Indeterminado Tempo Depois
" Ao olhar o horizonte, as montanhas acinzentadas quedam-se imóveis a distancia. As ondas do mar iam e voltavam calmamente. O sol brilhando forte no alto e a areia branquinha e solta conspiravam fazendo da praia o lugar perfeito para estarmos.
- Adoro vir pra cá - disse olhando o mar.
Estávamos sentados na areia, Poncho me abraçava por trás, dando apoio ao meu corpo.
- Também adoro... - afastando meus cabelos pro lado e beijando minha nuca - ...principalmente a noite - disse ele um pouco safado.
Soltei-me de seus braços e me ajoelhei a sua frente com as mãos na cintura.
- Definitivamente viemos aqui toda noite!
Ele sorriu e se ajoelhou comigo me abraçando pela cintura.
- Definitivamente adora fazer amor com você aqui.
Gargalhei satisfeita. Poncho me calou com um beijo. Esta praia tinha virado nosso lugar, sempre que vínhamos a casa de campo perdíamos horas brincando no mar e arrastando os pés na areia. O amor ali era inevitável.
- Você tem falado muito com a Mai, só pensa em cochinadas - falei sapeca sorrindo.
- Porque com você cada dia é diferente, não preciso que Maite me fale o que é bom.
Dei alguns tapas nele e caímos na areia entre risadas. Fiquei sobre seu peito extremamente rígido e nu sentindo seu abraço me queimar, o sol se tornara gelo quando tinha contato com Poncho.
- Preciso te contar uma coisa Poncho - disse por fim cessando as risadas olhando-o inexpressiva.
- Também preciso Loira - disse ele tão serio quanto eu.
Poncho tinha o costume de me pegar de surpresa. Não era de hoje que ele me deixava apavorada. Um momentâneo frio na barriga gelou meu corpo. Acho que ele tinha descoberto minha travessura e das meninas do dia anterior. Sempre aprontávamos quando vínhamos. Me apressei a inventar uma desculpa.
- Te juro que não fui eu que aticei a égua ninfomatica, foi culpa da Dulce que levou a Mai pra lá! - disse rápido olhando pra ele - se a égua fugiu foi por causa dela
Poncho olhou curioso para mim e começou a rir. Ele não tinha senso do momento, era impressionante. Falei algo serio, tinha uma preocupação como iria contar algo e ele ficava rindo. - Isso eu já sabia. O Chris viu tudo e me contou. Era isso que queria me falar ?
- Não - disse aliviada por ele, pelo menos, não se importar - era isso que você queria dizer ?
- Também não.
Se não era isso o que era ? Relaxei meu corpo sobre ele . Penso que Poncho percebeu meu nervosismo, mas sabendo como ficava quando estava nervosa não me pressionou.
- O que quer me dizer ?- disse ele tirando uma mecha de cabelos do meu rosto - que houve ?
Sorri fracamente pra ele e escondi minha cabeça em seu pescoço. Senti seu beijo em minha cabeça e seu abraço se intensificar. Como sempre ele sabia que eu queria um momento de silencio. Poncho me conhecia o suficiente pra saber que as vezes não falar era me compreender. Encarei ele pretendendo acalmar meu interior e me preparar, mas acabei ficando mais nervosa. Não era todo dia que iria dizer uma coisa dessas pra ele.
- Diga você primeiro. - adiando mais o momento.
Ele sorriu intensamente, tocou meu rosto e me beijou.
- Eu ia esperar até a noite, mas quando a lua aparecer no céu quero-a de um modo diferente.
Me esquivei de seus braços devagar e sentei na areia. Poncho fez o mesmo.
- Não estou te entendo Pon
Ele sorriu a mim. Aquele sorriso safado mais ao mesmo tempo carinhoso. O sorriso que fez eu me apaixonar e que me dizia que ele estava aprontando alguma safadeza.
- O que está pretendendo seu safado - disse a ele desconfiada mais feliz.
Ele riu junto comigo.
