Fanfic: Destino - Vondy -

Capítulo 3

Entraram no
restaurante do hotel conversando sobre algumas coisas relacionadas a Londres e
aos costumes Ingleses. Christopher ria do jeito que Dulce contava rindo sobre o
chá das cinco, mas que era servido à partir das 2 da tarde na Inglaterra. Ele
ria com as histórias e com o jeito espontâneo que ela ia contando os fatos.
Teve a curiosidade de perguntar se ela tinha namorado, mas achou que era melhor
poupar esse tipo de pergunta, pois ela poderia achar que ele estava se metendo
em assuntos pessoais. Decidiu se segurar, teria outras oportunidades e
dependendo do rumo da conversa, ela mesma poderia acabar lhe confessando. Ele
puxa a cadeira pra ela num tom de cavalheirismo, e ela agradece. Christopher
senta à sua frente e lhe entrega o cardápio, deixando-a à vontade para escolher
o que quisesse. O garçom automaticamente ao ver Christopher, antes mesmo de ser
chamado se aproxima da mesa a fim de servir ao patrão.

- Boa tarde
Sr. Uckermann.

- Boa tarde
Daniel. - diz Christopher olhando o nome do empregado em um broche pregado ao
uniforme. - Já escolheu o que pretende pedir? - pergunta ele à Dulce.

- Posso escolher
o que quiser? - pergunta ela um pouco em dúvida.

- O que seu
estômago lhe pedir. - diz ele sorrindo.

Ela analisa um
pouco mais e escolhe um filé de frango grelhado, arroz branco, fritas e uma
salada simples, com uma um suco de abacaxi. Christopher pede uma macarronada ao
molho branco, com filé de frango grelhado e uma coca-cola. Assim que anota os
pedidos o garçom sai deixando-o à sós. Christopher decide retomar a conversa
que tiveram no quarto enquanto esperam a comida.

- Sobre a
amiga que te falei, ela se chama Karla Cossío. Uma estilista jovem, porém com
uma certa experiência no ramo. Não sei se posso te dar muitos detalhes, pois
não tenho conhecimento nesse assunto. Quando terminarmos o almoço, posso ligar
pra ela e tentar arrumar mais rápido possível uma forma de apresentar vocês
duas. Ela é uma mulher muito competente e certamente adorará ajudar você.

- Estou um
pouco nervosa, gostaria que ela pudesse opinar sobre meus desenhos. Sobre o que
ela acha, se tenho dom pra ser uma estilista, me sinto um pouco receosa. - diz
ela juntando as mãos no colo.

- Olha, eu não
vi seu trabalho ainda, mas tenho certeza de que são ótimos. E tendem a melhorar
de acordo com que você vai ganhando experiência.

- Você sabe
como animar alguém. - ela sorri e ele devolve o sorriso.

Depois de mais
alguns minutos conversando, o garçom serve os pratos e ambos interrompem a
conversa pra poder se alimentar. Comiam e degustavam a comida e Christopher
algumas vezes ficava parado admirando a cara de satisfação que ela fazia ao
degustar sua comida. Alguns minutos se passaram até que tivessem terminado o
almoço. Dulce com uma aparência muito mais disposta agora, foi a primeira a
comentar sobre a refeição.

- Nossa, a
comida estava excelente! Eu não sabia que estava com tanta fome assim. - diz
sorrindo e tomando seu último gole de suco.

- É, modéstia
a parte, contratei ótimos chefs pra trabalharem no hotel. - se recosta
na cadeira - agora sim me sinto um homem de verdade. - diz rindo - Mas só falta
uma coisa, a sobremesa.

- Será que eu
aguento comer mais? - Dulce pergunta rindo.

- Claro que
sim. Tenho uma idéia, podemos caminhar até uma sorveteria que fica aqui perto
do hotel, eu vou mostrando a cidade a você enquanto damos um tempo do almoço,
que tal?

