Fanfic: O que são as coisas... {portiñón - AyD}

-Senhora, eu não...

-Por favor, Thomas. Providencia isso para mim. Sabe que não lhe pediria se não tivesse motivos.

Thomas assentiu com a cabeça suspirando e afastou-se.

Any encontrou-se com Poncho pouco antes de alcançar o local do evento. Ele não demonstrava ânimo; na verdade, parecia abatido. Quando seu olhar encontrou o dela, ele correu em sua direção.

-O quê você fez à Dulce? – perguntou, irritado. – O quê houve entre vocês?

-Nada, Alfonso! Eu hein? O que houve com você?

-Não minta para mim, Any; ela está bem mal. Estive com ela hoje de manhã e ela não quer nem tocar no seu nome!

-Pois pergunte a ela por que está assim! Eu não lhe fiz nada! Apenas fui mais sincera do que tenho sido ultimamente.

-Ainda bem que reconhece. – resmungou Poncho, acalmando-se. – Acontece que ela está muito mal mesmo. Está apática, estranha... Parece morta.

Any sentiu o coração acelerar.

-Eu só disse o quê sinto. – disse ela. – Nada além disso.

-E o quê você pode estar sentindo que a deixou tão mal?

-Isso já não é comigo. Eu também me pergunto isso. Agora me dê licença, Poncho... Estou atrasada.

Tendo o dito, Any se afastou e entrou no local do evento pelos fundos, a fim de evitar o tumulto. Não se surpreendeu ao dar de cara com Dulce assim que alcançou os corredores que conduziam ao seu camarim. As duas se encararam momentaneamente, então Dulce seguiu seu rumo e Anahí o dela.

O evento durou mais do que ambas calculavam. Havia, deveras, muitíssima gente. Any achou curioso que tivessem separado-as, contudo não questionou a decisão dos organizadores. Quando assinou o último autógrafo e retornou ao camarim, seu pulso doía. Ela massageou-o enquanto procurava seu casaco e o removedor de maquiagem, até que Dulce entra, subitamente.

-O quê faz aqui? – perguntou, erguendo uma sobrancelha. – Este camarim é meu.

-Oh, desculpe... Não é à toa que não encontrava meu casaco.

-Não faz mal. Só me dê licença, ok? Quero me trocar.

Any ergueu a sua sobrancelha.

-Posso saber o que está havendo contigo?

-Eu quero me trocar em paz, só isso. – respondeu Dulce, abrindo a porta. – Posso ter privacidade, ou quer me tirar isso também?

-É assim, é?

-O quê?

Any aproximou-se dela e fechou a porta.

-Eu já disse que sinto muito, está bem? Não podemos nos tratar com respeito, pelo menos?

-Você não merece respeito. – disse Dulce, firmemente, encarando seus olhos azuis. – Você é uma hipócrita, sabia?

-Escute aqui, Dulce María...

Mas silenciou-se. Encontrara a profundeza de suas pupilas, de suas íris castanhas, de seu olhar hesitante e ansioso... Então não suportou a tentação. Simplesmente não podia resistir-lhe. Ninguém podia resistir à Any, mas Any não podia resistir à Dul. Fechou seus olhos. Permitiu que a paz invadisse seu corpo e permitiu que suas respirações se compassassem. Aproximou o rosto do de Dulce. Molhou os lábios. E a beijou.