- Não pretendo nada que você não aceite - disse sorridente - mas acontece que isso está queimando dentro do meu bolso.
Olhei mais desconfiada ainda. Poncho sorriu mais pra mim e devagar colocou a mão no bolso do seu short, dentro dele saiu um anel de linha fina cor de ouro. Uma pedra minúscula de diamante brilhava em contato com os raios de sol. Fiquei sem reação ao seu ato. Quando Poncho pegou minha mão uma lágrima de emoção escorreu por meu rosto seguida de várias que viriam.
- Quando sentir tristeza que não possa acalmar ou quando houver um vazio que te atormenta... - disse ele lentamente deslizando o anel pelo meu dedo - ...irei te abraçar, serei seu abrigo e sua paixão. Te juro que seu coração não sentira frio, até os últimos dias de existência vou estar ao seu lado. Porque eu te amo e quero você junto a mim em todos os momentos, tristes ou felizes. Anahí, minha loirinha, quer ser minha pra sempre ? - disse ele por fim fixando meus olhos.
O que Poncho pronunciara foram as palavras mais lindas e sinceras que jamais escutei. Não pude acreditar que poderia ser verdade. Em nenhum momento imaginei isso. Meu coração bateu forte no peito e em nenhum momento depois de escutar seu pedido relutei em minha resposta. Aproximei-me dele sorrindo, toquei seu rosto com carinho e mirei fundo seus olhos. Nossas testas se encontraram e tive a certeza que nada mais importaria.
- Sou sua pra sempre Alfonso Herrera - disse emocionada querendo gritar minha alegria.
Seu sorriso me derretia, seu beijo me deliciava. Poncho me ergueu em seus braços e saiu correndo me rodopiando pela praia. Parecíamos adolescentes sorrindo e nos beijando, a única testemunha era a imensidão do mar. Quando ele finalmente me soltou pude beijá-lo com calma. O beijo foi o mais cúmplice possível, a doçura de seus lábios era o sabor que queria sentir pra sempre. Me afastei um pouco dele dando alguns passos para trás com um sorriso enorme do rosto.
- Não fuja de mim Anahí - disse ele me olhando.
- Não estou fugindo, só quero olhar sua reação quando souber.
- Souber o que ? Aprontou algo mais que eu não saiba ?
Maneei a cabeça negativamente.
- Nós aprontamos Poncho
As vezes gestos expressam melhor que palavras. Por isso lancei minhas mãos a minha barriga e fiz um carinho ali, este foi o jeito que encontrei pra dizer que estava grávida. Ao ver, Poncho lançou as mãos na cabeça e ficou imóvel me olhando abobado. Nunca vou esquecer seu olhar.
- Anahí... - disse abrindo um sorriso sem se controlar.
Sorri, sorri e sorri não consegui dizer mais nada, a felicidade que Poncho me trouxe com sua expressão foram inexplicáveis. Maior ainda foi seu gesto de se ajoelhar diante de mim e abraçar e beijar minha barriga.
- Seremos três a partir de agora – disse fazendo carinho em seu cabelo.
- Eu quero uma menina tão linda quanto à mãe! – disse devagar alisando minha barriga - Devíamos comemorar... – levantando a cabeça para mim - ...se eu não soubesse que eles estão vindo pra cá neste momento eu te teria aqui mesmo. - disse levantando-se e me abraçando pela cintura.
- Safadinho - disse com voz de bebê e o beijei.
Eu mesma teria proposto isso se não fosse por nossos cúmplices. Cúmplices porque sempre estão ao nosso lado, porque nos ajudaram nos momentos difíceis e nunca deixaram que desistíssemos dos nossos sonhos.
- Me aguarde esta noite - disse sensual ao meu ouvido vendo eles chegarem.
- Mulheres grávidas tem um apetite sexual dobrado. - sussurrei no ouvido dele com mesma intensidade.
Poncho me olhou safado, provocá-lo se tornou meu hobby preferido nos últimos tempos, não é a toa que fazíamos amor toda noite naquela mesma praia."