- Me parece
perfeita a ideia. - diz amarrando o cabelo num coque pra poder sair devido ao
calor que fazia, já que era verão no Rio.

Christopher
levanta e puxa a cadeira pra ela se levantar, e lhe estende o braço pra saírem
do hotel.

Caminhavam
pela orla e Dulce olhava encantada o mar. Depois que se mudou pra Londres nunca
mais fora à praia e morria de saudades de ver e tomar um banho de mar. Agora
que estava no Rio, assim que organizasse sua vida poderia se dar ao luxo
algumas vezes de sair e ir à praia pra curtir o sol. Olhava a cidade, pouca
coisa mudara desde que saíra pra estudar há quatro anos atrás. O mar seguia
sendo o mesmo, a areia, os quiosques, o calçadão - tão famoso em todo o mundo
-, os edifícios, as coberturas beira-mar, era tão bom estar em casa novamente!
A praia a fez ter uma ideia de desenhar alguns modelos de roupas de banho e
compartilhou essa ideia com Christopher, que a apoiou imediatamente. Seguiram
conversando e se dando tão bem que pareciam que se conheciam há anos. Chegaram à
sorveteria que ficava à uma quadra do hotel. Dulce entra e imediatamente senta
num banquinho de frente pro balcão, Christopher senta ao seu lado.

- De que vai
querer? - pergunta se virando pra ela.

- Já sei. - dá
um pulo - menta com tutti-frutti. - diz sorrindo.

- Menta com
tutti-frutti deve ser horrível. - fazendo cara de reprovação. - faz os pedidos,
pedindo um de flocos pra ele.

- Não é nada.
É bom demais, isso sim. - diz ela levanto da cadeira, bagunçando um pouco o
cabelo dele e voltando a sentar de pernas cruzadas.

- Então vou
querer um pouco do seu pra provar. - diz ele rindo e passando a mão nos
cabelos.

Logo em
seguida os sorvetes chegam. Dulce é a primeira a pegar seu sorvete, seguida por
ele, e toma uma colherada.

- Huuum... -
exclama suspirando - fazia tempo que não tomava sorvete. - em seguida põe outra
colherada na boca.

- Esse treco é
bom mesmo? - questiona com um pouco de dúvida.

- É ótima. -
ela lhe oferece um pouco do sorvete na colher.

Ele come o
sorvete, um pouco receoso do sabor, enquanto ela espera ansiosa por sua
opinião. Assim que termina, Christopher abre um sorrindo elogiando o quanto era
gostoso o sabor. Os dois ficam ali conversando e se conhecendo melhor.
Descobrem alguns gostos em comum, falam sobre besteiras e se divertem. Ao sair
da sorveteria, os dois brincavam demais e Christopher pega Dulce no colo. Ela
luta um pouco mas logo se rende passando os braços em volta do pescoço dele.
Foi levada até o hotel assim, onde ele a colocou no chão quando chegaram em
frente ao hotel. Entraram e pegaram o elevador em direção ao quarto dela, ao
saírem, ele a pega no colo de novo, tira o cartão do bolso, entra e empurra a
porta com o pé, fechando-a atrás deles. A leva até o sofá e a deita com cuidado
lá. Ela sorri um pouco surpresa com o gesto.

- Que
bonitinho!

- O que?

- Você me traz
no colo e ainda me põe deitadinha.

- Queria que
te largasse no chão? - pergunta sorrindo.

Era incrível o
modo como se davam bem, Christopher se encantava cada vez mais com ela. Teve
vontade de beijá-la várias vezes mas encarou como um besteira sem sentido,
afinal, ela não permitiria tal liberdade. Mas imaginou-se algumas vezes
beijando-a e cada vez sentia mais curiosidade sobre o toque de seus lábios. Que
sabor teria seu beijo? Procurou afastar os pensamentos, antes que cometesse a
besteira, e sentou-se ao seu lado. Ela cruzou as pernas em cima do sofá e
virou-se de frente para ele. Pega uma almofada, põe no colo e começa a brincar
com as bordinhas distraída. Christopher sem aguentar mais sua curiosidade
decide perguntar.

