso de
dizer isso à ela. - ele responde olhando a Dulce.

- Ah muito
obrigada. - Dulce responde com as bochechas coradas.

- Melhor
paramos de falar porque ela é muito envergonhada Beth. - Christopher passa o
braço por cima dos ombros de Dulce - Beth, se Karla chegar, diga que estamos na
sala de visitas.

Ele sai
conduzindo-a até a sala de visitas. Era grande e bem decorada, com sofás brancos,
quadros de pintores famosos e outros objetos decorativos de viagens pelo mundo.
Um bar no canto da sala, mesa de centro, e lustres em cristal. Ele pediu pra
que ela se sentasse em um dos sofás, se sentando ao seu lado.
- Ontem nem tivemos tempo pra fazer nada. - ele comentou.

- É, você me
abandonou muito cedo. - ela o olha fazendo biquinho.

- Eu tinha que
vir pra casa, teria reunião muito cedo. E não faz esse biquinho.

- Por que não?
- ela o pergunta ainda fazendo biquinho.

- Porque assim
eu não resisto. - ele passa o polegar nos lábios dela.

- Resiste sim.
- ela desvia o olhar.

- Você sabe
que não resisto. - ele se aproxima e começa a roçar os lábios em seu pescoço.

- Não faz
isso. - ela diz baixinho se encolhendo um pouco.

- Então por
que você não tirou o biquinho quando eu pedi? - ele aproxima mais lhe dando
selinhos no pescoço - Agora você merece ser castigada. - ele vai descendo os
selinhos até seu ombro.

- Mas eu não
tava te tocando. - ela se arrepia e se encolhe mais chegando um pouco pro lado.

- Mas mulher
com biquinho provoca. - ele põe a mão em sua nuca, com os dedos entre seus
cabelos e lhe morde a pontinha da orelha devagar.

- Você também
tá me provocando agora. Seu tempo acabou. - ela se arrepia mais, tenta chegar
pro lado e se encolhe ao sentir a mordidinha em sua orelha.

- Diz que você
não tá gostando que eu não volto a lhe provocar. - ele roça os lábios na
bochecha perto da sua orelha.

- Querer eu
quero, mas... - ela morde os lábios e fecha os olhos.

- Então, nós
dois queremos... - Ele a acaricia na nuca, vai lhe dando selinhos na bochecha
até chegar ao cantinho dos seus lábios.

- Desculpa. -
ela abre os olhos correndo, se levanta e senta no outro sofá sentindo um frio
na barriga.

Christopher ia
pedir desculpas mais uma vez por ter passado dos limites, mas foi impedido por
Karla que entrou sorridente lhe chamando. Dulce e Christopher se olham
desconcertados e se levantam pra cumprimentar a recém-chegada.

- Ucker meu
amor. - Karla chega lhe dando um beijo na bochecha e o abraçando - Já disse que
fica lindo de terno e gravata? - ela o olha sorrindo.

- Karlinha que
saudade. - ele retribui o abraço e o beijo na bochecha - Sim, mas gosto que
repita sempre. - ele sorri de volta e olha pra Dulce - Deixa eu te apresentar
Dulce María. - ele diz soltando a amiga e apresentando-as.

- Muito prazer
Dulce. - Karla diz cumprimentando-a com dois beijos no rosto.

- O prazer é
meu. - Dulce retribui o cumprimento.

- Sentem-se
minhas lindas. Vou dar uma de empregado e vou pegar suco pra vocês. -
Christopher diz saindo em direção à cozinha.

- Ucker me
disse que você se formou em moda em Londres. - Karla lhe diz sentando-se.

- Sim, me
formei há 2 meses mais ou menos e decidi voltar ao Brasil pra tentar a
carreira.

- Confio muito
em Christopher e se ele diz que não me arrependerei em ajudá-la, eu tenho
certeza que assim será. Vai ser um prazer, farei tudo que puder Dulce.

- Muito
obrigada. Espero poder retribuir um dia.

- Tenho
certeza de que um dia vai retribuir da melhor maneira. - Karla diz sorrindo e
virando-se pra ver Christopher que entrava na sala segurando uma bandeja.

- Cara, se eu
precisasse ser garçom pra sobreviver, passaria fome. - diz ele andando devagar
com cuidado pra não derrubar os copos.

- Então reze
pra nunca precisar. - Karla diz levantando-se e ajudando-o.

Karla entrega
um dos copos na mão de Dulce, o outro toma pra si e Christopher pega o
terceiro. Ambos se sentam e Christopher escolhe sentar-se ao lado de Dulce. Os
três ficam conversando sobre alguns detalhes, sobre o que Dulce precisava
fazer. Christopher nota que ainda estava com o terno. Ele tira o paletó e afrouxa
a gravata soltando dois botões. Respira fundo. Agora sim sentia-se melhor.
Notou que Karla mostrava-se muito disposta a deixar Dulce bem informada e
ajudá-la no que fosse preciso. Tinha uma amiga muito legal e com bom coração.
Confiava em Karla. Ela saberia a melhor maneira de incluir Dulce no meio da
moda. Após conversarem bastante, Karla se despede dizendo que tem que voltar à
agência porque ainda tinha alguns compromissos. Christopher leva Karla até a
porta e volta vendo Dulce em pé olhando um dos quadros. Ele se aproxima um
pouco.

COMENTEM? ç.ç`