Capitulo 103 - 1ª Tentativa
O sol continuava brilhando lá no alto. Raios dele prepassavam a copa das arvores e viravam linhas brilhantes. Talvez estivessemos perdidos, mas havia alguém a quem recorrer. As mãos mais seguras que existiam no mundo, estavam encaichadas perfeitamente na minha. Apesar do silencio percebi que nossas almas se falavam. Me deu vontade de dizer algo, mas não estava preparada. Olhei-o curiosamente. Seus olhos estavam fixos em frente certo do caminho que trassavamos. Involuntariamente apertei sua mão. Ele me olhou e sorriu.
- Não se preocupe - disse ele - estamos quase chegando.
- Pelo menos poderia me falar aonde - sorri.
- Não insista mais Loira. - voltando-se para o caminho.
Abaixei a cabeça e sorri. O caminho inteiro tentei arrancar-lhe nosso destino. Nada consegui, então desisti. Como podia estar tão envolvida em algo que duraria apenas uma semana?
- Acho que você vai gostar. - parando abrutamente a minha frente.
Até então não tinha reparado muito em volta, era mata pra um lado e mata pro outro. Andamos uns quinze minutos até o momento. Foi então que reparei logo mais a frente: a mata cessava e se abria uma longa extensão de um campo de flores amarelas. Uma sensação inesplicavel abriu-se dentro de mim. Sempre vi esses campos em filmes e novelas mas nunca tive oportunidade de apreciar tamanha beleza. Sorri pra Poncho a minha frente como uma boba. Ele correspondeu de uma forma diferente.
(CAMPO MAIS OU MENOS COMO PENSEI)
- Me parece que você já percebeu o que tem mais a frente - segurando minhas duas mãos.
Sorri de novo, abobadamente abobada. Não respondi, peguei sua mão e lhe arrastei pra lá. O sol bateu forte em meu rosto e pude sentir o vento golpear meus cabelos.
- É lindo Poncho!
Disse entrando no campo e ficando envolta das flores. Comecei a andar por meio das margaridas tocando-as com a mão. Estar ali em meio a natureza com ele bastava para o meu dia. Me sentia completamente afastada do mundo. Era se como não tivessemos ido a cachoeira, como se não existisse Mayte e nem CHristian com suas brincadeiras, não tivesse Ucker para cortar a situação ou Dulce para dar conselhos. E muito menos as marcas do nosso passado. Eram só eu e ele em um campo totalmente deserto e extenso.
Minto, olhei em volta e vi uma arvore a lateral do campo com a grama fofinha, otimo lugar de descanso.
- Não fuja de mim - um pouco afastado.
Olhei pra ele sorindo, fugir? Não podia não é, ao menos se conseguisse. Mas posso tentar. Virei-me feliz e comecei a correr por ali. Senti Poncho vindo atrás de mim.
- Não vai conseguir! - gritou pra mim.
- Eu posso tentar - gritei virando pra ele.
Ele me alcançou e trouxe-me para seus braços. Como eu adoro ficar ali. É o melhor lugar pra ficar.
Senti meus pés soltarem-se do chão quando ele me levantou pelos cutuvelos, ou quando me rodava segurando-me firme pela cintura. Sentia seu calor, diferente do que o sol trazia.
- Para Poncho - gritei pra ele sorrindo.
Ele sorria. Só sorria.
- Ninguém mandou fugir de mim. - me erguendo mais uma vez.
- Ponchoo, eu tô ficando tonta.
Fechei meus olhos pra raciocinar direito. Senti o aroma das flores e realmente senti minha cabeça em uma montanha russa.
- Ok, você venceu.
Me colocando pra baixo. Me girara tanto que perdi minhas havaianas, coloquei meus pés sobre os deles.
- Aguente meu peso agora!
- Com todo o prazer - sorrindo.
Poncho me envolveu em seus braços. Dei graças que ele tinha deixado a camisa pra lá e estava só de shorts. Não que ele não pensasse o mesmo de mim, estavamos iguais: eu de shorts sobre o biquini e sem blusa. Agarrei-me ao seu pescoço para ganhar o apoio que meu corpo necessitava, mas tive o cuidado de colar meu corpo a ele. Adorava esse contato e sei que deixa-va ele louco.
Isso me deixava louca!
Meu controle estava fraco. Beije-lhe a face carinhosamente. Poncho fechou os olhos, o olhei confusa sem saber o porque de não querer me olhar. Ele simplismente me abraçou mais e encostou sua cabeça em meu ombro. Daria tudo naquele momento pra saber o que ele pensava.
- Poncho?
Ele voltou seu rosto para o meu, me beijou intensamente. Sua lingua traçava a minha calmamente, tive a impressão que ele queria dizer algo, mas não sei se estava preparada para ouvi-las. Era o segundo dia de uma loucura imensamente perigosa para meu coração, mas no fundo queria dizer-lhe algumas coisas também.
Ele parou o beijo. Deslizou seus lábios por meu pescoço, incisivamente inclinei minha cabeça pra que ele beijasse, Poncho sabia me deixar sem controle, sem total e sem nehum quero dizer. Beijou e deslizou suas mãos em minhas costas, provocando arrepios por todo meu corpo. Intercalou beijos e mordidas e foi decendo devagar até meus seios, apertei meus braços em sua nuca e puxei-lhe os cabelos com força fazendo-o parar, ele entendeu e subiu delicadamente para saciar-se apenas com o que podia. Obriguei-o a voltar aos meus lábios que pediam o sabor da paixão que os dele transmitiam. Beijei sem medidas ou limites. Intensamente.
Deus criou as coisas para acabarem, e parei de beijá-lo quando o ar acabou, como eu queria mudar essa regra, mas não podia então improvisava. Não deixei ele se afastar seus lábios dos meus, então dava pequenos beijos para recuperar o folego para um novo recomeço. Aproveitei e retribui as mordidas em seus lábios, não queria que acabase.
- Você não pode fugir todo o tempo - disse ele entre os beijos.
- Já te disse que não fujo das coisas, apenas as adio.
Se era possivel eu não sei, mas Poncho me apertou ainda mais em si. Parei de beijá-lo assim como ele parou. Nos abraçamos. Acariciei seu cabelo e fechei os olhos irritados pelo sol forte.
- Loira, eu não quero perder mais tempo guardando isso dentro de mim...- disse ele de repente.
- O que?
Sem saber do que ele falava, obviamente adivinhava o que viria. Continuei a abraçá-lo e deslizar minhas mãos lentamente sobre seus cabelos. Tive a impressão que se olhasse ele naquele momento veria algo que me deixaria inconsolavél.
- Tudo que eu quero...- Poncho fez uma pausa- ...eu gostaria de poder encontrar as palavras para dizer...
- Xiii... - apertei meu abraço e ainda mais meus olhos - ...você não precisa dizer nada.
- Eu preciso... - tentou ele.
Fiz ele se calar mais uma vez.
- Estamos bem assim!
Poncho pareceu concordar, beijou meu ombro e ficou apoiando a cabeça ali, e assim ficamos por algum tempo. Sem nos falar, sem nos olhar-mos, apenas sentindo o coração batendo forte no peito do outro, sentido o toque dos corpos e a sensação de algo perdido. Perdido em palavras que queriam sair mais que era dificil sairem. Talvez fosse melhor assim, acho que todos sabem o que ele queria dizer, mas eu não lhe permiti dessa vez, mas como eu mesma disse, só adiei pra outro momento.