- Você veio
sozinha da Inglaterra, não tem algum namorado, ou alguém que não sejam seus
pais e sua madrinha?

- Bom, eu
comecei a namorar um cara super legal e fofo, a gostar muito dele, mais depois
que viajei, ele me traiu com uma menina que eu odiava, aí eu vim pra passar as
minhas férias aqui, ele me contou e eu o perdoei, mas ele disse que eu sofreria
se continuasse com ele, me estressei e terminamos. - ela sorri depois de
resumir sua história.

Christopher
não sabia se ficava feliz ou com raiva. Feliz por saber que ela não tinha
namorado, e com raiva por um ela ter perdoado o ex-namorado mesmo diante do que
ele fez à ela. Ele sabia que não era correto nem fiel, mas porque se achava
incapaz de amar.

- Deve ser
ruim ser traída, eu acho que não perdoaria.

- Eu perdoei e
ele fez charme, fiquei com raiva.

- E você? Fala
sobre sua vida amorosa agora.

- O que quer
saber?

- Tem
namorada? Namora há muito tempo? - pergunta ela começando a brincar com a
camisa dele.

Christopher
pensou. Poderia dizer que não já que pretendia terminar com Fuzz, ou poderia
dizer que sim e correr o risco dela se fechar pra ele com relação aos
sentimentos. Preferiu contar a verdade, decidira que seria sincero com ela da
mesma forma que ela fora com ele.

- Tenho sim, e
namoramos há pouquíssimo tempo. - diz ele distraído soltando o coque que ela
fizera.

Ela sem saber
o motivo, sente uma dorzinha de tristeza. Era óbvio que um homem, lindo,
atraente e rico já fosse comprometido. Ela procura conter os pensamentos,
talvez fosse melhor.

- Há pouco
tempo?

- Sim,
terminei um e comecei esse. - diz ele rindo e jogando a presilha dela no sofá.

- Pouco
volúvel você. - diz ironicamente.

- Ué, fazer o
que né? - indaga e fazendo levemente um cafuné na nuca de Dulce.

- Mudar. -
sugere ela.

- Não dá pra
muda.

- Dá sim, todo
mundo muda. - diz ela bocejando um pouco, já sentindo sono por causa do cafuné.

- Se um dia eu
encontrar a mulher ideal, talvez eu mude. - diz ele deslizando um dedo na
bochecha dela.

- Não existe
mulher ideal. - fala baixinho fechando os olhos - Se continuar assim vou
dormir. - se encolhendo um pouco.

- E vai me
deixar sozinho aqui? - pergunta sorrindo.

Sem nem se
importar se fazia ou não o certo, ela deita encolhidinha no sofá com a cabeça
apoiada no colo dele.

- Não vou, eu
vou aguentar. - diz mais uma vez bocejando.

- Não vai
nada, tá feito uma menininha com sono. - diz passando a mão levemente no rosto
dela.

- Nada disso,
eu vou aguentar sim. - diz ela determinada, dando um pulo e voltando a senta-se
na posição anterior e prendendo o cabelo novamente em um coque. Levanta-se e
vai até a janela.

Christopher
sentia-se cada vez mais tentado a investir. Tê-la tão próxima de si o fazia
perder a razão algumas vezes, sua boca, o contorno dos lábios, era tão suave e
tentador. Precisava provar o beijo dela, precisava saber se ele era tão doce
quanto ela. Ele levanta e caminha até ela.

- Eu sei de um
jeito que pode te fazer acordar. - ele diz num tom suave, fazendo-a se virar e
segurando o queixo dela.

- Hã? -
pergunta um pouco confusa.

- Você me
entendeu. - diz ele com segurança.

