Capitulo 109 - 2ª Tentativa
Annie subiu as escadas lentamente. Não tinha pressa, pelo contrário estava calma. Sozinha e em silencio voltou a pensar no que se passou na banheira e se deteve nas sensações das mãos dele descobrindo cada parte de seu corpo.
Insaciável.
Irresistível.
Pervertido.
Riu sozinha. Pensara. Como chegara a isso?
Só podia ser efeito do mal Mayteistico, ou seria a carência de senti-lo em si, ou talvez a paixão acumulada?
Indiferente, aconteceu e por mais vulgar que pareça não se arrependeu.
Caminhando pelo corredor pôs-se a pensar nos outros, estariam agora cada casal em seu quarto aproveitando os "sabores" da May. Riu de novo.
Antes de chegar ao seu quarto estranhou uma luz mais a frente na dobra em outro corredor. Não sabia exatamente o que tinha pra lá, pensou em mais alguns quartos ou salas talvez. Olhou pra trás pra ver se Poncho estava vindo, mas nem sinal dele, deixou a porta do seu quarto pra matar sua curiosidade.
" Segui pelo corredor e virei a direita, me deparei com um corredor mal iluminado pela falta de janelas, mas uma luz azul e intensa vinha da porta a minha frente. Caminhei até ela e empurrei a porta entre-aberta. Me deparei com uma sala enorme e janelas largas com vista da propriedade. Um lindo piano posto a direita e os sofás confortáveis ao centro, a lareira ao fundo e o aconchego do espaço. A luz que me equivocava não era nada dali, mas sim a própria luz do luar que invadia pelas janelas. Me pergunto como não estivera ali antes.
Besteira. A sala parecia recém decorada. Nova para uso. Observei cada canto mas o que me chamava a atenção era o piano. Sentei-me na ponta do banquinho e fiquei observando as teclas pensando se devia pressiona-las ou só contentar-me no olhar.
Não resisti não é.
Estendi minhas mãos e comecei a deslizar meus dedos na única melodia que eu sabia.
Aprendi quase na marra. Minto. Aprendi porque a canção pedia uma melodia e como eu mesma escrevi a letra poderia cria-la neh? Algo completo.
Dou graças a minha falecida vovó que me ensinou alguma coisa."
Annie se assustou de repente parando de tocar.
- Xiii, sou eu...- Disse Poncho sentando atrás dela no mesmo banquinho no espaço que ela deixara. Passou seus braços fortes por sua cintura e encostou o queixo em seu ombro. - ...Continue.
- Você me assustou - sentindo os braços dele sobre si.
- Não foi minha intenção, desculpe - dando um beijo em seu pescoço - não sabia que tocava piano.
Annie relaxou e usou o corpo de Poncho como encosto, adorando aquela sensação. Poncho suspirou e começou a acariciar seus braços.
- Por favor, continue a tocar - pediu ele.
Annie apenas sorriu.
- Por favor há tempos que não escuto essa musica - disse por fim.
Annie ficou a meio sem palavras. Isso significava que ele lembrava da letra e melodia que ela escrevera um dia pra ele. Que apresentara pra milhões de pessoas mas que deixara no esquecimento pelos fatos tristes em sua vida.
- Cante pra mim - disse ele baixinho em seu ouvido.
Uma onda de extase percorreu o corpo dela. Estendeu os braços e colocou os dedos sobre o piano. Em toques leves a melodia começou a se formar. Sua voz um tanto baixa soou pela sala sobre o olhar atento de Poncho.
- "Te marchaste sin aviso, Te busque y no estabas ya, El destino así lo quiso, Pero tu alma no se ira, Eras mi cómplice en los sueños, Sabíamos que un día, unidos volaríamos, Se que tus alas se quedan conmigo, Que desde el cielo tu abrazo es mi abrigo, Ángel divino me cuidas del mal, Se que camino con tu compañía, Que con tu voz se me encienden los días, Aunque tu puerta hoy este mas allá, Te puedo escuchar, Guardo el aire de tu risa que me da felicidad, Tanta alegría daba verte, Quererte no se olvida, aun me llueven lagrimas, En cada libro esta escrito tu nombre, En cada verso te siento cantar, Tu mano me lleva directo a tu sombra, Yo se que una noche te voy a encontrar"
"Uma lagrima caiu sobre meu rosto quando terminei. Não porque me sentisse triste, mas desde que me separei definitivamente de Poncho em Dublin não canto essa musica. Poncho não viu e nem verá, prometi a mim mesma tentar esquecer o passado e me deter nesta semana aproveitando os prazeres que ele pode me dar. Pode ser a ultima vez...
- Eu adoro essa musica - sussurrou ele em meu ouvido.
Apertei seus braços sobre mim de forma que ele entendesse o quanto isso significava pra mim.
- Honestamente queria poder ler seus pensamentos neste momento - disse ele.
Sorri. Ele me faz sorrir sempre, engraçado isso.
- O que você acha que estou pensando?
- Não sei exatamente - ele riu em meu ouvido.
- No que você está pensando?
Senti ele roçar meu pescoço com o nariz e depositar beijos molhados ali, sabia bem onde isso ia acabar e a maior prejudicada seria eu. Levantei devagar e me virei pra ele, segurei seus ombros buscando apoio e sentei-me do contra em cima dele abraçando suas costas com minhas pernas, encontrei seu olhar e um sorriso no canto dos lábios de pronto ele segurou minha cintura com força.
- Diga-me o que está pensando - passando minhas mãos em seu pescoço.
- Não há frase que descreva meus pensamentos - disse ele acariciando minhas costas.
Sorri de novo por força do hábito.
- Não vejo graça nisso.
Passei minhas mãos em seu rosto observando cada milímetro da perfeição que ele tinha, parecia um bebê em seu colo descobrindo uma coisa nova. Aproximei meu rosto do dele e mordi a ponta do seu nariz.
- Aii, isso doeu Loira.
Sorri pra ele como uma panaca.
- É o seu castigo por não me dizer o que está pensando
- Você não me disse também, merece um castigo.
Olhei pra ele rindo, ele só podia estar de brincadeira neh? Acho que não.
- O que você quer?
Poncho é imprevisível as vezes, mas só do meu ponto de vista. Ele não respondeu simplesmente fez, mas não me deu um "castigo". Primeiro apertou minhas costas em seus braços de modo que meu corpo se aproximou mais do dele, nossas intimidades se tocaram me fazendo arrepiar, depois bem devagar começou a percorrer meu pescoço com seus lábios, a essa altura já apertara minhas pernas nele e meus braços trasiam sua cabeça sobre mim.
- Chega Poncho - puxei sua cabeça pelos cabelos, coloquei certa força ali.
Olhei pra ele e pra aquele rosto perfeito.
- Como um oceano precisa de areia eu preciso de você! Você sabe por onde nosso universo gira, e estaremos aqui projetando as estrelas...
Suas palavras inundaram meu coração de esperança, mas junto com ela veio o medo da desilusão, pela segunda vez ele queria me dizer algo, e pela segunda vez não estava preparada para ouvir.
- Quieto Poncho - sussurrei pra ele fazendo-o calar - não basta estarmos aqui?
Ele se calou por um momento, como se escolhesse as plavras certas pra falar. O Poncho a minha frente era o mais perfeito que já encontrara.
- Você me faz sentir estúpido, mas não há outro lugar no mundo onde eu queira estar!
Me disse com um meio sorriso."
Relembrando: Palavras em Italico é a perspectiva da Anahi ok?
gelliirbd - Bem vinda *-*
