Fanfic: O que são as coisas... {portiñón - AyD}

-Vocês têm algo hoje?

-Uma sessão de autógrafos. Mas é só daqui a um tempo.

-Quer dar uma volta, então?

-Não... Obrigada. Acho que eu vou me torturar mais um pouco. Quer carona?

-Não, vim de carro. Te acompanho até a saída.

Poncho a abraçou pelos ombros e os dois saíram juntos. Dulce estacionara logo ali em frente e ele um pouco depois. A rua não estava movimentada, apenas um pouco barulhenta, mas o suficiente para provocar certa irritação.

-Ela disse ao Ucker que vocês estavam bem. – comentou ele, depois que alcançaram o carro de Dulce. – Ele não chegou a te perguntar nada?

-Ucker? Acho que ele nem faz idéia de que eu estou aqui. Não falo com ele há séculos! Mas obrigada por avisar, assim eu não o preocupo.

-Por que ela mentiria para ele?

-Por que ela mentiria para mim? – os olhos de Dulce encheram-se de lágrimas. – Eu não quero mais falar sobre ela, Poncho. Obrigada por me acompanhar, eu sigo daqui.

-Ok. – ele coçou a cabeça, incomodado. – Desculpe o incômodo. Estou com o meu celular, se precisar de algo.

Ela assentiu e entrou no carro. Deu a partida e retornou ao hotel.

O local estava relativamente cheio quando ela chegou, mesmo faltando ainda umas três horas para o evento. Seu agente solicitara sua presença para uma reunião inesperada, na qual queria combinar um pequeno show prévio. Anahí ainda não chegara.

-Nada muito grande. Uma música, apenas. Uma música sua, uma música dela. Depois os autógrafos, que tal?

-Não sei... E a banda, os músicos...?

-Eu arranjo uns músicos locais mesmo. Só uma musiquinha, sem grandes performances. Um violão. Apenas isso.

Seu agente era um homenzinho baixo, gordo e agitado. Lembrava-lhe, por vezes, o Sancho Panza de Dom Quixote. Aquilo a fazia rir toda vez que se lembrava da comparação criada por Any, e odiar-se por ainda conservá-la na memória.

-Não quero cantar com ela. – declarou Dulce.

-Não, querida! Não precisam cantar juntas!

-Não quero vê-la, Thomas; quero que coloquem uma pilha de qualquer coisa entre a gente. Quero evitá-la o máximo possível.

-Por que, meu anjo?

-Motivos pessoais. Agora faça o que pedi, sim? E evite que entremos em contato. Apenas o essencial.