- Eu não. -
ela responde confusa.

- Será que vou
ter que explicar? - A olha nos olhos.

- Aham... -
responde ela com um frio na barriga, retribuindo ao olhar dele um pouco
paralisada.

Como ela é
linda, pensou ele. Como é
lindo, pensou ela. Ele se deixou ficar perdido naquele olhar, os
olhos brilhantes, que tinham a capacidade de expressar muito mais do que as
palavras. Ele se aproximou devagar dela fechando os olhos e ela automaticamente
fez o mesmo, procurou não ser ousado demais, sabia que a tinha assustado um
pouco. Depositou-lhe um beijo suave no canto dos lábios dela, se segurando pra
não perder o controle e fazer mais do que seria prudente no momento. Pôde
sentir sua pele macia, lisa, o calor dela. Era tudo tentador demais pro
momento. Ela sentia um frio na barriga, ele tinha os lábios na temperatura
ideal, eram suaves e macios. Desejou por um rápido momento que esses mesmos
lábios tocassem os seus. Despertada pela realidade, lembrou de que ele era um
homem comprometido, a quem ela não deveria se dar ao luxo de beijar. Decide
então, afastá-lo.

- Não faz
isso... - diz ela baixinho afastando um pouco ele com a mão em seu peitoral e
virando de frente pra janela.

- E por que
não? - pergunta ele curioso se apoiando na janela ao lado dela.

- Pelo simples
fato: você tem uma namorada. - ela explica virando-se pra ele e lhe dando um
beijo rápido na bochecha.

Ele sorri com
o gesto e a puxa pela cintura, colando seus corpos. Com esse simples contato
ele soube que o corpo dela se encaixaria perfeitamente ao seu. Tinha a
temperatura ideal, ela era mais baixa que ele quase 20 centímetros, ele a
manteve grudada ao seu corpo com os braços rodeados em volta da sua cintura,
ela pousou as mãos delicadamente em seu peitoral, e ainda preservava o frio na
barriga. Ele a olhou nos olhos com curiosidade.

- E se eu
disser que não terei mais?

- Como assim?

- Eu vou
terminar. - diz ele firme.

- Mas você mal
começou seu namoro. - diz ela ainda um pouco confusa.

- Não me
pergunte os motivos, a história é longa.

- Ninguém sabe
o que pode rolar. - diz ela se soltando um pouco dele - agora eu preciso
descansar, a viagem me deixou exausta.

- Você tem
razão, já abusei demais da sua companhia. Já estou de saída. Mas antes... - ele
a olha nos olhos mais uma vez. - Será que eu ganho um selinho pelo menos?

- Ah poxa, eu
não gosto de fazer isso com os outros. - diz ela desviando o olhar e coçando a
nuca - me coloco no lugar delas.

- Se eu lhe
contasse a história, você me daria mais que um selinho.

- Amanhã você
me conta a história. - ela se aproxima, fica na pontinha do pé e lhe dá um
selinho.

Ele se assusta
e fica um pouco surpreso, ela fica corada pela vergonha. Não sabia ao certo o
motivo de ter feito aquilo, agira por impulso e pela vontade. Fora um beijo rápido
sem direito a desfrute, mas de uma coisa ele podia ter certeza: os lábios dela
eram do jeito que ele imaginou.

- Amanhã eu te
conto e você me dará razão. - se aproxima e a rouba um selinho.

- Você é um
amorzinho sabia? - Diz ela acariciando rapidamente o rosto dele.

- Obrigado por
pensar assim, você é linda. - ele diz sorrindo e retribuindo a carícia. -
amanhã nos falamos.

Ele se vira
pra ir até a porta e a abre, vira pra olhá-la mais uma vez.

- Se cuide ok?
Bom descanso e até amanhã.

Ele sai
fechando a porta com cuidado.

NINGUÉM ESTÁ GOSTANDO Ç.Ç`