Capitulo 96 - Jogos Perigosos
O relógio ao lado da cama marcavam 11:50.
Annie se revirava na cama tentando dormir inutilmente esperando que alguém entrasse em seu quarto. A 20 longos minutos desistira da idéia. Ele não viria.
11:54. Olhara o bidê ao lado da cama, três preservativos de diferentes cores estavam ali. Olhou-os com raiva e jogou-os dentro da gaveta. Tinha que se lembrar de reprimir May e Pollis por isso.
11:55. Nem um barulho indicando chegada. Só se ouvia o piar dos grilos ao lado de fora, Annie deitada, olhou para a janela e deslumbrou o luar mais brilhante que já vira.
11:57. Levantou-se e foi até a janela. A visão que seu quarto dava era de toda extensão da propriedade. Uma brisa leve golpeou seus cabelos já secos tanta a demora de sua espera.
11:59. Penteou mais uma vez os loiros e longos cabelos que se pendiam sobre seus ombros.
12:00. Voltou-se para sua cama e deitou no meio dela. Quem sabe assim se sentia melhor. Esperara dormir acompanhada mas pelo visto, mais uma noite teria que passar sozinha.
12:06. A raiva do momento anterior na piscina se tornou em ansiedade por sua chegada. Arrumou os travesseiros nervosa.
12:08. Mas que diabos estava pensando? Que na 1ª noite de uma "trégua" altamente perigosa para seus sentimentos, ele viria? Que a pulsação elevada, os impulsos nervosos, as sensações enigmáticas e arrepios intensamente desejáveis que se passara na piscina fosse só pra ela? Onde foi parar seu bom senso?
12:09. Só de pensar que quase se entregara lhe dava repulsa. Como era fácil perder o controle quando estava com ele, perto dele. Seu maior defeito, perder o controle.
12:10. Defeito que no fundo ela gostava. Só acontecia com ele e não entendia direito, simplismente acontecia.
12:12. Números iguais no relógio? Faça um pedido.
Annie riu pela situação, fechou os olhos e falou baixinho:
- Quero que ele venha!
Não, perdera o controle e bom senso mais uma vez. Bateu na própria testa. No mesmo momento sentiu algo em sua porta. Fechou os olhos e sorriu por dentro, seu pedido fora atendido mais que imediatamente.
Do lado de fora, Poncho se movia como um pássaro sem asas. Trazia uma única rosa na mão cuidadosamente sem espinhos. Fizera o mínimo barulho para que seus "amigos brincalhões e pervertidos" não imaginassem que estivera migrando de quarto. Pensara em tudo. Arrumara seus quarto com travesseiros formando seu corpo sobre as cobertas, se alguém verificasse pensaria que estava lá. Antes disso, trocara de roupa e fora até o jardim em busca da rosa mais linda. Precisava de algo pra tirar a expressão de raiva que Annie lhe deixara, mal sabia ele que seria mais fácil.
Tudo calculado. Tudo planejado.
Poncho abriu a porta cuidadosamente. Entrou e já trancou-a sem fazer barulho. Virou-se para cama e Annie estava lá, de olhos fechados. Estaria ela dormindo ou fingindo? A observou por um momento. Estava com um shorts muito curto deixando suas pernas nuas, a blusa de "alcinha" deixavam parte de seu colo a mostra. Muito atrativo.
Se aproximou devagar ainda com a rosa na mão. Com cuidado subiu na cama na mesma linha que seu corpo. Passou a rosa levemente por suas pernas subindo por todo extensão ao mesmo tempo que se arrumava por cima dela.
Anahí sentiu o calor subir-lhe no momento em que ela viu Poncho entrar. Fechou os olhos a modo de não passar que estava lhe esperando. Sentiu o leve cheirinho de rosa e o toque macio subir-lhe o corpo. Estremeceu ao sentir Poncho subindo em si, lhe causavam fortes arrepios.
- A bela adormecida pensa em acordar? - disse baixinho perto de seus lábios.
Annie sentiu o hálito entrando por suas narinas. Muito próximo para manter o controle.
- O sapo vai me dizer o que está fazendo em cima de mim? - disse ao mesmo tom de olhos fechados.
- O sapo quer se transformar em príncipe e pedir desculpas - disse passando a rosa por suas bochechas.
Totalmente sem controle. Annie abriu os olhos e se deparou com um Poncho sobre si com um sorriso no canto dos lábios. Reparou que ele estava sem camisa, quase levantou os braços postos ao seu lado e passou por todo o corpo.
- Acha que vai conseguir com uma rosa? - desafiando.
Poncho até então apoiado sobre os cotovelos, diminuiu a distancia entre eles e colou seu corpo sobre ela lentamente. Annie pensou que fosse ser esmagada, mas Poncho sabia ser cuidadoso e injusto, tal aproximação só provocou mais desejos. Sentiu o calor do corpo dele se juntar com o seu, estavam totalmente colados como um só era preciso muito controle pra tal pessoa. Levantou as mãos e colocou sobre os braços fortes, afim de passar certa distancia, tentou empurra-lo mas Poncho era mais forte. Mil vezes maldito desejavel!
- Isso é totalmente injusto. - com as mãos em seus braços.
- Basta você se entregar logo - sussurrou em seu ouvido.
- Não vai ser tão fácil - com um pequeno sorriso no canto do lábios.
Poncho beijou a rosa e passou-a nos lábios dela.
- Me contento com as desculpas e um lugar ao seu lado.
Annie estava a ponto de aceitar, Poncho estava ganhando novamente, mas podia virar o jogo se treinasse seu controle. Annie deu um sorriso sem dentes expressando maliciosamente seus desejos, Poncho achou que ela iria ceder mas estava enganado.
Annie deslizou suas mãos dos braços para as costas, baixou o olhar e subia novamente pra olhar a expressão dele. Começou com carinhos leves até se tornarem pequenos arranhões por toda extensão de trás. Poncho a mirou profundamente tentando decifrar sua tática. Annie subiu as mãos e agarrou com força os cabelos espessos e negros dele. Entrelaçou sua perna com a dele e a deslizou pra cima e pra baixo lentamente.
- Você pode ter, mas vai ter que me provar seu controle. - disse sorrindo maliciosamente.
- O que quer dizer com isso? - assustado com a possibilidade.
Annie soltou suas mãos e pegou a rosa em suas mãos. Suspirou o aroma e a colocou de lado. Jogou um olhar sedutor e pegou sua mão livre. Ia jogar o feitiço sobre o feiticeiro.
- Quero que prove seu controle - disse baixinho.
- Que tipo de controle? - começando a gostar do que viria.
Guiando a mão dele, Annie desceu sobre suas pernas e obrigou ele a tocar suas coxas.
- Seu controle sobre mim - disse sedutora.
Poncho a mirou desconfiado e ao mesmo tempo animado, deu-lhe um pequeno sorriso até sentir sua mão apertada por ela sobre a pele macia de suas pernas.
- Você quer brincar então?
- Vamos jogar, mas eu que controlo esse jogo.
- E qual são as regras?
- Hum...- fingindo pensar - só uma, minha manipulação. - sorrindo.
- E o prêmio?
- Você ganhara suas desculpas.
- Só isso? Não tem nenhum ponto extra? - beijando o colo dela tentando arrebatar algo.
- Quem sabe, dependendo o tempo que você agüentar pode ter um desejo.
Poncho sorriu extremamente animado com a idéia dela o controlar ainda mais de ganhar um prêmio.
- Eu vou agüentar. - disse confiante.
- Não por muito tempo.
Annie começou seu jogo, seu principal objetivo era provar que ele era tão fraco quanto ela. Opção nada fácil sabendo que ela poderia cair em sua própria armadilha.
Poncho se arrumou sobre ela bem devagar, afim de pressionar ainda mais seu corpo para sentir seu "controle". Annie estremeceu sobre ele ao sentir seus membros tocados, o shorts de tecido fino dele da a idéia de quase nu. Seus lábios quase se tocavam e suas respirações se entrelaçavam junto com os olhos sem desvios.
Annie começou de leve, arrastou mais um pouco a mão dele sobre suas pernas e devagar subiu sobre sua cintura. Com a outra mão acariciou suas costas de leve.
- Preparado? - disse sorrindo.
- Mais que pronto - sussurrou perto dos seus lábios.
Ela deu um pequena risada, antes de receber suas respostas.
Annie apertou o carinho em suas costas e passou as unhas com vontade por ali, Poncho deu um pequeno gemido de dor, sentiu suas mãos subirem por debaixo da blusa dela passando por sua barriga, suas pernas lhe causavam arrepios quando sentia as dela acariciando-o. Annie subiu sua mão um pouco mais quase sobre seus seios. Poncho ficou devidamente animado com a percepção de toca-los.
- Ainda não - sussurrou Annie olhando-o.
Annie sentiu uma pequena força vindo das mãos dele, pensou que ia desistir e quebrar as regras, mas ele manteve o controle e relaxou.
- Não não, quase perde - sorrindo falando com voz de bebê.
- Ainda estou no jogo. - disse se concentrando nela.
Annie começou a pegar pesado. Inclinou um pouco seu corpo de forma que foi inevitável o toque fatal. Poncho gemeu e respirou fundo pra se controlar.
- Só meu! - sussurrou no ouvido dele sensualmente.
Annie voltou a cabeça e o fitou. Pensou que ele não agüentaria nem mais um minuto. Soltou a mão dele e obrigou-o a apertar sua cintura. Abraçou-o pelas gostas e se inclinou mais uma vez, beijou seu queixo sensualmente enquanto uma de suas pernas se moviam sobre a dele.
- Meu Poncho - gemeu ela apertando seu colo sobre ele.
- Para Annie, não agüento mais - fechando os olhos e subindo com força suas mãos por sua cintura.
- Assim rápido?
Poncho não respondeu. Entregou os pontos e beijou seu pescoço com paixão, Annie aceitou agarrando seus cabelos e inclinando-se para ele. Sentiu a ereção sobre si deixando-a excitada.
- Você perdeu - disse em sussurros tentando livrar-se dele.
- Isso não é justo comigo - apertando-a sobre ele para que sentisse seu corpo pedindo por ela.
- Você aceitou as regras - beijando seus lábios de leve.
- Sou fraco a ponto de quebrar as regras. - beijando novamente seus lábios com paixão.
- Quebre-as e sofrera as conseqüências - disse mirando-o fazendo parar - e forte o bastante pra esperar?
Annie queria algo a mais que seu controle agora, queria a prova dele que essa trégua proposta não fora apenas para benefícios corporais, queria a prova de que ele queria estar ao seu lado para compartilhar bons momentos e alegrias, não apenas desejos escondidos.
Poncho a beijou mais uma vez, calmamente. Apertou seus braços em volta dela. Annie pensou o tamanho esforço que ele estava fazendo e se iria decepcioná-la. Parou de repente.
- Tudo que você quiser. - entregando seus desejos.
- Se recomponha e receberá suas desculpas - disse ela, passando as mãos em seu rosto.
Poncho beijou sua mão e se levantou calmamente e foi para o banheiro. Annie o acompanhou com o olhar e pensou se ficaria brabo por sua atitude.